Um Irmão Para Se (Odiar) amar.

Capítulo 24 - Para a guerra!! - Parte tchu!


Matthew -


Nunca pensei que fosse anoitecer tão rápido.

Naquele clube, havia um terraço, e mais atrás dele, um salão com uma grande pista de dança, mesas e um pequeno bar. Abaixo de mim tinha outro, mas o bar deste era bem maior e a maioria das pessoas ficava concentrada lá. Como não vim exatamente pela música, ou pela bebida, preferi ficar no terraço, o meu local favorito que dava a uma ótima vista de parte da cidade e mais ao longe ao mar. Dava até para sentir o gosto do sal da água na ponta da língua. Mas parece que hoje eu estava tão absorto que mal percebi quando o sol já quase desaparecia em algum lugar no mar.

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Ajeitei meus braços no guarda corpo. Logo que me ajeito, ouço os passos novamente atrás de mim até pararem do meu lado.

– Estou numa situação horrível para quem já passou por isso antes, não acha? - Perguntei, sentindo os braços dela por trás de mim.

– Ah Matt, porque você simplesmente não... Esquece? Você não é para o bico dela - Ever apoiou o queixo no meu ombro e me estendeu uma garrafa - Toma, isso pode ajudar.

Peguei a garrafa e dei uma risada.

– É esse seu plano? Me deixar bêbado? - Afastei o braço dela de mim e me virei para ela segurando minha garrafa - Isso só torna as coisas mais ridículas.

– Não - Ela sorriu e passou os braços em volta do meu pescoço - Isso só torna tudo mais divertido. Sabe, não faz mal você se soltar um pouquinho... E eu estou aqui não estou?

Ah, claro. E o fato de eu estar traindo meu ex-amigo melhora tudo Ever. Parabéns.

– É, isso é outra coisa que me incomoda. Você não deveria estar comigo e muito menos eu com você. As coisas não mudaram nem um pouco Ever. E o que o Paul vai pensar se ver...? - Ever me calou com um beijo repentino e então se afastou um pouco, sorrindo.

– Esquece Matt, já te disse. Paul não precisa saber, ele deixou de ser interessante desde que aquela garota apareceu - Ela entortou a boca um pouco - Pelo menos você já se desfez dela - Ever sorriu de novo e se inclinou mais, mas eu a empurrei de volta e sai de frente dela.

– Já chega Ever - Levei a garrafa a boca e dei um gole enquanto andava para o salão, afastando para olhar para ela - Vamos entrar - Bem, eu esperei que ela me seguisse depois disso, mas a garota havia congelado exatamente onde a deixei , encarando alguma coisa que parecia ser a rua logo abaixo. Suspirei e me aproximei dela com a sobrancelha erguida - O que foi? - Foi então que para minha surpresa, vi o rosto dela se distorcer de raiva.

– Aquela maldita! Ela está aqui! - Ever apontou para baixo, encarando a rua como se visse o próprio demônio ali em baixo - Bem ali! Com o idiota do irmão dela!

Espera...? Irmão?

Oh Deus.

– July?! - Me apressei em me inclinar para vê-la, então meus olhos crescem quando em vez da garota de jeans e All Stars, vejo uma July completamente diferente - É ela - Murmuro, e do nada um sorriso surge no meu rosto ao vê-la dar um tapa na nuca do Vinícius - Meu Deus, é ela mesma!

Sei lá o que deu em mim, só sei que do nada senti vontade de sair correndo para ver ela. Não via ela desde a cabana... Melhor nem comentar pois todo mundo sabe o porque. Enfim, eu fiz exatamente isso. Deixei a garrafa ali e sai correndo na direção do salão como se minha vida dependesse daquilo.

– Matt! - Ever me chama, enfurecida por aquilo, mas eu nem ligo. Minha chance de fazer as pazes com ela está bem ali!

Depois de praticamente atropelar todo mundo do salão e descer as escadas para baixo, cortei o salão de baixo até eu ver a July passar pela porta com um ar curioso, como se fosse a primeira vez dela num lugar como aquele.

– July! - Chamei ela, parando de correr assim que ela vira o rosto para mim.

