O Cara Certo

O dono do sorriso encantador


Acordei pela manhã e percebi que o dia estava frio e chuvoso. Perfeito. Levantei e fui tomar um belo banho e fazer minha higiene pessoal. Olhei para o espelho e meus olhos estavam inchados. Passei bastante corretivo e pó compacto. Deu uma amenizada nas olheiras. Vesti um roupa, digamos que básica. Peguei minha mochila e desci para tomar café.

– Bom dia, Rosa. - disse, descendo a escadas.

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– Bom dia, Julia. – respondeu, gentilmente.

Ela preparou um café reforçado pra mim e eu a agradeci por isso.

– O que aconteceu com você?– perguntou ela.

– Nada– respondi.

– Está com uma cara horrível. Corretivo e pó compacto não são tão bons assim. - disse-me, droga - Não quer me contar oque aconteceu?

Rosa sempre sabia como eu me sentia. Eu contava tudo a ela. Era com ela que eu desabafava, mas eu não queria contar a idiotice que eu fiz.

– Não aconteceu nada. Pode ficar tranquila– menti.

Ela assentiu. Terminei de tomar café e fui para a escola com Paulo.

Cheguei no inferno que era o colégio e subi lentamente as escadas da porta da frente. Eu não sabia como Vitor iria reagir a minha presença. E nem eu sabia como eu iria reagir com a sua presença.

Procurei em todos os lugares onde ele poderia estar e não o vi em lugar algum. Bateu o sinal e eu fui para a sala de aula. Ele também não estava lá. Vitor havia faltado na aula. Era bem difícil isso acontecer, mas neste caso, eu sei o motivo. A aula fora bem chata. Na verdade, tudo era chato sem Vitor.

No intervalo eu estava no refeitório, sozinha. Rodeada de pessoas, mas sozinha. Ouvi alguém me chamar e me virei na esperança de que fosse Vitor, mas não era. Era melhor, eu acho...

Luan estava de pé, ao meu lado. Com um leve sorriso no rosto, disse:

– Posso me sentar ao seu lado?

– Claro– nem pensei, mas respondi que sim.

Ele se sentou ao meu lado e sorria sem parar. Aquele sorriso me encantava cada vez mais. Eu não podia deixar ele perceber que eu estava mal e nem que eu gostava dele.

– E ai, cadê seu namorado? – perguntou ele e eu fiquei paralisada.

– Namorado? – perguntei confusa.

– É...– fez uma pausa e uma careta - O Vitor! Vocês andam bastante juntos, achei que fossem namorados.

– Não! Somos só amigos!– fiz uma pausa e respirei fundo - Amigos...

– Perdão - disse-me.

– Tudo bem– sorri - E cadê a sua namorada?– disse com expressão de nojo.

– Ah, ela... - ele parecia triste agora– Não somos mais namorados – sorriu, falso.

– O que houve?– tentei esconder o sorriso que se formava em meu rosto, mas acho que era impossível.

– Ela é muito, problemática, entende?– perguntou ele e eu afirmei.

Ficamos conversando o intervalo inteiro. O sinal bateu e fomos para a sala.

Na hora da saída, Luan veio até mim novamente.

– Julia– me chamou - Vai fazer alguma coisa sexta à noite?– eu congelei.

– Não, por que?– burra, respondi.

– Quer ir ao cinema comigo?– eu ia desmaiar!