Doce Ironia.

Inimigos?


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“Eu queria apenas cuidar de você. Queria te mostrar que tinha alguém nesse mundo disposto a fazer qualquer coisa por você, queria te mostrar que você tinha várias qualidades, e que os seus defeitos eram apenas detalhes.”

P.O.V’s Ashley.

O encontrei sentado de frente para o lago.

Ele ainda permanecia com o olhar serio e parecia não ter notado a minha presença. Olhava fixamente para o lago parecendo imerso em pensamentos.

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Aproveitei esse momento para observa-lo melhor.

Seus cabelos castanhos estavam bagunçados, como sempre. Mas diferente dos outros não era um bagunçado feio e sim um bagunçando que dava um visual despojado, charmoso e chegava até a ser sexy.

O vento passava pelos seus cabelos bagunçando ainda mais. Seus olhos, num tom tão intrigante e raro, estava fixado no lago, o fazendo parecer mais verde do que castanho.

Eu achava incrível o modo de que quando você olhava fixamente pra as suas orbes você nunca saberia se os olhos dele seriam mais castanhos do que verde, ou mais verde do que castanho.

Seus lábios numa cor de cereja, que muitas garotas matariam para ter, estavam sem o seu usual sorriso brincalhão.

Vê-lo tão serio me deixava um sensação estranha. Não gostava disso.

Ele era irritante. Irritante e convencido. Mas eu acho que eu já estava aprendendo a conviver com isso e vê-lo diferente era estranho.

Acho que até a aparência dele combinava com o seu jeito maroto de ser. Seu jeito brincalhão.

Muitas pessoas já me falaram que ele era parecido com James Potter, o marido de Lilly Evans, e pela primeira vez eu pude notar algo realmente semelhante.

Os dois tinham uma beleza estonteante. E não era só isso. Era um beleza que gritava provocações. Uma beleza que dizia : “ Eu posso te enlouquecer se eu quiser”.

Uma beleza que combina perfeitamente com seu sorriso maroto e o jeito provocador.

Uma beleza marota. E os dois a tinha.

– Potter. – chamei e ele automaticamente se virou para mim. Seus olhos gateados se fixaram nos meus, e um micro sorriso surgiu no seu rosto e logo despareceu.

Ele fez um sinal para eu em sentar ao seu lado. Eu hesitei.

– Eu não mordo ruiva. Só se você quiser. – ele completou com uma sombra do seu sorriso maroto.

– Vejo que o senso de humor voltou não Potter? – questionei rolando os olhos e me sentando ao seu lado, mas mantendo certa distancia.

Não por causa dele, mas acho que mais por mim mesma.

Era tentação demais para uma pobre alma que tinha a tarefa de resistir bravamente a essa luta.

Ok. Eu realmente tenho que parar de pensar nessas coisas.

Ele deu de ombros voltando o seu olhar para o lago e ficando em silencio.

– Então... – comecei, mas ele não desviou o olhar. – Vou ser direta. Qual o seu problema com o Richard? – perguntei de uma vez e ele me olhou erguendo as sobrancelhas.

– Estou surpreso achei que ele iria e contar a versão dele da historia. – ele falou rolando os olhos.

As pessoas deveriam parar de me plagiar! Rolar os olhos é um gesto meu bichs.

– Não. Ele me disse que você contaria. – falei calmamente.

– Pra que quer saber? – questionou me olhando.

– Porque eu acho que depois daquela briga ridícula e infantil que teve na biblioteca, no qual os dois pareciam crianças de cinco anos de idade, eu tenho o direito de saber. – falei lhe olhando nos olhos e ele apenas deu um sorriso de lado.

– É uma longa historia. – o Potter falou calmamente.

– Estou ouvindo. – rebati tirando meus sapatos e colocando apenas o meus pés na agua. Adorava fazer isso. Ele observou cada movimento meu com um sorriso estranho na boca.

– Bom... – ele tomou folego. – por mais que seja sem sentido tudo começou com a família dele.

– Como assim? – interrompi.

– Vai me deixar falar? – perguntou com um sorriso divertido. Eu rolei os olhos e assenti. – bom, os Miller são sangue puros. E como muitos sangues puros na época, foram aliados do Voldy-sem-nariz. – minha boca se abriu levemente mais deixei ele continuar. – Eles não faziam parte do ciclo intimo do cara de cobra, mas apoiavam suas ideias e seus argumentos. Quando a guerra começou eles ficaram do lado negro, por assim dizer. Mas assim que meu pai conseguiu por fim a tudo, muitos comensais e aliados fugiram. Os Miller foram um deles.

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– Nossa... – falei baixinho. Ele assentiu com a cabeça.

– Continuando... – ele falou. – Acontece que os aurores foram atrás e capturaram cada um deles, com a ajuda do meu pai. Naquela época o pai do seu amigo tinha a idade do meu. 17 anos. Ele estudou em Hogwarts como apenas mais um aluno Sonserino que passava despercebido meio do povão. Quando os Miller foram capturados, eles se redimiram com o Ministério da Magia conseguindo sair ilesos sem ir passar uma boa temporada em Askaban.

– E o que isso tem haver? – perguntei.

– Vou chegar lá. – ele falou me lançando um olhar risonho com a minha impaciência. – bom, anos se passaram e o filho deles teve um filho, ou uma praga como preferir... – ele falou.

– Potter. – o adverti e ele levantou as mãos em rendição.

– Quando eu vim para Hogwarts no meu primeiro ano... – ele continuou com a historia. – eu estava muito animado com tudo. Acontece que eu me importava demais com uma coisa: Ir para a Grifinória. Eu era o filho mais velho do famoso Harry Potter, era pressão demais em mim. Eu queria honrar a minha família. Queria honrar o nome dos Potter indo para a casa na qual todos eles pertenceram. Minha sorte é que tinha o Fred, que era meu melhor amigo, e que também queria honrar o nome dos Wesley. Nós dois achávamos que como mais velhos tínhamos que dar o exemplo para os mais novos...