– Matt? - Ela perguntou, e eu estava feliz por ela não parecer decepcionada ou algo assim, aliás, não quero que ela me agarre pela blusa e acabe comigo como da ultima vez. Mas paro assim que o Vinícius para do lado dela com um meio sorriso estranho e as mãos enfiadas nos bolsos da calças jeans pretas.

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– E ai Matt! Cara, já faz tempo não? - Vinícius alarga o sorriso provavelmente com minha cara, mas July faz uma cara feia para ele.

– É... Faz mesmo - Concordei, e ia falar mais se não fosse por ela.

– Matthew! Como pôde me deixar sozinha no terraço?! - Ever parou na minha frente com o rosto enraivecido, então agarra minha mão e se encosta em mim, enquanto virava o rosto para o pessoal na porta - E vocês? O que fazem aqui?

– Está certo... - July, levanta as mãos e se afasta - Agora eu estou realmente surpresa.

Com certeza não tanto quanto eu, mas como ninguém ali parecia deixar alguém terminar uma conversa, a porta se abre de novo atrás deles e então o ultimo ser que eu queria ver na face da terra surge com seu habitual sorriso no rosto.

– E ai gente, voltei! - Paul correu até ficar do lado da July, mas quando vê a cara de espanto dela, ele logo me encontra e o sorriso desfaz - Matthew e... - Ok, agora a cara dele fechou mesmo - Ever?!

Quase que eu pude sentir o pânico da Ever em mim quando ele disse o nome dela, então ela se afastou de mim na maior cara de pau do mundo.

– P-Paul...!

Vinícius olha para cada um de nós, e da uma risadinha.

– Meu Deus, um Corno, uma Barbie, um Traficante e uma Pirralha. A festa está feita!


July -


Encarei a minha anta biológica cerrando os olhos de raiva.

COMO ALGUEM PODE FALAR TANTA MERDA EM UMA FRASE DEUS?!

– Vinícius, cala a sua boca pelo amor de Deus - E a criatura ainda me olhou com a santa inocência estampada no rosto.

– Mas eu falei alguma mentira aqui?

– Ah, Vinícius, imagina. Todos se emocionaram com seus apelidos carinhosos, olhe só a cara de alegria da Ever - Apontei para ela e então a garota começou a tremer.

Tipo, tremer mesmo.

– P-Paul... Você disse que nunca vem aqui! P-Porque...?

Paul deu de ombros, encarando ela com desdém.

– Bem, talvez eu tenha vindo aqui beber alguma coisa, dançar um pouco, e talvez vez minha suposta namorada agarrada ao cara cujo o fato de existir me deixa irritado - E então o Paul abriu um sorriso que me deixou realmente assustada por parecer tão sincero, então eu olhei para o Matt, e nem me impressionei ao ver ele fazer a mesma cara que eu - Bem, acho que eu vou fazer a primeira coisa da lista apesar de já terem adiantado a ultima - Então Paul se retirou dali tão normalmente quanto entrou.

– E-Espera Paul! - Ever largou o Matt ali mesmo e correu atrás do Paul como se aquilo fosse adiantar.

– Ele anda convivendo muito com você Vinícius - Murmurei para ele, então o bocó deu de ombros.

– Ele tinha que aprender algum dia - Falou casualmente, então se aproximou do Matt e tocou o ombro dele - Aproveite a noite - E deu um sorriso antes de tirar a mão do ombro dele e continuar andando. Então ficou só eu, Matt e a musica Mirror do Justin Timberlake.

Deus... Será que pode ficar mais constrangedor?

– Caramba... Por essa eu não esperava - Não, não fui eu quem disse isso e sim o Matt, estranhamente sorridente.

Será que aquilo era mais normal que eu imaginava?!

– É, muito menos eu. Eu sabia de nada - Engoli em seco, buscando um modo de fugir daquela atmosfera esquisita, até que meus olhos pousaram na bancada do bar ali perto, então meio que a frase saiu sozinha - Quer ir beber alguma coisa?

