Marraine

Dorc’s POV

Depois de passar a manhã inteira arrumando o salão com decorações infantis com as meninas e as crianças atrapalhando bastante, almocei em casa, coisa pronta e apenas deitei na minha cama exausta descansando a tarde inteira.

Minha cabeça refazia milhões de pensamentos e todos eles acabavam levando a mesma pessoa. Sempre acabava naquela pessoa e naqueles acontecimentos.

Me virei na cama dando de cara com o relógio que marcava 15h13min. Com muita dificuldade me levantei e segui até o banheiro entrando no chuveiro logo em seguida.

Iria levar as crianças no parquinho porque tinha prometido para aquelas duas pestes e eles como duas crianças sábias não iriam esquecer.

Eu iria ter que encara-lo de qualquer jeito hoje e não seria adiantando a ida ao parquinho do condomínio que isso iria mudar. Me enrolei em uma toalha e segui até meu quarto novamente.

Que saudades do meu closet amado.

Que saudades de Paris.

Arrumei-me rapidamente logo ajeitando meu cabelo e meu rosto. Calcei uma sapatilha dourada largando o sapato alto, pois seria um aniversário de criança e outra era sábado, só usar salto alto no sábado em festas.

Peguei apenas meu celular o enfiando em um bolso no camisete e fui até a geladeira onde descava uma torta alemã que as meninas insistiram para eu fazer. Peguei a mesma e sai do meu apartamento seguindo até o elevador e apertando o botão do vigésimo segundo. Ultimo andar e salão de festas.

Assim que o elevador apitou e as portas se abriram eu só ouvia os murmúrios dos convidados e os via também, é claro, e crianças correndo pra lá e pra cá. Passei sorrindo amigavelmente por todos e levei a travessa até a mesa cheia de guloseimas a deixando por ali mesmo.

- Dinha! – ouvi a voz de Harry atrás de mim e me virei o pegando no colo rapidamente.

- Oi meu amor! Parabéns de novo coisa mais linda da minha vida – o enchi de beijinhos.

- Paquinho! – ele ignorou todo meus parabéns e apenas pediu balançando os bracinhos.

- Primeiro a dinda vai falar com a mamãe e com a titia Lene, depois eu vou lá com vocês, tá bom? – ele balançou a cabeça concordando e o coloquei no chão lhe dando um beijo estalado na testa.

- Teremos torta alemã, hmm. – Lene veio na minha direção rindo e lambendo os lábios.

- O que eu não faço pelos meus afilhados, uh? – pisquei rindo e Lene me mandou a língua também rindo. – Os meninos vêm?

- Sim, sim. E Joey também. – ela sorriu largamente e eu acompanhei. Saudades imensas do gay mais lindo do mundo.

- Joey? Onde? – a ruiva apareceu do nada.

- Essa pega o bonde no meio do caminho e quer sentar na janelinha... Coitada – Lene disse me fazendo rir.

- Ih vocês...

- TIOOOOOOOOOOOOO! – os gritos estridentes de Cass e Harry cortaram a frase de Lily e logo todos estavam olhando para a entrada vendo um Joey alegre correndo em direção das crianças pegando os dois no colo ao mesmo tempo.

- JOEEEYY! – agora foi a nossa vez. Eu, Lily e Lene corremos em direção a Joey o abraçando mesmo com as crianças, que riam gostosamente.

- Mes filles – seus olhos se encheram de lagrimas e é claro que os nossos também.

- Que saudades – murmurei já abraçando apenas ele.

- Eu também estava – arregalei os olhos o soltando rapidamente e o olhando. Desde quando ele sabia inglês? Sua voz estava carregadíssima de sotaque, mas mesmo assim. - Pare com isso! Aprendi inglês durante o tempo em que estiveram fora. Ainda não é tudo aquilo. Dá pra enganar – ele sorriu largamente e novamente o abracei.

- Tem Joey pra todo mundo, sai Dorc – Lene me empurrou e abraçou-o.

- Oh minhas meninas. – ele murmurou nos olhando calmamente depois de todos os abraços. – Faz tão pouco tempo, mas parece que se passaram dois, três anos.

- Joey, para com isso. – Lily disse sorrindo.

- Como andam as coisas na MBM? – ele perguntou e Deus, aquele sotaque estava maravilhoso. Se Joey, que era um gato, não fosse gay, eu pegava.

- Está indo... Trabalhos e mais trabalhos, mas... É assim. – suspirei pesadamente.

- E... Espera! Quem são ali com o Remo? – Joey apontou até o elevador onde James, Sirius e infelizmente Remo saiam.

- Ah, os meninos... Er, os pais de Harry e Cass são aqueles e o outro você conhece... – Lene apontou discretamente para cada um enquanto explicava.

- Nossa, eu sabia que vocês tinham bom gosto, mas esses ultrapassam a linha de beleza! – rimos ao comentário de Joey e observamos enquanto Harry e Cass corriam de encontro a eles berrando: papai, pai e dindo.

Eu só sei que vi Sirius ficar estático diante do papai berrado por Cass. James parecia acostumado, acho que finalmente as meninas tomaram coragem e contaram para eles.

- Oi – eles chegaram perto e nos cumprimentaram.

Joey e Remo se envolveram numa conversa sobre contabilidade que eu fiquei com preguiça de ouvir. James e Lily conversavam com Lene e Sirius, os mesmos tinham os filhos no colo. Então lá estava a hora em que eu saia de fininho e ia fazer qualquer outra coisa, afinal, não iria me meter na conversa de nenhum deles.

Já havia me acostumado com isso. Escolhi o lado de ser titia e ficar de fora nas coisas, afinal, a solteirona nunca se mete, só sai sozinha ou com as amigas solteiras, que por acaso, não estão mais tão solteiras assim.

Me dirigi até a mesa onde se encontrava Karlie e algumas mulheres da revista engatando numa conversa animada, sobre qualquer coisa que nos dava na telha. Os outros já tinham se dispersado pelo salão. Cass e Harry logo apareceram no meu lado implorando para a ida ao parquinho.

Levantei-me alegando que levaria as pestes lá em baixo e me despedi das mulheres com um ‘até daqui a pouco’.

- Dinha, o dindo pode ih? – Cass perguntou puxando minha mão.

- Não! É melhor não Cassie, a madrinha quer ter um tempinho com os afilhados mais lindos do mundo, pode ser? – perguntei já no elevador.

- Uhum... – eles murmuraram concordando e já arranjando uma brincadeira no elevador.