The Other Reality

Don't Know What To Do


-Carrie- Acorda, por favor...

Já passaram dois dias e ela continua na mesma...

As palavras da enfermeira ecoam na minha cabeça.

"(...) pode nunca mais acordar."

Talvez seja isso que vai acontecer...

Talvez a Carrie nunca mais acorde...

Talvez eu esteja aqui, sozinho para nada.

Chega disso.

Se hoje eu não tiver notícias dela, volto para Londres.

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Ela não vai sentir a minha falta, ela não me conhece...

O Jake e o James já foram... A minha mãe me ligou milhões de vezes, mas eu não...

O meu telemóvel começou a tocar:

Mamã :3

Suspirei.

-Falando no diabo... - disse para mim próprio.

"Se eu não atender agora, ela vai continuar a ligar e ainda vai ficar tão preocupada que é capaz de me vir cá buscar... Let's do it."

-Olá mãe... - disse apreensivo pela sua reação.

"Prepara-te para os gritos John..."

-OLÁ MÃE?! JOHN ANDERSON, QUANTAS VEZES É QUE JÁ TE LIGUEI E TU NÃO ATENDESTE? QUERES MATAR-ME DO CORAÇÃO?! POR QUE É QUE NÃO VOLTASTE? ONDE É QUE ESTÁS? O QUE...

"Pois... Era disto que eu estava á espera. Estas reações são típicas da minha mamã."

-Calma mãe... - interrompi.

-CALMA?! QUERES QUE EU TENHA CALMA COMO SE TU...

Suspirei.

-Mãe! - interrompi novamente e ela acalmou-se - Está tudo bem, estou em Miami, fiquei aqui a resolver uma cena, mas não te preocupes. Dentro de 2 dias ou antes estou aí de certeza. Não te preocupes...

-Filho, que assunto? Tu meteste-te em alguma confusão? Tráfico de drogas, mulheres... Alguma coisa do género? Conta-me John. - a voz dela estava "a tremer" , como se estivesse quase a chorar e a preocupação era evidente na sua voz.

-Não sei mãe, eu realmente não sei o que se passa comigo... Quando estava a voltar para o hotel com o James anteontem vi uma... - ia contar à minha mãe o que se estava a passar, mas parei quando vi uma enfermeira aproximar-se de mim. Já estou aqui há tanto tempo que já as consigo reconhecer ao longe...

-John? John? Filho, estás aí? - a minha mãe continuava a falar do outro lado da linha, mas eu não estava a prestar atenção.

-Menino John, trago excelentes notícias para si.

Fiz um sinal para a enfermeira esperar e voltei a atenção para minha mãe.

-Mãe, olha, tenho de desligar, depois ligo-te. Prometo, está bem? Beijos. Amo-te muito mamã. - disse baixo para a enfermeira não ouvir, afinal eu tinha- lhe dito que os "nossos" (meus e da "Isabella") pais tinham morrido e se ela ouvisse eu a falar com a minha Mamã ia gerar uma confusão enorme e eu prefiro não correr riscos.

Ainda ouvi a minha mãe a chamar-me do outro lado da linha, mas eu não poderia falar com ela naquele momento então ignorei e apenas terminei a chamada.

-Diga. - disse para a enfermeira.

-A sua irmã acordou e está a recuperar bastante. Se ela continuar assim, amanhã ao fim do dia ou na manhã do dia seguinte já deverá ter alta. - fiquei muito feliz com a notícia, mas uma coisa ainda estava na minha cabeça...

-Mas ainda há riscos de acontecerem aquelas coisas outra vez?

-Não, o máximo que pode acontecer de mal é ela não se lembrar de algumas coisas e ter algumas dores de cabeça fortes de vez em quando.

Um sorriso enorme formou-se nos meu lábios.

Ela está bem.

Felizmente, acabou este drama todo.

Acabaram-se os comas e as paragens cardíacas.

E...

Finalmente eu ia conhecê-la... A Carrie.