Eu sempre te esperei!

Capítulo 7


POV Beca

Bom dia princesa! Está melhor? Espero poder ver um sorriso nessa sua carinha, viu?!

Guto

Acordei com o som de mensagem do meu celular, quando vi quem me mandara dei um sorriso tímido. Esse menino sabia como ser fofo.

Bom dia Guto *-* Tô bem melhor agora, obrigada por se preocupar ontem e hoje. Acho que já comecei o dia sorrindo =)

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Me levantei, arrumei minha cama e fui tomar banho. As mensagens do Guto não paravam de chegar no meu celular. Amanheci com o mesmo pensamento de ontem. Eu daria chance para essa amizade e quem sabe para o amor! Acho que ele seria o rapaz certo para o meu recomeço.

Continuei respondendo as mensagens dele e me arrumando. Vesti o uniforme do colégio, passei uma maquiagem leve, tomei café-da-manhã e enrolei um pouco para ir para o colégio, não queria chegar cedo como sempre. Quanto menos tempo ficasse perto do Paulo melhor. Depois de ficar uns quinze minutos sem fazer nada no quarto, desci e minha mãe me levou para o colégio.

Quando botei o meu pé no colégio dei de cara com o Gustavo. Lindo e cheiroso como sempre.

–Oi Beca-disse ele e me deu um beijo no rosto-Tava te esperando desde que cheguei, vamos? A aula já vai começar.

–Vamos! Por que tava me esperando aqui fora? Podia ter me esperado lá dentro

–Eu quis evitar que você se encontrasse com o Paulo! Ou você preferia que tivesse sido ele á ter vindo falar contigo?

No fundo eu ainda queria que fosse o Paulo no lugar do Guto. Eu sabia que o que eu sentia por ele não passaria assim tão fácil. Mas eu teria que me esforçar para esquecê-lo e por isso balancei a cabeça em sinal de discordância.

Senti o braço dele envolver minha cintura e eu gostei daquilo.Mas eu sentia como se não fosse certo permiti que ele fizesse isso. Seria errado dar chances á alguém mesmo ainda amando outra?

Chegamos perto da sala e eu respirei fundo, me preparando para ver o Paulo. Quando entrei na sala, meu olhar foi direcionado para ele inevitavelmente. Percebi o olhar de ódio que ele mandou para Guto e então lembrei que ele ainda estava circundando minha cintura. O próximo olhar foi direcionado á mim, aqueles olhos ainda mexiam comigo, mas ele não podia saber disso e por isso eu olhei para o chão.

Achei que o fato de estar perto do Guto mudaria, ao menos um pouco, o que eu sentia pelo Paulo, mas eu me enganei feio! Um olhar. Foi tudo o que ele precisou fazer para reiniciar duvidas e dores em mim. Será que isso não vai acabar nunca?

Depois do choque desse encontro de olhares, eu e o Guto continuamos á andar e fomos sentar do outro lado da sala. Era a primeira vez em anos que não teria a companhia do Paulo ao meu lado.

De vez em quando, eu me pegava olhando para ele e ele muitas vezes também olhava para mim, eu queria tê-lo comigo. Mas em hipótese nenhuma poderia deixar transparecer esse sentimento, por isso todas as vezes que ele me olhava eu desviava o olhar para Guto e ria puxando assunto. Queria mostrar para Paulo que eu seria feliz mesmo sem ele.

O restante da aula passou voando. A companhia do Guto era muito boa, ele até conseguia afastar os pensamentos sobre o Paulo muitas vezes da minha cabeça.

PIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

–Alunos vocês já estão liberados- disse a minha professora de literatura

–Beca, você se incomoda de passar o intervalo comigo?

–Você tem que parar com essa mania.

–Que mania?

–A de achar que você me incomoda! Gustavo você veio na hora certa, você é um presente pra mim e presentes não incomodam, tá?!

–Ok - disse rindo

Saindo da sala, ele me abraçou pela cintura e me levou ao banco no final do corredor. Aquele lugar só me fazia lembrar o Paulo, muitas confissões e brincadeiras foram feitas ali. Mas eu não falaria isso pro Gustavo, se quisesse recomeçar a minha vida teria que deixar as lembranças de lado. Ficamos conversando sobre assuntos banais, era sempre muito fácil conversar com ele.

