Unhas

Ele parou de me beijar e me olhou no fundo dos meus olhos, quase como se conseguisse ver a minha alma. Ele sorri com os olhos, uma das coisas que eu mais gosto nele. Afastei-o delicadamente e abaixei a cabeça. Eu não posso fazer isso com ele, não agora. Ele acabou de se declarar pra mim, isso não é justo. Não que eu não queira, porque ficar dois dias com esse deus grego é lucro, mas com ele me amando são outros quinhentos.

- Desculpa Finn, eu... eu não posso... – disse olhando para baixo.

-Hey- disse puxando meu queixo para conseguir olha-lo – já sei que você é uma mina complicada, a mais complicada que eu já conheci, mas foi pela qual me apaixonei. Não pensa que eu vou desistir de você fácil não ok? – disse roubando-me um selinho e saindo correndo do quarto.

Ai Finn, por que faz isso comigo?

...

Depois de uma bela noite de sono ou nem tão bela assim, acordo com Clove pulando em cima de mim parecendo um papagaio falando: FACULDADE, FACULDADE, FACULDADE, FACULDADE, FACULDADE. Maravilha. Faculdade. Era só o que me faltava pra hoje.

- Aham- digo fechando os olhos novamente.

- VAAMO KATNISS, FALTA DEZ MINUTOS

-Aham- digo fechando os olhos novamente.

-Mas não é possível... Acorda agora Katniss- diz Clove com tom de ordem.

-Aham- repito.

-CALMA AE KATNISS, AGORA JÁ TA ZUANDO COM A MINHA CARA- diz saindo pisando forte e vejo meu momento de paz.

Durmo de novo, quando de repente sinto que estou sendo afogada, meu corpo se arrepia com a agua gelada e eu levando a procura de ar. Abro os olhos e vejo Clove com um balde na mão e chorando de rir da minha cara. E eu, invés de ficar brava, começo a rir junto com ela. Olho para o relógio e falta sete minutos para o sinal bater. Levanto correndo da cama, abro meu armário pego a primeira roupa que eu vejo na frente, prendo meu cabelo, engulo a comida. Tudo isso em cinco minutos. Obrigada, obrigada, sei que sou demais.

-VAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAMO CLOVE- digo colocando a mochila nas costas e pegando a chave do carro. Logo a minha fiel escudeira estava ao meu lado- Clô, cadê o povo?

-Ah Kat, o povo tudo se mandou, sabe que você acorda de mau humor, ai sobrou pra mim te acordar- disse enquanto já entravámos no carro.

-Eu não acordo de mau humor, sou uma pessoa muito simpática, amorosa e ... – acabei caindo na gargalhada com a minha mentira enorme. É obvio que eu acordo de mau humor.

-Ta, vamos parar de enrolar e acelera esse carro que a gente tem que estar na facul hein... – diz olhando o relógio- bem, agora.

Dizendo isso acelero o carro e ligo o rádio. Começa a tocar home (N/A: meu vício no momento), começamos a cantar igual doidas e depois de poucos minutos chegamos na facul. O povo ainda enrolando, e vi meus amigos sentados na frente do portão. Peguei a Clove e passamos por eles mandando beijinhos que foram correspondidos com varias risadas. Corri para o meu corredor e entrei na minha sala. Sentei no fundo da sala e estava trocando mensagens com a Clove.

*Kat: Oi 22keeenha, me passa seu whats gata?*

*Clô: Claro gata, me manda mensagem ai gatooosa*

*Kat: Você é meu amor, razão do meu viver*

*Clô: Você é o ar que eu respiro, o Sol que ilumina meus dias*

-KAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAATNISS- ouço uma voz berrar e vejo Mags na porta vermelha de raiva.

-Oi Mags

-Dê-me seu celular agora! – diz pegando o celular da minha mão.

-Nossa Mags, quanta grosseria, isso é falta de sexo? – disse em voz alta me arrependendo imediatamente depois, ela quase me matou com os olhos enquanto a sala chorava de rir.

-Quer ver o seu pai agora ou mais tarde Everdeen?

-Acho que mais tarde Mags, desculpa- disse abaixando a cabeça.

-Bem, acho que agora posso começar a aula. Quero começar falando sobre ...

Foi assim que eu comecei a boiar novamente. Olhei pela janela, um grupo de estudantes estavam indo na direção na floresta proibida. Quem dera, eles estavam indo pra quadra mesmo. Sentaram em U e não consigo tirar os olhos de uma cabeleira loura que estava sentado do lado de uma sirigaita que estava praticamente se jogando sobre ele. Glimmer. Ai que raiva, AI QUE RAIVA. Enquanto eu analisava a opção de descer lá e matá-la com um compasso ou ir lá e arrancar todos os fios do seu cabelo, Marina, uma menina gentil do meu curso, me cutuca.

- Oi Marina, tudo bem? – disso cochichando e olhando disfarçadamente pra Mags pra ver se ela estava nos encarando.

-Oi Katniss, to bem sim, queria saber se você vai continuar nesse curso ano que vem.

-Hã... Vou sim, por que?

-Ah, porque uma tal de Glimmer mudou pro curso de Artes por causa de uma paixonite lá, e como você é sempre muito disputada pelos garotos achei que você ia também.

-AAAH, fica tranquila Marina, eu não vou não, obrigada por se importar- disse virando pra frente e ficando muito puta. Era só o que me faltava, disputar o Peeta com a Glimmer e com a Selinna, mereço.

...

