Medo Do Escuro

Capítulo 12 - Tempestade.


-Meu nome é Tempestt. – Ela sorriu. Se aproximando.

Tempestt tinha o rosto arredondado, selvagem, os olhos eram uma floresta densa e muito verde. Seus cabelos ruivos apesar de emaranhados eram bonitos e brilhosos, com folhas se enroscando nos fios. Ela usava uma jaqueta de couro verde com calça jeans rasgadas e gastas, nos pés botas militares sujas de lama seca. Porém o que mais me chamou a atenção foi uma espada tipo samurai em suas costas, e pelo jeito de Tempestt aquilo deveria ser usado muitas vezes.

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- Então. – Henry limpou a garganta. – Silena estava treinando seus poderes.

-Ah, interessante. – A ruiva se aproximou, as chamas já tinham sumido de minhas mãos, e eu me sentia extremamente indefesa. – Você é do fogo, certo?

- Hã? – Perguntei me sentindo idiota.

-Seu elemento é fogo. O meu é terra. – Ela estufou o peito me analisando meticulosamente.

-Sim, sou fogo. – Confirmei ainda meio estupida.

- Então o que sabe fazer? – Ela perguntou, seu olhar era fundo, curioso.

- Silena tem tido um progresso bem interessante, porém ainda precisa de muito treino. – Henry respondeu por mim, tomando a atitude de um legítimo professor. Estranhamente aquilo me deixou com raiva.

- E você? O que sabe fazer? – Perguntei, ignorando o medo que sentia.

Tempestt me olhou, ela parecia se divertir com aquilo, apesar de não gostar de minha atitude de enfrenta-la. Ela moveu as mãos sobre a terra, e uma planta enorme emergiu do solo, com tronco, galhos e folhas verdes brilhantes. Na ponta, uma linda flor desabrochava, tive vontade de toca-la, mas me contive.

-Isso, é o que eu sei fazer. –Ela sorriu vitoriosa. – Agora Henry, se me permite eu preciso ir. Tenho algo para resolver. Boa sorte com seus poderes. – Sua voz era sincera, porém sua expressão era de superioridade.

-Me desculpe pela Tempestt, ela não é sempre assim. – Henry falou assim que ela saiu.

-Sério, ela parecia bem simpática. – Disse sarcasticamente.

Treinamos por mais uma hora, não consegui repetir minha brilhante façanha, porém segundo meu professor fiz grandes avanços.

* * *

Voltei para casa a pé, indo pelo denso bosque que cercava o nosso bairro. A trilha era bem visível no chão, e Henry disse que meus instintos iram me ajudar a achar o caminho, achei estranho no começo, porém levei o mínimo de tempo para chegar a minha rua, não me desviei um segundo da rota.

Destranquei a porta, a sala estava vazia, algumas malas estavam no pé da escada, estranhei eu acho que me lembraria se meus pais fossem viajar.

-Mãe? – Perguntei procurando alguém para me explicar o que estava acontecendo. – Pai? – Nenhuma resposta. –Cathy? – Outra vez o silêncio. – Alguém em casa?

Não sei como, mas a ficha caiu, não era uma viagem, era uma separação. Subi alguns degraus e pude escutar uma discussão vindo em direção ao andar debaixo. Minhas mãos começaram a ficar quentes.

Elementais do fogo são muito voláteis, qualquer coisa pode fazê-los sair do controle, invocar forças que não têm, ou que não conseguem domar. Se quiser dominar seu elemento, tem que manter a calma.”

A voz de Henry ecoava na minha mente. Respirei fundo. Manter a calma, repeti para mim mesma.

- JÁ CHEGA! – Minha mãe apareceu no alto da escada, ela gritava e seus punhos estavam cerrados.

- ISSO MESMO ESME! ABANDONE SUAS FILHAS COMO SE ELAS NÃO FOSSEM NADA. – Meu pai, igualmente nervoso gritou mais ainda, as veias saltavam no seu pescoço. Atrás deles uma Catherine chorosa tentava apartar a briga.

- VENHA CATHERINE, NÃO VOU FICAR MAIS NENHUM MINUTO NESSA CASA. SILENA FAÇA AS MALAS, ESTOU ESPERANDO NO CARRO. – Minha mãe desceu as escadas carregando Cathy pelo braço.

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-Não vou. – Cruzei os braços. Lembrando-me de manter sempre a calma.

- COMO ASSIM “NÃO VOU”? AH, VOCÊ VAI SIM! – Ela insistiu tentando me puxar para junto dela.

- Não, vou ficar na minha casa. – Continuei decidida.

-ENTÃO VOCÊ VAI FICAR AO LADO DO SEU PAI? – Esme ainda gritava sem motivo apontando para Edward.

-EU NÃO ESTOU ESCOLHENDO UM LADO. – Respirei fundo. – Estou ficando na minha casa, no lugar onde eu moro, e só saio daqui com ordem judicial. – Voltei ao meu tom normal, mas mantive a seriedade.

Esme não respondeu, pegou suas malas e Cathy, batendo a porta atrás de si, tive pena da minha irmã me despedi dando apenas um simples aceno triste, a ultima coisa que ouvi foi um cantar alto de pneus e um carro cruzando a nossa rua.