A Marota

Bem vindo ao mundo Bambi


Faz oito meses que descobrimos sobre a gravidez da Lily e, na minha opinião, esses foram os piores meses para todos nós. Os Comensais sabiam de quase todos os planos da Ordem o que eliminou qualquer leve esperança que pudéssemos ter sobre não haver nenhum traidor entre nós e além do mais acabamos pagando um preço muito caro por conta desses segredos perdidos.

Quando as coisas começaram a piorar, uma vez que todos passaram a suspeitar de todos, eu fui atrás de Dumbledore e embora ele concordasse comigo que essa desconfiança poderia ser nossa ruína não houve nada que algum de nós pudesse fazer para conseguir convencer os outros disso.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

E como os problemas na Ordem acabam sendo estritamente ligados aos da nossa vida pessoal podemos concluir que elas também estavam cheias deles. Alice e Frank encontraram com Voldemort duas vezes nesse período e foi por muito pouco que conseguiram sair com vida na segunda vez, assim como aconteceu com Lily e James dois meses atrás e eu também encontrei mais uma vez com meu “pai” logo depois do trágico ocorrido [Já chegarei nele] e ele só saiu de lá com vida porque me atacou durante o dia porque se fosse de noite eu juro por Merlin que o matava nem que para isso acabasse morrendo junto.

O que nos leva diretamente ao fato que mais abalou todo o nosso grupo e nos fez odiar ainda mais o Cara de Cobra, dois meses depois de ficar noiva do Sirius, Marlene foi abordada em uma de suas missões por um grupo muito grande de Comensais e apesar de ter levado um grande parte deles com ela sua habilidade mágica não foi suficiente para tirá-la dali com vida. Dias negros foram os que se seguiram após a morte dela, Sirius estava completamente inconsolável e deprimido enquanto na mesma proporção se encontrava vingativo e era isso que nos assustava. Temíamos que Sirius acabasse fazendo alguma loucura para vingá-la e pagasse com sua própria vida por isso, mas rezamos tanto para Merlin e Morgana que eles acabaram nos ouvindo e atenderam as nossas preces.

Claro que mesmo em meio a toda a escuridão que nos cercava havia momentos onde pequenos raios de só chegavam até nós fazendo com que todo o nosso esforço tivesse valido a pena, como por exemplo o nascimento do filhinho de Alice e Frank, um menino gorduchinho e risonho chamado Neville Longbotton, e é claro o motivo de estarmos no St Mungus hoje, exatamente em 31 de julho de 1980 o primeiro integrante da nova geração de marotos está para nascer e não preciso nem dizer que o James estava desesperado.

- Quer se acalmar, a Lily só está tendo um bebê. – Sirius resmungou. – É um veado mesmo.

James pela primeira vez desde que me lembro não gritou em resposta, “é um cervo” o que fez Sirius e eu trocarmos olhares preocupados isso indicava claramente, ao menos para nós, que nosso caro amigo estava realmente muito nervoso.

- Está demorando muito.

- Não lembra que o parto da Alice demorou horas para acontecer? – Remo perguntou desviando os olhos do jornal que lia. [Por que ele continuava perdendo tempo lendo o jornal era um completo mistério para mim]

- Relaxa logo você vai está com a Lily e com o seu filho. – Peter falou e por algum milagre divino ele não estava comendo.

- Pontas assim até parece que é você que está dando a luz no lugar da ruiva. – Sirius comentou. – Cara você é membro da Ordem, foi capitão do time de Quadribol nos tempos da escola e é um maroto, mas faz jus ao animal em que se transforma.

- Quer calar a boca... – James começou e se bem conheço o meu amigo tinha até medo do que viria depois, mas pela graça de Merlin uma enfermeira entrou na sala de espera o interrompendo.

- Qual de vocês é o senhor Potter?

- Eu! – James grito levantando desesperadamente da cadeira e quase me derrubando no processo.

- Acalme-se. – Eu resmunguei.

- Sua esposa está bem e o bebê também, é um lindo menino. – Ela falou sorrindo. - Por favor, me acompanhe.

- E os meus amigos? – Depois que descobriu que a Lily estava bem o cérebro do meu amigo voltou a funcionar.

