Golpes do Destino

Capítulo 10


Cheguei ao tão conhecido local, onde passara várias horas e dias desses últimos 3 anos e estacionei, fui andando pelas pequenas ruas que ali tinham e ia encontrando uma pessoa aqui outra ali, era sempre assim ali, sempre tinha alguém fazendo visitas, mesmo que em vão. Quando finalmente cheguei ao meu destino “Rua 15” como era chamada, cada virada havia uma rua, a que eu costumava ir era a 15, fui andando por ela e só parei quando encontrei o que queria. Elas eram duas, uma ao lado da outra, totalmente intactas e descoradas com alguns buquês de flores que fazia questão de pagar ao jardineiro para que as colocasse lá toda semana.

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Aquelas duas lápides, nunca irei me esquecer delas, sempre que terminava meu expediente passava ali, pelo á 3 meses atrás era o que costumava fazer. Em uma havia as escritas “Jackson Radcliffe, filho querido, esposo amado e pai carinhoso; As muitas águas não apagaram este amor jamais.” Na outra estava: “Joshua Radcliffe, filho amado, neto e sobrinho único; E vinde a mim os pequeninos.”

Achei desnecessário colocar datas de nascimento e morte, não era algo que gostava de ficar me lembrando. Sentei-me de frente para elas como sempre costumava fazer e fiquei no meio delas, era sempre assim, me sentava ali e ficava por um bom tempo.

- Olá meninos, faz tempo que não venho aqui não é? – Era fácil, sei que parecia uma louca fazendo isso mas, me fazia bem. – Mas não fiquem chateados, vou contar-lhes o que ouve.

Narrei em voz alta tudo o que acontecera nesses meses e contei como fora o aniversário de Catherine.

- Sentimos a falta de vocês, suas irmãs sentem sua falta Josh, a mamãe sente sua falta. – Disse já com lágrimas nos olhos.

- Mas estou aqui hoje, para cumprir o que um dia me pedira. Sei que você sempre estará em meu coração, mas que também tenho que deixá-los ir, e hoje sinto que finalmente posso fazer isso. Nunca me esquecerei de vocês, e principalmente, nunca me permitirei esquecer tudo o que fizeram em minha vida. Mas vocês precisam ir ao é? E mesmo assim, ainda desejaria ter vocês de volta na minha vida. Eu amo vocês, principalmente você meu pequeno príncipe. – Disse alisando a grama ao meu lado.

Fiquei ali mais um tempo, finalmente me permitindo algumas lágrimas, olhei para o céu e vi que o mesmo estava se baseando em meu humor, algumas nuvens começaram a se juntar no céu e percebi que uma chuva se aproximava.

Quando finalmente me levantei para ir embora algumas gotas já caiam do céu, fui para o carro de dirigi de volta para casa. Liguei para o numero de quem salvaria o meu dia. Atendeu no segundo toque.

- Alô?

- Fadinha preciso de sua ajuda. – Disse para ela.

- O que precisa Bellinha? – Perguntou Alice.

- Preciso que você tire as crianças de casa por um tempo, leva elas para o shopping ou pra ver filme na sua casa... Só, tire elas de casa, por favor? – Pedi

- Claro Bells.

- Obrigada Allie, te devo mais essa.

- Estou sempre aqui pra você amiga.

Desliguei o telefone já chegando perto do condomínio, passei em uma Starbucks para comprar nosso café da manhã dando-se conta de que já eram 11:30hs da manhã.

Quando finalmente cheguei em casa, desci do carro com o café e fui para dentro. Deixei as coisas na cozinha e fui procurar por Edward, ele estava tomando banho então deixei meus sapatos na ponta da cama e fui para a sacada de meu quarto, ela tinha vista para a piscina. Fiquei ali por algum tempo que no momento que não sei dizer quanto mas sinto que foi o suficiente para sentir Edward me abraçar por trás e as gotas de águas de seu cabelo ainda úmido do banho molhar minhas costas. Minha vontade era de virar-me e beijá-lo com toda intensidade e tentar transpassar por ele assim todo o amor que sentia por ele, mas precisava fazer algo mais importante antes.

