Invisível

Decisões


Os raios solares iluminaram o quarto fracamente. Hinata remexeu-se na cama e, assim que sentiu o peito desnudo de seu namorado embaixo de suas mãos, sorriu bobamente e abriu os olhos devagar, deslumbrando-se com a beleza de seu amado adormecido. Apoiou o queixo sobre o peitoral do loiro e velou pelo sono dele por alguns minutos, para depois começar a redesenhar seus traços com o indicador direito. Naruto remexeu-se e começou a abrir as pálpebras, revelando os brilhosos e hipnotizantes olhos azuis.

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-Bom dia... – disse com um sorriso encantador, fazendo a namorada derreter um pouco mais.

-Bom dia, Neko-chan. – Ele roubou um beijo dos lábios rosados e envolveu o corpo curvilíneo da jovem em seus braços fortes. – Você vai precisar me soltar, porque eu tenho que ir trabalhar... – A azulada disse risonha, fazendo o amado gemer de desgosto e apertá-la ainda mais, enterrando a cabeça em seu pescoço.

-Será que você não pode dizer que está doente? Eu realmente queria ficar com você, nesta cama, hoje, o dia inteiro! – olhou nos olhos perolados com intensidade.

-Não posso, Naruto-kun. Tenho mesmo que trabalhar. – O loiro fez um bico de partir coração e a Hyuuga quase cedeu aos caprichos do namorado, porém, depois de um suspiro, limitou-se a envolver o rosto dele com as mãos e beijá-lo ternamente.

-Já disse como você é magnificamente linda de manhã? – ele perguntou alisando as bochechas da morena com o polegar. Olhava-a com tanta intensidade que parecia querer gravar o que via para o resto da vida, de tal modo que Hinata não conseguiu evitar o rubor preenchendo suas bochechas.

-Não pense que vai conseguir me fazer mudar de ideia. – disse, fazendo o Uzumaki respirar desapontadamente. Aproveitou que o namorado desapertou o enlaço para escorregar para fora da cama e correr para o banheiro. Ele ainda tentou pegá-la quando percebeu que escapulia, mas não foi rápido o suficiente.

-Ah, Hina-chan! – resmungou bicudo enquanto abraçava um travesseiro. Ao ouvir o som do chuveiro resolveu sair da cama e ir admirar a amada banhando-se. Sentou no vaso sanitário com um sorriso orgulhoso no rosto por saber que tanta beleza era apenas para seus abençoados olhos. Tentava não lembrar de certo Uchiha.

-O que foi, Neko-chan? Você parece desanimado... – Hinata perguntou para desviar um pouco a atenção dele nela, porém realmente havia notado o desânimo do loiro, que suspirou pesadamente e começou a desenhar corações no vidro do boxe.

-Meu pai disse que já passou da hora de eu decidir que faculdade quero fazer, já que abandonei a que fazia... – ele falou sem muita animação, murmurando fracamente as palavras.

-E isso é algo muito difícil? Não tem nada que você goste de fazer? – a água atrapalhou um pouco a fala da azulada, dificultando o entendimento de algumas palavras.

-Hum... – ele ficou perdido em pensamentos por alguns minutos, terminando de desenhar um casal de pessoas palito no vidro embaçado. – Quando eu era pequeno queria ser algo como um diplomata... Queria trabalhar pela paz e pela justiça, mas não sou inteligente o suficiente para isso, por mais que me esforce... Sem contar que teria que fazer muitas viagens, algo relativamente ruim quando tivermos uma família... – o fato de Naruto usar a conjugação em segunda pessoa do plural fez uma felicidade imensurável inundar a namorada, acelerando as batidas de seu coração. Ele realmente não tinha dúvidas se ela seria a mulher certa? Perguntava-se.

-P-por que não faz algo próximo disso? – teve que se conter para não emaranhar as palavras de tão, alegremente, abalada que havia ficado com algo tão simplório como uma conjugação verbal. O Uzumaki deu de ombros, começando a desenhar, da pior maneira, um cachorro.

-Como o quê? – indagou distraído. Hinata murmurou algumas coisas enquanto pensava e enxaguava o cabelo.

