O Jardim Das Cerejeiras

Capítulo 10 - Chegando em Casa.


– Quem é essa mulher? – e novamente Peeta não teve tempo de responder.

– Sou a esposa dele – disse Katniss com voz firme – Sou sua mulher, sou a senhora Mellark, você escolhe.


– Peeta o que significa isso? Algum tipo de brincadeira de mau gosto? – diz Clove lançando um olhar gélido para Katniss.

– Não Clove, é isso mesmo que você ouviu – diz Peeta passando o braço em torno do ombro de Katniss e trazendo-a ate si – Como ela falou você escolhe como chamar se de minha esposa, minha mulher ou senhora Mellark, pois agora sou um homem casado – ele diz isso com um largo sorriso no rosto e Katniss o olha incrédula, pois aquele não é o mesmo homem que ate alguns minutos atrás estava frio com ela – Eu casei.


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Duas senhoras surgem na sala vindo da cozinha da casa e ambas olham para o rosto de Clove que migrava do espanto para quase uma face de ira. Elas abraçaram Peeta e o olhavam como se ele tivesse apenas cinco anos de idade, enquanto o enchiam de perguntas de se ele havia se alimentado bem, se havia dormido em lugar confortável e ate mesmo arriscaram dizer que ele havia emagrecido com essa viagem. Katniss observava a tudo com um meio sorriso nos lábios, por ver o quanto seu marido era querido por aquelas mulheres.


– Katniss, essas são Ripper e Hazelle elas são como se fossem da família, trabalham para nós a muitos anos, antes mesmo de eu haver nascido – disse ele abraçando-as – Então se há alguém nesse mundo que conhece-me melhor que ninguém são essas duas aqui.

– Ripper, Hazelle essa é Katniss minha esposa – elas o olham de boca aberta – Isso mesmo eu casei, agora sou um senhor, então fechem essas bocas.

– Oi é um prazer – é tudo o que Katniss consegue dizer no momento.

– O prazer é nosso senhora – disse Hazelle – Desculpe-nos o espanto é que Peeta não falou nada senão teríamos feito algo para receber os noivos.

– Isso mesmo, como você me faz uma coisa dessas, casar sem nos avisar... – Ripper não agüenta e começa a chorar.

– Oh Ripper eu não fiz por mal, foi tudo muito rápido e não teve como avisá-las, mas prometo que em breve faremos a nossa comemoração aqui e você vai poder fazer tudo que planejou para esse grande dia – Peeta a abraça e ela parece mais satisfeita com sua promessa.

– Mas você casou mesmo, de papel passado e tudo? – pergunta Clove com uma nota de sarcasmo na voz.

– Claro Clove a Katniss é de uma família tradicional e mesmo se não fosse, jamais me uniria a alguém sem os laços sagrados, apesar que foi com um padre – ele disse isso e Katniss o olhou sem entender – É que minha família é protestante Katniss, mas quando for dar a festa eu chamo o reverendo para nos abençoar novamente.

– Pra mim isso não tem a mínima importância, minha fé vai além de uma religião – disse Katniss e Hazelle sorri em satisfação.

– Que bom que você pense assim, mas caso queira, na vila tem um padre e um reverendo, ambos são homens bons – Peeta diz isso e a conduz ate o interior da casa.

– Obrigada – ela agradece sentindo todo o peso do olhar de Clove.


Peeta conversa com Hazelle e Ripper e pedi para que preparem o quarto principal que foi de seus pais, pois ficaram lá de agora em diante. Também comunica que em breve chegaram dois novos criados, a Rue e o Beetee, o que deixa as duas mulheres muito felizes, pois serão de grande ajuda nos afazeres da casa e da fazenda.

Katniss aproveita para dar uma olhada geral nesse ambiente de entrada, uma sala ampla com objetos de requinte e bom gosto. Peeta a pega pela mão que faz com que os dois sintam ondas elétricas escapar por entre seus dedos, fazendo-o largar sua mão abruptamente, pois ele começa a conduzi-la ate o quarto que era de seus pais e teme por não resistir e acabar quebrando sua palavra de não mais possuí-la.

