–Bankai...?! – Questionou Soifon espantada com a cena.

–Não é possível...! – Afirmou Hitsugaya com os olhos arregalados. – Você não havia dito que os KyariyaKami nunca chegaram a ser capitães dos esquadrões?

–E nunca chegaram. – Respondeu Mei friamente. – Mas isso não quer dizer que não tenhamos despertado a bankai. – Terminou de falar extremamente séria.

–He. – Sorriu Ikkaku chamando a atenção de todos pra si. – Acho que temos algo em comum então. – Provocou. – Invocar você sabe, mas veremos se você sabe manipular bem sua bankai! – Gritou o fukutaichou pegando impulso e indo de encontro à inimiga.

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–Ikkaku, espera...! – Tentou alertar Hitsugaya, mas foi em vão.

Quando Ikkaku estava a centímetros de Mei, acreditando ter passado entre os intervalos dos raios que saíam constantemente da terra, teve seu estômago perfurado pela lança-espada.

–Hayai... – Susurrou Ikkaku sendo pendurado pela Zanpakutou da inimiga, cuspindo uma grande quantidade de sangue.

–Cansei de brincar. – Falou Mei séria, fazendo com que sua Zanpakutou brilhasse fortemente azul e disparando um raio que atravessou o fukutaichou e o lançou para longe.

–Ikkaku! – Gritou Hitsugaya preocupado.

–Você devia prestar atenção na batalha. – Susurrou Mei surgindo atrás de Hitsugaya, o que fez com que o mesmo suasse frio.

–Kuse! – Disse ele virando para se defender, mas num movimento rápido Mei girou sua Zanpakutou em movimento crescente.

Raitoningu Pasu Reverse (Caminho do trovão inverso). – Pronunciou Mei friamente fazendo com que uma enorme quantidade de raios, que saiam da terra, fossem disparado contra Hitsugaya, atingindo-o em cheio, ocasionando inúmeros cortes e queimaduras, mais intensas que as anteriores, por todo seu corpo.

“Ela não está para brincadeiras...!” – Pensou Soifon suando frio ao analisar a situação.

–Bom. – Disse Mei virando-se para Soifon. –Acho que só falta você. – A fitou extremamente séria.

– Unidade Sul –

–A batalha no esquadrão leste está ficando mais intensa. – Disse Renji preocupado olhando na direção de onde vinha os brilhos e sons intensos de relâmpagos e trovões.

–E esse Tenioenais não param de aparecer... – Completou Iba ao lado do companheiro.

–Iba, Renji. – Disse Byakuya surgindo no local. – Concentrem-se na batalha. – Falou friamente.

–Mas Byakuya taichou, nós não devemos ajudá-los?! – Questionou Renji incomodado.

–Fomos incumbidos de proteger esta unidade, temos que cumprir com a ordem do soutaichou. – Afirmou Byakuya sério.

–Mas... – Tentou dizer Renji, porém notou que seu taichou apertava fortemente os punhos; por mais frio e severo que fosse, Renji sabia que Byakuya, naquele momento, também estava preocupado e queria ajudar, mas o que seria do portão sul se eles abandonassem?

–Parece que a Nee-Chan começou a lutar a sério. – Ecoou uma voz conhecida entre a campina.

–Essa voz...! – Exclamou Renji virando-se rapidamente e confirmando o que tanto temia. – KyariyaKami Yui! – Afirmou espantado.

–Yo! – Disse Yui acenando. – Parece que você não tem muita sorte, não é? – Ironizou.

–Esse cara de novo... – Murmurou Iba fitando-o.

–Vocês vão ficar parados aí? – Provocou Yui. – Então acho que eu vou ter que avançar...

–KyariyaKami Yui. – Disse Kuchiki Byakuya tomando a frente. – Dessa vez eu também serei seu inimigo.

–Hum? – Yui levantou uma sobrancelha. – Você vai participar de uma batalha de três contra um?!