-Bom, você disse que queria trabalhar pela paz e pela justiça... Poderia ser um advogado. – deu de ombros – Estaria lutando pela justiça na medida do possível e se quisesse poderia se envolver com causas humanitárias e coisas do tipo. – o loiro deu um pulo, olhando para a namorada, um sorriso imenso brotava gradativamente em seus lábios.

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-É... Pode dar certo! Eu sempre gostei de Law and Order, porque nunca pensei em advocacia? – ele adquiriu uma feição confusa e boba, fazendo a Hyuuga, que se enrolava na toalha, rir e roubar-lhe um selinho. – O que seria de mim sem a Hina-chan? – abraçou a jovem e exigiu por um beijo mais intenso, imediatamente concedido. O loiro sorria alegremente. Se tivesse parado para pensar a sério por um segundo teria descoberto a possível vocação antes, mas ele estava deixando a frustração encobrir possibilidades. O desapontamento com ele próprio o impedira de encontrar caminhos alternativos. Dava graças a Deus por ter encontrado Hinata, pois ela havia sido a melhor coisa que lhe havia acontecido.

Os dois saíram do banheiro e se depararam com Sasuke, deitado na cama, brincando com Jason, que parecia gostar muito dos toques do Uchiha. Hinata, acostumada com os atrevimentos do vizinho, só arqueou uma sobrancelha e refletiu se seu gato poderia ter tendências homossexuais. Naruto, que ainda não estava completamente indiferente à exagerada intimidade do moreno com a namorada, trincou os dentes e bateu os pés no chão.

-E então, depois de Naruto superar a primeira crise hormonal, finalmente descobre o que quer ser quando crescer. – o amigo soltou no melhor tom sarcástico, fazendo o loiro soltar fumaça pelas ventas. – Oh, desculpe... Vai ter outro ataque de ciúme só porque eu, muito provavelmente, posso estar deitado sobre seu sêmen? – O Uzumaki cerrou os punhos. Não aguentava ouvir aquele sarcasmo descarado e irritantemente calmo do Uchiha. Hinata já havia revirado os olhos e se preocupava em se vestir, pois sabia que as crianças tinham que atingir o nível de provocação diário.

-VOCÊ É MUITO ATREVIDO, SEU MALDITO! – ele berrou, liberando toda a irritação que havia subido por seu sangue. Sasuke nem se interessou e continuou fazendo cócegas na macia barriga de Jason, que se remexia e batia as patas em seu rosto.

-Sei... Só não podemos esquecer quem está na vida da Hinata há mais tempo, para quem ela pede consolo quando você faz merda...

-Saki-chan... – A Hyuuga soou reprovadora e ameaçadoramente. O vizinho entendeu de imediato. Se ele falasse mais uma sílaba que pudesse gerar uma nova discussão entre ela e Naruto, um ataque furioso com travesseiros não seria nem metade do que aconteceria com ele, por isso se calou. E foi bem em tempo, por que o namorado da azulada já tremia de raiva.

-O que você está fazendo aqui, hein? – apontou acusadoramente para o moreno, que apenas deu de ombros de forma desinteressada.

-Hoje é dia da Hinata me prover café da manhã... – O Uzumaki passou a mão pela face, decido a se acalmar. “Ele está namorando a sério com a Sakura-chan”, repetia a frase em sua cabeça como um mantra. Sabia que quando casasse com Hinata o amigo viria de brinde, ou seja, ele iria casar com os dois, de modo que tinha que aprender a não deixar as provocações do Uchiha tirarem-no do sério. – E, por favor, diz para mim que eu não estou deitado sobre seu sêmen. – Sasuke virou a cabeça com um olhar de nojo para Naruto.

-Está deitado sobre a maior quantidade. – respondeu indo até a namorada, que terminava de se vestir, envolvendo-a pela cintura e beijando sua nuca. A azulada era seu melhor calmante.

-É isso aí, Jason. Hora de ir pro sofá. – O moreno pegou a bola de pelos cinza e saiu do quarto. Ele só queria mesmo irritar o loiro por ele ter discutido com sua vizinha por causa de ciúmes.

-Será que você poderia pedir ao seu querido Saki-chan para parar de implicar tanto comigo? - o namorado resmungou enquanto se deliciava com o cheiro do condicionador de Hinata.