– Ok, eu acabei deixando minha cerveja lá em cima - Me estendeu o braço como se continuasse sendo o mesmo Matt cavalheiro de antes - Vamos.

Meio que por não ter opções, aceitei o braço dele e fomos juntos para o bar. E, podem me chamar de fraca, mas eu senti uma boa sensação ao me aproximar dele de novo, como se ele não fosse um ex-traficante e não tivesse sido enganada por ele e o resto dos caras que conheci aqui.

Sim, eu sou uma idiota, podem me xingar a vontade.

– Quer o que? - Perguntou quando nos sentamos, então eu olhei para a multidão de garrafas de bebida nas prateleiras a minha frente e entortei os lábios - Hm, pode ser uma limonada. Não gosto muito de beber.

– Certo - Ele chamou o barman e para minha surpresa, o cara voltou com duas limonadas bem geladas num copo iluminado por uma luz azul pelo fundo. Matt estendeu o copo dele com um meio sorriso e disse - Vamos fazer um brinde... - Peguei meu copo de pronto, e sem evitar um sorriso, ouvi o que ele disse -... Por eu finalmente poder ver você de novo apesar de eu ter sido um imbecil - Eu revirei os olhos com o brinde, mas mesmo assim ergui meu copo para o dele e fizemos o brinde - Aos imbecis.

– Saúde - Então nós demos um bom gole de nossas limonadas, pousando-as no descansa copos novamente. Olhei para ele e apoiei um dos braços na bancada - Matt, eu não quero te privar de beber algo mais forte só porque eu não gosto de beber.

Ele negou com a cabeça.

– Não, eu não estava a fim de beber hoje, foi uma boa escolha - Lambeu os lábios rapidamente, então pregou os olhos em mim, me olhando dos pés a cabeça - Você está realmente bonita hoje. Me pegou desprevenido hoje.

– Bem, nem tanto quanto você me pegou hoje - Apertei os lábios e olhei para o outro lado do salão onde Paul conversava com a Ever num canto afastado dos que dançavam.

Ainda bem que o Matt capta as coisas bem rápido.

– July, eu e a Ever... - Ele balançou a cabeça - Aquilo foi besteira. Ela tem tentado se aproximar de mim, mas tem nada rolando de verdade - Dei de ombros.

– Você não me deve explicações na verdade, não é Matt - Peguei minha limonada e dei um bom gole, então olhei para ele, afastando o copo dos lábios - Não vim aqui porque eu te perdoei ou algo assim. Se dependesse disso, estaria em meu quarto com a cara amassada, a taxa de açucar alta no sangue e agarrada a um pôster ridículo de um cara que não existe a não ser na minha fértil cabeça e nos meus mangás preferidos.

– Imaginei. Eu realmente pisei feio...

– Sim, pisou mesmo - Concordei rapidamente, voltando a beber a limonada como desculpa para não falar mais. Ele suspirou e aproximou mais o banco de mim.

– Eu realmente quero que me desculpe por aquilo. Eu nunca iria imaginar que aquilo iria acontecer, e eu só não te contei que eu era um... Você sabe, porque pensei que reagiria dessa maneira.

– Hm, interessante. Agora me responda Matt - Me aproximei dele e murmurei como se contasse um segredo - E seu plano deu certo?

– July... Estou falando sério - Baixou a voz também, então soltei o ar pelo nariz e voltei a ficar ereta.

– Matt, aquilo não foi certo, não importa suas intenções - Apertei meu copo um pouco e encarei ele, corando um pouco ao juntar coragem para dizer o que ia dizer - Você... Você me beijou e... Se realmente estava gostando de mim, devia ter contado a verdade. É isso que importa, sabe? - De repente aquela limonada não pareceu tão fresca depois daquilo, e coloquei ela de volta a bancada - Então, Matt, eu acho que...

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– Com licença...?

Por Deus, quem diabos interromperia a conversa logo agora que eu..?

– Paul? O que você quer aqui? - Matt curvou as sobrancelhas, confuso, e foi então que eu decidi olhar para a cara da criatura do meu lado, encontrando ninguem mais que o próprio Paul, mas encarando o Matt com um rosto decididamente mal humorado.