Quando eles passam pelo corredor Katniss percebe que há inúmeros quadros de artistas que ela talvez reconheça, mas deixara essa parte para explorar depois e entra no quarto logo após Peeta e o cômodo a deixa atordoada diante de tanta beleza, uma enorme cama encostada na parede central com criados mudos de cada lado contendo castiças e um livro. O armário é em madeira nobre, alias todos os moveis e ela caminha ate o reservado e fica atordoada com o que vê, o reservado de sua casa é extremamente confortável devido a posição social de sua família, porém o daquele quarto era de um luxo, de um requinte que Katniss jamais vira em sua vida, ela olha cada detalhe. Mas nada do que vira ate agora a preparou para o que estava por vir, Katniss sempre achou a visão do jardim através da varanda de seu quarto um sonho ate olhar a varanda daquele que seria seu novo quarto. Ela saiu ate a sacada e vislumbrou ao longe o jardim das cerejeiras com as montanhas nevadas ao fundo, aquela paisagem era tão bela quanto a que ela viu em sua chegada com a diferença que agora ela teria o privilegio de desfrutar sem sair de seus aposentos e isso lhe alegrou o coração fazendo-a liberar um sorriso que a fez corar quando percebeu que Peeta a olhava.


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– Eu sei o que você esta sentindo Katniss, ate hoje essa paisagem me deixa sem fôlego quando venho aqui – disse ele abrindo o armário – Aqui tem alguns vestidos que foram de minha mãe, se quiser lavar-se e trocar-se pode escolher o que você quiser, afinal tudo que era dela nessa casa agora é seu.

– Obrigada – Katniss agradece virando-se para olhá-lo melhor quando viu um quadro enorme atrás de Peeta – Essa é sua mãe – ela pergunta aproximando-se do quadro.

– Sim – responde ele.

– Ela era linda – Katniss diz e percebe algo que a fez dar um paço para traz como se quisesse verificar se era verdade o que seus olhos viam – Esse vestido é parecido...

– Parecido não, idêntico. Quando disse que eu cuidaria do seu vestido de noiva, na verdade não estava sendo gentil, eu queria que fosse uma replica desse que minha mãe usou – ele aproxima-se dela para contemplar o quadro.

– Estou impressionada com a semelhança – disse Katniss, pois os vestidos eram iguais o que diferenciava era que o vestido do quadro era laranja e o de Katniss branco.

– Semelhante não idêntico, olhei tantas vezes esse quadro que memorizei cada detalhe – disse ele sentando na cama.


Katniss olha rapidamente os vestidos no armário e depois olha para seu marido, tentando decifrar o que ele esta pensando, enquanto Peeta esta tentando convencer-se de que será capaz de dividir o mesmo quarto que sua esposa e resistir o desejo de tocá-la.


– Porque você fez aquilo? – perguntou Katniss com o olhar baixo.

– Aquilo o que? – disse Peeta.

– Aquilo orás de me apresentar como sua esposa e ainda por cima abraçado a mim?

– Mas é o que você é minha esposa.

– Mas você disse que não me tocaria mais – indagou ela.

– Eu disse que não lhe tocaria no intuito de fazer de você minha mulher novamente, a não ser que você peça-me – disse isso e levantou-se da cama e aproximou-se dela.

– E que diferença isso faz? – Katniss já estava mudando o seu humor.

– A diferença que ninguém tem nada haver com que acontece em quatro paredes conosco.

– E Clove o que ela sua? – Katniss falha um pouco a voz ao tocar no nome da Clove.

– Ela é como se fosse uma irmã, meus pais a criaram depois que seus pais morreram, por que? Esta com ciúmes? – ele diz isso com seus lábios a centímetros do dela o que a deixa totalmente desconsertada.

– Eu ciúme? De você? Nunca! – sua voz falhou novamente e Peeta sorri.


