Depois da manhã de amor, o casal ficou deitado na cama em silencio. De suas almas exacerbava o amor que sentiam transbordar de seus seres. Paulina estava deitada sobre o peito desnudo do amado, sentindo a sua respiração e o ritmo de seu coração. Carlos Daniel acariciava com a ponta dos dedos a pele de Paulina, contornando os traços de seu corpo. Em um breve momento, ela levanta a cabeça e seus olhos vão ao encontro aos do seu marido, a falta de movimentação de sua cabeça a fez ter certeza da possibilidade que ele a admirava há um tempo.

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Paulina: Posso saber por que o senhor Bracho esta me olhando assim?
CD: Estou admirando a mulher mais linda do mundo e que por um acaso é minha, só minha.
Paulina: Nossa, mas como você é possessivo - falou entre o riso
CD: Só cuido do que é meu. Sabe no que eu estava pensando Paulina?
Paulina: Em que meu amor?
CD: Em como eu não me canso de te amar, de fazer amor contigo - disse a beijando levemente
Paulina: Ai não fala essas coisas Carlos Daniel – disse com um leve rubor em suas bochechas.
CD: Mas se é a verdade.

Paulina vira-se rindo para o outro lado da cama e se depara com o relógio acusando que já estavam atrasados.

Paulina: Carlos Daniel olhe que horas já são, vamos levante estamos atrasados.
CD: Não meu amor, vamos ficar aqui, está tão gostoso te ter em meus braços.
Paulina: Eu sei meu amor, mas temos obrigações. Por quanto tempo você queria ficar aqui? Para sempre? - disse esboçando um sorriso em seus lábios.
CD: Acertou! Você aprendeu a ler pensamentos senhora Bracho?
Paulina: Não senhor Bracho, isso quem me disse foram seus olhos.
CD: E o que os meus olhos estão dizendo agora? - disse olhando fixamente para a boca de nossa eterna usurpadora.
Paulina: Eles estão me dizendo que você quer um beijo.
CD: Nossa como você é talentosa - disse a beijando apaixonadamente, tirando o folego da esposa e a levando as nuvens.
Paulina: Não - cessando o beijo– eu apenas te amo
CD: Eu também te amo vida minha.
Paulina: Mas vamos Carlos Daniel, levante-se, lembre-se que hoje você tem uma reunião com aquele investidor de Paris.
CD: Deixa que o Rodrigo cuide disso - beijando o pescoço dela.
Paulina: Nada disso meu amor, vamos, você tem responsabilidades.
CD: Mas Paulina...
Paulina: Meu amor, vamos, eu não vou desaparecer, temos a vida toda para nos amarmos.
CD: A vida toda não seria suficiente para amar você.

Seus olhares hipnotizavam uns aos outros, a magia do amor que sentiam era transmitida através de suas miradas. Como se fosse atraídos por um campo magnético, seus lábios aproximaram-se e por milésimos de segundos a milimétrica distancia que existia fazia suas respirações se confundirem e a compasso de seus corações baterem no mesmo ritmo. Torturado pela falta dos lábios de Paulina tocando os seus, Carlos Daniel não demorou a capturar aquela doce boca. Beijavam-se como se fosse primeira ou ultima vez, degustando lentamente o sabor do outro e fazendo com que suas línguas travassem uma dança sensual que os levava as estrelas. Anos de matrimonio não impediam que a magia que sentiam em cada beijo mudasse ou desaparecesse, pelo contrário, cada troca de amor, cada toque de lábios era perfeito e único.

O clamor de seus pulmões por ar mais uma vez os obrigou a parar. Cessaram o beijo aos poucos, selinhos e uma pequena mordida nos lábios dela pontuaram aquele momento. Ao abrirem seus olhos e se olharem, um sorriso de amor e paixão se fez presente no rosto dos dois. Palavras não são necessárias quando a voz do coração fala mais alto.

Apesar de não querer nunca mais sair dos braços de Carlos Daniel, Paulina não podia deixar de pensar suas responsabilidades, e reunindo toda a força que poderia encontrar pronunciou aquelas palavras que não mostravam nenhum significado doloroso, mas que naquela hora, por alguma estranha razão, foram como espinhos cravados no seu peito.

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Paulina: Meu amor ... o tempo... temos que ir.

CD: Então vamos não é! – Desistindo de tentar convencer sua amada– Você vai comigo pra fabrica?
Paulina: Não meu amor, eu vou até a escola da Paulinha e do Gustavo hoje, tenho que resolver algumas pendências lá e depois vou à fábrica.
CD: Melhor não...
Paulina: Não?
CD: Não! Depois da escola das crianças você volta pra casa e descansa, quero minha mulher estonteante para a surpresa que eu estou preparando.
Paulina: Ainda com essa ideia da surpresa meu amor?
CD: Sim, e não adianta tentar me convencer do contrario. O que estou preparando ficara eternamente em nossas memórias.
Paulina: Como eu te amo.
CD: E eu a você meu amor, e eu a você.