-Ele só deve estar querendo te atormentar por você ter discutido comigo por ciúmes... Eu o fiz ficar acordado até quase de manhã ouvindo meu desabafo. – A Hyuuga comentou distraída, terminando de colocar os brincos.

-Você quer dizer fazendo ele ouvir você reclamar de mim. – o namorado fez bico e ela beijou seus lábios, voltando para o banheiro para secar os cabelos.

-Fazer o que se você foi um bobão, Neko-chan! – gritou, ligando o secador em seguida. Naruto suspirou e foi para sala. Revirou os olhos ao olhar para Sasuke e sentou no tapete. O silêncio perdurou por longos minutos, o som do secador da dona do apartamento ao fundo.

-Você não precisa se preocupar comigo ou homem algum, sabe, dobe... A Hinata realmente te ama. Dá até vontade de vomitar. – o vizinho comentou despreocupadamente quebrando a ausência de palavras. O Uzumaki encarou-o e arqueou uma sobrancelha, rindo de forma descontraída depois.

-É... – coçou a nuca, sorrindo abertamente. O Uchiha tinha um bom coração, mesmo sendo extremamente irritante. Pensou. Sempre dava para contar com ele, no final das contas. - Sakura-chan me contou que vocês vão juntos para Tóquio. Boa sorte. – resolveu mudar de assunto. Um sorriso brotou no canto dos lábios do moreno.

-Você roubou minha melhor amiga e eu roubei a sua. Estamos quites. – deu de ombros e bateu os pelos do gato da calça jeans.

-É, mas minha amizade com a Sakura-chan não é tão intensa e forte como a sua e a da Hina. – murmurou, perdendo-se novamente em pensamentos, que foram subitamente interrompidos por causa de uma almofada atingindo precisamente sua cabeça. – Ai, teme!

-Saia da adolescência, Naruto! Nenhuma relação é igual à outra, por isso pare de comparar as coisas! Se continuar com isso nada vai estar bom o suficiente. Confie nos sentimentos das pessoas por você, dobe. – A intensidade na voz de Sasuke era tanta que Naruto até se arrepiou, além de ficar extremamente surpreso pelas palavras. Como ele podia já ter entendido? Indagava-se. O loiro sempre tivera dificuldade em acreditar que o sentimento de alguém por ele poderia ser verdadeiramente forte, pois houvera sido muito rejeitado quando era criança, tudo por que seus pais ainda eram muito jovens e tentavam estabilizar a vida financeira. Deu um meio sorriso e jogou a almofada de volta ao amigo estirado de barriga para cima no sofá.

-Obrigado, teme. – murmurou. O Uchiha apenas deu de ombros, pois nunca admitiria que se importava com o jovem escandaloso ou que o tinha como um bom amigo, um segundo irmão. Nunca revelaria que o ajudaria em qualquer coisa que precisasse.

-SASUKE, TIRA A MERDA DESSES COTURNOS DE CIMA DA MINHA ALMOFADA! – Hinata passou para a cozinha gritando com uma fúria inimaginável para uma pessoa tão meiga quanto ela. O vizinho abaixou os pés para o tapete de imediato, levantando as mãos como estivesse se rendendo.

-Boa sorte para lidar com essa daí de TPM. – sussurrou para Naruto, que engoliu em seco com a informação.

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-Sua visita realmente me surpreendeu. Pensei que nos veríamos apenas na segunda, Ayame. – Fujizaki dizia enquanto procurava a ficha da paciente.

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Ayame remexia-se envergonhada na poltrona. Sabia que tinha visto o terapeuta no dia anterior, mas não conseguiu evitar ligar para o consultório alguns minutos depois de acordar. Precisava falar enquanto ainda estava disposta. O profissional pareceu achar o que queria e sentou-se na poltrona de frente a da jovem, olhando-a com um sorriso em face.

-Mas fico feliz com sua atitude. Então, em que posso te ajudar? – ele cruzou as pernas e a olhou cheio de atenção para ouvi-la. A morena suspirou e passou a mão pelos cabelos, evitando fixar olhares.

