Flor Do Eclipse

Capítulo 7 - Nova Missão


Gotas de suor e lágrimas percorriam seu rosto, a tensão e o medo aumentavam a cada instante em que virava a cabeça para o lado. O pesadelo que teve segundos antes ajudava a piorar ainda mais a situação, fazendo tudo o que aconteceu parecer real, ou seja, aquela pessoa não estaria mais ao seu lado quando acordasse. Agora, ela deveria conferir se tudo aquilo não passou de um simples sonho.

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- Zero...? – perguntou baixinho ao terminar de virar o rosto para o lado, onde supostamente o andarilho deveria estar. No começo ficou surpresa, mas não foi por causa de que ele não estava ali, do seu lado, e sim pela proximidade que seus rostos se encontravam. Mesmo com a máscara escondendo seus olhos, Lin não conseguia saber se ele estava dormindo, mas, de algum modo não queria parar de observar o rosto do rapaz tão próximo ao seu. – “Ele parece estar dormindo profundamente...” – pensou dando um pequeno sorriso, enquanto ouvia a respiração de Zero.

Depois de saber que o garoto não havia saído de seu lado, a sacerdotisa se sentiu aliviada, aquilo foi apenas um pesadelo, não havia mais nada para se preocupar. Limpou os últimos resquícios das lágrimas que pararam de cair e se aproximou um pouco do rosto do andarilho, lhe dando um leve beijo na bochecha. – Obrigada por ter me salvado, mesmo que tenha roubado meu primeiro beijo... – sussurrou, lembrando-se das últimas cenas de quando foi possuída, suas maçãs do rosto ficaram levemente avermelhadas.

Zero por sua vez apenas virou seu rosto para o outro lado no intuito de se sentir mais confortável, seu pescoço estava dobrado e a cabeça pendia um pouco para frente, Lin apenas riu quando ouviu o garoto resmungar bem baixinho. Deu uma última olhada em seu companheiro e saiu da cama vagarosamente para não fazer barulho, segurou os lençóis sobre seu corpo e se arrastou até o sofá onde suas roupas estavam estiradas. – “Acho que já devem estar secas...” – pensou, tocando seu quimono.

Como pensou que o andarilho ainda estivesse dormindo, deixou os tecidos brancos caírem com a gravidade para que pudesse colocar suas roupas. Pegou delicadamente o quimono azul e o vestiu, arrumando-o para que ficasse de um modo mais confortável em seu corpo. Depois de feito isso, colocou o resto dos acessórios e por fim prendeu seu cabelo de lado. – Pronto... – diz baixinho, conferindo se faltava arrumar algo.

Lin se dirigiu à porta do local e saiu, colocando a mão esquerda sobre seu rosto devido ao radiante sol que se encontrava ao longe, no meio das montanhas. – Um belo dia depois de uma noite com tempestades... – comentou observando a paisagem. Deu um breve sorriso e começou a contornar a casa em ruínas, chegando em um pequeno local onde havia uma gigantesca árvore. Se aproximou da planta e ficou de joelhos.

- Então foi aqui que você morreu, Eva... – a sacerdotisa olhou para baixo e percebeu alguns resquícios de ossos. Uma luz branca tremulou em sua frente, ela virou seu olhar para cima e conseguiu enxergar com certa dificuldade a garota, mas dessa vez não possuía nenhuma aura negra em sua volta. – Eu fiquei muitos dias sofrendo aqui, sozinha... – o fantasma sussurrava, com um olhar triste.

- Eu entendo como se sente. Minha vila também foi destruída e eu fiquei como você, sozinha e desnorteada... – Lin comentou entendendo a dor que a outra passou, esta apenas deu um fraco sorriso e pequenas lágrimas quase invisíveis surgiram em seu rosto. – Me desculpe, eu entrei em seu corpo para vingar a todos e acabei te machucando por dentro ao ver minha dor. Por favor, fale para o seu companheiro que eu ainda não o perdoo por ter destruído minha casa, mas acho que ele não merecia ser atacado daquele modo... – ela dizia entre lágrimas, a sacerdotisa apenas suspirou e ficou de pé, na mesma altura que o fantasma.

- Não se preocupe, direi isso a ele. Mas lembre-se, não é com vingança que podemos resolver as coisas. Somos consumidos pelo ódio e pelo desespero, mas essa não é a solução para tudo. Também possuo um desejo de vingar todos de minha vila, mas sei que isso não me levará a lugar nenhum. Por isso, não precisa chorar ou ficar ressentida, senão não conseguirá se desprender desse mundo, você não quer encontrar seus familiares...? – Lin tentou dar um sorriso para ver se acalmava a pobre garota, o que acabou dando certo já que ela parou de chorar e sorriu levemente. – Obrigada, Lin. Se você não tivesse aparecido por aqui, eu nunca teria tido a oportunidade de descansar em paz. Espero que possamos nos reencontrar novamente em alguma próxima reencarnação... – Eva começava aos poucos a desaparecer.