- Não vai perguntar onde estava hoje de manhã quando acordou? – Disse finalmente.

- Estava esperando que você me contasse. - Disse depositando um beijo em minha nuca.

- Estava no cemitério visitando Jackson e Josh. – Disse me virando para ele.

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Tentei decifrar alguma expressão de ciúmes ou algo do tipo mas não, ele continuava tranquilo como se conversássemos sobre o tempo, que por um acaso caia algumas gotas de chuva ainda lá fora.

- Sabe por que fui lá? – Ele ergueu as sobrancelhas num ato de encorajamento. – Fui até lá por nós, bem, por mim na verdade. – Disse indo me sentar na cama.

- Precisava disso. Hoje quando acordei, senti que, não era certo que continuasse com tudo isso e, carregando um peso que não é meu em minhas costas. – Disse suspirando. – Quando meu filho estava quase morrendo, a única coisa que me lembro daquele dia, a minha única lembrança de que aquele dia realmente existiu foi que ele me disse: “ Mamãe, eu sei que você me ama, e sei também que você sofre com tudo isso, você e minhas irmãzinhas, mas... Eu estou tão cansado, eu preciso ir, mas não quero que sofra com isso, quero que me prometa que continuará assim, firme e forte, como você sempre foi. Por mim, por Cathy e Lizzie. E quero que sempre diga a elas o quanto eu as amava. Hoje o papai e um anjo vieram me buscar, e estão esperando por mim, mas por favor. Fique firme, mamãe, eu amo você, pode fazer isso?” E eu concordei, e depois de lhe dar um abraço e lhe dizer o quanto o amava ele partiu. Nunca conseguirei descrever a dor que senti no momento em que vi meu pequeno se desfalecer em meus braços, bem ali, diante de meus olhos. E saber, que eu não poderia fazer nada para salvá-lo, a não ser deixá-lo ir. – Naquele momento já chorava. – Daquele dia em diante, o visitava todos os dias, sentava naquela grama e conversava com eles sempre. Mas hoje percebi que, não posso mais continuar com isso, não me faz bem. E depois de todo esse tempo, agora me sinto mais forte e preparada para continuar a minha vida ao lado de Catherine, Elizabeth, você e Anthony. Decidi hoje, que não quero mais aquele passado me atormentando, decidi que quero seguir em frente, não esquecê-los, por que isso é praticamente impossível, não da pra esquecer um filho. Mas quero seguir em frente, com você. – Disse segurando sua mão. – Eu te amo Edward.

Ficamos um tempo nos fitando até que ele se aproximou de mim e colou nossos lábios e quanto voltamos a nos fitar novamente ele finalmente disse:

- Não sabe o quão feliz estou por ter confiado em mim e se aberto. Estou muito feliz com isso, e vou sempre estar aqui com você Bella. Sempre. – Disse segurando minha mão. – E se você segurar a minha mão, juntos passaremos por tudo. Eu te amo.

- Obrigada por me esperar. Não sabe o quanto me faz bem.

Abraçamos-nos e ficamos assim por mais um tempo, depois que nos separamos fui ao banheiro só para constar que ainda estava com a ponto do nariz avermelhada por chorar. Lavei meu rosto e fiz uma maquiagem leve, estava me sentindo tão bem comigo mesma.

Quando voltei Edward estava desligando o celular, virou-se pra mim e disse:

- Era Alice, estava nos convidando a almoçar com ela.

- Bem, eu havia trazido alguns muffins e rosquinhas da Starbucks para comermos mas, acho que almoço seria o encaixe prefeito para o horário. – Disse olhando pela sacada. – Vejo que parou de chover. Podemos ir então?

- Claro.

Saímos e fomos de encontro a casa de Alice. Ela estava com as crianças no quintal dos fundos que era bem parecido com o meu, com piscina, churrasqueira. Não era de admirar que Jasper já estivesse lá também, o cara deveria morar lá.

