Encontro com o Acaso

Raios e trovões


Encontro com o Acaso

Capítulo 5

Raios e Trovões

_By Haki_

- Ah... – suspirou Hilary, ao ver a chuva forte que caía – Poxa, achei que hoje, pela manhã, o tempo já melhoraria...

Flashback do último capítulo:

Com o silêncio de ambos, Hilary apenas se inclinou para o lado de Kai, apoiando-se nele.

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- É engraçado... Mas, se não soubesse que é um absurdo, eu diria que estava com ciúmes.

- Ciúmes... – Kai repetiu para si, em um baixo sussurro.

E assim passaram o resto do dia, os dois juntos, observando a chuva, esquecendo-se de tudo e apenas sentindo a companhia um do outro.

Fim do Flashback.

Começara a chover desde o final do dia anterior. Mas, aos poucos, a chuva se tornava mais intensa, sem pausa alguma. Hilary, sem ver outra saída, passou a noite no dojo mesmo, dividindo o quarto com Mariah.

- Qual o problema, Hilary? Está tão frustrada assim por não poder sair com o Kai hoje?

- Não é isso! É que eu precisava sair hoje...

- Ia aonde? Era importante?

- Ahn... – sorriu, de modo que evitasse os olhos da amiga – Nada não! Nem era importante, he he...

- Mas...

Mariah queria insistir no assunto, mas foi bruscamente interrompida por Tyson, que “invadiu” o quarto sem cerimônia alguma.

- Ei!! O que as meninas estão fofocando? Se não vierem logo tomar o café da manhã, eu vou ficar com tudo!

- Bom dia para você também, Tyson. – Hilary comentou, enquanto arrastava a amiga para a cozinha, evitando que essa cometesse um homicídio logo pela manhã.

Na cozinha, Ray, Max, Kenny e o avô de Tyson já estavam de pé, conversando sobre um assunto qualquer.

- Bom dia! – disseram em uníssono.

Ray prontamente estendeu para Mariah sua “obra culinária da manhã”.

- Tcharam!! Prove um pouco desta obra de arte!

- Estou sem fome, não quero.

- Entendo... Talvez, por estar meio acima do peso, esteja de regime...

*Nível de ofensa: 4,5*

- Caham... ESTÁ ME CHAMANDO DE GORDA?!! É ISSO, É?!!

Silêncio geral.

Ninguém respirava.

O medo dominou.

- N... Não é isso...

- É CLARO QUE É! VOCÊ DISSE COM TODAS AS LETRAS, SEU SAFADO!!!

- “Safado”? – gota.

- Ray, meu querido... VOCÊ QUER APANHAR?! – berrou, enquanto erguia uma faca de mesa.

- Mariah... Você está me assustando... – Ray engasgou, olhando os potencialmente assassinos olhos da garota.

Quando a fera, digo, Mariah ia dar o bote, Kai apareceu na porta com uma expressão nada boa.

- Quem é a avestruz que está gritando?

O medo dominou².

Seria este o duelo entre dois grandes predadores?

Mas, para a surpresa de todos, a garota simplesmente sorriu, largou a faca e sentou-se comodamente em uma cadeira, dizendo:

- É o Ray.

Pobre garoto. Aquele não era o seu dia.

Então, como um bom assas...amigo, Kai foi até o garoto-neko, rondando-o silenciosamente.

- Por que você, justo hoje, resolveu ter um pitchí logo pela manhã?

- Pitchí não! Para começar, a autora dessa bagunça foi a M...

*KLACK!!!*

(Marcando: tentativa de homicídio n°1)

Sem mesmo deixar o coitado terminar de falar, a mais jovem aprendiz de assassina, jogou uma faca em direção ao rapaz.

A faca voou, aproximadamente, a cerca de cinco centímetros de distância do pescoço dele.

- ...

Com toda a certeza, aquele não era mesmo o seu dia.

Em meio ao assustador e sinistro silêncio que pesava, Kai apenas saiu da cozinha, voltando ao seu quarto. Em questão de segundos, ouviu-se uma série de espirros.

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- Né... – começou Max – parece que o Kai pegou um resfriado...

- Incrível, não? Até mesmo o capitão do gelo fica doente!

- Tyson... Isso é uma coisa bem óbvia – murmurou Kenny – Mas o que me incomoda mesmo é ver que ele nem espirra na nossa frente...

- É pra manter a pose, pra manter a pose...

Apesar de todos os comentários alheios, Hilary continuava em silêncio, assim como Ray. Mas este possuía motivos bem diferentes, na realidade. Ele também estranhou o fato, mas...

Hilary olhou para Mariah em dúvida. Esta assentiu com a cabeça, encorajando a amiga em um gesto silencioso.

- Eu farei isso. - sussurrou para a amiga.

Assim, aproveitando a bagunça, Hilary discretamente foi até o fogão, preparando algo secretamente. Lá fora, a chuva continuava a cair forte acompanhada dos berros (e pedidos de socorro) de dentro do dojo. Sim, este seria um lindo dia tempestuoso.

Não aguentando mais, e sentindo sua vida estar terrivelmente em perigo, Ray arrastou os outros Bladebreakers para um canto e murmurou:

- Por favor, afastem qualquer objeto que possa ser mortal nas mãos dela – pausou por alguns instantes – não se deixem enganar, até mesmo um guardanapo pode ser perigoso.