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- Também espero... – a sacerdotisa respondeu observando-a. – Ah... Cuidado Lin, há dentro de você uma grande escuridão, aos poucos ela pode se tornar maior e te consumir por completo... – a garota disse antes de desaparecer com o brilho dos raios solares, Lin apenas olhou novamente para baixo e respondeu baixo. – Sim, eu sei... – logo após um breve cumprimento formal em frente à árvore, ela se dirigiu de volta ao quarto. Ao adentrar o local, percebeu que Zero já estava de pé com Grandark em mãos.

- O que aconteceu...? – ela perguntou curiosa, olhando para o garoto que ficou aliviado ao vê-la. O andarilho colocou a espada sobre o colchão e sentou ao seu lado, jogando seu corpo para trás. – Por um momento eu e Grandark pensamos que você tivesse sido raptada ou algo assim... – ele respondeu baixinho, Lin apenas sorriu e foi em direção à suas coisas, retirando algumas frutas de sua bolsa. – Aqui, pegue – jogou uma maçã na direção de Zero que pegou no ar mesmo estando meio deitado.

- Eu estava conversando com a Eva, a garota que me possuiu – no momento em que disse essa frase, assustou o andarilho que se levantou com tudo da cama. – Ela falou para eu te dizer que ainda não te perdoa por ter destruído a vila, mas se arrependeu por ter te atacado do nada. Ela pediu desculpas – logo em seguida Lin deu uma mordida em uma maçã, se deliciando com a fruta.

- Ah, sim... – Zero respondeu fazendo o mesmo, o silêncio se formou entre eles e seguiu assim até partirem. Os dois andavam lado a lado sem abrirem a boca, a sacerdotisa já não aguentava mais aquele clima chato e resolveu dizer qualquer coisa. – Ei, Zero! – tentou chamar a atenção do garoto que apenas virou seu rosto em sua direção. – É verdade que o Grandark só fala com você...? – perguntou apontando para a espada.

- Sim... – ele disse normalmente, voltando ao silêncio de antes. Lin ficou um pouco incomodada por não ter conseguido começar uma conversa mais longa, em sua distração observando o andarilho ao seu lado, não percebeu que havia um pequeno galho exposto, pisando em falso e caindo de cara no chão. –Gyaa!! – gritou ao sentir o chão duro abaixo de si. Zero parou de andar e só observou a garota que tentava se levantar com dificuldade.

- Zero... Eu acho que ela se machucou... – Grandark comentou ao ver que a sacerdotisa não estava conseguindo levantar. – Acho melhor você levar ela, ou ficaremos aqui para sempre – complementou com uma gota perto de seu olho, Zero apenas concordou e se abaixou na frente da garota. – Suba... – ele disse esperando.

- Ah... – Lin não sabia o que dizer, ela primeiro retirou a espada do garoto e se apoiou em suas costas, segurando Grandark com a mão direita com certa dificuldade. O andarilho segura as duas pernas da sacerdotisa e sente algo em seu ombro esquerdo, era a outra mão da garota. No momento em que o rapaz se levantou para começar a andar, quase se desequilibrou. – Ai... – ela comentou se mexendo bruscamente.

- Onde está doendo...? – Zero perguntou, colocando-a novamente no chão. – Acho que eu torci meu tornozelo esquerdo... – ela respondeu alisando o local onde doía. O andarilho nada disse, pegando o elástico que utilizava em seu rabo de cavalo para prender algumas faixas sobre o tornozelo da companheira. – Melhorou...? – perguntou baixo, ela acenou com a cabeça e agradeceu. Assim seguiram novamente viagem para o quartel, o silêncio ainda predominava entre os dois, mas dessa vez Lin não estava com vontade de falar, já que o modo em que eles se encontravam não era algo muito comum.

- Ei, não me arraste assim! – Grandark gritava inutilmente para a sacerdotisa que ainda o segurava com a mão direita. Como ela não conseguia ouvi-lo, a espada apenas resmungava e continuava a ser arrastado até chegarem ao destino final, o quartel geral. Por algum motivo estranho todos os integrantes da Grand Chase estavam esperando os dois chegarem. Antes que muitas pessoas começassem a perguntar o porquê de Lin estar nas costas de Zero, Lothos os silencia falando por cima com uma voz autoritária. – Silêncio, o Ryan irá falar agora – todos imediatamente param e olham para o garoto que estava muito nervoso. – As flores... Desapareceram! – foram as únicas palavras que disse antes de cair sentado no chão...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.