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Ainda brava (comigo mesma) acordei no meio da tarde, agarrada no menino, como se pela manhã eu tivesse feito um mar de lágrimas (N/A Como eu sou intrometida vim aqui de novo: Pra quem não sabe, Alice, de Alice no país das Maravilhas faz um "mar de lágrimas" quando cresce de mais e acha que é Mabel) e não soubesse nadar.

Sem abrir os olhos repassei mentalmente o diálogo torturante que apareceu em todos os meus sonhos.

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–Por que você fez isso Alice?

Eu fala na frente de um espelho. Uma hora minha boca se mexia e dela saim as palavras, pouco depois o meu reflexo, e somente ele, falava. Me sentia como Alice, da história de Alice através do Espelho. Só que sem poder me refugiar dentro dele.

–Eu não sei! Pare de em perguntar! Só está me fazendo me sentir pior!

–Não é minha culpa se você entregou para um menino que, vamos deixar claro, não quer nada com você, que além de estranha, você está apaixonada por ele e ainda por cima, pra completar, é ciumenta. Alice! Onde já se viu ter ciúmes do que não é seu?

–Não.Foi.Culpa.Minha. Olha, eu falei por impulso, morta de sono. E mais, ele nem vai acreditar.

–É bom que esteja certa!

POV Pietro

Eu não estava acreditando! Nunca fui bom em aulas de português, mas conseguia entender os textos mais complexos. Agora umas simples palavras de Alice me deixavam confuso.

Tentei repassar.

Alice não gosta das minhas amigas.

Alice nem conhece elas.

Talvez seja ciúmes.

Só não sei de que. Não é de mim. Alice jamais iria me querer.

Mas as coisas apontam pra isso.

Alice estava com sono. Provavelmente não falou nada com nada e só quer minha amizade, como antes.

Desisti de tentar entender depois de um tempo, resolvendo deixar as coisas quietas e esquecendo a possibilidade de Alice querer mais que amizade comigo.

Enroscada em mim ela dormia num sono agitado. O rosto molhado do que decidi acreditar que era suor e os lábios num beicinho que tive que me controlar para não beijar.

Num momento percebi que ela tinha acordado. Passei as mãos pelos cabelos e chamei baixinho.

Alice?

–Ahn?

–Acordou?

–S-sim.

–Que ótimo.

Beijei ela no topo na cabeça.

–Pietro...

–Fala Lice...

–Sobre aqui que eu falei. Esquece. Por favor. Eu tava com sono. De TPM. Só... Só esquece.

–Tudo bem baixinha. Já esqueci. Não pense que eu tinha alguma espe...

Parei a frase na metade me arrependendo mortalmente. Felizmente a Alice sonolenta do meu lado, aparentemente não percebeu meu deslize.

–Obrigada.

–Pequena... Eu tava pensando... Por que você não liga pra sua mãe, tranquiliza ela, toma um banho quente aqui mesmo e eu te dou a sua primeira aula?

Alice sorriu. O sorriso mais lindo do mundo. Mais brilhante, bonito e fabuloso que o do gato de Cheshire.

–Claro.

Apressada e com aparência bagunçadamente fofa ela pulou da minha cama para o chão frio. Quando sentiu a temperatura dele, ela deu um saltinho e voltou a se acomodar do meu lado.

–Tá frio.

–Muito. Mas você tava suando em quanto dormia.

Porra Pietro, por que você foi falar isso?

–É-é? Não costuma acontecer...

Levantei, remexi no armário até encontrar um par de pantufas que eram minhas quando eu era menor. Claro que não me serviam mais. E se servissem, acho que eu não as usaria, tendo em consideração que tem orelhas de coelho nas pontas.

Alice calçou as pantufas e me perguntou onde ficava o banheiro. Disse pra ela usar o dos meus pais, por que Marcelo podia muito bem estar em casa e querer usar o banheiro, acabar encontrando Alice e pondo mais um monte de bobagens na cabeça dela..


Quando ela entrou no quarto lhe recomendei que fechasse a porta com a chave.

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Com os cabelos úmidos e somente uma toalha enrolada no corpo Alice timidamente entrou em meu quarto.

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–Pietro, pode me dar uma roupa? As minhas estão molhadas de mais, e está frio.

Mais que depressa corri até o guarda-roupas.

Minutos depois, já dentro do meu quarto, encontrei Alice com uma camiseta de banda minha, meias de lã daquelas que minha avó em da de aniversário desde que me lembro por gente e um casaco, dessa vez meu, por cima.

Sentamos em cima de algumas almofadas e eu puxei o cobertor da cama pras nossas pernas.

Peguei o violão na mão e comecei a explicar o básico pra ela (N/A: Okay, eu não seu tocar violão, infelizmente, então não posso descrever as aulas totalmente,s e contentem com isso ou paguem um professor pra mim u.u ).

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–Pietro, toca alguma música.

Alice tinha se saído bem nas aulas, se mostrando bastante atenta, exitada e uma pessoa que aprende rápido.

Vamos deixar claro uma coisa: Meu cérebro deu bug nos próximos momentos, eu fiquei retardado, sem saber o que estava fazendo.

Com o pedido de Alice, imediatamente comecei meu plano de impulso com minimas chances de dar certo.

Com os olhos fechados pra não me dar conta do que estava fazendo e perder a coragem comecei a dedilhar.

(N/A: Oi de novo. Seguinte, recomendo muito vocês prestarem atenção na letra. Ela basicamente fala sobre o amor não correspondido. Beijo na bunda. Não... Pera.)

You don't want me, no

You don't need me

Like I want you, oh

Like I need you


And I want you in my life

And I need you in my life


You can't see me, no

Like I see you I can't have you, no

Like you have me


And I want you in my life

And I need you in my life


Love, love, love Love, love, love


You can't feel me, no

Like I feel you

I can't steal you, no

Like you stole me


And I want you in my life

And I need you in my life

Sem o violino ficava incompleta, mas coma letra dava pra entender. Só esperava que Alice entendesse o sinal. Ou não. Não exatamente se queria que ela soubesse que me percebi apaixonado por aqueles olhos verdes, aquele cabelo castanho e aquele sorriso mais lindo do mundo.