Doce Ironia.

Vergonha é meu novo sobrenome.


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“A gente deixa de ser criança quando percebe coisas maiores e mais fortes do que nossos mimados caprichos. Por vezes, não é legal sentir a mão pesada do destino nos tirando as opções. Mas, às vezes, é legal saber que não temos opção. No amor, por exemplo”

P.O.V’s Ashley.

Eu entrei lenta e hesitantemente na sala, evitando ao máximo o momento que olharia para o Potter, porque, sinceramente, eu não tinha a mínima certeza de como estava o meu autocontrole no momento.

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Assim que coloquei meus pés lá, meus olhos foram imediatamente para ele. Cara... porque sempre que você não pode olhar para uma coisa você sempre olha?! Isso é frustrante.

Ele estava encostado na parede, com os braços cruzados e conversando algo, rindo junto com o Fred. Mas assim que me notou seus olhos vieram imediatamente para mim, com aquele malditamente sexy sorriso nos lábios.

E foi aí que eu senti que estava, sem sombra de duvidas, completamente fodida.

Senti meu rosto pegar fogo e sabia que estava parecendo um cosplay de uma berinjela, quando meus olhos encontraram os seus castanhos esverdeados que me olhavam com nítida curiosidade e diversão.

“O beijo era sexy, quente, e lento... mas ele foi ficando mais feroz. Ele pediu passagem com a língua e eu cedi, fazendo o beijo ficar mais violento. Uma sensação estranha se espalhou por todo o meu corpo.

Eu... queimava, ardia. Mas era um ardor bom. E eu sabia que só existia uma pessoa que poderia acabar com isso, e ela estava bem a minha frente.”

E para completar o pacote da minha desgraça, cenas do maldito sonho voltaram a minha mente. Agora eu tenho certeza que Merlin, o Potter e o Tio Voldy se juntaram para fazer uma macumba para mim porque ninguém pode ser tão azarada como eu!

- Terra para Tomatinho, Mundo magico chamando! – a Audrey estralava os dedos na minha cara e com mais vergonha ainda percebi que ainda encarava o Potter e que o resto do comitê tinha se virado para analisar a cena.

Ok, quem poderia me dar um Avada?

- Você ta bem Ash?... sei lá. Você ta parecendo uma berinjela. – a Audrey comentou e eu olhei no rosto dela e era visível que ela prendia as gargalhadas.

- E-eu estou ótima. – porcaria! Eu tinha que gaguejar?

- Hum. – pela cara da morena ela tava fazendo um esforço descomunal para não rir.

- Acho melhor começarmos com isso. – o John falou, mas me encarava com curiosidade.

- Onde esta o Miller? – a Audrey perguntou já que eu estava mais concentrada em não olhar para o Potter. Nem tinha notado que o Rich não estava presente.

- Ele ficou de terminar de arrumar algumas coisas no labirinto que esta nas masmorras. – foi o Fred que respondeu, mas ele também me olhava.

Puxei a Audrey pelo braço para o outro lado do salão, bem longe da... tentação e tentei não olhar para lá nenhuma vez mais. Mas tava difícil...

- Ok, pode falar agora. – a morena me ordenou divertida assim que estávamos do outro lado do salão.

- Temos que montar esse morcego? – perguntei apontando para uma caixa e tentando não tocar no assunto. Mas a fabulosa apenas rolou os olhos.

- Sei lá. – resmungou. – Eu apenas quero saber o que esta acontecendo. – completou me olhando atentamente.

- Acontecendo, não esta acontecendo nada. Porque aconteceria alguma coisa? – falei muito rápido e a Audrey me olhou com um sorriso.

- Porque eu tenho a sensação que te algo a ver com o seu “pesadelo”? – ela debochou fazendo aspas com a mão. Vadia... ela já sabia. O amor entre nós duas era tocante.

- Não tem nada a ver com o meu pesadelo. – falei orgulhosa. Jamais admitiria que tive um sonho daqueles e justo com... você-sabe-quem.

E não, eu não estou me referindo ao tio Voldy.

- Serio? – ela perguntou retoricamente e me olhando com os olhos estreitos e desafiantes. Engoli discretamente em seco quando ela esboçou um sorriso travesso. – Ótimo então... – quase suspirei aliviada, mas antes disso ela gritou. – JAMES PORQUE VOCÊ NÃO AJUDA A ASH A MONTAR ESSE MORCEGO? – o garoto do outro lado do salão olhou para a Fabulosa que sorria divertida para mim.

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- Audrey Stuart, você esta morta. – silabei quando o moreno vinha na nossa direção.

