I Can See Clearly Now

Capítulo 13


I Can See Clearly Now

—CaP 13-

Embalados pelo desempenho ruim de Cho, Draco, Ron e Hermione desceram do palco e aguardaram no pátio atrás do palco até que Harry encerrou a ligação e veio falar com eles.

— Meu padrinho está eufórico. Chamou a todos nós para comemorar por que tem certeza que vamos ganhar.

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— Dispenso – Draco deu de ombros. Já fora desagradável o bastante na outra noite. Não precisava repetir a dose.

— Ah, dá uma chance pro Sirius – Harry sorriu – Ele não é fácil de se conquistar, mas acho que gostou de você.

— Podíamos esperar o anúncio do resultado no Salão Comunal.

— Que anúncio? Tenho certeza que ganhamos – o tom de Malfoy não podia ser mais esnobe – Mas se fazem tanta questão de...

— Ei, Draco!!

A voz de Parkinson cortou a frase do loiro. Ela não vinha sozinha, estava com os dois gorilas que faziam parte da Death Eaters: Crabble e Goyle.

— Pansy... O que foi?

— Eu... Quero falar com você.

O loiro enfiou as mãos no bolso e acenou para Harry.

— Vão na frente, alcanço vocês depois.

O líder da banda não gostou muito, mas obedeceu. Avançou alguns passos sendo seguindo por Ronald e Hermione. Só então Malfoy virou-se para a ex-parceira de banda.

— O que quer?

— Seu pai. Ele pediu que o levássemos até ele.

— Pediu? – Draco debochou – Lucius nunca pede nada.

Crabble deu um passo a frente.

— Então sabe que tem que vir com a gente.

Draco o ignorou. Firmou os olhos cinzentos na garota.

— O que ele quer? Estou muito ocupado.

Pansy retorceu as mãos nervosamente.

— Não torne isso mais difícil, Draco. Eu...

— Eu sei como se sente, Pansy – Draco falou ríspido – Já estive no seu lugar. As coisas podem parecer complicadas. Mas... Eu dei um jeito e não pretendo voltar.

Pensava no rompimento repentino com a banda do qual fizera parte, no caminho difícil tendo que se apresentar em pubs de segunda categoria para que seu pai o deixasse em paz graças a promessa de nunca mostrar seu real talento.

Por um tempo acreditara que não teria outra vida, mesmo ao se apresentar em Hogwarts, suas asas estavam presas. Nunca poderia alçar vôos mais altos.

Até que sua mãe o livrara dos grilhões. O livrara das amarras.

— Draco...

— As portas estavam todas fechadas – Draco deu de ombros – Então abri uma janela.

Se referiu a Wiz e a forma como tudo se desenrolara de forma pouco convencional. Mas ali estava ele, prestes a vencer as quartas de final e chegar até as semifinais, algo que julgara impossível.

Impossível até sua mãe o liberar da promessa feita.

— É melhor vir logo – Goyle se impacientou. O tom rouco fez Malfoy engolir em seco. Aquele cara não era bom apenas com um instrumento musical... Seus punhos podiam fazer um belo estrago, como tantas vezes presenciara.

— Ele já tem um compromisso – a voz irritada de Harry chamou a atenção dos quatro. Ele voltara, junto de Ron. Hermione esperava um pouco mais a frente, parecendo bem preocupada.

— Aff... – Crabble resmungou enquanto erguia as duas mangas da blusa de frio. Ficou evidente que as coisas não iam acabar muito bem quando Goyle o imitou. Mas nem Harry nem Ron pareceram assustados. Os dois, tampouco, eram de fugir com medo de algo.

— Parem – Pansy soou seca – Deixem isso pra outra hora. Draco... Nós queremos fazer tudo do jeito certo...

— Não existe “jeito certo” na situação em que estão. Música é muito mais do que isso, Pansy. Precisa compreender o ponto.

A garota retorceu as mãos antes de dar meia volta e ser seguida pelos dois outros integrantes de sua banda. Goyle fez questão de bater com o ombro contra Potter, “sem querer”.

A preocupação de Parkison era ter que explicar ao senhor Malfoy por que falhara em levar o filho para uma conversa. E não seria nada legal chegar até ele de mãos abanando.

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Enquanto os três fugiam, Harry aproximou-se de Draco e tocou-lhe o braço.

— Você está bem?

— Sim. Estou ótimo. E podia cuidar de tudo sozinho.