Hazelle entra no quarto e os dois afastam-se a deixando sem jeito e Peeta sai do quarto, enquanto Hazelle segue ate o reservado para preparar um banho para a nova dona da casa. Katniss foi ate o armário escolher um dos vestidos para vestir, alem de serem lindos ela não tinha outra opção, pois seus vestidos só viriam daqui a alguns dias trazidos por Rue e Beetee.


– Seu banho esta pronto senhora, enquanto a senhora lava-se eu vou trocar o enxoval de cama – disse Hazelle abrindo um armário no canto do quarto onde guardavam apenas os enxovais de cama e banho.

– Por favor, pode me chamar de Katniss – disse Katniss sem jeito.

– Vou tentar senhora, se é assim que preferi – disse Hazelle tirando os lençóis que estavam na cama.

– Prefiro, principalmente depois do jeito que vi como vocês tratam meu marido – disse Katniss sorrindo a lembrar-se da forma como Peeta foi abordado por Hazelle e Ripper na chegada, com tanta preocupação – Como ele disse vocês são da família.

– É o meu trabalho – disse Hazelle com um brilho novo no olhar depois das palavras de Katniss.


Katniss toma um banho e com especiarias e essências depois veste-se sozinha, colocando um vestido negro de decote profundo, com rendas e bordados delicados, que deixam o vestido belo no corpo de Katniss, que olha-se no espelho enorme que há no quarto e fica muito feliz com o que vê, pois o vestido da mãe de Peeta modela-se perfeitamente ao corpo de Katniss.



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– Porque você fez isso? – pergunta Clove.

– Isso o que? – responde Peeta com outra pergunta sem entender o que ela esta falando.

– Casar-se! Você nem conhece ela, nem avisou-me de nada, por que você fez isso?

– Clove eu te amo, tenho você como uma irmã, mas eu não lhe devo explicação do que faço ou porque faço, hoje se devo alguma explicação a alguém, esse alguém é a Katniss, minha esposa e eu realmente espero que você a trate se não com carinho, pois eu bem lhe conheço, espero que com o mínimo de respeito que é o que ela merece, estamos entendidos – disse Peeta enquanto procurava algo para vestir no armário do seu agora antigo quarto.

– Vou tentar, mas por você, porque te amo, mas ainda acho que ela não é mulher pra você – diz Clove secamente, enquanto Peeta sorri achando sua atitude coisa de garotinha com ciúmes do irmão.

– E qual seria a mulher ideal para mim então?

– Eu – responde Clove e sai do quarto a passos fortes enquanto Peeta sorri achando tudo um infantilidade.


Antes de lavar-se Peeta pedi para Ripper providenciar que chamem Thresh ate a casa, pois ele quer saber como transcorreram as coisas na fazenda durante sua ausência. Peeta lava-se e depois veste a roupa que havia separado anteriormente, uma calça branca e camisa branca, como ele não pretendia sair mais de casa naquele dia optou por uma roupa leve e quando se deu conta que estava todo de branco foi quando saiu do quarto e encontrou com Katniss no quarto principal usando preto, ambos deram um breve sorriso com o contraste e Peeta a chamou para comerem algo e Katniss prontamente aceitou.



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Tresh estava saindo do hectare onde estava sendo colhido o café quando um dos criados da fazenda chega e comunica que o senhor Mellark chegou e quer vê-lo. A principio Thresh não entende, pois quando Peeta chegava de qualquer viagem ele mesmo tratava de encontrá-lo pelas plantações estando cansado ou não, mas vai a seu encontro. Quando esta fora do hectare ele vê um homem em um cavalo vindo ao seu encontro.


– Thresh o Mellark onde ele esta? – pergunta o homem ofegante.

– Acabou de chegar de viagem, porque? O que foi homem? – pergunta Thresh apreensivo.

– O milharal da senhora Cresta, atearam fogo, ela esta precisando de ajuda – Thresh prontamente reuniu uns homens que estavam na colheita e mandou que pegassem cavalos e charretes e fossem ate a fazenda Cresta ajudar a conter o fogo, foram cerca de cinqüenta homens e logo depois correu em direção ao seu cavalo e montou-o.

