My Cure

Capítulo 11 - Amigo de Infância


- Ah Elena, não seja chata! Vamos por favor! - Caroline puxou meu braço, insistindo-me a comparecer a festa da Rebekah que seria hoje a noite.

- Eu não quero ir. Além do mais, meu pé ainda dói. - Menti, mas nenhuma das minhas amigas acreditou na minha mentira.

- Pare de ser mentirosa. Todas nós sabemos que seu pé já melhorou. - Bonnie disse, e eu olhei-a de forma repreensiva.

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- Mas isso não muda em nada o fato de eu não querer ir nessa droga de festa. - Bufei, cruzando os braços acima do peito.

Hoje, Damon me diria se iria me ajudar ou não. E eu sabia muito bem que ele iria na festa da Rebekah afinal, ele era o seu convidado ilustre. Só de pensar nisso eu já ficava irritada.

- O Damon vai estar lá. - Disse Anna.

- E daí? - Perguntei, já prevendo o que viria a seguir.

- Você vai mesmo deixá-lo nas mãos da vaca loira? - Eu ri com o apelido que elas haviam colocado em Rebekah.

- E o que eu vou fazer, Anna? Eu nem gosto dele, se ele quiser ficar com ela, que fique oras! - Esbravejei, cansada de pensar em Rebekah + Damon = juntos.

- Você mente muito mal, Elena. - Caroline zombou.

- Porque vocês fazem tanta questão que eu vá a essa festa?

- Porque a Rebekah tem certeza absoluta de que você não vai. - Bonnie respondeu.

- Na verdade, ela está contando que você não vai. - Completou Caroline.

- Sério? Não seja por isso! Eu vou então! - Eu disse, empolgada de repente. Se ela queria me ver depressiva e desanimada, ela iria ter que se esforçar muito para isso.

- É ISSO AI GAROTA! - As três gritaram juntas, me abraçando.

Se Rebekah Mikaelson estava afim de ter guerra, guerra ela teria. Ela iria aprender da pior forma que não se mexe com Elena Gilbert.

[...]


Depois que minhas amigas foram embora do meu lar provisório, passei no hospital onde minha mãe continuava internada. Não havia tido nenhuma melhora em seu quadro e aquilo me deixava cada vez mais agoniada. Fiquei com ela por aproximadamente 1 hora, num monólogo infinito do quanto a minha vida estava desmoronando aos poucos e nada acontece. Seus dedos não se mexeram enquanto eu contava sobre a escola e o passeio e em nenhum momento, ela apertou a minha mão.

Eu tinha muitas esperanças quanto a minha mãe. Já havia pesquisado muito sobre pacientes que entram em coma e descobri que muitos pacientes mexem os dedos algumas vezes, mas minha mãe continuava do mesmo jeito desde o dia em que chegara neste hospital.

Quando cheguei em casa, toda a família Salvatore estava reunida na sala, conversando. Inclusive, Jeremy estava por ali também. Naquele momento, eu me senti como uma intrusa.

- Olá, querida... por onde esteve? - A mãe de Damon e Stefan me deu um sorriso amável. Ela me lembrava muito minha mãe.

- Fui no hospital visitar a minha mãe. - Encolhi os ombros quando vi o olhar de todos em cima de mim.

- Eu estive lá ontem. Não houve nenhuma mudança em seu quadro? - Eu podia ver em seus olhos que ela já sabia a resposta para aquela pergunta.

- Não. - Eu me aproximei deles, cabisbaixa.

- Mas eu sei que logo teremos boas notícias. - O pai de Damon e Stefan sorriu para mim, tentando me confortar. Eu retribuí o sorriso.

- Tomara.

- Você vai na festa da Rebekah hoje? - Stefan perguntou.

- Acho que sim. - Respondi.

- Que bom, vai ser muito divertido. - Stefan sorriu-me

- Vou subir para me arrumar. Com licença. - Retribuí o sorriso antes de subir as escadas e ir para o "meu" quarto.

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Jeremy nem me dirigia a palavra, assim como Damon que havia garantido que só falaria comigo a noite, onde ele diria se iria me ajudar ou não. Pelo andar da carruagem, eu tinha um forte palpite de que o Damon não iria me ajudar.

Eu estava tão desanimada para ir a essa festa que quase desisti de ir.

Tomei um banho e coloquei um vestido branco grudado no corpo tomara-que-caia. Ele ia até a metade das minhas coxas e valorizava o meu corpo. Coloquei um colar enorme no pescoço e brincos pequenos de cor branca e fiz um penteado bem legal em meus cabelos. Os deixei ondulados e os prendi para o lado com uma fita de cetim. Por fim, passei uma maquiagem leve, mas que realçava muito os meus olhos e um batom nude.

Calcei um sapato branco de salto fino e borrifei um pouco de perfume, descendo as escadas para esperar as minhas amigas.