-Desculpa por ter feito você arrumar um tempo assim tão em cima da hora... Mas eu sabia que se esperasse pela minha consulta perderia a coragem para tocar no assunto... – perdeu o olhar no céu cinza e límpido de inverno.

-E qual seria o assunto? – ele a incentivou depois dela ter se perdido em pensamentos desconhecidos. Ayame respirou fundo e esfregou as pernas. Agora que estava frente ao terapeuta sua coragem parecia evaporar, mas ela sabia que precisava falar.

-Eu acordei mais cedo que o normal hoje... Itachi ainda dormia pesado, por isso resolvi descer a sala e assistir um pouco de televisão para não atrapalha-lo... – ela olhou de canto para Fujizaki, confirmando que ele estava extremamente atento ao que ela dizia. – Quando eu liguei a TV, estava passando um filme de romance e a cena em que peguei era do casal em um momento de muito amor e intimidade... – a voz de Kurumizawa abaixou nas últimas palavras e o terapeuta não precisou de mais explicações para entender sobre o que ela estava se referindo.

-Você se sentiu incomodada em assistir? – perguntou. Ayame apenas balançou a cabeça em negação e se encolheu mais um pouco na poltrona, passando uma mão suavemente pelos lábios e queixo. Ainda podia se lembrar do maravilhoso arrepio em seu corpo ao ver aquela cena tão lírica, de toques tão belos e movimentos tão poéticos. Ainda podia se lembrar da dificuldade em manter a respiração estável ao imaginar ela e o namorado no lugar do casal de atores.

-Não... Na verdade, eu... Eu desejei ter um momento igual para mim... – um rubor tomou conta de suas bochechas alvas e ela ficou repetindo em sua cabeça “ele não está me julgando” como um mantra para acalmar seus anseios.

-Mas você tem medo? Tem trauma por causa de seu padrasto? – as perguntas feitas em voz suave e sem nenhum traço de opiniões próprias ajudavam a pequena a se soltar para falar com mais tranquilidade, como se estivesse tendo uma conversa em sua mente.

-Não exatamente... – apertou os dedos um nos outros e mordeu o lábio. Como explicaria seus tão confusos sentimentos e temores? – Quando Hiruzen me forçava, eu ficava repetindo em minha cabeça que a dor e o sofrimento só vinham porque nós não compartilhávamos um sentimento de amor... Eu não tenho medo dos toques de Itachi em mim... Eu os quero, para ser sincera... – perdeu o olhar no carpete, tentando se acalmar cutucando uma cutícula do indicador.

-Quer dizer que você é consciente de que ter relações com seu namorado seria diferente, mas mesmo assim não consegue incentivá-lo? – recebeu uma confirmação de cabeça da Ayame. – Qual é o problema então? – ela apertou os olhos e limpou uma lágrima que escapara sem consentimento. Respirou fundo e voltou a olhar para a paisagem através da janela.

-Sinto que vou... Contaminá-lo... Ou algo parecido. – murmurou. Odiava admitir o fato, pois sabia o quão absurdo poderia soar. Só queria poder vencer essa barreira mais do que todas as outras, pois tinha certeza de que muita coisa melhoraria se conseguisse. Fujizaki a observava com paciência e entendimento. – Eu quero vencer isso. – disse convicta, encarando os olhos do terapeuta.

-Certo, então irei ajudá-la.

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Espreguiçou-se na cama, estendendo os braços para lateral. Antes, estava acostumado a encontrar o outro lado da cama frio e vazio, mas não era mais assim, por isso a preguiça e a sonolência sumiram de imediato e Itachi acordou em um pulo, irritando os olhos com a luz. Os cobertores estavam bagunçados e não havia sinal algum de sua namorada neles.

-Ayame? – chamou para confirmar se ela não estaria no banheiro ou na sacada, contudo obteve apenas silêncio de resposta. Onde ela poderia ter ido? Perguntava-se. A pequena sempre dormia até tarde.

Saiu da cama e um arrepio subiu por sua espinha assim que seu pé quente tocou o chão gélido. Procurou por um chinelo e colocou a cabeleira negra em ordem com os dedos. Saiu do quarto com os olhos atentos a toda a casa, ainda extremamente silenciosa. Seu pai deveria estar no escritório, como sempre. Procurou Ayame por todos os cantos, mas não a achou. Começou a ficar preocupado por ela ter saído sem deixar nenhum bilhete ou aviso. Se suas roupas ainda não estivessem no guarda-roupa, o moreno estaria entrando em absurdo desespero.