– Exemplo que vocês não dão. – apontei o interrompendo.

– Colabora ruiva... – ele falou fazendo gestos com as mãos. Eu apenas sorri. – enfim... quando chegamos aqui, eu fui logo selecionado para a casa dos leões assim como o Fred. Não demorou nada. Assim que o chapéu tocou minha cabeça, ele disse “Grifinória.”. Só que o seu amigo foi para a Sonserina e parecia não ter ido nada com a minha cara. Minha suspeita se confirmou quando no dia seguinte nos envolvemos em uma briga na qual ele saiu perdendo. – completou dando de ombros.

– Hum... – murmurei apenas.

– Resumindo: Somos meio que inimigos. Não nos damos bem desde o primeiro ano. Ele faz de tudo para me atingir e eu sei disso. – completou. Eu fiquei em silencio.

Eu sabia da rivalidade Grifinória x Sonserina. Mas como o próprio Richard disse: “ A rivalidade diminuiu. Mas a disputa nunca acabou.”

Tentei olhar por outro ponto de vista.

Por mais que em doesse admitir, o Potter era tudo que muitos garotos queriam ser, inclusive o Miller. Bonito, popular, bom de Quadribol... e isso de certa forma desperta inveja.

Já o Richard, apesar de ser bonito também, não é como o Potter. Na verdade não chega nem perto. Ele prefere ficar na sua. Apenas com um livro. Além do fato de ele ser antissocial.

Ok. Eles eram completamente diferentes.

– Entendeu o motivo de não nos darmos bem ruiva? – perguntou me tirando dos pensamentos.

– Sim. – admiti. – mas ainda não entendi o motivo de toda aquela explosão. – completei.

– Ele quer te usar para me atingir ruiva e eu não vou deixar isso acontecer. – falou.

– Eu decido o que é bom para mim e não você. – falei seriamente.

– Tudo bem. Se você quer assim ótimo. Apenas cuidado. Ele como toda cobra... consegue ser escorregadio. – falou e eu lhe olhei descrente.

– Seu irmão e algum de seus amigos são Sonserinos. Porque a implicância com ele? – perguntei.

– Sim. Muitos amigos meus são Sonserinos e eu não tenho nada contra. Em todas as casas tem bruxos bons. Eu apenas vejo muito “Snape” no Miller. Ele pode ser até legal no fundo, mas não mostra isso para ninguém. – falou calmamente.

– Ele se mostrou legal. Pelo menos comigo. – falei calmamente.

– O que é irônico. Justo com você que se parece com Lilly Evans. – ele falou em tom rabugento. - Se você quer ser amiga dele, seja ruiva. Não vou me intrometer nisso. Vai ver eu estou apenas levando isso para o lado pessoal. – admitiu a contra gosto.

– Como assim? – perguntei franzindo a testa.

– Esquece. – pediu.

– Tem uma coisa que eu não entendi... Como assim: “ Eu vejo muito Snape nele.”? Quem é Snape? – perguntei confusa.

Ele sorriu como se tivesse surgido uma piada secreta na mente dele.

– Severus Snape. – ele me respondeu.

– Espera um pouco... Severus não é o nome do meio do Albus? – questionei erguendo as sobrancelhas. Ele assentiu.

– Sim, e o nome dele, assim como o meu e o da Lilly, foram em homenagem a alguém que meu pai admirou muito. A historia do Snape é complicada, mas ele se provou bom no final. – completou dando de ombros.

– Sim, mas qual é a historia dele? – perguntei curiosa.

– Você descobre um dia. – ele me respondeu sorrindo. Eu rolei os olhos. – sabe o que eu estava pensando? – ele perguntou de repente.

– Tenho cara de professora de Adivinhação? – perguntei irônica.

– Com certeza não, aquela mulher parece um mosquito... – ele falou e eu ri levemente rolando os olhos. – mas enfim, é meio engraçado. Você se parece com Lilly Evans, dizem pra mim que eu tenho a personalidade de James Potter, e agora aparece o Miller se provando meio “Snape”... – ele fez uma careta no final.

– Sabe, eu acho que eu preciso saber da historia de James e Lilly Potter urgente, já que todo mundo fala isso. – falei meio irritada. Ele riu.

– É meio irônico, mas não passa de uma coincidência, afinal, não é possível a pessoa ser totalmente igual a outra. Você por exemplo, tem mais curvas do que a Lilly. – completou olhando para o meu corpo. Eu corei e lhe dei um tapa.

– Potter. – lhe adverti. Ele levantou as mãos. – Mas você se parece com o James da moldura mesmo, pelo menos na personalidade. – falei pensativa.

– Sim. E você é a minha Lilly. – ele falou com um sorriso de canto me fazendo erguer as sobrancelhas.

– Não viaja Potter. – falei me levantando.

– Acredite meu lírio quando eu digo, você vai ser minha ainda. – falou piscando para mim.

– Eu não sou seu lírio Potter e eu não vou ser sua. – falei bufando de raiva.

– Ainda, minha ruiva, ainda. – falou se levantando e ficando de frente para mim.

– Será que você não pode deixar de ser irritante uma vez na vida? – perguntei indignada.

– Poder eu até posso, mas eu sei que você prefere assim. Você gosta do meu jeito, por mais que negue. – completou sorrindo maroto. Me deu um beijo no canto da boca e saiu rapidamente de lá, enquanto eu ainda estava parada no lugar com o rosto vermelho de raiva.

E o pior.

Ele tinha razão.

~*~