Secret

Capítulo 7


Capítulo 7

O castor se aproximou, farejando. Pedro se afastou das meninas e se aproximou calmamente do castor. Agachou-se e estendeu a mão, fazendo um barulho estranho com a língua.

– Vem cá! Clan, clan, clan... – aproximou-se mais, estendendo a mão na altura do focinho do castor.

– Eu não vou cheirar isso, se é o que você quer. – disse o castor, fazendo todos arregalarem os olhos.

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Lena e Lúcia foram as únicas que não se assustaram, apenas riram do constrangimento de Pedro.

– Desculpe! – disse Pedro, afastando-se.

– Lúcia Pevensie? – perguntou o castor, fazendo Lúcia parar de rir.

– Sim. – ela respondeu, aproximando-se do castor. Ele lhe estendeu um lencinho branco e depositou-o em sua mão. – É o lencinho que eu dei pro Sr. Tu...

– Tumnus. – completou o castor. – Ele me entregou antes que o levassem.

– Ele está bem? – perguntou Lúcia.

O castor olhou para os lados e sussurrou.

– Sigam-me. – virou-se e saiu, imaginando que o seguiriam.

Lena, Lúcia, Hailee e Pedro começaram a segui-lo, mas Susana segurou o braço de Pedro enquanto Emma puxava as irmãs.

– Meninas! – disse Emma.

– O que vai fazer? – perguntou Susana.

– Ela tem razão. – disse Edmundo, olhando diretamente para Lena. – Como vamos saber que é confiável?

– Não vamos. – respondeu Lena. – Temos apenas que aprender a confiar nas pessoas certas. Aquelas que realmente merecem. Não as que nos subornam.

Edmundo imaginou que Lena sabia de alguma coisa, mas ela não fazia ideia. Na verdade, aquilo era apenas o lema dela depois de confiar nas pessoas erradas. Ela aprendeu a lição e hoje não confia em qualquer estranho, mas tinha um intuito que dizia que o castor era confiável.

– Além disso... – disse Pedro. – Ele disse que conhecia o fauno.

– Qualquer um poderia conhecer o fauno e não ser amigo dele! – contrariou Emma.

– Ele é um castor. – disse Susana, como se já não fosse óbvio. – Não devia dizer absolutamente nada!

– Qual o problema dele falar? – perguntou Hailee. – Não devia nem existir uma floresta cheia de neve dentro do guarda-roupa do meu tio.

– Está tudo bem? – perguntou o castor, aparecendo por cima de um pedregulho.

– Está. – respondeu Pedro, virando-se para ele. – Só estamos conversando.

– É melhor conversar em um lugar seguro. – sussurrou o animal, desaparecendo novamente por trás das pedras.

– As árvores ouvem. – disse Lúcia, olhando em volta.

Edmundo, Susana e Emma trocaram um olhar preocupado, ainda não querendo seguir o castor. Mas Pedro apenas virou-se com Lúcia e começou a segui-lo. Lena e Hailee foram atrás.

Hailee por que não queria ficar longe de Pedro, já que se sentia mais segura com ele. Lena se sentia diferente quando estava com Edmundo, mas prometera ajudar a amiga e ela sempre cumpre uma promessa.

Eles começaram a andar silenciosamente atrás do animal. Lúcia estava sempre olhando em volta, receosa. Lena começou a imaginar se o que ela disse sobre as árvores era verdade.

Vindo de Lúcia, Lena não duvidava de mais nada.

– Venham. – disse o castor, apressando-os. – Não é bom ficar aqui depois que anoitece.

Atravessaram um grande paredão de pedra e, bem abaixo, em um vale, viram um dique de castores bem grande, com luzes alaranjadas atravessando as pequenas janelas.

– Ah, que maravilha! – exclamou o castor. – Parece que minha esposa já esquentou a água para uma xícara de chá.

– Que gracinha! – disse Lúcia.

Lena soltou uma leve risada. Lúcia era mais nova que ela, mas Lena achava-a uma fofura.

– Um dique modesto. Há muito a fazer, ainda nem terminei. Vai dar um trabalho danado.

Ele começou a descer o vale cautelosamente para não escorrer na neve. Eles os seguiram, mas Emma segurou rapidamente o pulso de Lena.

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– Tem certeza? – perguntou.

– Se for para ajudar minha amiga, sim. – respondeu, seguindo ao lado de Lúcia.

Edmundo, que estava um pouco atrás, pôde ouvir o que disseram e sorriu ligeiramente, mas logo voltou à expressão séria antes que vissem seu sorriso bobo no rosto.

– Castor, é você? – perguntou uma castor, saindo pela porta do dique. – Estava preocupada. Se souber que saiu com o Texugo outra vez...

Ela mesma se interrompeu ao ver o marido acompanhado de mais sete humanos.

– Ah, não são texugos. – disse ela, emocionada. – Eu nunca pensei que viveria para ver esta cena. Olha o meu pelo! – disse para o castor. – Podia ter avisado para eu me arrumar.

