Uma Nova Vida Ao Seu Lado - NaruHina

Nem Tudo É Um Mar De Rosas


-Hinata, eu ouvi um baru... - Hinata levantou o rosto encharcado de lágrimas e mirou Naruto. O loiro parou de falar.

Há muito tempo atrás, na época que viajava com Jiraiya pra treinar, Naruto e seu mentor faziam o caminho de volta para Konoha, quando ouviram gritos vinda do meio do meio da mata. Gritos desesperados, de pura súplica. E risadas. Risadas malignas. Ao chegarem a uma clareira, de onde vinham os gritos, a cena era horrível. O pequeno acampamento antes montado ali estava completamente destruído, com pertences atirados por todos os cantos. E num canto três corpos. Um homem com o corpo todo ensanguentado e machucado, com um buraco no peito. Uma mulher estava também muito machucada e seminua, provavelmente fora violentada. Os dois estavam mortos. A única coisa que se ouvia naquele momento era a respiração fraca de um garotinho de 9 anos, com uma kunai cravada em seu peito e inúmeros hematomas pelos corpos. Naruto ao correr e segurar o menino ouviu o seguinte:

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- A gente... Não fez... Nada. Só queriam... Machucar... A gente... - Os olhos do pequeno garoto foram fechando-se aos poucos e a vida esvaiou-se de seu corpo. Três mortos.

Naruto sentiu um misto de sensações. Angústia, dor, incapacidade e principalmente, raiva.

E era esse misto de sensações que ele se sentiu no momento que viu o rosto encharcado de lágrimas de Hinata. Ao ver aqueles olhos brancos como pérolas demonstrando tanta angústia. Sentia dor por ver o estado da pobre garota, tristeza por saber o que ela estava passando. Incapacidade por não ter sido capaz de evitar aquilo. Mas acima de tudo, sentia raiva, muita raiva, porque sabia o motivo daquelas lágrimas. "Maldito Hiashi" ele pensava. Mas, maior que sua raiva e indignação era sua vontade de simplesmente abraçar aquela frágil criatura que ele denominara "anjo", dizer a ela que tudo ficaria bem e que ele estava lá ao seu lado. Queria protegê-la de tudo e todos. Mas algo o impedia. Ele devia estar ficando louco. Ele gostava de Sakura. Sempre gostou. Então o que o fazia ter esse tipo de desejos e pensamentos? Naruto não sabia. "Deve ser apenas o calor do momento. Ou simplesmente pena de Hinata” Ele constatou. “Ou talvez pudesse ser outra coisa. Mas o que?” As dúvidas não paravam de surgir em sua cabeça.

Naruto voltou à realidade e lembrou-se que Hinata ainda observava. Ele caminhou lentamente até a cama da jovem e sentou na beirada do colchão. Não falou nada, esperando que ela se acalmasse e falasse com ele. Ela fitou aqueles olhos azuis e a imagem de um Naruto frio voltou a sua mente. Aquelas palavras ecoaram em sua cabeça: "Você matou sua mãe por que foi fraca...! Cresça e deixe de ser tão inútil!". Ela voltou a derramar algumas lágrimas.

- A culpa foi minha... - A voz de Hinata era falha e baixa, quase que num sussurro.

- Do que está falando?! - Naruto indagou.

- Fui eu. A culpada pela morte de minha mãe. Se eu não fosse tão fraca e inútil ela não teria sido morta... - Ela cuspia as palavras num misto de raiva e tristeza. Naruto não pôde deixar de se surpreender com o que ouvia da morena.

- Hinata da onde você tirou isso?

- Eu sempre soube, inconscientemente, mas nunca tinha realmente me dado conta... Mas agora eu entendo. Minha fraqueza e bondade só serviram pra mat...

- Nunca mais repita isso. - Naruto a interrompeu, sério. Ela ficou quieta e olhou - o surpresa. - Hinata, por favor, você não faz ideia de como me dói ouvir você falando essas coisas.

Ela não respondeu. Ele continuou.

