The Princess And The Thief

The Night Before The Attack


Fiquei sentada no banco de pedra, respirando fundo, tentando relaxar. Mas era difícil esquecer que uma guerra começaria assim que o sol raiasse.

– Seria tão mais fácil se ele ainda estivesse aqui. – Suspirei, lembrando de como meu pai sempre resolvia tudo com um bom banquete e uma conversa civilizada.

Soltei meus cabelos, sentindo os cachos caírem sobre meus ombros. A brisa os fez voar um pouco, me fazendo me sentir um pouco mais leve. Respirei fundo mais uma vez, sentindo o ar frio.

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– Alteza? – Olhei para o início do caminho de pedra, vendo a imagem quase invisível de Peeta.

– Olá, Peeta. – Ele parou sob uma das lâmpadas, com a vela já quase na metade.

– O que faz aqui a essa hora? Deveria estar dormindo, não? Amanhã... – Ergui a mão, impedindo que ele acabasse a frase.

– Não precisa me lembrar, Peeta, eu sei. Mas eu não conseguiria dormir mesmo. Ao menos, não agora. Prefiro tentar me acalmar um pouco.

– Está com medo? – Ele se sentou ao meu lado, tomando cuidado para não encostar em mim. – Eu estou.

– Você vai lutar? – Ele concordou com a cabeça, com desânimo. – Acho que estou, não sei. Talvez meu medo seja racional. Afinal, podemos morrer a qualquer instante.

– Foi NightHunter que me pediu para lutar. Para te defender. – O encarei surpresa. Ele encarava os próprios joelhos, parecendo envergonhado.

– Não precisa se arriscar por mim, Peeta. Se preocupe em ficar vivo e voltar para sua família. Lute contra eles, não contra todos.

– Minha família não se importou muito. Parece que eu não sou mais que um fardo para eles. Não se preocupe, não me importo em protegê-la. – Baixei meu rosto, deixando meu cabelo esconder minhas bochechas rosadas.

– Então acho que deveríamos ir descansar. Amanhã será o grande dia. – Ele concordou, erguendo o rosto para mim.

– Eu realmente vou te proteger, Katniss. Sempre. – O rosto dele estava tão perto, eu podia sentir sua respiração. Ele provavelmente percebeu que estava muito perto pois começou a corar de novo.

Mas não se afastou. Pelo contrário, só se aproximou mais. E mais. Até que eu fechei meus olhos e senti a pressão dos lábios dele contra os meus. Por alguns segundos eu me senti leve como uma pena. Só aquele beijo existia.

Ele se afastou devagar, com o rosto inteiro vermelho. Ficamos encarando o rosto do outro em silêncio, por mais alguns segundos, que passaram se arrastando, feito horas. Ele se levantou e voltou pelo caminho de pedra, quase correndo.

Esperei ele sumir e me levantei também, caminhando devagar pelo caminho. Eu ainda sentia aquele beijo, aquela leveza. Assim que sai do caminho, voltando para o castelo, um vulto saiu de trás de uma árvore e parou ao meu lado.

– Eu te disse que ele é apaixonado por você. Você só não percebia porque não queria. – Não respondi. – Ora, vamos, não precisa ficar tão corada por um beijo, precisa?

– Não é algo que eu possa controlar. – Senti que eu estava corando ainda mais com os comentários de Narrow.

– Tudo bem, já vi que eu estou sendo um tanto irritante. Mas agora, falando sério, vá descansar. Amanhã é o dia.

– Você não vem? – Me virei para ela. Narrow parecia ainda mais misteriosa do que antes. Quase me dando medo.

– Daqui a pouco. Ainda preciso ver algo. – Ela deu aquele sorriso de lado antes de sair correndo em outra direção.

Fui para meu quarto, tentando me acalmar de novo.