– Eu vim pegar a minha garota - Falou, simples e direto.

Mas... Pera um pouco.

– Sua o que? - Perguntei numa voz vergonhosamente aguda.

Ele virou o rosto para mim e abriu um meio sorriso, dando em seguida o que pareceu uma piscadela.

WTF PAUL?!

– Não, calma ai - Matt olhou para mim e depois para ele - Não que eu já tenha duvidado de você, mas em que espaço temporal provável a July seria a sua garota?

– No momento que eu não sou um ex-traficante que pede desculpas logo depois de trair seu "amigo" com a namorada dele. Então, eu acho que eu estou mas favorecido aqui - E depois pegou meu pulso dando um sorriso gentil para ele enquanto Matt ficava atônito na cadeira dele - Agora com licença, preciso aproveitar minha noite. - Enquanto eu encarava ele de queixo caido, Paul me puxou com ele para fora do bar em direção a pista de dança.

Meu santo que está no céu... Quem disse isso foi o mesmo Paul de hoje de manhã?

DEUS? É VERDADE DEUS?

DESDE QUANDO PAUL SABE DAR TIRADAS?!

– P-Paul? - Perguntei, só para ter certeza que aquele era o ele e não algum robô com cérebro artificial, aliás, muito melhor que o do Paul tarado.

Ele só resolveu falar alguma coisa na pista de dança, eu parada encarando ele chocada e ele sorrindo triunfante, como se finalmente tivesse conquistado a Califórnia inteira com o que ele chama de "dom para o amor".

Amor... Sei seu safadinho.

– Olha, antes que tente fazer alguma coisa, isso faz meio que parte do plano do seu irmão maquiavélico - Ah... Claro. Por um momento achei que o Paul tinha virado um homem de verdade... Ufa! Que susto!

– Então ele teve a grande ideia que agora eu me tornei a "sua garota"? - Ergui uma sobrancelha, e ele assentiu, alargando o sorriso de uma forma que eu revirei as orbitas - E desde quando ele permite algo assim?

– De acordo com ele, desde que eu não leve isso a sério, se não a punição será por sua conta.

Muito sábio.

– Ótimo, então tudo que tenho que fazer é ser sua namorada?

– Sim.

Ai pera... Pera... Todas as lembranças daquele dia estão surgindo!

Ai meu Deus... Diz que não vai ter beijo!

– July?

– Sim?! - Perguntei um pouco mais nervosa e corada só por pensar naquele dia... aquele dia... maldito seja.

– Eu vou tomar cuidado, prometo. - Ele voltou ao seu sorriso idiota, parecendo entender minha preocupação, então, por incrivel que pareça, eu relaxo - Agora, deixe que eu tome conta disso, estamos parados no meio de uma pista de dança a muito tempo. Nem eu seria enganado com isso - Me limitei a assentir.

Bem, como se o destino estivesse todo a favor de nós, uma de minhas musicas preferidas começou a tocar, cujo nome é Can´t Hold Us, o que ajudou significantemente em me deixar menos tensa.

Bem, como devem imaginar, Paul não é do estilo romantico, então ele apenas pegou minhas duas mãos e me puxou mais para o interior da pista já acompanhando a batida. Quando estavamos num lugar bom, ele soltou uma de minhas mãos e começou a dar alguns passos balançando a cabeça enquanto olhava para mim. Cara, aquilo foi tão embaraçoso e hilário ao mesmo tempo que eu só consegui ficar rindo, então ele fez cara de quem se magoou e fez sinal para que eu acompanhasse ele, mas, sério, não dava. Ver o Paul dançando enquanto fingia ser meu namorado não dava! Eu só ria! Putz, é muito hilário.

Foi então que ele pareceu desistir de me fazer dançar por mim mesma, e teve outra ideia. Quando chegou a parte mais massa do refrão da musica, ele me fez parar de rir me puxando na direção dele, e como se o susto não tivesse sido grande o bastante, ele me afastou de novo, me girou e me puxou novamente, mas de costas.