-O que foi, querido? Por que toda a movimentação? – Mikoto, que observava o filho enquanto cuidava do jardim, entrou para sala, chamando a atenção do Uchiha.

-Você viu a Ayame? – perguntou, dando um beijo de bom dia na testa da mãe.

-Ora, querido, ela saiu tem alguns minutos, dizendo que ia ao terapeuta. Quando acordei, ela já estava de pé... – disse, provocando a elevação de uma das sobrancelhas do filho.

-Que estranho... A próxima visita era para ser segunda... – o semblante de Itachi ficou pensativo. Ela não estaria mentindo e indo fazer alguma outra coisa, não é? Perguntava-se mentalmente.

-Você não acha que ela mentiu e foi para outro lugar, acha? – sua mãe perguntou, verbalizando seus pensamentos. O moreno a encarou por alguns segundos, como se essa hipótese fosse inegável, porém chacoalhou a cabeça, decidido a mandar as suspeitas para longe.

-Não. Ela é sempre muito sincera... Acredito que tenha ido mesmo ao terapeuta. – ele sorriu singelo e deu de ombros. A namorada nunca havia o desapontado, não tinha porque não dar um voto de confiança a sua pequena. Surpreendeu-se com Mikoto puxando-lhe a bochecha e soltou um murmúrio em protesto.

-Como era de se esperar do meu bebê! Venha, vamos tomar café da manhã com a mamãe!

O Uchiha riu e agarrou a cintura da mulher, dando um beijo estalado em sua bochecha, apenas para fazê-la sorrir ainda mais. Estar de férias era realmente bom. Acordar e dormir no horário que quisesse, poder desfrutar de refeições junto da querida mãe, além de outros momentos de distração e divertimento. Por que não havia tirado um tempo para si antes? Indagava-se.

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Entrou no apartamento da amada arrastando a mesma pelo pulso. Sakura ria do namorado e divertia-se com as atitudes que mal o moreno sabia ser extremamente fofas.

-Sasuke, nós poderíamos ir almoçar em um restaurante, não acha? – disse sendo arrastada para a cozinha da residência. O moreno parou de repente e voltou-se a ela, fazendo-a colidir com seu corpo e roubando-lhe um beijo ardente, que tirou todo o fôlego da rosada.

-Eu não poderia fazer isso em um restaurante. – comentou para a figura desconcertada em seus braços, sorrindo de canto com o estrago que seu beijo havia causado.

-Por mim tudo bem. Deixa-me ver o que tem de comida. – relutantemente saiu do enlaço do namorado e, ainda com a alma nas nuvens, foi até a geladeira.

O Uchiha havia passado na faculdade e exigido que a jovem gastasse todo o tempo livre que tinha com ele. Não queria saber se ela tinha que estudar ou resolver qualquer outro assunto, colocou-a na garupa de sua moto e dirigiu até o apartamento da mesma. Sakura não ficou irritada com a atitude, muito pelo contrário, um sorriso bobo grudara em seus lábios e parecia que não iria sair tão cedo.

Sasuke disse que iria ajudar a fazer o almoço, mas não ajudou em nada, apenas atrapalhou de uma forma muito bem-vinda. Abraçou a Haruno pelas costas, roubando-lhe beijos e carícias. Não a soltou por nada, forçando a namorada a fazer um esforço descomunal para se concentrar no que fazia, pois os toques do moreno arrepiavam-na, tiravam-na o fôlego e enfraqueciam suas pernas. O que estava acontecendo? O amado parecia exageradamente carente. Não que fosse ruim, só não era algo comum dele. Ele até mesmo a fez comer com apenas uma mão, pois manteve a dele entrelaçada a dela o tempo todo.

-Não devia estar na faculdade? – perguntou enquanto comiam o almoço feito improvisada e apressadamente.