–Se fosse de acordo com meus ideais eu realmente não participaria, mas isso se trata de uma guerra e minha missão é proteger a entrada sul da Seireitei, não importa como. – Relatou friamente encarando o outro.

–Tudo bem. – Deu-se por vencido. – Vai dar mais trabalho... mas será mais divertido também! – Então voltou a encará-los com olhar sádico e lambendo os lábios inferiores.

– Seireitei –

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Passos apressados podiam ser ouvidos por todo lado, como um coral de sapateados, dentro da grande cidade. Shinigamis corriam descontroladamente de um lado para o outro, hora para dar suporte com kidous médicos, hora para dar reforços contra os monstros que tentavam destruir a barreira. Outros intermediavam a passagem destes entre a metrópole e o campo ao lado de fora, dando saídas para os reforços e trazendo para dentro os feridos – que ainda tinham chance de vida.

Por mais complicado que estivesse sendo aquela guerra, não poderiam reclamar, pois a proteção que cercava a cidade mantinha muitas pessoas a salvo, além de guardar os lugares onde estavam os mantimentos e armamentos necessários para qualquer batalha. O que os aliviavam um pouco e mantinha a chama da esperança de vitória acessa.

No meio da confusão e da gritaria, em meio a um beco escuro distante, uma sombra misteriosa surgiu. A mesma começou a inclinar-se e aos poucos foi tomando forma humana, revelando-se o mesmo ser misterioso que tentou comunicação com Ichigo no Mundo do Precipício. Este olhou em volta, notando que estavam tão preocupados com a guerra ao lado de fora que não havia proteção ao lado de dentro, liberando um pequeno sorriso em seus lábios após concluir tal pensamento.

–Certo, é hora de colocar o plano em ação. – Disse a si mesmo enquanto cobria novamente o rosto com seu casaco que usava por cima de outra roupa não identificável.

– Unidade Leste –

–Por quanto tempo vai ficar apenas na defesa? – Disse Mei aumentando a velocidade e a precisão dos ataques com sua lança-espada em direção a Soifon.

–“Kuse! Com essa forma da Suzumebachi eu não consigo lutar de perto!” – Pensou Soifon esforçando-se para manter a grande Zanpakutou como forma de proteção.

A luta continuou durante um curto período de tempo, Mei parecia não estar levando tanto a sério – por mais que houvesse falado que faria tal ato – fazendo até mesmo com que os raios a sua volta cessassem por quanto estava perto. Repentinamente, para surpresa de Soifon, Mei deu um salto para trás e a distância colocou uma das pontas de sua arma na grande arma da inimiga.

–Você sabe qual material é considerado um bom condutor elétrico? – Questionou Mei mantendo a mesma expressão assustadora em sua face, com a bolsa de seus olhos preenchidos de vermelho sangue.

–Droga...! – Disse Soifon captando o que a inimiga estava querendo dizer, mas já era tarde.

Chokku Houden! (Descarga Elétrica) – Disse friamente, liberando através de sua Zanpakutou uma enorme carga elétrica de volts extremamente elevado, sendo conduzido pela arma de metal de Soifon e quando houve um contato direto, uma grande rajada de raios, unidas em uma só, saiu debaixo da taichou, atingindo-a em cheio com uma pressão sobre-humana.

Soifon caiu poucos segundos depois, inconsciente, e a fumaça exalava de seu corpo queimado.

–Bom, parece que acabou por aqui. – Disse Mei olhando em volta e direcionando-se a barreira. – Hum... não vai ser tão difícil desfazê-la. – Concluiu após analisá-la.

–Espere! – Gritou Oomaeda se levantando em meio ao que restou do gelo e da poeira.

–Como vocês são irritantes! – Gritou Mei apontando uma das pontas de sua arma e disparando uma rajada que pegou o fukutaichou em cheio, arremessando-o há metros de distância.

Voltou seu olhar para a barreira e começou a pronunciar algum tipo de encantamento.

–Certo, agora vou acabar com isso e... – Disse posicionando-se para atacar a barreira, porém parou ao notar alguém em pé atrás. – Vocês não desis... – Estava prestes a se irar, mas ao virar-se deu de cara com uma cena que a fez arregalar os olhos de espanto.