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–Eu achei o assunto novo de física muito complicado. Quando eu penso que vai facilitar, complica. Preciso tirar nota boa nessa etapa, porque senão eu vou sair do time de basquete.

–Serio? O assunto foi tão fácil! Dessa vez tá mais simples do que antes.

–Ahh você não conta. Pra você tudo é fácil! – disse ele fazendo cara de maroto.

–Fácil, NADA! Eu me esforço para tirar notas boas,viu?

–Eu não quero perder as interestaduais daqui a um mês, vou ter que penar estudando.

–Se você quiser eu posso te ajudar

–SERIO? Você faria isso por mim?

–Logico bobo! Não é isso que fazem os amigos?

–É sim. - Senti ele entristecer-se um pouco. ”Bom sinal, agora sei que tenho chance com ele.”

–Eai, quando começamos?

–Começamos o que? – ele era meio lento às vezes, mas fazer o que? Ninguém é perfeito.

–Á estudarmos juntos! Que tal hoje?

–HOJE? Já?

–Claro! A prova já é sexta-feira.

–Ok, hoje na tua casa que horas?

–Ás três

–Muito obrigado, não sei nem como te agradecer – ele disse entrelaçando sua mão na minha. Novamente eu permito, mesmo achando que não devia estar fazendo isso.

Continuamos conversando e comendo até o fim do intervalo. O restante da aula passou voando. O Paulo não olhou mais para mim nenhuma vez, ficou de cabeça baixa a aula toda. Acho que ele percebeu que eu não preciso mais dele, mesmo que essa seja uma mentira enorme.

XXXXXXXXX

“Ding Dong”

–Quem é?

–É o Gustavo, Beca.

Abri a porta e recebi um abraço apertado. Puxei a sua mão o levando para o escritório.

–Você prefere aqui ou na sala?

–Acho que aqui é melhor, já que tá tudo arrumado.

–Então vamos começar

–Mas já? – disse fazendo a carinha do gato de botas do Shrek.

–Obvio! Estamos aqui para isso, não? E que eu saiba quem está com problemas na matéria aqui é você. Então, sente-se e vamos logo.

–Sim, senhora! – disse batendo continência

–Besta!

Começamos á estudar física. A matéria era realmente muito fácil, eu até achei estranho ele ter dificuldades, mas, como dizem, eu sou nerd e nerds acham tudo fácil. Essa foi uma ótima ideia minha, eu ensina-lo faria com que nós ficássemos mais íntimos e assim eu conseguiria esquecer o Paulo.

Minha mãe bateu levemente na porta que já estava aberta e entrou.

–Bequinha, você não vai me apresentar o seu amigo, não?

–Ahh mãe, esse aqui é o Guto. Eu tinha avisado já e a senhora deixou!

–Oi tia – Guto disse levantando a mão meio sem graça

–Meu nome é Renata, Guto. Não precisa me chamar de tia!

–Tá certo Dona Renata

–Nem de Dona também!

Ele balançou a cabeça e sussurrou no meu ouvido: Já vi da onde você puxou á ser mandona. Ele soltou uma risada gostosa e eu fechei a minha cara. Minha mãe me olhou com uma cara brincalhona e eu corei sem graça.

Minha mãe saiu e nós voltamos á estudar. Estava resolvendo uma questão quando percebi o olhar insistente do Gustavo sobre mim. Olhei para ele, já tinha visto um olhar como esse antes. Sentir a minha barriga gelar e torci para que não fosse acontecer o que eu estava pensando.

Ele tirou uma mecha do meu cabelo que teimava em cair, roçando os dedos na minha face e então ele começou a se aproximar.

“NÃO! DE NOVO NÃO!” pensei.

DING DONG

“Ufa! Salva pelo gongo, ou melhor, campainha”. Me levantei, esquivando-me dele.

–Deixa que eu atendo mãe – Gritei já saindo do escritório sem olhar para trás, não teria coragem de olhar pro Guto agora.