— Claro que podia, Malfoy – Ron fez uma careta – Mas não voltamos por seu “encanto”. Voltamos por que nenhum capanga idiota vai tirar nosso vocalista da competição.

Draco ergueu uma sobrancelha de forma incrédula.

— Está bem, Weasel.

— Vamos para o salão comunal. Fique perto – Harry soou autoritário, fazendo Draco rir baixinho.

— Salão Comunal? Seria ótimo uma bebida agora – Malfoy resmungou. Os outros concordaram com ele.

— Posso falar com Sirius. Aposto que ele adoraria sair o quanto antes pra comemorarmos.

— Mas e o resultado, Harry? – Ron indagou – Não vamos esperar?

Draco rolou os olhos diante de tanta teimosia. Ou era insegurança demais ou apenas ignorância. Não havia a menor chance de perder praquela garota insuportável.

— Oras, Ron – Hermione interferiu mediadora – daremos um crédito ao desempenho da Wiz, está bem? Nós fizemos uma apresentação praticamente perfeita.

O ruivo teve que concordar com aquela afirmação.

— Em meia hora na portaria Gryffindor, combinado? – a pergunta de Harry foi dirigida a Malfoy que apenas concordou com um aceno de cabeça e se afastou – Seja cuidadoso. Você tem meu número.

Malfoy não respondeu as recomendações de cuidado.

HPDM

Quase uma hora depois Draco apareceu para se encontrar com os outros. Mas os três já imaginavam algo do tipo, pelo pouco tempo que conheciam o garoto. Fato que não impedira Weasley de resmungar coisas como “filhinho de papai folgado” e similares.

Apesar da demora Harry tinha que dar o braço a torcer: Draco usara o tempo pra se arrumar e caprichara no visual. O Slytherin aproximou-se dos companheiros de banda e antes de qualquer cumprimento Potter tocou-lhe o queixo e depositou um beijo rápido, algo que queria fazer desde que desceram do palco, arrancando uma careta de Ron e um sorriso enviesado de Hermione.

— Vamos logo. Meu padrinho deve estar impaciente – Harry disse, entrelaçando seus dedos no de Draco e o puxando junto a si.

Conforme combinado Sirius e Lupin já esperavam do lado de fora da portaria. A empolgação de Black era mais que perceptível: era contagiante. Assim como Malfoy já acreditava que a vitória de mais aquela fase estava nas mãos da Wiz.

— E vocês vão explodir o hanking de estrelas – Lupin completou depois de cumprimentar os recém-chegados.

— Harry passou a nossa frente depois da apresentação com a música do Pet Shop Boys. Eu empatei com Malfoy e Ron ganhou um pouco menos.

— Eu errei algumas notas, confesso.

— Mas depois de Ben, Malfoy vai nos fazer comer poeira! – e Hermione não parecia nem um pouco chateada com a possibilidade.

— Vamos logo – Sirius reclamou.

Como eram seis pessoas no total a solução foi se dividir em dois grupos. Sirius, Lupin e Ronald seguiram no carro do padrinho de Harry. Os outros três embarcaram no Omega de Draco, com o moreno na direção.

O vocalista, sentado no lugar do carona, não hesitou em abrir o laptop mal travou o cinto.

— Nossos próximos rivais não são tão ruins assim. O ponto fraco deles é a bateria. Eles já competiram na última edição de Hogwarts e chegaram até as semifinais. E vão perder pra nós dessa vez.

— Está muito confiante, como sempre alias – Harry gracejou sem tirar os olhos da rua pra não perder seu padrinho de vista.

— Sua amiga pode nos enfrentar na final...

Draco abafou uma risada. Ao responder a quase provocação de Granger mantinha os olhos fixos na tela do PC portátil.

— Não me faça rir. Pansy, com aquela voz de gralha, nunca vai passar a Ambição. Eles serão nossos adversários na final.

— “Ambição”? – Harry diminuiu a velocidade ao chegar num semáforo fechado – Nunca ouvi falar deles antes de Hogwarts.

— Hum... É uma banda perigosa – Draco soou sério – Tem membros que passaram por Beauxbatons e Durmstrang. Dois concursos musicais que eu respeito.

— O que mais pode nos dizer dessa banda?

O óbvio interesse de Hermione mexeu com os brios de Draco, que não ia perder a chance de se mostrar e exibir como conhecia daquele universo quase mágico.