Hitsugaya estava em pé, seu rosto estava escondido pela própria sombra de sua cabeça, e uma reiatsu intensa e branca o envolvia, causando uma grande pressão no ar. O sangue de seu corpo escorria e pingava constantemente no solo, fazendo uma grande poça a sua volta nos poucos segundos que ele estava no local.

–E-eu não posso... – Disse Hitsugaya sem forças. – E-eu não posso... – Não conseguia terminar de falar devido a pouca força que lhe restava. – E-eu não posso... perder! – Gritou cambaleando para os lados, mas mantendo-se em pé e com extrema dificuldade apontando a lâmina para a inimiga.

–Eu não vou pegar leve com você só porque você é uma criança semimorta! – Gritou Mei avançando numa velocidade incrível contra Hitsugaya, que devido ao seu fraco estado mal percebeu quando a garota se aproximou. A única coisa que conseguira ver era que ela havia repartido sua arma em duas novamente.

Mei – com sua arma dividida em dois – começou uma sequência de golpes rápidos e preciso em Hitsugaya, a cada segundo incontáveis cortes surgiam no corpo do pequeno taichou, que nada podia fazer. Terminou com um golpe lançando-o para o ar, recuando rapidamente e agachando-se para pegar impulso para um salto preciso.

–Você vai se arrepender de um dia ter tentado me enfrentar! – Gritou Mei unindo novamente sua Zanpakutou e atravessando-o num corte rápido como um relâmpago. – Raigeki! (Estrondo do trovão) – Então o céu brilhou intensamente com um risco gigantesco e irradiante que atravessou Hitsugaya.

Mei pousou em terra novamente após Hitsugaya se chocar contra o chão – formando outra poça ali –, seus olhos ainda mantinham-se firmes e sombrios. Olhou em volta com uma séria expressão em seu rosto e notou que não havia mais empecilhos em seu caminho. Porém, antes de dar sequer um passo, notou o pequeno taichou se levantando novamente.

–Você não morre nunca?! – Resmungou o encarando com ira total.

–Eu já disse... eu não posso perder... – Susurrou Hitsugaya já sem forças para sequer falar. – Eu vou proteger a Soul Society e a Hinamori! – Gritou firmemente surpreendo Mei com tal atitude.

Sangue escorria em demasia de todo seu corpo, a quantidade era tão intensa que se assimilava ao suor de alguém que houvesse acabo de correr quilômetros sem descansar. Seus olhos piscavam constantemente, trabalhando duro para manter-se abertos, enquanto que aos poucos sua vista escurecia. Já não sentia quase todo o corpo, a única coisa que o mantinha em pé era sua determinação.

– Em algum lugar da Soul Society –

Ichigo mantinha-se em posição de ataque enquanto a figura misteriosa se aproximava em passos lentos e calmos em sua direção. Engolia a seco cada vez que o inimigo se aproximava mais; suas mãos suavam, a esquerda apertava fortemente na tentativa de suster o nervosismo e a direita segurava com firmeza no cabo de sua Zanpakutou.

Cada segundo eram como horas, cada minuto, como dias. Estava em meio a guerra e precisava ajudar os outros, mas como ignorar tal pessoa que ameaça Ichigo apenas com sua presença? Após mais alguns passos, que pareceram meses para o ruivo, Ichigo finalmente pode confirmar que era uma pessoa com forma humana. Porém, olhando atentamente notou algo que fez seu coração estremecer, suas mãos tremerem cada vez mais, o suor escorrer demasiadamente de uma forma descontrolada de seus poros e sua respiração ficou pesada. Engoliu totalmente a seco quando a sombra de uma nuvem tampou a claridade do Sol por alguns instantes, podendo-se ver claramente a face do homem.

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–Yuzuke...?! – Espantou-se arregalando grandemente os olhos.

Base - Bankai Mei (Arashi no shoukan, Narukami)