Confused Mind (Peetniss)

Capítulo 33 - Não, de novo, não...


Acordo com um calor extremo. Abro os olhos e vejo tudo à minha volta em chamas. Olho para o lado e Peeta não está, tudo parece estar acontecendo em câmera lenta. Tento me levantar e não consigo, pareço estar presa à cama por cordas imaginárias. Depois do que me pareceu uma eternidade, consigo me levantar e desço as escadas. Próximo à porta, vejo Peeta andando ou menos, tentando, ele parece ter machucado seriamente a perna. Mas o que me incomoda é que ele sabia que eu estava lá em cima quando tudo isso aconteceu, ele simplesmente optou por fugir e se salvat. Vou até ele o mais rápido que consigo chamando seu nome, mas ele parece não me ouvir. O puxo e ele me encara surpreso
-Katniss, corra! O que você está fazendo?! Corra!
Me sinto tão desnorteada e confusa que meu instinto escolhe por concordar e começo a correr, mas tudo volta a acontecer lentamente. Parece que quanto mais eu corro, mais longe eu fico da porta. Viro o rosto e Peeta estende o braço, mas pára antes de me tocar. As pontas de seus dedos começam e derreter e se dissolvem em uma espécie de névoa, que envolve seu corpo inteiro. O calor das chamas me invade se tornando insuportável tudo começa a derreter e se desmaterializar. Minha cabeça está quase explodindo à esse ponto. Então tudo explode.
Levanto assustada e está ao meu lado dormindo. O abraço com todas as minhas forças. Ele se assusta e levanta rapidamente, mas então percebe que sou eu e se acalma. Ele me abraça de volta.
-O que houve?
-Que bom que está aqui
-E por que eu não estaria?
-Porque você derreteu
-O que?
-Nada, deixa pra lá. Só eu pesadelo
-Ah, você tá bem?
-To sim - Olho para o relógio e vejo que ainda são 3:17 da manhã.
Solto um suspiro de satisfação. Ainda me sinto exausta. Me deito novamente e sinto meu corpo tremer, não de frio. Estou com medo de dormir, medo de ter outro pesadelo e dessa vez, eu não acordar. Mas por outro lado, o cansaço é tanto que fico dividida entre dormir e enfrentar os sonhos ou acordar e aprender a conviver com a exaustão.
Mas Peeta parece sentir meu nervosismo, pois me abraça, me prendendo à seu peito e me fazendo sentir sua respiração quente em meu pescoço. Isso me acalma um pouco, pois sei que assim ele está ao meu lado. Coloco minhas mãos sobre às dele e entrelaço nossos dedos. Aos poucos, o sono começa a me invadir e me entrego ao cansaço.
Acordo com filetes de luz em meus olhos. Abro os olhos e vejo que Peeta não me soltou a noite inteira. Isso me traz uma felicidade que não consigo explicar. Me viro para ele ainda presa em seus braços e sopro seus cabelos presos à sua testa. Ele involuntariamente mexe o nariz e não consigo deixar de sorrir. Sopro novamente e ele mexe os olhos, abrindo-os lentamente.
-Bom dia - ele diz dando um sorriso fraco
-Bom dia...
-Dormiu bem? Quer dizer, depois...
-Sim, eu estava junto com você, não? E você?
-Bom, eu também estava tendo pesadelos, quando você me acordou, mas fiquei melhor depois - ele respondeu com um olhar perdido
-Que bom... - ficamos naquele silêncio confortável por um tempo
-Hoje, eu tenho que ir na padaria...
-Ah, sério?
-É, me desculpa
-Tudo bem, vou tomar um banho
Lhe dou um beijo e saio para o banheiro. Lembro de pegar uma toalha e saio do banheiro e vou até o quarto
-Peeta, você viu... O que houve? - Ele está sentado na cama com as mãos nos cabelos em frente ao rosto com uma expressão preocupada
-Ah, nada - ele não tinha percebido que eu tinha voltado - só... dor de cabeça - ele sorri e levanta da cama, descendo as escadas
Acho estranho, mas prefiro ignorar. Abro o guarda-roupas, pego uma toalha e vou para meu banho. Desço e o encontro olhando pela janela tomando um café. Chego por trás dele e o abraço, apoiando minha cabeça em seu ombro. Ele toma um susto, mas logo se acalma
-O que foi, você tá tão nervoso hoje?
-Não é nada, só alguns negócio com a padaria, nada de mais - ele se vira pra mim e me beija - Eu vou tomar um banho pra ir pra padaria
-Tá... - Ele sobe para o banheiro e eu fico na cozinha tomando o meu café
Ele vai embora e eu fico na sala. Como a mexer nas coisas procurando algo pra fazer, até que encontro um tesouro particular. Nosso livro de plantas. Me lembro da época onde Peeta e eu criamos esse livro. Eu observava sua mãos presas ao pincel, traçando linhas delicadas e coloridas no papel. Lembro quando meu pai me ensinara sobre essas mesmas plantas, antes de sua trágica morte. Lembro de quando minha mãe trazia pacientes para casa para tratar e eu fugia para longe, para não ter que ver. Minha vida mudou muito daqueles tempo para cá.
Decido fazer uma surpresa e saio em direção à padaria. Ele parecia tão estressado...
Quando chego lá, eu o vejo. Junto à parede ao lado o balcão. Aos beijos com Delly. Com o barulho do sino preso à porta, ele se vira e me olha assustado. E com a mesma velocidade que entrei, saio de lá. Não posso ir pra casa, se o conheço, é pra lá que ele vai. Vou o mais rápido que consigo para casa de Gale, torcendo pra que eu consiga segurar minhas lágrimas até lá.

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