— Ambição. Banda formada exclusivamente por Puro-Sangues. Eles têm vocal duplo e trabalham com isso muito bem. Rosisky é um dos vocais, além de tocar violão e piano. Claubia é a guitarrista solo, Andryu é o baixista. Meu pai chegou a tentar contratá-lo para fazer parte da The Dementors, mas ele não aceitou. Leverküsen na bateria e, acredite Potter, o cara é bom. O último é Pirllo, vocalista e guitarrista base.

— Eles chegaram a usar o piano em alguma apresentação? Pode ser um trunfo.

— Claro que usaram, Granger. Você não usaria? – Draco digitou algo no PC, quando a tela mudou de exibição respirou fundo – Pelo visto Rosisky, o líder da banda, não segue um padrão perceptível. A banda tocou Angel, do Shaggy; Scar Tissue do Red Hot... Ah... Vieram com In the End e Numb do Linkin Park no piano. Aí que surpreenderam.

— Essas do Linkin Park exigem bastante do vocal.

— Vocais – Draco corrigiu Harry – Rosisky e Pirllo tem um bom entrosamento. Não faço idéia do que esperar deles na final. Pode ser qualquer coisa...

— Mas estaremos preparados – o moreno gracejou.

Malfoy sorriu de lado, internamente concordando com o que fora dito.

HPDM

A noite não estava tão ruim assim. O restaurante era discreto e aconchegante, o atendimento rápido e a comida uma delícia!

Quando queria Sirius podia ser agradável e bem humorado. E o homem estava bem feliz pela banda do qual seu afilhado era líder estar chegando tão longe em Hogwarts, quase traçando os passos da sua antiga banda.

Lupin estava relaxado, por que notara a boa vontade do namorado. Mesmo quando passaram pelo momento mais tenso da noite, quando Harry fizera um carinho no rosto de Draco, deixando bem claro que os dois estavam desenvolvendo algo mais intimo que companheiros de banda.

Diante da cena Sirius torcera o nariz, mas evitara qualquer comentário desagradável, afinal era uma noite de comemorações. Não queria ser o espírito de porco que acabaria com a festa de todos.

Não com aqueles garotos a dois pequenos passos de vencer a maior competição internacional de musica do mundo.

Foi ao servirem a sobremesa que o celular de Malfoy tocou. Ao perceber que era Severus Snape atendeu rapidamente.

— O que houve? – assim que perguntou silenciou apenas escutando. A um determinado ponto ficou extremamente pálido chamando a atenção dos outros integrantes da mesa – Tem... Tem certeza, Severus? E a programação? Entendi... Está bem. Obrigado.

Desligou o aparelho e o guardou no bolso. Em seguida levou uma das mãos à nuca e massageou. Parecia refletir sobre o que escutara. Harry e os demais ficaram em silêncio aguardando que ele resolvesse compartilhar.

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— Os resultados saíram: estamos na semi final – mas antes que alguém tivesse chance de comemorar continuou – Pansy assinou o termo de desistência do concurso. The Dementors está fora da competição.

A afirmação simplista pegou os outros de surpresa. Mas a Draco nem surpreendera tanto. Pansy era assim mesmo, quando algo a assustava ela dava no pé. Antes se escondia atrás de Malfoy, mas com o loiro em outra banda ela tinha que ficar na linha de frente. Coragem não era um ponto forte de Slytherins.

— Isso classifica a Ambição automaticamente – Hermione concluiu.

— Não apenas eles. Nós também.

— Mas a semi-final – Ronald ficou confuso. Foi cortado por Malfoy de forma impaciente.

— A banda que enfrentaríamos foi pega usando as Imperdoáveis. Cruciatus. O guitarrista base teve que ser levado às pressas para um hospital. Dumbledore é muito rigoroso quanto a isso. Uso de drogas é desclassificação imediata.

— Então! – Ron exclamara a palavrinha sentindo o rosto esquentar até as orelhas.

— Então...

Draco olhou do ruivo para Harry e suspirou.

— Então estamos na final. – era a noticia mais esperada. Só não gostaram que viesse acompanhada de outras não tão boas assim, como o envolvimento com drogas por parte de uma das bandas – A competição acontecerá normalmente depois de amanhã. Teremos um dia pra treinar e pensar num trunfo.

Um dia inteiro para pensar e manter a mente longe dos problemas. Draco ficava feliz que Pansy aceitara seu conselho, desistira de ter medo das portas fechadas e abriria sua própria “janela”. Por outro lado... Se as Imperdoáveis circulavam por Hogwarts aquilo só podia significar uma coisa: seu pai estava mais ativo do que nunca. E conseguira um jeito de continuar distribuindo as drogas.