Influxos E Afetos

As mãos de Gajeel e os lábios de Rogue


“O príncipe obstinado foi ao encontro da princesa que tanto ambicionava. Seus olhos alcançavam os dela, fazendo-a corar de amor. As mãos do rapaz deslizaram pela face da dama e finalmente encostou seus lábios obcecados aos dela, dando-a um primeiro beijo fervescente de paixão.”

Fui andando vagarosamente para casa, chutando pedras e imaginando o quanto estava feliz. Nunca imaginei que teria intimidade com alguém que sempre contemplei. Sorria sozinha, sem nem mesmo perceber, quando de repente escuto uma voz grossa atrás de mim.

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-Levy?

Virei para trás rapidamente para reconhecer o dono da voz que chamava meu nome.

-Gajeel! – sem pensar, pulei em seu corpo dando um abraço que o deixou assustado.

-Ei, vá com calma. – ele empurrou-me para trás de um modo ríspido. – só vim avisar que voltei, estarei na cafeteria caso precise de mim.

-G-gajeel? – eu me espavori com seu jeito rude de me tratar, ele não estava assim até a nossa conversa por telefone ontem.

Necessitada de uma justificativa, corri atrás dele e parei em sua frente.

-Ei, o que eu fiz de errado? - perguntei.

Ele não respondeu. O que nos deixou em silêncio por um momento. Logo, ele deu apenas uma breve olhada pra mim, desviou e continuo andando. Irritada, gritei algo que o fez parar:

-É o Rogue, não é?

Ele virou-se para mim e respondeu rígido:

-Você é uma grande imbecil, como pode se apaixonar por alguém que conheceu há menos de dois dias?

-Apaixonar?

-É claro, está escrito na sua testa!

Eu imaginava o rosto de Rogue a todo o momento. A lembrança do dia em que o conheci não saía da mente. Os capítulos do novo livro começaram a ficar melosos depois que nos encontramos. Seu jeito, elogios, voz, face... Tudo me encantava. Talvez eu devesse mesmo ter encontrado o príncipe, mas como em toda história, o vilão impedia o amor.

-Você podia ao menos estar feliz por mim! – Gritei alto demais com lágrimas escorrendo no rosto.

-Não seja boba, não seja ridícula! Não existem príncipes! Pare de agir como criança! Contos de fadas não existem! – ele gritava comigo cada vez mais alto, as suas palavras atingiam meu coração como dardos atingem o alvo. Não suportando a pressão, levanto ainda mais a voz:

-Você não tem coração! Você não tem sentimentos! Como pode dizer is... – minhas palavras foram cortada pela mão extensa e rígida de Gajeel acertando-me na cara um tapa doloroso, fazendo-me involuntariamente cair no chão. Com muita repulsa, olhei para ele que mantinha seu olhar seriamente em mim. Triste, raivosa, amargurada e me sentindo uma grande tola, liberei lágrimas que pareciam nunca acabar, fazendo-me soluçar de angústia com a face dolorida. E quando percebi, ele andava a caminho da cafeteria, sem olhar para trás.

-V-vilão! – sussurrei entre os soluços do choro.

“O severo bandido, porém apaixonado, observava o beijo do príncipe e de sua amada princesa. Aflito e atormentado, chorava como nunca. Suas lágrimas da verdadeira tristeza revestiam a face. Estava caindo em um gigante abismo escuro.”

Já estava em casa com um saco de gelo na parte atingida pela mão de Gajeel. Não queria lembrar-me de mais nada sobre aquilo! Eu efetivamente não o entendia, e preferia nunca entender. O vilão estava mascarado de príncipe, nunca fora um verdadeiramente.

Olhei minha cara no espelho, que já tinha desinchado um pouco, graças ao gelo. Mas continuava vermelho e dorido. O relógio marcava meio dia, eu estava morrendo de fome, mas não queria sair de casa naquele estado. Deitei na cama e por lá adormeci.

Logo, acordei. Meus olhos se abriram lentamente. Olhei para o relógio, eram cinco e meia. Minha barriga pedia por comida. Lembrei-me que deveria estar em frente à cafeteria às sete. Ainda bem que ela fechava as cinco. Levantei-me e olhei novamente o rosto no espelho, ele já estava bem melhor, ainda com um pouco de dor e bem vermelho. Mas uma boa maquiagem poderia resolver.

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Fui para o chuveiro e tomei um banho agradável e morno. Nada iria arruinar meu jantar com Rogue. Sim, admito que estou apaixonada por ele!

Saí do banho demorado e vesti meus melhores tecidos. Penteei o cabelo deixando-o completamente solto e tentei “arrumar” o rosto abatido. Quando estava pronta para o encontro, o relógio dizia seis e meia. Decidi partir para o local combinado. Meu único receio era encontrar Gajeel, mas mesmo que acontecesse, iria ignorá-lo.

Fui andando. Por sinal, estava muito contente. Meus pensamentos estavam todos ligados à Rogue. Estava quase chegando, quando o avistei de longe, provavelmente estava me aguardando. Logo ele se virou e se deparou com a minha figura.

-Levy, você está linda! – ele elogiou-me.

-Obrigada... – sorri acanhada – eu me atrasei?

-Claro que não! Podemos ir?

-Com certeza.

Assim partimos da fachada da cafeteria para o restaurante, um dos melhores na minha autoria.

Quando chegamos, sentamos em uma mesa próxima à janela. A noite estava linda, a lua iluminava o céu em companhia das estrelas. Tudo estava absolutamente perfeito! Para começar pedimos uma bebida leve.

-Levy, o que houve com seu rosto? – Rogue reparou.

-Ah, nada. É só uma alergia... – eu dei uma risada falsa.

-Mesmo assim você continua encantadora!

Eu corei um pouco e respondi:

-Obrigada, Rogue-san.

-Por favor, pode falar normalmente comigo.

Eu assenti com a cabeça. Estar com Rogue era maravilhoso, porém, uma tarefa que exigia coragem. Estava muito nervosa. Mas tudo finalmente ocorreu bem, tivemos uma janta deliciosa e prazerosa.

-Levy, você conhece algum lugar mais silencioso, onde dê pra ver melhor as estrelas? – ele perguntou interessado.

-Claro, há um lugar bom por aqui.

-Poderíamos ir até lá, o que acha? Sou apaixonado pelas estrelas, e hoje o céu está repleto delas.

-Acho uma ótima idéia. De fato, o céu está incrível.

Assim pagamos a conta e saímos dali. Eu o guiei até a praça, o tal local sossegado que conhecia. Ficamos parados por um tempo, apreciando o céu.

-Está realmente incrível. – eu afirmei.

-Só falta um beijo para fechar nossa noite.

Espantada, desviei meu olhar do céu e voltei para ele. Nesse instante, ele segurou meu rosto carinhosamente, e seus lábios tocaram nos meus. No começo, me senti estranha. Mas logo depois correspondi à atitude dele.

Continua...