- Ray... Você está exagerando.

- Sim, o Max tem razão. Não é como se a Mariah fosse te devorar a qualquer momento – brincou Kenny, com o nítido desespero do amigo. Aquilo era uma cena rara.

- Vocês não conhecem a Mariah em seus momentos de terror... Ela é capaz de devorar alguém e ainda cuspir seus ossos de volta!

Inesperadamente, uma aura maligna os envolveu repentinamente. Tensa, pesada e mortal... Junto com uma voz mais assustadora ainda:

- Ei... O que vocês estão cochichando pelas minhas costas...? Por acaso... – aproximou-se, com um sorriso maníaco nos lábios -... Não dão valor as suas vidas, huh?

-GYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!

E assim, o montinho de garotos se dissipou. Tão rápidos que pareciam pontinhos correndo pela casa. Logo atrás deles, uma sombra sinistra os seguia, com algo não identificado em mãos.

Hilary permanecia alheia à situação, sorrindo satisfeita. Olhava para a mistura fumegante em sua frente, como quem admirava uma grande vitória.

Certo. Aqui vou eu!” – pensou positiva, indo à direção ao quarto de Kai, levando o prato consigo.

Bateu duas vezes na porta, com imensa ansiosidade.

Ninguém respondeu.

Ainda esperançosa, bateu mais duas vezes.

Novamente, aquele silêncio estarrecedor.

Já começando a sentir raiva, bateu mais algumas vezes.

Novamente, sem resposta alguma.

Completamente estressada e raivosa, já estava quase derrubando a porta a pontapés quando ouviu a voz de Kai.

- O que é? Quem é a criatura infeliz que veio me atormentar?

Silêncio. De repente, ouviu-se apenas o som de algo sendo levado ao chão, seguido de passos rápidos e pesados.

“Não, aquilo não parecia o Tyson” – pensou, antes de se dirigir a porta. Sentia a cabeça pesada, o corpo cansado e um pouco de tontura. Era óbvio que havia pegado um resfriado.

Resmungando, surpreendeu-se ao abrir a porta. Levantou o prato que ali se encontrava e examinou.

Sopa.

Na mesma hora, entendeu o ocorrido. Sentiu uma pontada de peso na consciência.

Sentada na porta do dojo, Hilary observava a chuva cair. Braços cruzados, costas curvadas. Fazia uma careta, típica de criança emburrada.

- Salgado.

- Hã?! – virou bruscamente, como um gato eriçado.

- A sopa – disse calmamente, enquanto sentava-se ao lado dela.

- Kai. Volte para o seu quarto. Você não vai me obrigar a te carregar até lá. E não vai ficar aqui reclamando da minha sopa!!! - essa última parte foi dita num tom de voz muito, muito baixo e sem graça.

- Então... se eu desmaiar, você vai me abandonar aqui?

-... Vou pedir ao Tyson e aos garotos para te levarem. – ouviram-se gritos masculinos ao fundo -... Se eles sobreviverem – suspirou.

- Hilary... Por que você...?

- Por que eu fiz a sopa?

Kai não respondeu. Ficou observando as poeiras naufragarem nas poças de água, enquanto uma enorme veia brotava na cabeça de Hilary.

- ... Ou por que eu me preocupei com você?

Novamente, sem resposta. E, novamente, a veia se multiplicava.

- Ou talvez, por que eu te estime tanto? – sem esperar o vácuo novamente, a garota já ia metralhar mais perguntas, quando Kai a encarou.

E sorriu.

Atônita, atordoada e muitos outros adjetivos chocantes e embasbacados, a pobre menina perdeu a voz.

- Obrigado – ele sussurrou enquanto se inclinava para ela - se ficar aqui, vai pegar um resfriado.

Vendo a expressão confusa e a palidez de Hilary, Kai conteve um risinho. Aproximou-se mais e deu-lhe um suave beijo na testa.

- Mas se for para pegar um resfriado, é muito melhor que pegue de mim. Não é? – e novamente sorriu.

Com passos leves e arrastados, o capitão voltava para o seu quarto. Aquilo foi... Divertido. De alguma forma, sentia seu humor bem melhor.

Mas só o humor. Não deu nem 10 passos, e uma nova série de espirros começou.

E quanto a Hilary? Bem, ela estava curvada, e mais pálida que um fantasma. Se estreitasse os olhos, daria para ver até uma alminha saindo do corpo dela.

Os bladebreakers restantes armavam estratégias e armadilhas contra a terrível mulher-ogro-de-TPM. Nunca agradeceram tanto pelo dia só ter 24 horas.

Bem, nada como um lindo dia tempestuoso com final feliz.

... Ou quase. Novamente, ouviam-se gritos e um espectro correndo pelo dojo.

.Continua.

No próximo capítulo:

A flor da rivalidade.

Os botões de ciúmes já estão plantados. Está na hora da colheita.

E nem mesmo Hilary sairá imune.

“Você não me vê como mulher?”

“Você... Não está me deixando respi... rar...”

“MWAHWAHWAHWAHWAH!”

“O que você está fazendo?!”

“Acabou.”

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.