Jeremy, Damon e Stefan já haviam saído, para o meu alívio.

Logo a campainha tocou e eu pude ver o carro de Caroline estacionado em frente a casa dos Salvatore. Saí acompanhada de Bonnie que havia tocado a campainha e entramos no carro de Caroline.

- Uou, vocês estão lindas! - Eu disse, olhando para o look glam de minhas amigas. Elas pareciam princesas.

Caroline usava um vestido rosa bebê rodado e Bonnie usava um vestido verde claro que realçava muito o tom de sua pele e os seus olhos. Anna usava um vestido preto estilo rocker girl. Sabia que essa produção toda dela era para o meu irmão, que havia pedido-a em namoro ontem.

- Olha quem fala! Isso tudo é pro Damon? Acho que essa noite ele não irá resistir! - Dei um tapa no braço de Caroline, que havia feito o comentário.

- Apenas dirija, Car. - Eu a repreendi em tom de brincadeira, enquanto as risadas das meninas preenchiam o carro e deixavam o clima cada vez mais leve.

Chegamos na festa 1 hora após a festa ter começado. Assim que entramos na casa enorme e luxuosa da bruxa Mikaelson, percebemos os olhares de todas as pessoas pousarem em mim e nas minhas amigas, que estava adorando toda aquela atenção.

Anna correu até o encontro do meu irmão e Bonnie se encolheu um pouco quando viu o beijo que os dois deram ali perto.

- Ai meu Deus! - Caroline sussurrou e eu e Bonnie seguimos a direção do seu olhar.

Klaus, o instrutor que estava conosco no passeio, estava encarando Caroline de forma incisiva demais. Ela corou um pouco, desviando o olhar. Pude perceber que Tyler também a encarava. Só que a diferença do olhar de Tyler para o de Klaus era que o de Tyler era sincero, admirado e carinhoso. Já o de Klaus parecia... faminto e aquilo me deu medo.

Klaus a saudou, levantando seu copo cheio de whisk e ela apenas deu um sorrisinho em resposta.

Andei um pouco pela festa e avistei Rebekah, dançando com suas amigas e mais uma meia dúzia de pessoas na posta de dança.

Assim que ela me viu, olhou-me de cima a baixo estupefata. Em resposta, dei um sorriso cínico e bem determinado em sua direção.

- Olha só, você veio! - Gritou Matt para mim.

- Vim. - Sorri, vendo Damon aparecer ao seu lado, deslumbrante todo vestido de preto.

- Você está linda. - Elogiou-me e percebi o olhar de Damon em mim, reparando no meu visual.

- Obrigada. - Respondi, vermelha como um pimentão.

- Ora, ora, ora... você resolveu aparecer. - Rebekah veio até mim, sorrindo ironicamente.

- Pois é. - Sustentei o meu sorriso cínico.

- Achei que agora com a sua mãe praticamente moribunda no hospital você iria sossegar um pouco. - Fechei as mãos em punho com o comentário maldoso e um ódio enorme daquela garota quase me fez voar em seu pescoço.

- O que você disse? - Falei trincando os dentes.

- Ops, acho que falei demais. - Ela colocou a mão, fingindo uma culpa que ela não sentia.

- Repete o que você disse, garota! - Damon segurou meu braço, impedindo-me de voar em cima dela.

- Ei, vamos parar por favor? - Matt disse, afastando Rebekah de mim.

- Elena, por favor, não dê ouvidos a ela.

- Me admira muito você, Damon, saindo com essa vadia! Ela é tão ruim quanto eu e você sabe muito bem disso! - Me soltei dele, irritada com tudo o que estava acontecendo e com uma vontade enorme de chorar.

Decidi me afastar da festa porque eu sabia que se eu ficasse ali por muito tempo, eu acabaria surtando. Fui para perto da piscina e fiquei ali, pensando, querendo chorar por toda a maldade de Rebekah ao mencionar o estado de minha mãe.

Aquela víbora havia passado dos limites e o Damon estava sendo um idiota ao estar com ela. Eu odiava mais do que tudo aqueles dois juntos! Mesmo sem saber porque tanto ódio era direcionado ao pseudo-casal, eu os odiava com todas as minhas forças.

- Olá, você poderia responder algumas perguntas por favor? - Uma menina e um menino que nunca vi na minha vida e que aparentavam ter 15 anos carregavam uma câmera e apontavam bem na minha direção.

- Perguntas? - Franzi o cenho.

- É que estamos fazendo uma pesquisa e queremos saber o que você acha do Damon Salvatore? - Pensei por um instante. Aquilo seria uma ótima forma de desabafo. Dei um sorriso para a câmera e me preparei para começar a falar:

- Bom, eu o acho...

Algumas horas depois...


Rebekah estava me provocando de todas as formas possíveis e eu estava me contendo para não bater nela. Decidi ficar perto da piscina, para os meus ânimos se acalmarem quando ela apareceu novamente.