A enfermeira parou um instante para nos analisar como se estivesse procurando por algo de errado, mas aparentemente ela não notou nada e provavelmente não nos conheceu durante a época da escola porque logo falou:

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Eles podem vir também.

Como se tivéssemos combinado levantamos das cadeiras ao mesmo tempo e seguimos James e a enfermeira.

- Vamos conhecer nosso afilhado. – Sirius falou animado do meu lado e não pude evitar me encolher. – O que há com você Nix?

- Não devia ser eu Sirius, eu fico sentindo que me aproveitei do fato dela ter morrido para roubar o lugar dela.

- Não foi sua culpa o que aconteceu e além do mais a Marlene sempre achou que você seria uma madrinha melhor do que ela.

- Só está dizendo isso para eu me sentir melhor.

- Também, mas é verdade que Marlene achava que você tinha tanto direito quanto ela e que sabia cuidar melhor de uma criança.

- Da onde ela tirou isso?

- Ela dizia que se você tinha cuidado da gente saberia cuidar de um bebê com muita facilidade. – Ele comentou e não pude conter o riso.

- Obrigada Sirius, eu sei como é difícil falar sobre aqueles que não estão mais conosco.

- Eu estou bem agora, ou quão bem se pode estar depois de perder a noiva, mas sei que com a ajuda de todos vocês vou conseguir seguir em frente.

- Vocês dois querem fazer o favor de andar logo, eu quero ver o meu filho. – James gritou e corremos para alcançá-lo já que não estávamos com muita vontade de sermos azarados.

Nós cinco entramos no quarto juntos e nos deparamos com Lily recostada na cama, os cabelos ruivos presos em um coque alto, e um pequeno embrulho em seus braços. James correu para perto dela dando lhe um terno beijo e ficou brincando com a criança.

- Não monopolize meu afilhado, eu quero ver o jovem Bambi. – Sirius gritou.

- Achei que vocês tinham desistido desse apelido há muitos anos . – James reclamou.

- Desistimos de usar com você porque já estava muito velho para ele. – Remo lembrou. – Mas seu filho tem a idade perfeita.

- É sério mesmo que vocês vão dar um apelido pro meu bebê antes mesmo de saberem o nome dele? – Ela perguntou horrorizada como se não nos conhecesse.

- Qual é o nome dele Lily? – Falei como se tivéssemos acabado de entrar no quarto e notei os rapazes prendendo o riso.

- Harry James Potter. – Ela falou animada ignorando o meu sarcasmo.

- Quer mesmo por James no nome do seu filho porque eu não sei se isso é muito seguro.

- Até tu Peter? – James perguntou indignado.

- Anos de convivência conosco e você queria que acontecesse o quê? – Eu perguntei, mas ele aparentemente não encontrou uma resposta, e me virando para Lily acrescentei. – Agora me deixa segurar o meu afilhado.

Com cuidado ela me passou o pequeno bebê e o acomodei em meus braços, os outros logo se aproximaram para verem o pequeno Harry, um bebê com vastos cabelos pretos que nos encarava com grandes olhos verdes e sorria com sua pequena boquinha sem dentes.

- É James, definitivamente o filho é seu, o moleque é igualzinho a você. – Sirius falou espantando.

- Exceto pelos olhos, ele tem os mesmos olhos da Lily. – Remo constatou.

Enquanto devolvia Harry para a mãe não podia imaginar que durante a mesma vida ele seria descrito da mesma maneira que acabamos de fazer, mas soube que Dumbledore estava certo quando na última reunião da Ordem disse essas sábias palavras “Não importa o quão escuro esteja só precisamos nos lembrar de acender a luz.”. Porque por mais que a vida tentasse nos derrubar temos que dar a volta por cima seja pela o humor ou pela a esperança, cada um tem seu próprio método, mas a cima de tudo é preciso ter algo pelo qual lutar e naquela tarde eu descobri qual era o nosso.

Porque não fazíamos isso mais por nós, mas sim para que nossos filhos pudessem viver em um mundo livre de Voldemort e do perigo que ele representava, porque essa é uma causa boa o bastante para morrermos por ela.