~ Na sala de Jantar~

Lizete: Bom dia família.
VP: Bom dia meu amor.
Lizete: Hoje o dia está tão bonito não é?! Os passarinhos cantando, o sol brilhando, um dia perfeito - disse suspirando e com um sorriso no rosto
Carlinhos: Eu conheço essa cara de retardada, porque tanta felicidade Lizete?
VP: Carlinhos!! – Disse a matriarca da família repreendendo o bisneto.
Lizete: Deixa ele vovó, o que esse garoto fala ou deixa de falar não tem a mínima importância.
Carlinhos: " o que ele fala não tem a mínima importância mimimi” - a imitando
VP: Parem vocês dois.

Lizete: Não estou fazendo nada vovó, o implicante é ele.
Carlinhos: “o implicante é ele mimimi” – continuando a imitar.
Lizete: Já chega garoto - disse furiosa, levantando-se da mesa e andando em direção ao irmão.

Carlinhos percebendo a fúria nos olhos da irmã se levanta velozmente da cadeira e correu para o lado oposto de Lizete. As duas crianças de anos atrás parecia haver ressurgido naquela casa, corriam ao redor da mesa sem se importar com a fala de reclamação de vovó piedade, a expressão dos empregados e a risada eufórica dos irmãos mais novos. A correria dos dois apenas terminou no momento em que Lizete conseguiu alcançar o tecido da camisa do irmão, o segurando firmemente. O clímax da briga coincidiu com a chegada de Carlos Daniel e Paulina ao ressinto. Suas faces de espanto e raiva fizeram os herdeiros pararem instantaneamente e de cabeça baixa voltarem aos seus respectivos lugares.

CD: Mas o que está acontecendo aqui??

Paulinha: Lizete e o Carlinhos estavam brigando papai.

Carlinhos: Obrigado por relatar os fatos maninha – Irônico.

Paulinha: De nada, quando precisar é só me chamar.

A menina apesar de pequena ao perceber a voz carregada de ironia de Carlinhos, revolveu confronta-lo com um travesso sorriso no rosto. A forma como Paulinha respondeu gerou uma risada abafada em toda a família, o que incluiu até Carlos Daniel que apesar de estar bravo pela situação da briga, não pode deixar de esboçar um leve sorriso.

CD: E porque vocês estavam brigando?

Lizete: O Carlinhos que estava sendo chato paizinho.

Carlinhos: Eu só fiz uma pergunta e ela se estressou pai.

Lizete: Você me provocou garoto, mas para sua informação eu estou feliz porque o Miguel e eu hoje fazemos um ano de namoro. – Disse animada.

Paulina: Olha, isso é uma boa noticia. Vocês vão comemorar?

Lizete: Sim, ele vai me levar para jantar mãe.

CD: Você já sabe o que eu penso sobre isso não é Lizete?! – Disse sério e com frieza na voz.

Paulina: Carlos Daniel...

Lizete: Sim pai – falou abaixando a cabeça – você não gosta dele.

CD: Eu não falei isso.

Lizete: E então?

CD: Eu sempre vi você como minha menininha, minha princesa, e a notícia de que você estava namorando me surpreendeu e me enfureceu. Naquele momento a raiva movia meus pensamentos, eu só queria saber quem era o desgraçado que estava querendo roubar minha princesinha de mim...

Lizete: Pai – disse o interrompendo – ninguém vai me roubar de você, sempre serei sua filha.

CD: Deixe-me acabar meu amor.

Lizete como forma de concordância à fala de continuação do pai ficou em silêncio e o olhou atentamente.

CD: Mas a raiva que eu sentia pelo Miguel sem ao menos o conhecer acabou no dia que ele apareceu pela primeira vez aqui em casa. Quando eu o vi passando pela porta de casa com um buque de rosas nas mãos e com aquele olhar, todas as minhas dúvidas e ciúmes desapareceram.

Lizete: Que olhar paizinho?

Carlos Daniel olhou para Paulina e sorrindo segurou sua mão que repousava sobre a mesa. Seus olhares novamente conversaram, transmitiam silenciosamente o que suas mentes falavam. Entendendo sobre o que seu marido estava falando, nossa eterna usurpadora tomou a palavra e respondeu a pergunta da filha.

Paulina: Seu pai se identificou com aquele olhar Lizete.

CD: Era o mesmo olhar ... o mesmo jeito que eu olho para Paulina. - Disse olhando para sua esposa com amor e um sorriso transmitido na mirada.

CD: E depois de tudo que vivemos, depois de tudo que essa família passou nos últimos meses eu percebi que o verdadeiro amor não pode e não deve ser impedido. E além do mais, durante aquela fase negra que imperava sobre esta casa eu sei que era ele quem estava ao seu lado. O vi diversas vezes aqui no sofá de casa confortando o seu choro e isso filha é algo muito importante para um pai. Saber que você está sendo bem cuidada e que o amor que ele diz sentir por você é real.

VP: Sábias palavras meu neto.

Lizete: Isso foi a melhor coisa que eu já ouvi Pai. Obrigada por dar uma oportunidade ao Miguel. Obrigada por acreditar no nosso amor.

Carlos Daniel nada respondeu apenas olhou para a filha e sorriu. Logo depois sentiu uma pequena pressão em sua mão provocada pelo toque de Paulina, o induzindo a olhar em seus verdes olhos. Ao levantar a cabeça e encarar aquela íris, Carlos Daniel percebeu no olhar da nossa eterna usurpadora uma mistura de sentimentos, amor, orgulho, agradecimento...