Segredos Mal Guardados (Finalizada)

The convent'll be on fire


Pra ser sincera, não prestei muita atenção na festa. Só conseguia pensar naquele bilhete e no que ele significava. Afastei-me do Peeta, apesar de não querer, eu sei que a Glimmer é amiga dele, apesar de tudo, e eu sou idiota por tentar não estragar isso mais do que já ta. Acho que ele percebeu, mas não comentou nada, também não vi a Glimmer por ai. Bem, como eu meio que to ignorando o Peeta (para o seu bem, devo ressaltar), fiquei dançando com o Finn, o que acho que não deixou o Peeta muito feliz. Acabou a festa, sem acontecimentos extraordinários, e fomos para casa.

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Preciso dizer que fiquei acordada a noite inteira? Glimmer não me assusta, mas o que ela pode fazer sabendo do meu acidente sim. Ela é aquele tipo de pessoa que não para até conseguir o que ela quer, machucando quem estiver no caminho. Eu tenho um plano, apesar de meus planos não darem nunca certo, parece os planos do Cebolinha. Nossa cara, o que eu to pensando. Desço pra pegar um copo de agua e vejo um morto no sofá e, como ótima amiga que sou, resolvo fazer uma coisa muito legal. (N/A: não façam isso em casa pessoas, as vezes alaga o cérebro da pessoa). Pego um funil e um copo da água, a pessoa ta virada de barriga pra baixo e, puxa vida, que bundão que esse mino tem. O Cato não pode ser, porque vi ele subindo com a Clô, ele é burro mesmo, logo ela descobre que ele é gay, mas quem se ferra é ele, então... Finn ou Peeta se remexe no sofá e eu solto uma risadinha. Coloco o funil na orelha dele e jogo algumas gotas de água. Ele reclama e eu jogo mais algumas, sem resultado. Ele vira de barriga pra cima e descubro que é o Finn, abro a boca nele e coloco a ponta do funil lá e despejo todo o copo. Finn acorda tossindo e me xingando e tossindo e xingando. Sentei no chão e comecei a rir. Sei que o que eu fiz podia ser perigoso, mas eu não penso muito bem de madrugada.

–Puta que pariu, que porra foi essa! To todo molhado, que bosta, quem foi o filha da puta que fez isso comigo? Ah, mas eu mato, que inferno, caralho... – continua falando palavrões até que me nota, rindo do lado dele e ele ergue uma sobrancelha e dá um sorrisinho de canto- Ah, ta achando isso engraçado Everdeen? - ele diz com uma voz tão baixa e grave que me deixa arrepiada.

–Ahn... Ér... Eu to indo dormir... –disse tentando levantar e ele me pega pela cintura.

–Ah, você acha que você vem aqui, faz isso comigo e vai embora tranquilamente?

–Na verdade, sim – disse erguendo a cabeça e encarando-o. Ele balança a cabeça negativamente e me deita no chão, e quando eu achava que ele ia me beijar ele começa a fazer cócegas em mim. Mordo os cantos da boca pra não gargalhar muito alto, ele continua fazendo cócegas em mim por alguns minutos até minha visão ficar turva e minha barriga dolorida de tanto rir.

–Finn.. HAHAHAHA... Para... HAHAHA... – digo mas ele continua. Até uma hora que eu não consigo mais rir e fico parada, me sentindo mal de verdade. Ele para e olha pro meu rosto, enquanto eu me finjo de morta.

–Kat?- ele me balança e eu não respondo- Kat? Everdeen? Katniss? Pelo amor de Deus, eu não posso ter te matado, posso? Katniss para de brincadeira, é sério. Katniss. KAAAAAAAAAAAAATNISS- ele grita e eu me controlo pra não rir. Ele sorri e vem em minha direção, lá vem ele com aquelas ideias de contos de fada, mas não posso dizer que não gosto disse nele. – Será que você acorda com um beijo? – diz me dando um selinho e eu continuo me fingindo de morta. Ele me olha com uma cara de desesperado e me dá outro selinho. E outro. E outro. Quando ele vê que não funciona levanta e anda de um lado pro outro desesperado. Pega o telefone, provavelmente pra ligar pra ambulância e desiste. Enquanto ele ta andando de um lado pro outro eu levando, discretamente e me escondo. Quando ele volta e não vê meu corpo sobe as escadas, onde eu estou escondida. Quando ele vai subir o primeiro degrau eu grito:

–BUUUUUUUUUUUUUUUH- e ele se assusta tanto que cai no chão.

–Katniss? Ai senhor, você me assustou menina – disse me abraçando protetoramente.

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–Você é muito idiota, isso sim. Você acha que eu morreria de rir, tipo literalmente?

–Eu me preocupo muito com você Kat, as vezes até mais do que eu gostaria- diz me separando um pouco dele para poder olha-lo nos olhos. Eu sou muito sortuda, tendo uma pessoa como essa gostando de mim. Eu não mereço ele, não mesmo. Ele é perfeito, lindo, divertido e eu? Um churrasquinho, como a Glimmer diria; uma menina indecisa entre dois caras perfeitos. - Eu gosto de você Kat.

–Eu também gosto de você Finn.

...

Posso dizer que, de longe, essa semana foi a mais normal que eu já passei com eles. Estamos no último mês, já se passaram praticamente um ano com essas pragas, e foi o melhor ano da minha vida. Logo estaremos de férias. E eu vou passar dois meses longe dessas pessoas, as pessoas que (depois da minha família) eu mais amo. Agora eu percebo como esse ano foi bom, agora que minha ficha caiu que mais um ano passou.

