— Cariño, estás bien? Está doendo? – Pergunto alarmado.

Eu não queria machucá-la. Não queria magoá-la. Se o meu toque for demais para ela, eu definitivamente não irei tocá-la.

— Perdoe-me, Juan. Sabe o quanto te amo, mas não posso. Não ainda. – Ela move-se juntando suas pernas e cobrindo suas coxas com a barra da camisola até o joelho logo depois secando suas lágrimas.

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Sento-me em nossa cama, frustrado e rejeitado e mesmo assim me esforçando para entendê-la. Eu sei que ela me ama, mas me rejeita por seu consciente lhe alarmá-la sobre toques. Mas ela sabe que eu nunca faria nada contra ela, não sabe?

— Sabe que eu nunca a machucaria não sabe, mi vida? – Olho minha esposa para ver se ela me compreende.

— É claro que sei, Juan. Sei que você jamais me faria qualquer coisa de ruim. Sei que não é como ele. – Ela faz uma careta de dor se referindo ao maníaco.

— Mas então... Por que não pode... – Tento organizar meus pensamentos e tentar entender.

Doña Ana se senta e me olha profundamente. Suas feições refletindo seus sentimentos. Pesar, tristeza, confusão e desistência.

Doña Ana pov:

— Por favor, Juan... Ajude-me. Entenda-me. Não sei explicar. Só não consigo. Não agora. – Me explico da maneira que meus pensamentos vem. Querendo persuadi-lo à me entender. Querendo mais do que tudo que ele não me abandone por isso. Que isso vai passar logo... Não vai?

Mas como uma explosão ele se levanta rapidamente, seu corpo tenso e claramente tentando se controlar. A mandíbula de Don Juan tão apertada que nem um alfinete passaria entre seus dentes, seu olhar fixo na porta de nosso quarto. E então acontece. Ele dá passos largos em direção à porta gritando.

— MALDITO! DESGRAÇADO! EU VOU MATÁ-LO! VOU MATÁ-LO! – Ele berra quando abre a porta.

— Juan! – Mas foi em vão. Ele já havia batido a porta atrás de si. Deixando-me apreensiva e assustada com sua reação explosiva.

Eu me levanto com todo o cuidado que posso, mas não consigo evitar quando as pontadas de dor me invadem. Lentamente me arrasto até a porta e nenhum som se propaga pela casa. Mesmo assim vou pela esquerda até o fim do corredor e abro a porta em tom pastel com o nome mais lindo gravado no alto da porta. Abro-a e vejo minha Anita dormindo tranquilamente e pesado, pois não ouviu a raiva de seu pai. Aproximo-me da pequena cama, puxo a poltrona para perto, me sento com cautela e observo minha filha. Acompanhando sua respiração suave e ritmada, seguindo o contorno das maçãs do rosto que são de seu pai, sua testa e o pequenino nariz também providos de Don Juan.

— Meu tesouro. – Murmuro quase silenciosamente enquanto as lágrimas voltam para meu rosto. Choro no escuro e em silêncio até que o sono venha como um consolo.

Autora pov:

Don Juan DeMarco andava desolado pela praia como um fantasma na noite de um frio cortante. No caminho de sair de casa ele tinha pego sua velha máscara. A máscara que colocara em seu rosto pela vergonha de substituir seu pai aos 16 anos, após seu pai ser morto pelas mãos de Don Alfonso e Juan ter matado ele em vingança. Uma tragédia que ele nunca pode esquecer até que conheceu sua amada Doña Ana, esquecendo-se parcialmente disso e após o nascimento de sua filha Anita, fazendo com que ele não recordasse mais desta difícil parte de sua vida. Dando lugar à uma felicidade indescritível.

Ele olhava o horizonte sem realmente estar enxergando. Milhões de dúvidas e pensamentos o deixavam tonto com a intensidade que vinham. Ele se deita e fixa-se no céu que estava tão claro pelo brilho das estrelas e da lua que iluminava a praia por completo.

Não muito longe dali, em meio as árvores, o homem observava Juan como um animal que olha sua presa prestes a ser abatida. Ele não conseguia deixar de sorrir ao ver o quão perturbado Don Juan DeMarco estava.

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— Isso mesmo, DeMarco. Comece a temer, pois esse é só o princípio de seu sofrimento. – Então ele é absorvido pela escuridão da floresta e se vai.