A Profecia

CAPÍTULO XXVIII


ZYAH

O caos reinou no Grande Salão. Pessoas corriam e gritavam, outras se reuniram para tentar salvar o pai de Lyra, outras ficaram totalmente confusas e não sabiam o que fazer.

Estou incluído nessas últimas pessoas.

Lá fora tudo começou a ficar escuro. Guerreiros em forma de sombra começaram a entrar no Palácio. Agarrei a mão de Helena e comecei a procurar minha irmã desesperadamente.

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- CYRA! CYRA! – grito.

Ela não responde. É impossível localizá-la nessa multidão de pessoas assustadas.

- Zyah, o que tá acontecendo? – Helena me pergunta.

- Os Décimos estão atacando.

Mais guerreiros sombrios entravam no Castelo. E quanto mais vinham, mais um cheiro de queimado pairava no Salão. Começo a ouvir o tombo de pessoas caindo, mortas. Gritos de socorro se tornam mais altos. E eu não acho minha irmã em droga de lugar nenhum.

Se ela morrer... Jamais vou me perdoar.

Por uns segundos vejo meus pais gritando meu nome, e o nome de Cyra. Devem estar em pânico. Não consigo me juntar a eles.

Tenho certeza apenas de uma coisa: não vou soltar a mão de Helena.

Ouço gritarem meu nome.

- É Wai-Zi – diz Helena ao meu lado.

Começamos a correr para a porta dos fundos. Milhões de pessoas tiveram a mesma grande ideia. Wai-Zi acenava. Estava ao lado de Ley e Wuley.

- Vamos começar o plano agora? – eu pergunto quando me junto a eles.

Wai-Zi pega a katana e enfia num guerreiro que tentara golpeá-la.

- E temos escolha? – ela pergunta.

A situação começou a ficar mais crítica. Me enfio na multidão que tentava sair do palácio pelos fundos, junto de Helena. Os outros vieram logo atrás.

Os guerreiros sombrios perceberam a fuga. Alguns marcharam para onde fugíamos. Posso ouvir pessoas urrando de dor a alguns passos de distância.

Quando finalmente conseguimos sair a situação não havia melhorado. Haviam guerreiros décimos (esses simples mortais vestidos de negro) de guarda na Entrada Principal. E o meu arco estava na carruagem primeira.

- Temos que ir até a carruagem – digo para Helena.

Ela levanta a saia do vestido e pega as suas duas adagas, que estavam presas às suas pernas com cordas.

- Tomara que eu tenha aprendido. – ela diz.

Nós corremos em disparada para onde a carruagem havia estacionado. Era perto da entrada. Estávamos muito ferrados!

Um guerreiro décimo gritou quando passamos à sua frente. Ele e mais dois amiguinhos vieram correndo atrás de nós. Helena parou.

- HELENA!

- PEGA O ARCO QUE EU SEGURO ELES.

- TÁ MALUCA?

- NÃO! VAI!

O tempo era muito curto para discutir. Decidi confiar nela, e disparei em direção à carruagem prateada.

Abro a carruagem com socos. Pego meu arco e minha aljava. E depois saio correndo, rezando para que Helena tivesse conseguido. Como sou burro de deixa-la sozinha!

Quando chego onde eu a havia deixado, encontrei uma Helena cansada, limpando suas adagas sujas de sangue.

Aos pés dela, haviam dois guerreiros feridos com cortes e um decapitado.

- Helena...

Ela sorri.

- Treinei bem.

Retribuo o sorriso.

Wuley se aproxima de nós, correndo. Lá trás o Castelo começava a pegar fogo.

- Gente, temos que ir! – ela diz.

- Estão todos na carruagem? – pergunto.

- Sim.

Wuley sai correndo. Nós a seguimos até sua carruagem enfeitada com flocos de neve. Droi estava na direção.

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- Entrem, logo! – ele grita.

Entramos na carruagem. Estavam todos espremidos! No total 10 Herdeiros com trajes de gala, segurando armas letais.

Wuley entra e a carruagem começa a correr.

- Vou fazer uma chamada! – ela diz – Zyah?

- Estou aqui.

- Helena?

- Eu.

- Faya?

- Eu e Liu estamos aqui.

- Jasmine conseguiu se salvar? – eu pergunto a ela.

- Sim. Ela saiu voando – responde sorridente.

- Wai-Zi? – Wuley continua com a chamada.

- Presente – responde. Wai-Zi estava cortando o vestido de baile, batendo agora na altura dos joelhos.

- Bem melhor – ela diz para si.

- Ley?

- Presente.

- Syr?

Não há resposta.

Fecho os olhos. Espero que ele esteja bem. Espero que seus pais tenham se salvado.

- Lyra?

- Eu – responde Lyra numa voz rouca.

Todos se mexem, desconfortáveis.

- Droi?

- Aqui!

- Drei?

- Eu!

- Tem alguém que eu esqueci de chamar?

- Eu.

Viro o rosto sem acreditar. No canto da carruagem, espremida e perto da janela, vejo Cyra com o rosto manchado de sangue.

- Cyra? – eu chamo.

- Oi, Zyah.

Lágrimas de puro alívio escorrem pelo meu rosto.

- Pensei que tinham te perdido.

Ela exibe um sorriso cansado.

- Achei a mesma coisa.

- Cyra, você não pode vir conosco! A Aldeia Décima é perigosa.

- Também não podemos deixa-la sozinha na carruagem, Zyah – diz Helena.

- Eu cuido dela – diz Faya.

Todos ficam em silêncio. Numa quietude tensa e assustada. Ele só foi interrompido pelo choro de Wuley, mas ninguém a impediu de chorar. Se fosse nossa casa a ser atacada e queimada, também estaríamos bem aflitos.

Helena deita a cabeça no meu ombro. Não me importo com o que os outros vão pensar disso. Ela já estava muito assustada. E eu também.

Mas agora só me resta rezar para que os que tenham ficado, tenham sobrevivido. E rezar para que nós sobrevivamos ao grande perigo que nos espera à frente. Que sobrevivamos à Aldeia Décima.