– Avisaria uma semana antes se fosse adiantar. – disse o castor, fazendo todos rirem.

– Podem entrar. – disse a castor. – Vamos ver se conseguimos alguma comida... – virou-se para o castor. – E uma companhia civilizada.

– Cuidado. Olhem onde pisam. – disse o castor, entrando e sendo seguido pelos demais.

– Desculpe a bagunça. – pediu a castor. – Não consigo tirar o castor da cadeira.

Edmundo parou por um segundo, olhando para as colinas onde se encontrava o castelo da Feiticeira Branca. Lena, que já estava lá dentro, sentiu a falta da palpitação acelerada de seu coração e olhou em volta, constatando que Edmundo realmente não estava ali.

Voltou pra fora e viu que o menino estava olhando para além das árvores. Seu olhar estava vago, pensando em algo que estava muito além do que seus irmãos e amigos e o dique em que estavam.

– Edmundo. – chamou.

O menino a olhou nos olhos. Com um olhar diferente do que Lena estava acostumada, por isso não conseguiu decifrar o que via ali. Mas Edmundo rapidamente fechou os olhos, tentando disfarçar o olhar carinhoso que lançara a ela. Lena sentiu um formigamento forte em ambos os ombros, mas tentou não pensar nisso.

– Já vou. – respondeu, abrindo os olhos e voltando a olhar por entre as árvores, pensando em como seria bom fazê-la sua rainha.

Lena riu levemente e Edmundo podia jurar que no mesmo instante em que sentiu os batimentos acelerarem, ele ouviu um leve barulho de sinos saindo junto com a risada dela.

– Vem... – chamou Lena mais uma vez, mas desta vez, segurou levemente sua mão. Sentiu seu rosto corar, mas não tinha ideia que o de Edmundo estava muito mais vermelho.

Sem pensar, Edmundo apertou-lhe a mão levemente.

– Está bem.

Ainda de mãos dadas, seguiram para dentro e se sentaram nas escadas, pois o dique era pequeno e não conseguia abrigar a todos. Os outros estavam sentados à mesa enquanto Susana ajudava a Sra. Castor a encher todas as xícaras de chá.

– Não há nada a fazer para ajudar Tumnus? – perguntou Pedro.

– Foi levado para a casa da Feiticeira e você sabe o que dizem. – respondeu o Sr. Castor. – Poucos são os que passam pelo portão – virou seu olhar para Lúcia – e voltam de lá.

– Peixe com fritas? – perguntou a Sr. Castor, tentando melhorar o clima tenso.

Lena já estava sentindo-se bem cansada. Tão cansada que não pode se impedir de deitar no ombro de Edmundo preguiçosamente. Mas o que não esperava era que ele puxasse sua cintura, aproximando-a mais de seu corpo e apoiasse sua cabeça na dela.

– Mas há esperança, querida. – disse a Sra. Castor, apoiando a mão no ombro de Lúcia. – Esperança.

O Sr. Castor engasgou-se com o chá que tomava.

– Ah, sim. – disse. – Muito mais que esperança. – abaixou a voz, fazendo suspense. – Aslam está a caminho.

Todos o olharam, sem entender nada. Edmundo então, sem se levantar, perguntou.

– Quem é Aslam?

Os castores começaram a rir.

– Quem é Aslam? – zombou o Sr. Castor. – Ele é muito engraçado.

Ele continuou a rir, mas parou ao levar uma cotovelada da esposa.

– O que foi? – perguntou a ela. Ela então indicou os garotos, que ainda olhavam-nos confusos. – Vocês não sabem não é?

– Bom... – disse Pedro. – Não estamos aqui há muito tempo.

– Ele é só o Senhor dos Bosques. – disse o castor. – O maioral. O verdadeiro Rei de Nárnia.

Edmundo levantou-se e saiu do dique, mas Lena o seguiu. Podiam ouvir o que conversavam lá dentro, mas Lena se importava mais em saber aonde Edmundo ia.

– Ele está fora há algum tempo... – disse a Sra. Castor.

– Mas ele voltou! – exclamou o castor. – E está esperando vocês na Mesa de Pedra.

– Ele nos aguarda? – perguntou Lúcia.

– Edmundo! – chamou Lena. – Aonde vai?

Edmundo de repente, se virou para ela e a abraçou. Lena sentiu suas pernas tremerem e o coração acelerar; o mesmo formigamento nos ombros a incomodando. Arregalou os olhos, mas não disse nada. Edmundo se afastou e deu um leve selinho em seus lábios e sussurrou.

– Não demoro. Volto para te buscar, minha futura rainha.

Soltou-a e saiu correndo, ainda assustado com o que fizera, mas feliz por ter tomado coragem para isso. Enquanto isso, Lena respirou fundo onde estava e beliscou seu braço para ter certeza de que não fora apenas um sonho. Sorriu ao constatar que realmente estava acordada.