Nunca mais

"Meus pesadelos são normalmente sobre perder você"

(Peeta Melark)

Annabeth POV’s

– Será que podemos conversar?

Troco um olhar um Rafael, ele assente levemente. Reviro meus olhos e encaro Percy.

- Sim – é tudo que falo, o moreno abaixa a cabeça e sai. Rafa me abraça.

- Só não vai cometer um homicídio o.k – brinca, uma risada me escapa e lhe dou um pequeno empurrão. Levanto-me da cama.

- Não prometo nada – ambos rimos, então fui ao encontro do Jackson que me esperava na sala. Claro que á essa altura eu já tinha trocado de roupa, estava vestindo uma regata branca com uma blusa xadrez por cima nas cores preto e azul, um short e meu tênis.

- Eu queria conversar em outro lugar sem ser aqui. Pode ser? – O moreno pedi, seus olhos estavam com um brilho diferente, não pude identificar, seria tristeza? Arrependimento? Percy mordeu o lábio inferior, isso o tornou mais sexy, balancei a cabeça me livrando da vontade de beijá-lo.

- Claro, vamos dar um volta.

(...)

Já estávamos andando sem rumo, á mais ou menos quinze minutos. Ninguém se atreveu a falar nada. Não havia muito movimento, apenas algumas crianças brincando de bola na rua, e outras pulando corda. A mão de Percy roçou a minha, fazendo os pelos de meu braço se levantarem, mas me afastei. Depois de algum tempo, um belo tempo, nem vi quando chegamos á Ponte Golden Gate.

- Estamos um pouco longe de casa – comentei me encostando no parapeito.

- Melhor assim.

No fundo vários carros de diversos modelos, iam e vinham a todo o momento. A água lá embaixo estava calma, apenas fazendo ondinhas devido à brisa que soprava, meu cabelo acompanhava seus movimentos com o vento. Olhei para Percy, seus olhos pareciam mais cristalinos, tão claro e calmo quanto o oceano, ele colocou as mãos no bolso e encarou o horizonte onde o Sol estava no topo iluminando a cidade e fazendo com seu reflexo a agua brilhar.

- Me desculpe – disse por fim – Eu agi como um idiota, não queria lhe magoar.

- Mas magoou – suspirei, meus olhos olhando ao longe – Percy, você não tem ideia do que aconteceu comigo e com Dylan, não sabe o tanto que sofri nas mãos daquele imbecil.

Percebi o olhar do moreno sobre mim, mas fingi não ligar.

- É só que isso é novo pra mim – falou – Nunca me apaixonei, não sei como agir, não sei com o falar, não sei o que fazer quando estou perto de você.

- Você não precisa fazer, é só deixar acontecer, mais nada.

Ficamos em silêncio, apenas ouvindo os carros que passavam em alta velocidade.

- Me perdoe Annabeth, você não sabe o tanto que estou mal por saber que te machuquei – sua voz estava embargada, me segurei para não olha-lo – Saber que abrir sua ferida, que..que agora está doendo, e tudo por culpa minha.

Fechei meus olhos, minha vontade nesse momento era de abraça-lo e beijá-lo, de sentir seu cheiro, e senti seus braços em volta de meu corpo, mas me contive, Percy me magoou demais.

- Essa relação que temos é tudo tão frágil. Quando você está perto meu cérebro simplesmente para, as horas que passamos juntos simplesmente parecem míseros segundos, sinto sua falta quando não está por perto, sinto falta de seus olhos me fuzilando quando digo algo que te irrita. Adoro a cor de seu cabelo e de como eles ficam brilhando quando a luz do sol o encontra. Quando você sorrir é como se minha felicidade estivesse concentrada toda ali. E seu beijo, Annabeth, o melhor beijo de toda minha vida, é indescritível quando sinto seus lábios contra os meus, você é uma droga para mim, uma droga na qual eu viciei, uma droga que eu não quero largar – Percy me encara com seus olhos marejados – Nunca mais.

Demoro para absorver cada palavra que escutei, a dor que pairava sob meu coração desapareceu dando lugar á uma felicidade imensa. De repente o dia ficou mais claro, o sol mais brilhante, o vento mais leve. As borboletas se agitaram dentro de mim. Por um momento esqueci tudo que o Cabeça de Alga tinha me falado e me joguei em seus braços, grudando nossos lábios em um beijo quase desesperado.

Nossas línguas se mesclando brigando por espaço, meu mundo parou era como se apenas nós dois existissem. Ali naquele beijo eu pude esquecer Melissa, eu pude esquecer Dylan, eu pude esquecer tudo que me incomodava e me deixava triste. Era apenas eu e Percy, Percy e eu e ninguém mais. O beijo parou quando nossos pulmões gritaram por ar.

- Estou perdoado? – ele perguntou sua respiração acelerada e com um sorriso que pensei que fosse rasgar seu rosto. Sorri e levantei a sobrancelha.

- Não sei – brinquei, Percy ficou com um olhar sapeca e encontrou a curva de meu pescoço depositando um beijo ali, arrepiei na hora.

- E agora? – sussurrou em meu ouvido, mordendo o lóbulo de minha orelha.

- Não – minha voz não passou de um murmuro, senti Percy sorrir sob minha pele. Ele mordeu meu pescoço, e um suspiro me escapa. DROGA, só esse garoto para fazer isso comigo.

- Mudou de ideia? – sua voz era rouca e sexy, balancei minha cabeça fazendo um sinal negativo. Percy beijou minha bochecha, beijou minha testa, minha outra bochecha, meu nariz e o canto de minha boca. Me afastei dele.