Almoçamos todos em meio a risadas e tudo mais e olhares de Alice, como sempre me exigindo um relatório do dia, mas deixaria isso pra depois. Mais tarde Rose a Emmet chegaram e ficamos todos ali até anoitecer, pedimos pizza para o jantar e ficamos assistindo filmes em meio a muitas risadas. Estava feliz por finalmente voltar a vida e Edward estava radiante.

Quando já estava ficando tarde e frio, comecei a chamar as crianças para irmos embora, mas Alice pediu – leia-se implorou – para que as crianças dormissem lá que acabamos deixando. Despedimos-nos do pessoal e fomos para casa.

- Vamos para o quarto? – Perguntou colando nossos corpos.

- É uma ideia tentadora...

- Mas... – Disse me incentivando.

- Mas tenho que pegar os pijamas das meninas e levar para casa de Alice. – Disse depositando um beijo em seus lábios.

- Por que tenho a impressão de que Alice vai te prender lá por algum tempo? – Disse sarcástico.

- Bem, então por que enquanto isso você não toma banho e me espera no nosso quarto? Prometo que volto logo, Alice é negociável as vezes!

- Ok! Mas volte logo.

Sai do quarto e fui arrumar as coisas das crianças, 15 minutos depois já estava batendo na porta de uma Alice quase desesperada.

- Pensei que nunca mais voltaria! – Disse me puxando para dentro. – As crianças já estão vendo filme. Jasper está com elas e Thony. Agora... Conte-me TUDO.

- Espero que não se esqueça de dar banho nelas.

Depois de relatar todo meu dia-a-dia a ela disse que realmente precisava ir para casa pois Edward me esperava.

- Boa sorte amiga! E saiba que estou feliz por você finalmente tê-los deixado ir. – Disse Allie, estávamos já em sua porta.

- Boa noite Allie! – Disse lhe abraçando.

Fui para casa e ao chegar no meu quarto encontro Edward quase dormindo na cama. Tomei meu banho, vesti minha camisola e me juntei a ele ali.

O resto das semanas foram passando sem muitas surpresas. Edward e Anthony praticamente moravam em casa comigo e as meninas e isso trazia alegria ao meu lar. Depois de passado um mês que Edward e eu nos acertamos as coisas foram ficando mais... Exigentes, digamos assim. Eu não o culpava, afinal, qual a graça de um namoro quase casamento sem chegar as vias de fato nunca? Ele era homem e tinha suas necessidades.

Fui tirada de meus devaneios ouvindo batidas na porta de meu consultório, era minha última consulta de sexta-feira. Ela Rose com os exames da próxima paciente.

- Pode mandá-la entrar Rose. – Disse pegando os exames.

- Olá Bella! – Disse Leah entrando.

- Sente-se minha amiga! – Disse lhe apontando o acento a minha frente. – Então... Como passou esses últimos meses?

Apesar dos pesares Leah era minha amiga e eu só queria seu bem.

- Segui todas as recomendações e estou me cuidando, espero que tenha valido a pena. – Disse suspirando.

Comecei e analisar seus exames pulando direto para a parte de meu interesse. Um sorriso brotou em meus lábios ao ver o que continha naquela folha.

- Parabéns mamãe, você está grávida de 2 meses! – Lhe saudei.

- Mesmo Bella? – Perguntou com lágrimas nos olhos.

- Sim, agora... Vou lhe recomendar mais cuidados e vitaminas e depois vamos ver como está esse bebê.

Depois de lhe explicar tudo e meter-lhe uma carta dizendo que a partir de hoje até que seu bebê completasse 6 meses – nascidos –ela permaneceria de licença, não cometeria o mesmo erro duas vezes.

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- De os parabéns a Jake por mim e diga que qualquer dia passo lá em sua casa para visitar! Temos que colocar o papo em dia. – Disse me despedindo de Leah.

- Pode deixar Bella. Ah, por que não dá uma passada em casa esse final de semana? Esperarei por você para dar a notícia. – Me pediu.

- Claro, mas... Importar-se muito se levasse alguém? – Perguntei meio acanhada.

- Claro que não Bells, qualquer pessoa que tenha trazido esse sorriso de volta ao seu rosto é bem-vindo em nossa casa! – Disse me piscando o olho.

