Capítulo Um - Chateau Marmont

Natasha acordou sentindo-se incomumente tranquila. Depois de muita tensão, movimentos bruscos e noites mal dormidas, não existia uma sensação melhor que aquela: a de dever cumprido. Ela levantou-se violentamente e se vestiu com a primeira roupa que pode encontrar no quarto bagunçado. Mesmo que fosse a agente mais capaz e disciplinada da SHIELD, aquela que destacava-se sempre por seu porte exemplar, sua vida era uma bagunça.
­ Na soleira da porta estava um convite para um baile beneficente oferecido por, claro, Tony Stark. Das pessoas que mantinha algum contato, ele era o único que se importava com essas besteiras, ou fingia se importar. Os bailes, para ela, eram só uma desculpa que Tony arrumava para desfilar seus majestosos ternos e se deitar com modelos, isso mesmo, no plural. O convite dizia que o baile aconteceria naquela noite, às dez horas, no famoso Chateau Marmont.
­ Ela acabou cedendo depois de muita insistência de Steve e Clint. O único vestido que tinha e que adequava-se ao dress code tinha sido um presente de Stark nos meses que ela trabalhou como sua assistente: ele era preto, de veludo, no estilo corpete. Era muito bonito, elegante e sensual. Em pouco mais de uma hora, estava dirigindo seu carro, pronta para ir.
­ O Chateau Marmont era conhecido por ser o cenário de muitos filmes famosos e o refúgio de muitas pessoas influentes em Los Angeles. Tony Stark era uma dessas poucas pessoas que podiam dar-se o luxo de alugar o hotel para si por uma noite. Natasha entregou seu carro a um manobrista e recebeu as instruções de uma recepcionista, que disse que ela deveria descer uma escada toda ornada a ouro para chegar ao salão principal. Do topo da escada, pode conhecer rostos familiares e sorriu aliviada: lá estavam Steve, Clint e Maria Hill, além de claro, Tony.
­ – Eu nem acredito que você finalmente está envolvido em uma causa nobre – disse Natasha ao recepcionista. – Quase chorei de orgulho!
­ – Escolher esse vestido também foi uma causa nobre, agente Romanoff – Tony respondeu, cínico. Natasha sentiu-se arrependida de ter escolhido aquele vestido quase de imediato – É antiético da minha parte, mas eu nunca te vi tão bem.
­ – Obrigada, Mr. Stark. – ela respondeu, a voz quase falhando. Nenhum homem jamais a tirava do sério, mas para cada caso, existia uma exceção.
­ – Eu tenho que terminar de recepcionar essa gente chata, mas você me deve uma dança mais tarde.
­ – Eu devo? – ela sabia que Tony continuava a encarando, mesmo de costas, e sabe-se lá porque, gostou muito disso.