- Entenda. O que aconteceu com sua mãe não foi culpa sua. Foi o seu pai. E ninguém mais. Sua mãe te amava. Eu acho que ela não gostaria de te ver falando essas besteiras. E não diga nada sobre fraqueza e bondade. Você pode ser tudo menos fraca. Não é qualquer pessoa que passa pelo que você passou e consegue ficar com um sorriso lindo no rosto. - Hinata corou violentamente e Naruto riu. Ele levou a ponta de seus dedos até o queixo de Hinata e o levantou –o delicadamente, fazendo o contato visual ficar inevitável - E outra coisa. Você fala de sua bondade como uma coisa inútil e sem sentido. Mas é essa sua bondade e gentileza que faz você ser você. É isso que te faz tão única e especial.

"Única? especial?" A cabeça de Hinata girava. Aquilo devia ser um sonho. Um de seus muitos sonhos envolvendo o loiro. Ela beliscou o próprio braço. Não, aquilo era real. Naruto a olhava curioso. “Droga!” Ela xingou – se mentalmente. Como ela queria simplesmente poder dizer tudo que sentia tirar aquele nó que há anos estava em sua garganta. Apenas poucas palavras.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Naruto... Eu... – Ela queria se desculpar, agradecer, dizer o quanto a amava , mas não sabia por onde começar nem o que dizer.

- Hinata, não precisa falar mais nada. Vá tomar um banho gelado pra esfriar a cabeça. Eu vou fazer um chá pra gente. - Ele sorriu e piscou para ela.

Ela esboçou um singelo sorriso, assentiu e levantou - se da cama. Enquanto Hinata caminhava em direção ao banheiro, Naruto não pode deixar de observar as belas curvas da morena (não, não é a de Salve Jorge...), que apesar do pijama nada curto ou apertado, ainda sim eram bem distinguíveis.

"Desse jeito, quem vai precisar de um banho gelado sou eu." - O loiro pensava atordoado ao olhar Hinata, indo em seguida ir à cozinha, para evitar "problemas".

- Ei Naruto - kun. - Ele parou o caminho e virou - se. - Obrigado. Mais uma vez.

- Não por isso. - ele sorriu e continuou seu caminho

25 minutos depois...

O Loiro carregava uma bandeja retangular de alumínio, com dois pequenos copos e um bule de porcelana .

- Ei Hinata, o chá está pronto. - Naruto, com as mãos ocupadas, empurrou a porta do quarto com os ombros.

Ao abrir a porta, o rapaz deu de cara com Hinata adormecida e escorada sobre o encosto da cama. Sobre suas pernas repousava suas mãos vermelhas e ainda machucadas, agora sem as faixas. Seu pijama azul fora trocado por um cor preta com pequenos detalhes em branco. Os cabelos lhe caíam sobre o rosto. Naruto ficou alguns segundos parado. Um completo idiota admirando Hinata, como um garotinho que olha para o seu vídeo game novinho em folha. Ele lamentou não poder conversar mais um pouco com a morena. Realmente gostava de sua companhia, mas que se dane. Ela estava ali. A culpa era dele que não tinha a capacidade de preparar um chá mais rapidamente. Mas não iria acordá-la. Sua expressão era tão tranquila. Ela devia estar muito cansada. Ele largou a bandeja no criado - mudo e foi até a Hyuuga, que dormia sentada e pegou - a gentilmente no colo. Ele depositou - a na cama e a tapou. A garota sorriu. "Deve estar tendo um sonho muito bom..." O loiro pensou. Mal sabia que ele era o motivo desse sorriso.

Sem muita vontade de sair dali, ele sentou - se na beirada da cama e ficou observando a garota dormir. Observou cada traço da garota. Sua pele tão branca, seus pequenos lábios vermelhos e seus cabelos azulados. Era tão bonita, tão doce e tão pura. Como alguém podia fazer mal a alguém assim? E mais uma vez uma vontade de tomá - la nos braços tomou conta de Naruto. Ele tentou afastar esses pensamentos. Não. Aquilo não era certo, ele amava Sakura. Hinata era só uma amiga. Só.