– Volte com eles, vou falar com o Mellark, ele vai saber o que fazer – disse Thresh e partiu para a casa grande.


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Quinze minutos depois Thresh adentra a casa chamando por Mellark que esta a mesa saboreando uma refeição com Katniss.


– Mellark, você precisa vir comigo, atearam fogo no milharal da fazenda dos Cresta a senhora pediu que viessem buscar ajuda aqui – disse Thresh ofegante.

– Chame alguns homens...

– Já fiz isso mandei uns cinqüenta homens irem na frente enquanto eu vinha lhe chamar – disse Thresh interrompendo-o.

– Você fez bem, vou pegar meu cavalo, enquanto isso vá a nossa vila e reúna mais alguns homens e siga ate a fazenda com ou sem minha presença – Thresh concordou com a cabeça enquanto Peeta levantava-se da cadeira e saia.


Peeta corre para pegar o seu cavalo, quando chega á entrada do estábulo ele ouviu passos de alguém que o seguia, virou-se e surpreendeu-se ao ver que era Katniss.


– O que esta acontecendo? – pergunta ela.

– O que você ouviu, atearam fogo no milharal da fazenda vizinha e ela pediu-me ajuda e eu estou indo ajudar – disse ele entrando e logo viu seu cavalo – Black amigão quanta saudade, mas vamos nos divertir depois, agora temos algo importante a fazer – disse ele enquanto selava o cavalo.

– Eu vou com você! – afirmou Katniss.

– Claro que não, eu não sei em que circunstancia se deu esse incêndio – diz ele severamente.

– Vou sim, se você não levar-me junto eu vou a pé – disse ela segurando as rédeas de Black – E deve ser perigo para mim, por mais que esteja em sua fazenda eu não conheço nada nem ninguém, vai me deixar andar por ai a esmo? – Peeta revira os olhos, pois sabe que pelo pouco que conhece de Katniss ela é capaz sim de sair a pé ate a fazenda Cresta, mesmo sem saber onde é.

– Dei-me sua mão – diz Peeta puxando-a para cima do cavalo onde ela logo ajeita-se na garupa do animal e entrelaça seus braços pela cintura musculosa de Peeta para logo depois sentir seu cheiro de suor, enquanto Peeta reúne forças para concentrar-se tendo as mãos de Katniss roçando seu abdômen – Pronta?

– Sim!



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Thresh chega à fazenda e encontra os homens do Mellark trabalhando para apagar o incêndio que estava prestes a tomar mais um hectare, pois depois que Mags mandou chamá-los as chamas já haviam consumido quase dois hectares do milharal, porém com a chegada de ajuda agora tudo ficaria mais fácil, pois os homens do Mellark haviam conseguido controlar uma área das chamas e com certeza o resto do hectare seria uma pequena questão de tempo. Estavam todos a olhar para as chamas que pareciam controladas e do nada cresceram e passaram para outro hectare fazendo todos entrarem em desespero, mesmo com a chegada de Thresh e outros homens, as chamas teimavam em crescer. Homens e mulheres levavam água ate as chamas de forma ordenada, enquanto outros homens estavam com folhagens verdes enormes apagando o que ficava das chamas para evitar que voltassem a crescer.

O desespero e o cansaço já esta dominando a todos, pois o dia já estava indo embora e dando lugar á noite tornando o trabalho de conter a propagação do fogo mais difícil. Mags esta diante do maior foco de incêndio quando alguém aponta para um morro que fica ao lado milharal e quando um a um daqueles que encontravam-se próximos a ela vão virando-se para ver do que tratava-se, Mags acompanha o olhar de todos e vê acima do morro com as cores do por do sol que misturavam-se com as chamas um homem vestido de branco e uma mulher vestida de negro como a noite que estava por vir.


– Mellark, eu sabia que podia contar com você! – afirmou Mags a si mesma.