- É esse morcego? – apontou para a caixa. Oh, droga... essa voz rouca e sexy. Ok Ash... respira, inspira, respira, inspira... vai dar tudo certo, pensa positivo.

- É. – eu não sei como saiu minha voz, mas a Audrey riu e saiu dali enquanto o Potter me olhava com uma cara estranha.

- Ta tudo bem ruiva? – ele olhou nos meus olhos meio confuso e curioso. De frente para mim, o seu cheiro chegando, ele era tão alto, forte...

Droga Ash! Respira, inspira, respira, inspira... Eu tinha a sensação que faltava pouco para eu hiperventilar.

- Tudo ótimo. – limpei a garganta notando como minha voz estava fraca e me virei respirando fundo e voltando a minha atenção para o morcego na caixa.

Se eu me concentrasse em monta-lo, talvez eu não pensasse em besteira. Uma besteira que a proposito me observava atentamente.

- Você não gritou quando eu te chamei de “ruiva”. Nem um: “É Dusley para você Potter!” – imitou pessimamente minha voz no final enquanto me observava. Eu virei a caixa, fazendo as peças do morcego caírem no chão.

- Eu não gritei? – questionei meio insegura. Sinceramente, tava tentando não me concentrar muito na voz dele, ou ia fazer merda.

- Não, você não gritou. – serio, eu acho que estava assustando o garoto.

- É, eu não gritei. – decretei enquanto tentava inutilmente juntar as peças do objeto em minhas mãos. Eu via a Audrey rindo silenciosa e absurdamente num canto não tão afastado da gente.

- Ruiva... isso só monta com magia. – o Potter falou olhando para as peças do morcego nas minhas mãos com uma cara estranha e depois me olhou.

- Como você pode ter tanta certeza disso? – questionei ainda tentando monta-lo. Num gesto simples de varinha, o Potter fez o morcego ficar inteiro no lugar. E ele era meio grandinho e ia ficar próximo as mesas dos professores.

- Serio... tem certeza que você esta bem? – ele deu um passo a frente levemente preocupado e colocou a mão na minha testa. Não foi uma boa ideia.

Na mesma hora eu levantei meu olhar e encontrei seus olhos castanhos-esverdeados me observando atentamente. Seu cheiro delicioso me invadiu e ele estava tão perto...

Respira, inspira, respira, inspira... DROGA! Nem isso estava adiantando mais.

“Então ele se separou de mim e praticamente rasgou a minha blusa fora e eu ofeguei com o gesto inesperado. Ele ficou entre as minhas pernas e suas mãos se fixaram nas minhas coxas e ele as apertou levemente. Um suave gemido escapou dos meus lábios.”

Mais um flash do sonho voltou e na mesma hora eu senti o meu rosto pegar fogo e minha respiração se acelerar, enquanto o garoto a minha frente me observava curioso, como se tentasse saber o que eu estava pensando.

De canto de olho, vi a Audrey se apoiando na parede e quase morrendo de tanto dar risada, enquanto o Fred e o John também tinha dado uma pausa nos eu trabalho para olhar a cena patética.

“Ele sorriu com isso me deitou em cima da mesa ficando por cima de mim, em seguida algumas coisas ficaram borradas devido as sensações que ele me causava.”

- Oh merda. – foi a única coisa que escapou dos meu lábios ao notar que eu tinha me aproximado do Potter involuntariamente. Praticamente o empurrei para longe de mim e quase corri para fora do salão, onde o pessoal se encarava com uma cara de “Que porra aconteceu aqui?” e a Audrey parecia ter um ataque epilético de tanto rir.

Praticamente corri até o banheiro feminino e agradeci mentalmente por não ter ninguém ali. Fui em direção a uma das torneiras e abri a mesma jogando uma boa quantidade de agua gelada no rosto e depois olhando meu estado deplorável no espelho.

Eu estava miseravelmente corada e com a respiração acelerada, assim como a circulação. Enquanto a agua gelada fazia efeito, eu via as minhas bochechas vermelhas irem voltando a cor normal, e a minha respiração voltar a se estabilizar.

Assim que isso aconteceu, eu fechei novamente a torneira, me apoiando na bancada em seguida e respirando fundo e lembrando da merda que tinha acontecido.

Longe das lembranças do sonho e do Potter eu notei o quanto patética eu tinha reagido. Droga! Eu precisava urgentemente aprender a me controlar.

Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo enquanto saia do banheiro.

Com determinação, peguei aquele sonho e o joguei para o fundo da mente. Num lugar onde eu guardava as coisas que eu não queria, e não iria, lembrar.