O rapaz desistiu de tentar entender seus pensamentos e resolveu ir para seu quarto. Olhou para Hinata e aproximou - se dela.

- Boa noite Hinata - chan. - ele sussurrou em seu ouvido, antes de beijar levemente a bochecha da Hyuuga e sair do quarto.

Hinata não teve mais pesadelos aquela noite.

----------*---------*----------*---------*---------*---------

10h30min

Hinata abriu os olhos lentamente, adaptando – se à luz do sol que, através da janela, invadia seu quarto. Ela olhou para o lado ainda meio sonolenta e notou uma bandeja prata com frutas, pães e café. Ela sentou – se na cama, incrédula. “Isso só pode ser brincadeira. Café da manhã?! Na cama?!” Hinata simplesmente não conseguia entender a atitude de Naruto ao trazer aquilo a ela. A garota não tinha a intenção de dar trabalho. Mas ao olhar aquela bandeja, a jovem foi vencida pelo estômago que já reclamada de fome. Ela comeu calmamente. Após o café, levantou, arrumou a cama e vestiu um short jeans e uma camiseta preta com gola “v”. A garota pegou a bandeja, agora vazia, e se dirigiu à cozinha.

- Ohayo Naruto – kun! Obrigado pelo café! Foi muito gentileza sua. – Hinata entrou na cozinha e viu Naruto sentado à mesa, olhando para o nada.

- Ah... Ohayo Hinata - chan. De nada. - O loiro falou com o desânimo impregnado em sua voz.

Hinata viu a expressão de abatimento no rosto de Naruto e sentiu de imediato uma agonia no coração. Não, ele não estava nada bem.

- Aconteceu algo? - Perguntou a Hyuuga, sentando-se à mesa, de frente para o loiro.

- Não se preocupe. Não aconteceu nada - Ele tentou esboçar um sorrir, sem sucesso.

- Naruto - kun, você sabe que eu não vou acreditar nessa sua resposta. Aconteceu alguma coisa, não é? - Hinata não desistiu.

Naruto observou Hinata, que o olhava séria. Como ela o conhecia tanto? Parecia que a garota tinha uma espécie de manual sobre ele ou que o observava há muito tempo. Vencido, ele respondeu:

- Sasuke e Sakura.

- Do que está falando? – Hinata tinha uma leve ideia do que estava por vir.

- Estão namorando.

As suspeitas de Hinata se confirmaram. Agora ela entendia o motivo de Naruto estava daquela maneira. Ele descobrira que Sakura estava namorando. E ainda por cima, estava namorando o seu melhor amigo. Naruto ainda a amava.

- Como ficou sabendo disso? Quer dizer, era com Sakura que Sasuke ia se encontrar ontem à noite? - Ela perguntou.

- Saí para buscar algo para o café e lá estavam os dois, de mãos dadas, conversando e sorrindo. Bom, pelo visto era ela sim, mas ele não me falou nada ontem à noite...

Flash Back ON

-...Acho que essa ficou boa. Vou levar. – Sasuke experimentava a quinta calça só naquela loja.

- Sim, sim. Pode ser. Mas me diga Sasuke, – O tom de voz de Naruto tornou – se malicioso. – Quem é a misteriosa garota que te fez pedir minha ajuda para vir comprar roupas?

Sasuke olhou para Naruto furioso.

- Isso não te interessa Dobe. – Naruto bufou. – E, mudando de assunto, a Sakura ainda mora na mesma casa?

- Ela se mudou faz pouco tempo, mas por quê?

- Por nada, precisava falar com ela...

Flash Back OFF

- E você nem desconfiou não é... – Hinata não se conformava ao ver o loiro naquele estado. Querendo ou não, ela sabia como era ter seu coração em frangalhos por alguém. E por mais que estivesse feliz por Sakura, ela não podia deixar de sentir pena do rapaz

- Não! Quer dizer... Poxa ele é meu amigo. Ele sabia... Ele... Ele pelo menos devia ter me falado! – Naruto descontava sua raiva dando socos na pobre mesa.