-Estou tendo provas esses dias. Quem acaba pode ir embora. – comentou terminando de mastigar. Sakura arqueou a sobrancelha e encarou a mão que começava a ficar quente de tanto que o namorado apertava. Refletiu se devia comentar algo sobre a necessidade excessiva de toques que Sasuke estava, mas resolveu deixar quieto.

-Entendi... Minha prova de transferência é na semana que vem... Eu deveria estar estudando, sabe... – comentou em um tom incriminador e o moreno a olhou de canto.

-Pode estudar em outra hora, agora seu tempo é meu. – E lhe roubou um beijo terno na bochecha, que a fez ruborizar levemente.

Sasuke estava carente. Tudo culpa de Hinata que o fizera assistir diversas comédias românticas durante o tempo que estava brava com Naruto. Sem contar que tudo ao seu redor parecia estar cheio de romance e amor. Sempre houvera diversos casais andando juntos pela rua? As pessoas sempre demonstravam afeto publicamente? Porque ele parecia não perceber essas coisas antes de começar a namorar. Olhava para o lado, via um casal e tudo em que conseguia pensar era em abraçar e beijar Sakura. Foi por isso que precisou ir buscá-la e fazê-la prisioneira por algumas horas.

A rosada ia recolher os pratos para lavar e então organizar a cozinha, mas ele não deixou, arrastando-a para o sofá. Colocou-a sentada, guiando-a como se fosse uma boneca, e se deitou, apoiando a cabeça sobre suas coxas. A jovem ria da ternura que era o amado e não demorou muito em começar a fazer um afago nos cabelos negros e sedosos. O Uchiha fechou os olhos e respirou profundamente. Estava parecendo uma criança e a namorada temia estar se apaixonando ainda mais.

-O que deu em você hoje? – perguntou de forma divertida, ainda se entretendo depositando carícias.

-Nada... Só queria ficar com a minha namorada. – murmurou de olhos fechados. Sakura sorriu e beijou-lhe o rosto. Depois de alguns minutos, os orbes ônix intensos encararam as brilhosas esmeraldas. O moreno levou a mão à pele alva do rosto da Haruno, olhando-a com tanto amor que até mesmo a fez perder o ar. Ele ergueu o tronco e a namorada percebeu que Sasuke queria mudar de posição. Levantou-se e, pela mão envolta na dele, foi sendo guiada.

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Acabou se deitando com o amado no estreito sofá, fazendo com que os dois ficassem extremamente próximos e colados. O Uchiha envolveu-a em um abraço aconchegante e forte, fazendo-a enterrar a cabeça em seu peito, enquanto ele apoiava o queixo sobre a cabeleira rosa, embriagando-se com cheiro que tanto amava. A rosada começou a sentir o sono chegar sendo embalada pelas batidas tão hipnotizantes do coração do moreno. Ambas as respirações foram acalmando e ficando suaves. A temperatura ficou agradável devido à maravilhosa troca de calor entre os corpos.

-Você tem até que horas? – ele murmurou.

-Até umas três e meia... – comentou a namorada já sonolenta.

Era indescritível a paz que inundava Sakura por ter as mãos perdidas nas costas largas do moreno, por sorver seu cheiro maravilhoso tão diretamente, por sentir sua pele tão prensada a sua, por perder-se no som de seu coração e parecer fundir-se a ele gradativamente. Poderia dormir daquele jeito todas as noites, pois tinha certeza que dormiria magnificamente bem.

-Sakura... – ela soltou um murmúrio para avisar que ouvia. – Seus tremores melhoraram... Você vai fazer a cirurgia?

-O médico disse para eu fazer o tratamento por mais um tempo antes de fazer a cirurgia. – respondeu com uma voz embargada e preguiçosa. Amava saber que o namorado se preocupava com ela. Ele podia ser um pouco frio e distante por vezes, mas sempre dava um jeito de perguntar sobre sua saúde, visivelmente zelando pelo bem estar de quem amava, algo que sempre a fazia muito feliz.

-Bom... – comentou, o sono estava indubitavelmente tomando conta dos dois. – Pois nunca vou te perdoar se me deixar...

A última frase de Sasuke misturou-se ao sonho de ambos, mas Sakura dormiu com um sorriso em face, porque, no fundo, sabia que realmente havia escutado as palavras serem ditas.