– Paul! - Protestei apesar de estar rindo por algum motivo, mas ele apenas aproximou o rosto e disse:

– Pelo menos tenta, tem que parecer convincente já que ele não para de olhar - Foi então que eu percebi que Matt olhava tudo de olhos estreitados no bar, e engoli em seco.

Droga... Isso é muita pressão.

– Está certo - Concordei, então Paul me jogou com um braço para longe, e me puxou novamente, mas comigo de frente para ele, então eu e ele abrimos um sorriso cúmplice enquanto dançávamos - Vamos caprichar gato - E alarguei o sorriso, com outra vontade IMENSA de rir.

Paul riu de mim, mas ele finalmente percebeu que a coisa estava séria quando eu me afastei alguns passos e comecei a fazer a dancinha que minha irmã me ensinou. A dança proibida super do mal que os mino pira: A dança especial para baladas. Paul parou a dança dele por um momento, me olhando com certo choque e admiração quando eu coloquei uma mão atrás da nuca e estendi a outra para ele enquanto balançava os quadris.

Claaaaaaro que eu só estava ajudando na encenação. Eu não uso essas táticas se não for por um bom motivo.

Claro...

– Deus me dê forças - Paul soltou o ar pela boca e aceitou a minha mão, se aproximando de mim meio hesitante.

Afe, esses garotos não sabem dançar mesmo.

– Vem logo Paul! - Dei uma risada e puxei o garoto numa distancia quase nula entre eu e o ser proibido a minha frente, então, claro que com um olhar de advertencia, peguei o rosto dele e o aproximei até que nossas testas quase se encostassem, mas eu não precisei fazer nada quanto as mãos dele irem para a minha cintura. Ele captou a ideia.

Ou então era tarado por natureza mesmo, fazer o que.

Mas é então que entre a multidão de pessoas na pista, bem ao fundo do salão eu capto quase que automaticamente a imagem da Ever parada nos olhando com um rosto profundamente magoado e irritado também.

– Hm... Paul? - Chamei ele, e então o garoto desvia os olhos de algum lugar para me olhar nos olhos, oque não era tão dificil pela distancia dos nossos olhos.

Tá mas... Para onde ele olhava antes mesmo?

– Eu fiz algo? - Perguntou.

– Não é isso... - Apertei os lábios e ajeitei instintivamente as minhas mãos envolta do pescoço dele - O que aconteceu com você e a...? - Me calei, achando que estava óbvio o bastante.

– Ah, isso? - Ele abriu um sorriso e apertou mais minha cintura - Não esquente com isso, uma hora isso ia ir para o ralo.

– Eu sei, mas... Não está magoado ou algo assim?

Ele deu de ombros, de repente com o olhar divertido em mim.

– Por que devia? Agora tenho uma namorada não é?

Ha ha. Muito hilário da sua parte.

– Ok, não viaje Paul - Revirei os olhos de novo e ele fez uma cara triste.

– Posso me contentar com isso então.

Ai pai...

– Só hoje - Abri um sorriso feliz só por lembrar que a noite uma hora acabaria e eu iria para o conforto macio e quente da minha caminha.

Ah... Caminha.

Meu eterno amor depois do Kakashi.

Ah... Kakashi.

Droga, acho que realmente preciso de um namorado.



Vinícius -


Perto...

Muito perto...!

VOCÊS ESTÃO MUITO PERTO CARAMBA!

Amassei a latinha de cerveja com um preocupante tique nervoso num dos olhos enquanto o bocó do Paul praticamente beijava a minha pirralha com aquela cara de besta colada na dela.

– Maldito seja você Paul... Não precisava ser tão convincente! - Resmunguei, irritado, claro.

Do meu lado brotou uma garota vinda de algum buraco dali, e praticamente se jogou no meu braço esquerdo quando eu mandava toda a carga negativa que eu tinha em direção ao Paul tarado.

– Oi coisa linda - Miou no meu braço, então eu olhei a guria de rabo de olho.

– O que é isso? - Olhei para ela.

A garota alargou o sorriso e então olhou a si mesma mordendo o lábio inferior.

– É apenas o meu vestido... Gostou foi?