Cheguei na sala ainda um pouco abalada com o que acabara de acontecer. Qual não foi a minha surpresa quando vejo certa pessoa indesejada na sala.

–PAULO? O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI? Como você conseguiu entrar?

–Calma filha, para quê esse escândalo? – Só então percebi a presença da minha mãe na sala.

–Calma Beca, preciso falar com você urgente!

–Vou deixar vocês sozinhos então. Dê um abraço na sua mãe por mim Paulo!

–Não me deixa só com... – Tarde demais, eu já estava á só com ele.

–Beca eu sei e assumo que fiz muita burrada. Você tem toda razão de estar me odiando. Mas eu me preocupo com você...

–Não quero ouvir nada de você! Imbecil – disse dando as costas para ele, mas ele segurou meu braço e me virou de frente para ele.

–Você vai ter que me ouvir – ele disse com um tom de voz firme que me fez estremecer – Sei que fiz muita coisa errada e que você não vai me perdoar nem tão cedo, mas eu, como já disse me preocupo com você e tenho que te alertar sobre o Gustavo. Beca ele não é o que você pensa!

–Que direito você acha que tem para falar do Guto? Ele me ajudou quando eu tava em um dos momentos mais difíceis da minha vida. Ele me deu um ombro amigo, conseguiu me fazer sorrir e é meu grande amigo agora!

–Beca entenda! Ele não quer a sua amizade! Ele quer satisfazer os desejos dele só isso!

–Beca? Porque tá demorando tanto? – disse o Gustavo entrando na sala.

–O QUE ESSE IDIOTA TÁ FAZENDO NA TUA CASA, BECA?

–Quem você pensa que é pra perguntar isso? Eu não te devo explicações da minha vida. Você foi apagado dela totalmente!

–A pergunta é o que VOCÊ tá fazendo aqui- disse o Guto.

–Eu aposto que ele já tá dando em cima de ti! Se você acha que ele só quer inocentemente a sua companhia, sinto muito te decepcionar, mas ele já me disse que só queria te pegar! – Ele disse e a sua voz já estava alterada por conta da raiva.

–Isso é mentira Beca! Não acredita nele!

–Ah é? E o que foi que você fez ein? Eu acho que dos dois que estão nessa sala o que me faz mal é VOCÊ e não ele.

–Então quer dizer que ele já está atacando, ne? O que é que ele anda fazendo? Ele te diz coisas fofas? Te chama de princesa? Faz você rir? Talvez já tenha até te beijado!

Eu fiquei sem graça nesse momento, não podia negar. Ele estava fazendo essas coisas, mas era impossível que o Guto que eu conheço fosse esse Guto que o Paulo estava dando a entender.

–Quem cala, consente. Beca me ouve! Abre os teus olhos, não cai na lábia dele!

–Cala boca, Paulo! Não vê que já fez a menina sofrer demais! Eu fui a melhor coisa que aconteceu nesses dias pra ela. Eu só quero o teu bem, Bequinha! Não liga pra ele – disse já empurrando o Paulo, levando-o para longe de mim.

–Paulo, eu não acredito mais em você! Você não faz mais parte da minha vida, então não precisa se preocupar comigo. Como o Guto já disse, ele foi a melhor coisa que aconteceu comigo nesses últimos dias. Agora sai da minha casa, por favor! – disse acalmando a minha voz.

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–Beca não faz isso, não quero te ver sofrer!

–Ele não quer é te ver comigo!

–Saia por favor!

–Eu já saio! Mas antes me prometa que não vai cair na lábia dele e eu saio da sua vida e não volto nunca mais.

–Bem, que eu queria promete pra me ver livre de você. Mas eu acho que já é tarde demais!

–Anh? Como assim? Vocês estão namorando?

–Ainda não. Agora saia daqui! – eu me segurava para não chorar, precisava me manter forte. Dizer que estava rolando algo entre mim e o Guto era um ótimo meio de me livrar da presença do Paulo, só dessa maneira ele sairia da minha casa.

–Você não ouviu ela, Paulo? Saia daqui!

–Me desculpe por tudo Beca. Eu ainda... – disse dando as costas e deixando o fim da frase no ar.