Os próximo dias passaram como um piscar de olhos e logo já era o final de semana novamente. Nós todos estávamos estudando muito, afinal logo já era julho e a calma finalmente chegaria. Todos nós estávamos em época de provas e trabalhos, nunca estudei tanto, se eu falar que eu consegui conversar com o Cato ou com a Clove ou com a Annie duas vezes é muito. Não vi o Peeta nem o Finn, e olha que moramos na mesma casa. Mas hoje é sexta e eu quero me divertir. Cheguei no apart e todos já estavam almoçando.

-EAEEEEEEEEEEEEEEEEEEE POVÃO- disse pulando nas costas do meu cozinheiro favorito.

-Oi Kat- disseram juntos. Sai das costas do Peeta que estava sorrindo normalmente.

- O que nós vamos fazer hoje? Qual vai ser a balada da vez?

-Gente, não é por nada não, mas eu to sem grana, se quiserem sair saem vocês – disse Cato abaixando a cabeça.

-Não, não, não. Vamos pensar em outra coisa então. Que tal a gente ficar aqui no apart mesmo e fazer uma festa do pijama? - disse Clove.

-Gostei – disse Finn com comida na boca. Nojento. Nojento mais ainda sim continua lindo.

Aos poucos todos foram assentindo e esse vai ser nosso programa da noite. Prevejo jogos de verdade ou desafio, muito filme, pipoca e choradeira.

...

Chegou a noite e eu coloquei uma calça de pijama e uma regata preta, normal. Sentamos no sofá da sala e logo vem a Clove com suas ideias malucas.

-Geeeenti, eu quero fazer uma coisa com vocês.

-Ai senhor, fala logo- digo.

- É uma brincadeira assim. Calma ae, deixa eu contar em quantos somos. Ah ta, somos em seis. Vamos dividir os casais. Vamos fazer assim mesmo, você vai com o menino a sua hã...

-Direita? – perguntou Annie rindo. Sabemos que a Clô tem um problema, bem, um grande problema com direita e esquerda.

-Isso, direita. Ai cada um faz o seu forte e tem que protege-lo com nenhum intuito, ai os adversários tem que vir e tentam derrubar as pessoas como uma guerra de travesseiro e o time que derrubar mais pessoas ganha- disse. Achei a ideia estupida e uma brincadeira infanti, maaaaas eu AMO guerra de travesseiros então aceitei. Eu fazia par com Peeta, Annie com Finn e Clô com o Cato.

-Peeta, vamos fazer nosso forte na porta do meu quarto, porque qualquer coisa a gente se tranca lá dentro- disse e ele me olhou maliciosamente- NÃO, digo, se eles quiserem nos derrubar com os travesseiros, na brincadeira...

-Sim Kat, fica tranquila, eu entendi

Ficamos lá deitados, esperando alguém e nada, acho que não devia ter aceito brincar dessa brincadeira idiota. Estava lá deitada, ao lado de Peeta e... Nossa, é uma ótima hora para lavar a roupa suja. Não literalmente, digo, ah, vocês entenderam.

- Peeta, você gosta da Glimmer? – perguntei normalmente ainda olhando para o teto.

- Sinceramente?

- Uhum

- Um pouquinho, bem, eu sinto alguma coisa forte por ela, mas não sei se é um sentimento bom ou não.

-Ah... – disse. Ta, eu fiquei bolada. Se eu achasse que ele ia me esperar pra sempre? Sim, eu achei. Agora eu perdi-o pra sempre. Exagerada, meu sobrenome. Meus olhos já começaram a ficar marejados. Chorar aqui não nem agora Katniss. Chora depois. Mas eu não me controlo muito bem né? Chorava silenciosamente com a cara pro travesseiro.

-Mas, eu ainda te amo Kat, acho que isso não vai mudar nunca- diz Peeta como se estivesse formulando essa frase a muito tempo. – Vamos descer porque se zuar nós já estamos esperando a mais de uma hora e nada- diz me puxando e me abraçando depois disso e descemos as escadas. BANANAS DE PIJAMAS, DESCENDO AS ESCADAS. Chegamos na sala e o Finn e a Annie estavam vendo um filme, ou melhor, O filme. Estava passando Meu Querido John, e para NOOOOOOOOOOOOOOOOSSA alegria estava no começo.

-Gente, o que aconteceu? -perguntei sentando entre o Finn e o Peeta, minha situação emocional no momento.

-Ah, sei lá, vi o Cato e a Clô fazerem o forte deles no quarto deles e se trancaram lá e não saíram mais. Ai eu e o Finn batemos lá na porta e nada, decidimos vir aqui ver Querido John- disse Annie.

-Entendeu, adoro esse filme- disse já me ajeitando no sofá.

O filme começou e eu já comecei a chorar. Esses romances me emocionam gente, não posso fazer nada a respeito. Tava lá, chorando tranquila, quando Peeta me abraça e eu deito em seu peito. Logo as lagrimas me impedem de ver o filme e eu durmo.

...

POV CATO

Eu e Clove entramos no quarto e ela tentou me agarrar, confesso. Mas tenho que dizer, hoje meu lado gay ta mais aflorado do que normalmente.

-Calma Clô, hoje eu não to afim. Deixa eu ver essas unhas. Xsuis! Amor, nem empregada tem a unha tão feia. Senta aqui- disse dando batidinhas na cama.

-Verdade né? Ah Cato, por isso que eu te amo, você tem essa sua parte sensível e engraçada e a parte Cato macho- disse se jogando em cima de mim de novo. Faça isso não moçinha!!

- É, me empresta um esmalte que eu vou ajeitar essa coisinha ai que você chama de unha.

-Jura? Você sabe fazer unha?

- Juro, vamos lá, vai ser vermelho então?

Ficamos lá durante um bom tempo, culpa da Clove que não para quieta e borra tudo. Deve ter hiperatividade, só pode. Como aquele quarto era o meu mesmo, enquanto secava apaguei/ dormi pesadamente.