Secret
Capítulo 13
Capítulo 13
O gelo sobre o rio estava começando a se desfazer.
– Vamos atravessar! – disse Pedro, empurrando Hailee e Emma em direção à beirada do penhasco, onde havia uma escadaria para descê-la. – Agora!
– Os castores não fazem diques? – perguntou Lúcia nervosamente a eles.
– Não sou tão rápido, querida. – desculpou-se o Sr. Castor.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Vamos! – disse Lena, puxando Lúcia pelo pulso.
– Espere, quer pensar no assunto um minuto?! – perguntou Susana ao irmão.
– Não temos um minuto! – ele gritou de volta.
– Eu só tentei ser realista...
– Não, só tentou bancar a esperta. Como sempre.
Eles se afastaram, deixando Susana de lado, mas assim que ela ouviu os uivos distantes de lobos, ela logo correu para acompanhá-los. Desceram pelos rochedos até a o rio, que se descongelava.
Pedro foi à frente e pisou na camada de gelo que limitava o rio. Ela logo se quebrou aos seus pés, libertando-se da margem. Pedro recuou.
– Esperem. – disse o castor. – Talvez eu deva ir primeiro.
– É, é melhor. – concordou Pedro.
O castor foi à frente, batendo a cauda no gelo para ver onde era seguro de se passar. Quando alguns pedaços de gelo se partiram, a Sra. Castor se pronunciou.
– Você anda comendo fora de hora, não é?!
– Ora, nunca se sabe quando uma refeição pode ser a última. – disse o castor. – Ainda mais com a sua comida.
Pedro então foi adiante, mas Hailee o segurou pelo pulso e o acompanhou.
– Cuidado, Pedro.
– Estou tomando. – ele disse, entrelaçando seus dedos aos dela.
Os outros foram adiante, tomando cuidado onde pisavam, pois o gelo estava se quebrando sobre seus pés.
– Se a mamãe soubesse disso... – disse Susana.
– Mamãe não está aqui. – disse Pedro.
Viram as estalactites de gelo da cachoeira caindo ao seu lado. Olharam para cima e viram os lobos da Feiticeira atravessando por cima da cachoeira.
– Essa não! – gritou Lúcia.
– Corram! – gritou Pedro.
Pedro puxou Lúcia, e Hailee e Lena correram atrás, enquanto Susana e Emma ajudavam os castores. Pararam quando os lobos desceram à sua frente, impedindo a passagem.
Olharam para trás e viram que estavam cercados. O castor foi mais à frente e um lobo o derrubou.
– Pedro! – gritaram Lúcia e Hailee.
Pedro rapidamente desembainhou a espada e a apontou para o lobo chefe.
– Abaixe isso, rapaz. – disse o lobo. – Alguém pode se ferir.
– Não se preocupe comigo! – gritou o castor. – Acabe com ele!
– Saiam enquanto podem. – disse o lobo, aproximando-se deles e os forçando a se juntar mais perto da água líquida. – e seu irmão vai com vocês.
– Pare, Pedro! – gritou Susana, acima do barulho do gelo se quebrando. – Melhor fazer o que ele mandou!
– Garota esperta. – disse o lobo.
– Não acreditem nele! – gritou o castor, debatendo-se. – Mate-o! Mate-o agora!
– Ora, por favor, esta guerra não é sua! – disse o lobo, se aproximando ainda mais. – Minha rainha só quer o bem de sua família e sumam.
– Olha, só porque um homem de vermelho lhe entregou uma espada, não pode se achar o herói! – disse Susana. – Abaixe isso!
Lena já estava ficando impaciente. Não sabia o que Pedro faria, mas sabia que não tinham muito tempo, pois a cachoeira já se desprendia. Tentava, junto com Emma, libertar as asas, mas a tensão e o desespero não permitiam.
– Não, Pedro! – gritou o castor. – Nárnia precisa de você! Mate-o enquanto ainda tem chance!
– Como é que vai ser, Filho de Adão? – perguntou o lobo, bastante próximo da lâmina da espada de Pedro. – Não vou esperar para sempre. E muito menos o rio!
Lúcia olhou pra cachoeira. Estava desabando.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Essa não! – murmurou para si mesmo e logo depois gritou. – Pedro!
Pedro olhou desesperado para os lado, pensando.
– Segurem-se em mim! – gritou.