Como eu sabia que ela queria me irritar novamente, esperei ela se aproximar de mim e a empurrei, fazendo com que ela caísse na piscina.

As pessoas gritaram e começaram a rir ao ver Rebekah tentando nadar na piscina com a maquiagem toda borrada. Eu comecei a rir também, vendo que todas as pessoas da festa haviam ido presenciar aquela cena.

Vi minhas amigas e mais outras pessoas sacarem o celular para filmar aquela cena bizarra.

- Eu vou acabar com você Elena! - Ela gritou, batendo na água furiosamente.

- Eu não tenho medo de você, vadia. - Todos gritaram com a minha resposta e eu saí da festa, sentindo-me cansada demais emocionalmente para permanecer ali.

Tirei os sapatos dos pés e caminhei pela rua silenciosa e escura descalça mesmo. Eu não sentia remorso pelo que eu fiz. Rebekah estava pedindo por aquilo. Eu não estava com medo dela.

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O que me deixava fula da vida, era saber que o Damon a apoiava e estava com ela. Rebekah podia ser tão má quanto eu quando queria. Será que ele nunca perceberia isso?

Eu me sentia cada vez pior. Triste, desanimada, sem vontade de fazer nada. Parecia até que quem estava em coma era eu.

Cheguei no meu lar provisório e fui direto para o terraço. A vista era linda e eu conseguia ver as estrelas e o céu estrelado como se estivessem bem pertinho de mim. Fiquei ali por alguns minutos e senti que alguém se sentava ao meu lado.

Meu coração acelerou ao ver que era o Damon que estava ali.

- Você jogou a Rebekah na piscina... - Ele disse, me fazendo bufar irritada.

- Não quero que você me dê sermão, Damon. Ela me provocou a noite inteira. Me admira você, compactuando com ela! Se você não quiser mais me ajudar, tudo bem eu me viro, tenho certeza de que encontrarei um jeito. - Olhei para o seu rosto, que estava parcialmente iluminado pela luz da lua. Seus olhos brilhavam tanto que parecia fazer parte das estrelas.

- Eu não vim aqui lhe repreender, Elena. E eu não estou compactuando com a Rebekah. Só fiquei com ela uma vez, isso não quer dizer que eu aprove as suas ações. Não é como se eu fosse namorar com ela ou algo do tipo. - Ele revirou os olhos, mas em nenhum momento seu olhar se voltou para o meu rosto.

- Bom, é que você vivia dizendo coisas horríveis para mim e a Rebekah é tão horrível quanto eu e eu nunca vi você falando nada do tipo para ela. - Resmunguei.

- Vocês duas são diferentes. - Olhei para ele mais curiosa do que nunca, mas meu coração murchou quando entendi o que ele queria dizer e abaixei a cabeça.

- Claro, imagino que você ache que ela é melhor do que eu.

- Eu nunca disse isso.

- Mas é o que você pensa.

- Não, não é. Ninguém é melhor do que ninguém, Elena. E por mais que você tenha me magoado muito ao longo dos anos, eu sei que sempre que você precisar de mim, eu vou estar aqui para te ajudar. - Pela primeira vez naquela noite, Damon olhou para mim com um lindo sorriso nos lábios. Meu coração se encheu esperança e mais algum sentimento que eu ainda não consegui identificar. Ali, eu vislumbrei aquele meu melhor amigo de infância que roubava meus saquinhos de amendoim.

- E porque? - Perguntei, sorrindo também.

- Porque você é muito importante para mim. - Aquela revelação me pegou desprevenida. Damon continuava sorrindo e minhas pernas começaram a tremer e um nervosismo se formou na boca do meu estômago.

Droga, o que estava acontecendo comigo?

- E o que isso quer dizer?

- Que eu vou te ajudar. - E eu gritei de alegria. E ele, começou a rir da minha cara. Num movimento totalmente inesperado, eu o abracei. E ele, não exitou em retribuir o abraço.

Aquele abraço me fazia sentir coisas que eu nunca havia pensado que poderia sentir. Era como se ele tivesse o poder de tirar todos os anseios que permaneciam atormentando-me de noite e de dia.

Com a luz das estrelas como testemunha, eu percebi que havíamos dado uma trégua e que agora, éramos novamente como aqueles dois pequeninos inocentes de alguns anos atrás.

No mesmo momento, tive vislumbres de todos os momentos que eu havia me lembrado de ter vivido com o Damon. Duas lágrimas de emoção rolaram pelo meu rosto e a felicidade de saber que havia uma possibilidade enorme de tudo começar a mudar para melhor, me deixaram eufórica.

Porque Damon tinha esse poder sobre mim. O poder de me dar esperança e forças para enfrentar todos os fantasmas que vem me atormentando a todo o tempo.

Ele sempre fora o meu melhor amigo de infância e eu tinha a certeza de que ele continuaria sendo.

Para sempre.