Meu celular desperta e eu vou tomar café. Graças a Deus hoje é sexta e a Glimmer não veio falar comigo ainda, eu não quero arrumar confusão ainda mais agora que o ano ta acabando. Infelizmente, Peeta ta se afastando cada vez mais de mim, apesar de eu tentar fazer de tudo pra isso não acontecer. Entretanto, Finn está cada vez mais perto, e eu tenho medo de magoar ele. Encontro Annie e Clô já tomando café e o Peeta no fogão, do um oi geral, pego uma xícara de leite todo e deito na mesa. Fico la ouvindo a conversa da Clô e da Annie, nada animada me fazendo dormir em cima da mesa. Peeta me acorda e me ajuda a subir as escadas.

–Obrigada Peeta, já disse que você é um fofo? - disse dando um beijo em sua bochecha e a pessoa fica toda vermelha. Que lindo! – Senti sua falta- sussurrei e entrei no meu quarto para me trocar.

Fomos para a facul, mais um dia chato. Recebo três mensagens durante a aula. Não sou uma pessoa que recebe muitas mensagens sem ser a da operadora, isso me deixa preocupada. Abro a primeira mensagem, numero desconhecido.

“Você fez bem em se afastar do Peeta, continue assim e seu segredo estará salvo comigo”

Bufo e apago a mensagem. Ridícula. Como se eu estivesse fazendo isso por ela. Proxima mensagem. Essa é de uma tia minha que mora da onde o Judas perdeu as botas, vi ela algumas vezes em toda a minha vida.

“Oi Katniss, tudo bem? Preciso falar com você, me liga quando puder... Manda um beijo para a sua mãe e para o Tresh. Tia Salma”

Medo, o que essa mulher quer falar comigo? Ai senhor, coisa boa não é. Ela odeia o meu pai, isso chega até ser engraçado. Próxima mensagem, essa é do Finn.

“Oi Kat, eu preciso falar com você, é muito importante, me encontra na arquibancada depois que a aula acabar, xoxo”

Gente, como eu to popular hoje hein, todo mundo querendo falar comigo, nunca vi. Tento prestar atenção no resto da aula, o que não da muito certo.

...

Resolvo ligar primeiro pra Tia Salma.

–Alô?

–Oi tia, é a Katniss, tudo bem?

–Oi Katniss, aqui ta tudo bem e ai?

–Também tia.

–Então Katniss, preciso falar com você- diz e eu reviro os olhos. Isso ela já tinha falado por mensagem.

–Pode falar tia.

–Então, o Tio Tomás tava com câncer – Tomás é o marido dela- e você sabe como eu sou religiosa e, bem, peço perdão por te envolver nisso mas... – OI? Me envolver? Isso está piorando cada vez mais- Bem, eu fiz uma promessa, que eu espero de verdade que você cumpra, em favor a mim e por você também. Vou direto ao ponto: eu fiz uma promessa, que se o Tomás ficasse bom, você iria entrar para um convento.

–Pode ir esquecendo tia, não vou para um convento nem que a vaca tussa.

–Desculpa Kat, mas você tem que ir. Você sabe, quando não se cumpre uma promessa, Deus castiga, e vai ser tanto a mim quanto a você. Tantas coisas ruins já aconteceram na sua vida, pense bem, não precisa me responder agora. Creio que Deus fará muito bem em sua vida.

–Ah tia, pode ir tirando o cavalinho da chuva, não vou para um convento não-digo já nervosa.

–Te dou até amanhã, ou até antes se desejar, mas pense com carinho.

Desligo o telefone. Minha tia tem sérios problemas, fala sério. Incluir-me na promessa já foi demais, ainda prometendo que eu iria para um convento? Penso nisso depois, agora tenho que falar com o Finn. Vou para a quadra e vejo ele sentado apoiando as mãos no joelho. Vou até ele e sento no seu lado.

–Oi Finn, você não sabe o que acabou de acontecer...

–Oi Kat, posso falar primeiro? To com medo de peder a coragem.

–Ok.

–Kat, eu tive uma proposta de emprego das empresas Trinket.

–Nossa Finn que maravilha! – as empresas Trinket é a maior multinacional atualmente.

–Calma Kat, escuta. Eles me ofereceram um emprego, muito bom até, só que é na Austrália.

–Na Austrália? – meu peito começa a doer só de imaginar.

–Sim, mas Kat, vim te perguntar. Eu sei que você gosta do Peeta também, talvez até mais do que gosta de mim, mas eu quero saber, se você estiver disposta a ficar comigo, eu desisto de tudo, e fico aqui, com você.

–Calma Finn, deixa eu ver se eu entendi, você ta me pedindo pra escolher? – meus olhos começam a ficar marejados.

–Sim Kat, eu estou- ele segura a minha mão e eu fico enjoada. Não posso escolher entre os dois, não posso. Só de pensar meu estomago se contorce e minha cabeça começa a doer.

–Desculpa Finn, eu... Eu...

–Fica a vontade pra pensar, mas eu preciso saber até o final da noite – diz, me da um beijo na testa e vai embora. E agora? O que eu faço?

Começo a chorar. Escolher entre os dois nunca foi uma opção pra mim, isso me faz sentir mal, não posso escolher entre os dois. Eu os amo. Os dois. Amo cada um de uma forma diferente, mas não é um amor qual eu posso escolher entre. Olho para o céu, parece que vai chover. É como eu estou me sentindo, em uma tempestade que vai demorar pra passar. Fico horas naquela arquibancada, até que eu só acho uma opção. Sei que vou me arrepender amargamente disso depois, mas eles me deixaram sem opção. Pego meu celular e disco seu número.

–Pode contar comigo- digo. E é assim que eu resolvo virar freira.