– Não. Eu quero saber é o que diabos grudou no meu braço para que eu possa tirar e sair logo daqui. - A garota se afastou de mim com a boca num "O" de choque, então eu sorri - Olha só, já saiu - Então virei as costas e sai dali.

Essas gurias esquisitas escorando no braço dos outros... Vê se pode uma coisa dessas.

– Um bando de frescas - Resmunguei, caminhando em direção ao bar onde um ser de dar dó encarava a pista de dança com uma cara que me faria comprar pelo pelos uma bebida para ele.

Só que não.

– Ótima noite não? - Perguntei, me encostando na bancada enquanto pedia um Keep Coller Black citrus para o barman. Matt olha para mim com uma sobrancelha erguida.

– Sabe o quanto isso soa falso vindo de você, certo? - Abri um sorriso para ele e experimentei um gole do Keep que o barman acabara de entregar.

– Eu sei, mas quem disse que me importo. - Então me sentei onde a pirralha estava e olhei para os dois melequentos na pista. Quando percebi que estava prestes a quebrar a garrafa nas mãos, desviei o olhar para a fonte de minha diversão para hoje a noite - Pensei que te veria com sua companheira hoje. Soube que tem ido bem.

– Sabe que não sairia com a Ever Vinícius - Falou, olhando para os melequentos em vez de mim.

– Bem, isso dependeria do tamanho do seu desespero - Falei sorridente, então agora o Matt me olha e eu faço rosto de desentendido - O que é? Vai me dizer que não saiu beijando a Ever?

– É... Mas eu não estou desesperado.

Dei uma risada.

– Se o que te faz sair com uma ciumenta demonia assassina não é desespero, nem quero imaginar o que se passa com você - Então dei mais um longo gole da bebida.

– A é? Experimenta receber um pé na bunda de uma garota que descobriu que você é um ex-traficante e ter uma garota carente a fim de você no seu pé.

– Certo, quando eu conseguir uma garota vou tentar entender seu ponto de vista - Ironizei. Meio que perdi a fé pelas garotas depois da Lisa, a minha irmã e uma desconhecida me esbofetearem.

Traidoras.

– Você não entende - Matt disse por fim, então eu olhei para a cara dele por um instante, chegando a me convencer que ele falava sério com a cara de desolação que ele fazia ao olhar para a July e o Paul.

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Por fim, apenas dei uma risadinha e voltei a beber meu Keep. Matt olhou para mim outra vez, mas dessa vez confuso.

– O que é? - Perguntou.

– Nada, só estou pensando o quanto você é idiota.

– Ah, Obrigada - Bufou.

– Não, sério - Continuei, segurando a garrafa num dos braços apoiados na bancada atrás de mim - Preste atenção cara: A garota está ali, tipo, na sua frente com o cara mais tapado dos EUA, e a Ever finalmente se tocou que vai ser uma mal amada para sempre. E enquanto isso você está aqui, chorando com uma limonada na mão e falando com um cara semi-bêbado que tem um macaco de bunda azul como melhor amigo - Te amo Caco S2 - Você é muito idiota para deixar uma oportunidade dessas vazar.

Matt me encarou com os olhos arregalados.

– Cara, a garota é a sua irmã.

– Que se dane! Eu estou bêbado - Dei o ultimo gole no keep e bati a garrafa na bancada - EI, VOCÊ! É, VOCÊ MESMO. O DO BIGODE COM PERSONALIDADE PRÓPRIA. TRÁS MAIS UM AQUI! - Então me virei de volta para frente, mas ao perceber a criatura que ainda me encarava do meu lado, dei um resmungo - Cara! o que diabos você está fazendo aqui. VAI LOGO CRIATURA!

Matt abriu um meio sorriso e se levantou do banco.

– Se o próprio Vinícius disse isso, porque não? - Então se virou e saiu correndo até a pista de dança como um garotinho feliz.

Abri um sorrisinho e dei uma risada.

– Pirralhos... Nunca vão chegar aos pés do mestre aqui - Dei mais uma risada, mas ao notara a garrafa vazia do meu lado, fiz uma careta e me virei para trás - CARACA! Ô BIGODE! CADÊ A MINHA BEBIDA?!