No Sewa Baby?!
Consequências
Eles se encararam por muito tempo, Arme não sabia quanto, mas se sentia estranha, desprotegida, o silencio a incomodava profundamente, então ela decidiu quebra-lo. Porém, quando ela abriu a boca, a voz que saiu não era sua.
– Cale a boca, sua porca! – Dio gritou, a expressão raivosa. – Isso é tudo culpa sua! Veja a porcaria que você fez!
– Mas, eu...
– Mas porcaria nenhuma, não quero saber! Eu mandei ficar calada, então cale essa maldita boca. – Ele percebeu as lágrimas começando a chegar aos olhos dela, um gemido baixo vindo do fundo de sua garganta. – Ah, vai chorar? Coitadinha... – Disse sarcástico. – Pensei que tinha dito que você não pode chorar... Foram eles, o jardineiro e empregadinha, não foram? Eles que te mimaram, e te deixaram fraca, inútil.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Ouvindo falar daqueles que a protegiam naquele lugar, seus amigos, a pequena não se segurou, estava morrendo de medo, muito assustada, mas gritou com o nobre que estava a sua frente:
– Você não tem nenhum direito de falar deles! Ryan e Lire não têm culpa!
O asmodiano arregalou os olhos, fingindo surpresa:
– Olhe só! – Riu-se. – Levantando a voz, me confrontando! – Ele interrompeu a risada bruscamente e seu semblante ficou escuro. – Eu não devia ter dado um jeito só naquele jardineirozinho de porcaria, devia ter cuidado dos dois, ia machucá-los, tortura-los, e a culpa ia ser toda sua. Você ia causar-lhes o pior dos sofrimentos...
De repente, a menina saiu correndo, não antes de entregar rapidamente alguma coisa a Rey, que até o momento assistira a cena calada, e subiu a escada correndo.
– Ela não sabe como fica ridícula tentando subir essa escada correndo. Sobe três degraus, escorrega, sobe mais um, tenta apoiar no corrimão, ai cai... – Dio começou a rir quando viu a criança tropeçar em um degrau , logo depois ela desapareceu, indo em direção ao quarto. Ele se virou para a asmodiana ao seu lado e resmungou: - Precisamos arranjar um jeito de sair dessa, Rey, e rápido.
Ele começou a pensar, analisar, calcular toda as suas opções, como deveria agir e o que deveria dizer para agradar os pais e acabar com todo aquele circo:
A forma mais rápida, e mais clara, seria começar a tratar aquela coisinha bem. Ele refletiu um pouco sobre isso, bem pouco, e logo concluiu que qualquer outra coisa seria melhor que aquilo. Ter que sorrir e ser cordial com um ser tão repugnante... A ideia não devia nem ter sido pensada. Devia haver outro jeito, sempre há...
– Dio... Que tipo de monstro nós somos?
Seus pensamentos foram interrompidos pela voz de Rey, ele olhou para o rosto dela, só então percebeu que ela não tinha falado nada até aquele momento, e viu algo no rosto dela...
Não, não podia ser...
Ele não sabia bem o que era, mas não era certo um nobre ter aquela expressão no rosto.
– Asmodianos.
Rey se surpreendeu em ser respondida, talvez porque aquele só fosse um pensamento em voz alta.
– Nobres. – Dio deu um sorriso maligno. – Seres que só se importam consigo mesmo, só fazem coisas se houver lucro. Tudo gira em torno de nós. Tiramos tudo que a pessoa tem para nos dar e depois a jogamos fora sem nem agradecer. Maus, hostis, canalhas, gananciosos, cruéis, vis, egoístas e perversos, somos exatamente o contrário do que é ser nobre. Monstros, realmente é a melhor palavra para nos descrever.
Depois do seu breve discurso ele analisou novamente a expressão dela, estava totalmente diferente. A Rey que ele conhecia tinha voltado.
– É, Dio, acho que essa foi a melhor descrição do que é ser um asmodiano da era. – Ela riu daquele jeito malvado que sempre assustara até os valentões da escola. – Eu vou subir para descansar um pouco. – Ela começou a andar e só parou do lado dele para lhe entregar um papel. – Acho bom você ler isso.
Devia ser aquilo que a coisinha tinha deixado antes tropeçar até o quarto. Já que tinha tocado nela, ele com certeza não queria ler, mas duvidava que ela soubesse escrever o nome, quem dirá uma carta, então não vinha dela.
Ele abriu.
Na carta, escrita a mão, vinha indicações das coisas que eles deveriam ou não poderiam fazer, uma lista de coisas necessárias para a criança, e Dio pulou todos os diversos parágrafos, até chegar ao último, uma pequena nota sobre os empregados:
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Os prestadores de serviços domésticos serão fornecidos e controlados por fora, normalmente irão a casa apenas para abastecimento de alimento e limpeza da casa, sem mais outros serviços, e em só um dia por semana, com exceção de casos a parte.
Embaixo, a carta estava assinada pelos seus pais e os pais da Rey.
Realmente não haveria nenhum empregado na casa.
Dio suspirou. Estava tudo certo, ele podia suportar, seus pais logo iriam entender e deixar aquela besteira de lado.
~*~*~*~
A noite já tinha baixado quando o asmodiano saiu do seu quarto, ele desceu direto para a sala de jantar, se sentou no seu lugar de sempre e esperou.
Esperou.
E esperou.
– O jantar está atrasado, Zero! – Ele gritou com força, muito irritado. – Seu inútil! Traga logo a...
Ele se lembrou. Zero não estava lá, tinha saído no momento que teve oportunidade. Na verdade, todos tinham.
Traidores.
Ele suspirou.
O que faria? Estava na hora de se alimentar e seu estomago sabia disso. Se ninguém ia lhe trazer o jantar, ele tinha apenas uma opção: a cozinha.
Ele se enojou com a ideia de ter que entrar lá por vontade própria, mas mesmo assim se levantou e seguiu pela porta que o supostamente levava para um lugar onde somente os empregados deveriam entrar.
Ele seguiu por um corredor longo até ele abrir em um espaço cheio de portas, sua sorte é que a maioria estava sinalizada. No momento que entrou, duas coisas o surpreenderam:
A primeira, a cozinha era bem grande. E moderna. E até que aceitável ao olhar. Ele tinha uma imagem bem diferente daquele lugar: grotesco, apertado e antiquado. Afinal, era ali ficava alguns empregados. O lugar era amplo e organizado, tinha portas de vidro que davam direto no jardim, o que fornecia uma bela vista, e outras de madeira não sinalizadas que o nobre não fazia nem ideia de onde ia dar.
A segunda, havia mais uma pessoa lá.
Ou metade de uma.
A pequenina de cabelo roxo tinha acabado de preparar dois pequenos lanches, não era muita coisa, mas pareciam bem agradáveis na hora.
– Onde você pensa que esta indo? Eu não a proibi de comer à noite?
Ela nem demonstrou surpresa, o olhou, pegou os dois pratos, escolheu uma das portas sem hesitar e saiu.
Muito melhor assim, pensou Dio, não ia ter que ficar olhando aquilo.
Ele começou a caminhar pelo local, analisou uma coisa ou outra, abriu uns armários...
Não tinha a mínima ideia de onde ficava nada ali.
Não desistiu, continuou procurando, até que resolveu abrir uma maquina grande, de dentro dela saiu um ar gelado e ele viu... Comida. Fileiras e fileiras dos mais diversos alimentos.
Não sabia o nome ou conhecia qualquer eletrodoméstico, mas adorava aquele ali.
Porém, percebeu outro problema: não tinha nada pronto ali.
Nada.
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