Logo depois, fincou a espada no gelo à sua frente, esperando. Lúcia, Susana e Hailee conseguiram segurar-se nele, mas Lena e Emma não. Quando a grossa camada de gelo que cobria a cachoeira de rompeu, a água desabou sobre o rio e os empurrou. Pedro e as três meninas se salvaram, pois estavam em um pedaço isolado de gelo, presos pela espada.
A Sra. Castor pulou no rio, enquanto via lobos afundarem.
Lena e Emma também caíram, mas finalmente conseguiram abrir as asas. Agarraram o pedaço de gelo onde estavam os amigos e, com a ajuda do bater de asas, conseguiram empurrá-lo ainda mais para longe da quebra d’água.
Foram submersos por uma onda, mas ainda sim estavam seguros no pedaço de gelo. Voltaram à superfície, com a ajuda das anjas que estavam debaixo da água.
Foram submersos mais algumas vezes, mas conseguiram seguir a corrente até uma das margens do rio. Subiram para a margem e tossiram, tentando tirar a água dos pulmões. Susana se virou para Pedro, procurando por Lúcia, mas ele apenas levantou o casaco da menina.
Lúcia sumira.
Lena correu os olhos em volta, tentando achar a menina, mas não havia sinal dela. Hailee e Emma tentaram se aquecer com os casacos molhados.
– O que você fez? – gritou Susana. Virou-se para um lado e gritou. – Lúcia! Lúcia!
Olhou para a água, mas não havia nada, apenas o gelo seguindo a corrente.
– Alguém viu meu casaco? – ouviram a voz menina perguntar atrás deles.
Viraram-se e viram-na tremendo, apenas com o vestido que tinha por baixo do casaco.
– Não se preocupe, querida. – disse o castor. – Seu irmão vai cuidar muito bem de você.
Pedro se aproximou da menina, colocando o casaco sobre seu ombro.
– E acho que não vão mais precisar de casacos. – disse a Sra. Castor, apontando para as árvores, onde a neve já descia e pequenos brotos de flores nasciam em galhos.
~*~
A Feiticeira observava tudo abaixo com grande desprazer. Edmundo e o anão estavam ao seu lado, vendo a corrente da água passar a metros abaixo de si e a neve se desprender das árvores ao redor.
– Tão... Quentinho aqui. – disse o anão, abaixando o casaco levemente atrás do ombro. Edmundo o olhou divertidamente, enquanto a Feiticeira lhe lançou um olhar venenoso. – Eu vou ver o trenó.
Ele disse, voltando o casaco sobre os ombros e dando meia volta.
– Majestade. – ouviram a voz de Maugrim, o lobo chefe, vindo de detrás de si e viraram-se. – Achamos o traidor visitando seus inimigos no meio dos Bosques Tremeluzentes.
Era a raposa.
O lobo que a carregava nos dentes a largou sobre os pés da Feiticeira.
– Ah, que bom que apareceu. – disse a Feiticeira, se aproximando. – Foi tão útil aos meus lobos ontem à noite. Talvez possa me ajudar agora.
– Perdoe-me, Majestade. – disse a raposa, abaixando a cabeça em sinal de respeito.
– Não gaste meu tempo com bajulações.
– Sem querer ser rude, mas não estava falando com a senhora. – respondeu a raposa e virou seu olhar para Edmundo, que arregalou os olhos.
A Feiticeira foi à frente e apontou seu cajado para a raposa.
– Aonde os humanos foram? – perguntou rispidamente.
Quando a raposa ficou calada, a Feiticeira foi à frente e levantou o cajado, mas Edmundo se pôs entre eles, tentando salvar a criatura.
– Espere! Não! – gritou. – Não. O castor me falou de uma Mesa de Pedra. Que Aslam tinha um exército lá.
– Um exército? – perguntou a Feiticeira.
Ela olhou para a raposa. Quando Edmundo a olhou também, a raposa abaixou a cabeça decepcionada.
– Obrigada, Edmundo. – disse a Feiticeira. – Foi bom esta criatura ter visto um pouco de honestidade... Antes de morrer!
E a transformou em pedra, enquanto Edmundo gritava um belo e sonoro “não”. A Feiticeira se virou para Edmundo e deu um tapa em sua cara. Logo depois ela colocou a mão no ombro dele.
– Decida logo de que lado está, Edmundo. Do meu... – segurou o rosto do menino, vendo os olhos dele marejados, e o obrigou a olhar para o animal petrificado. – ou do deles.
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