- Ele deve ter tido seus motivos... – A mente de Hinata trabalhava a mil para tentar formular uma frase que servisse para o momento. Não estava dando certo. – Ele não fez por mal...

- Motivos? Não. Isso foi injusto. Ele sabia que eu gostava dela. – Naruto estava exaltado e aumentou o tom de voz, assustando a Hyuuga. - Você não tem ideia de como é amar uma pessoa que nunca te correspondeu e ainda por cima, vê – la entregue a outro alguém...

A última frase fez o sangue da garota borbulhar por dentro.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Está enganado. – Hinata irritou – se também. – Eu sei muito bem o que é isso. Eu sei o que é sofrer por alguém. Sei o que é amar tanto uma pessoa que gosta de outra e que nunca correspondeu esse amor. Sei o que é amar ou ao ponto de viver feliz sabendo que essa pessoa é e será feliz sem mim. Então por favor, não me venha com essa não “você não faz ideia!”.

A Hyuuga levantou – se da cadeira irritada com Naruto e consigo mesma. Quando Naruto mais precisava de um ombro amigo ela começara uma briga. Mas estava brava com ele também. Ele não a conhecia. Como podia dizer aquilo.

- Hinata, eu... – Naruto um pouco assustado com a repentina atitude da garota. Aquela explosão de raiva, por causa do que ele falou o assustou. E o fato de Hinata também sofrer com um possível amor não correspondido o intrigou profundamente.

- Não precisa dizer nada. Não é sua culpa. Os ânimos estão bem exaltados... – Ela tentou acalmar os ânimos. Ele concordou.

Depois dessa turbulência matinal, Hinata recolheu a mesa do café e lavou a louça, enquanto Naruto continuava sentado à mesa, pensativo. Depois de limpar a pia, Hinata dirigiu – se à porta da frente, em silêncio.

- Aonde você vai? – Ele perguntou aflito. Ela virou – se para encará – lo e viu aquela expressão de tristeza que tanto a angustiava.

- Vou ver minha irmã. – Ela respondeu meio receosa. Ele assentiu.

Sem dizer mais nada, ela girou a maçaneta e saiu porta afora, deixando um certo Uzumaki atordoado, parado à porta da cozinha, olhando para onde, há alguns segundos atrás, estava a bela Hyuuga.

----------*---------*----------*---------*---------*---------

Hinata chegou à academia ninja e recostou - se na árvore que ficava mais perto da entrada e esperou. Olhou para o relógio pendurado perto da porta de entrada da academia: 11h30min. Cogitou a possibilidade de algum Hyuuga vir buscar Hanabi, mas, a essa altura do campeonato, isso não importava mais. Ninguém a impediria de ver a irmã.

Algumas poucas crianças começavam a cruzar a entrada, umas se dirigindo para suas casas sozinhas outras indo de encontro aos pais. Poucos minutos depois uma garota de cabelos lisos castanhos e olhos tão brancos quanto os de Hinata saiu de dentro da academia calmamente, caminhando com as mãos nos bolsos, sem se importar muito com o que acontecia ao seu redor. Vestia uma corsário ninja azul marinho e um regata cinza.

Hinata não pôde de sorrir ao ver Hanabi. Sentia tanto a falta da pequena. Deixá - la aquela noite fora a coisa mais dolorosa que ela tivera que fazer e infelizmente ainda não poderia tirá - la de casa, pelo menos não por enquanto. A jovem caminhou até a irmã mais nova, que andava de cabeça meio baixa e ainda não notara a presença de Hinata. A Hyuuga mais velha aproximou-se por trás da pequena garota.

- E aí mascote. - Hinata falou perto de seu ouvido. Sabia que Hanabi odiava aquele apelido.

- Mascote? Por que não vai tomar no seu... - Hanabi irritada virou-se para ver quem era o ser que ousava irritá - la.

Ao ver a irmã mais velha, os olhos de Hanabi brilharam e Hinata pôde notar vários machucados em suas mãos e braços, um enorme corte atravessando a bochecha direita da garota, fora alguns curativos em seu rosto.

- Onee - chaan!! - Hanabi pulou na irmã, abraçando - a.

Continua...