- Se você não me beijar agora Cabeça de Alga, eu nunca vou te perdoar – ele sorriu.

- Não posso correr esse risco.

E seus lábios novamente encontraram os meus. Minhas mãos bagunçavam seu cabelo, enquanto as suas dançavam em minha cintura. Alguns carros ao passar buzinavam, mas eu nem estava ligando estava mais concentrada em saborear a boca do Jackson.

- Perdoado – falei quando nos separamos, ele me abraçou e ficou mexendo em meu cabelo, fechei meus olhos apenas sentindo o cheiro de maresia que somente ele imanava.

- Prometo não agir como um imbecil novamente – disse, eu assenti aconchegando minha cabeça em seu peito. Recebo um beijo na testa.

- Quero te contar uma coisa – disse.

- O que?

- E inventei aquela aposta só para sair com você.

Percy se afastou com uma sobrancelha erguida. Dei um tapa em sua cabeça.

- Ai Annabeth, vou te denunciar por agressão física – eu rir.

- Você é tão lerdo que ás vezes penso que isso é doença.

- Não tenho culpa se meu cérebro é lento – falou abraçando minha cintura.

- Seu cérebro é defeituoso, isso sim – rir com meu comentário, ele deu língua – Mas como eu ia dizendo. Sabe a aposta que fizemos do skate?

- Sei.

Fingi estar entretida com o desenho de sua camisa.

- Então, eu inventei aquela aposta, pois de qualquer jeito eu iria sair contigo, perdendo ou ganhando.

Seus lábios se curvaram em um sorriso travesso, estreitei os olhos.

- Então você já gostava de mim naquela época – brincou jogando a cabeça para trás e rindo. Corei, isso não era um tipo de assunto que eu gostava de falar.

- Meus sentimentos estavam confusos, não sabia o que sentia ainda.

O moreno segurou para não rir, mas não se aguentou e deu uma gargalhada. Soquei seu braço.

- Para de rir não tem graça – mas eu mesmo já estava gargalhando.

Percy me suspendeu no ar, me fazendo ficar mais alta que ele alguns centímetros.

- Me beija – falou, não pude recusar, segurei seu rosto e o beijei, esse foi mais calmo, mais tranquilo, seus lábios eram picantes e gostosos.

- Vamos tomar sorvete – disse quebrando o beijo.

O Jackson me colocou no chão e entrelaçou nossos dedos, e juntos fomos embora.

(...)

- Larga de ser mal Annie – Percy reclamou, estávamos voltando para casa de Rafael, ele tinha tomado seu sorvete rapidamente e agora queria o meu.

- Não – falei pela milésima vez, lambendo a bola de chocolate que estava na casquinha.

- Você não tem dó de mim? – o olhei e o moreno estava com a carinha do gatinho do Shrek, outras pessoas não resistiria, mas eu não era essas pessoas.

- N-Ã-O – e voltei à atenção para meu sorvete.

- Tomara que você fique com dor de barriga – eu rir.

- Se eu ficar é só ir ao banheiro Cabeça de Alga.

Percy beijou minha bochecha.

- Sabe por que eu gosto de você? – perguntou.

- Sei, porque sou linda, sou legal, sou gente boa, sou inteligente, não sou safada nem vadia, sou especial e por outras qualidades ai.

O moreno gargalhou.

- Por isso também, mas o que me chamou mesmo a atenção foi seu jeito de levar a vida Annabeth. Você não liga para o que os outros vão pensar, se isso te agrada você vai e faz sem se importar com a opinião de ninguém. Exemplo disso foi quando você se vestiu de galinha, ou hoje de manhã quando apareceu com aquelas roupas que cabiam três Annabeths. Você loirinha, leva a vida de uma maneira divertida e eu gosto disso.

Meu sorriso não estava cabendo em meu rosto, abracei Percy pela cintura e lhe dei um selinho.

- Sou apenas eu, não o que querem que eu seja.

Dei uma piscadela e sai andando, ele me abraça por trás depositando um beijo em minha bochecha.

- Depois dessa eu deixo você saborear meu sorvete – sua risada era gostosa de se ouvir. De mãos dadas descemos a rua, mas assim que viramos a esquina, meu sorvete cai, trinco meu maxilar, e aperto a mão de Percy. O menino á minha frente estava com uma camiseta preta com o desenho de uma caveira dançando estampado nela, seu jeans estava rasgado e desbotado, o cabelo loiro um pouco maior, mas seus olhos continuavam os mesmos, mais frios que gelo, tão penetrantes que poderiam vê sua alma e cheio de maldade.

- Annabeth – sua voz estava repleta de surpresa, mas continha algo maligno – Prazer em vê-la novamente – ele examinou Percy e fez uma cara de nojo – Namoradinho novo é?

Aquele garoto que estava a minha frente era a única coisa que realmente me apavorava, era o principal ser de todos os meus pesadelos, era por sua culpa que eu ainda continha um pequeno trauma de relacionamentos. Percy percebeu o medo em meus olhos, seu braço foi para minha cintura trazendo-me mais para ele, como uma proteção, o Jackson percebeu de quem se tratava. Com minha voz trêmula á única coisa que dei conta de falar foi.

- Dylan.

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Pra quem me mandou MP pedindo meu face está aqui (https://www.facebook.com/karol.oliveira.1217727)

E pra quem ainda não conhece minha outra fic também com o casal Percabeth está aqui (http://fanfiction.com.br/historia/315248/Begin_Again)