- Tudo bem então, estaremos lá para o almoço.

- Estarei te esperando. Tchau Bella.

Depois de me despedir de Leah e arrumar meu consultório encontrei com Rose na recepção, fiquei esperando que ela terminasse tudo e pedi:

- Rose... Importar-se muito de atrasar Edward para mim hoje? Acho que Emmet ta precisando de alguém pra arrumar aquela instalação de som no apto que agora é de vocês. – Perguntei.

Ela se virou para me olhar enquanto desligava as luzes.

- Claro Bella, mas... Posso saber o motivo?

- Preciso arrumar umas coisas em casa antes que ele chegue vocês podem deixar ele lá depois de 1 hora e preciso mandar as crianças para a casa de Alice. – Disse ficando vermelha.

- Acho que posso dar um jeito nisso. – Disse me piscando o olho.

- Obrigada Rose, agora preciso ir antes que ele venha até aqui. Se perguntar de mim de alguma desculpa de que Alice teve alguma emergência seila, de um jeito. – Disse me despedindo dela e saindo correndo dali. – Lhe devo uma Rose.

Sai de lá passando no mercado e comprando algumas coisas que precisava no caminho liguei para Alice a deixei tudo arrumado. Cheguei em casa descendo as coisas do carro e deixando tudo na cozinha, fui tomar meu banho e enquanto meu cabelo secava normal terminei de preparar as coisas. Essa noite não poderia ter erros.

Preparei nosso jantar, arrumei a bancada, decidi que como estaríamos somente nós dois não precisava de nada formal demais. Depois de tudo arrumado e organizado vi que ainda tinha alguns minutos me restando, subi para meu quarto e fui arrumar-me, coloquei um lingerie vermelha e um vestido, nos pés uma rasteira bem casual, fiz uma maquiagem leve e ajeitei meus cabelos, quando me olhei no espelho percebi que parecia uma jovem de 16 anos em seu primeiro encontro.

Recebi uma mensagem de Rose pedindo desculpas por não ter conseguido o manter em seu apto por mais tempo e disse que estava tudo bem e que amanhã de tarde nos falaríamos. Mesmo depois de tudo arrumado ainda andei pela casa revendo todos meus passos e conclui que estava mais nervosa do que deveria. Estava olhando o quintal de fora pela grande janela de vidro que tínhamos na sala quando ouço passos vindos em minha direção. Paralisei e comecei a contar quantos passos ainda faltavam para que ele chegasse até mim. Foram 15 no total, ele se debruçou sobre meu ombro apoiando sua cabeça ali e me abraçando por trás.

- Ai eu saio do meu trabalho e vou buscar minha querida namorada para irmos embora juntos como todos os dias e ela não a encontro. – Começou a indagar com aquela voz rouca de arrepiar todos os pelos. - Sua amiga e secretária me diz que ela teve uma emergência com uma anã de jardim e assim me fazendo ir até seu apto dando a desculpa esfarrapada de que precisava de mim para arrumar um armário que precisava ser montado. – Uma pausa. – Minha surpresa quando chego no apto dela esta tudo em ordem. Ela chega e se senta no sofá como se nada acontecesse e começa a me enrolar. E eu fico me perguntando por que cargas d’água tudo isso.

Quando ele terminou de indagar me virou para si num rompante e me encarou com aquelas duas orbes verdes que eram minha perdição.

- Posso saber o que está acontecendo aqui dona Isabella Swan? – Perguntou erguendo as sobrancelhas.

Dou um pigarro para melhorar minha voz.

- Só queria... Er... Ganhar tempo para lhe preparar uma surpresa. – Droga Isabella, isso são horas de gaguejar?

- E eu posso saber que tipo de surpresa me aguarda? – Esse homem ainda me matará.

- Se eu lhe contar ai não será mais uma surpresa não concorda senhor Edward Cullen. – Tentei soar o mais sedutora possível e acho que consegui pois ele me agarrou de forma tão abrupta e gostosa que fui ao céu e voltei.