I Hate You
I want to make you feel beautiful
- Ela falou o que de ontem? - Perguntei pro Cody quando estávamos no intervalo. Quando contei pra minha mãe que ela me olhou de cima ontem, ela disse pra eu não me preocupar porque é natural isso acontecer quando eu tenho essa altura. Só porque tem 10 centímetros a mais que eu, fica se achando. Mas enfim, voltando...
- Ela disse que... - Ele olhou pro Jason, que assentiu. Arqueei uma sobrancelha. - Ela disse que tava certa e que você é realmente estressada.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Eu não sou tão estressada.
- Ela disse também que você parece ser nerd e infantil vestindo Bob Esponja.
- Nossa, falou a adulta. Deusa do amadurecimento.
- E disse que parece que você não tem comida em casa, por isso tem a bunda gigante de gordura.
- MASOQ. GORDA É ELA!
- Eu te falei pra não dizer a ultima parte. - Jason disse e eu o fuzilei.
- Ela que me chame de gorda de novo que eu arrebento ela! - Cody ria e o Jason segurava o riso. Charles, que tinha ido comprar refrigerante pra nós dois chegou e me olhou assustado. Peguei uma latinha da mão dele. - Valeu.
- O que acontece aqui? - Ele perguntou ainda em pé.
- Sarah chamou a Jenny de gorda. - Cody disse e Charles fez cara de quem entendeu.
- Quero uma namorada gorda assim também. - Só vi uma latinha vazia voando até ele.
- E aí, caralho? É minha namorada pô! - Jason disse irritado.
- Ué, eu gosto de bundas.
- Hey! - Berrei ofendida. - Olha lá o que fala, pervertido. - Ele deu de ombros. Olhei pro Jason. - É muito grande? - Perguntei chorosa.
- É normal.
- Não é não!
- É um grande bonito. - Ouvi a risada do Cody e o fuzilei. Botei a latinha em cima da mesa. - Ué, não vai tomar?
- Tenho que começar um regime.
- Aí ó! Por isso te falei pra não contar. - Jason disse pro Cody.
- Não sabia que tu era paranoica, Jenny. - Charles disse e eu não respondi.
(...)
- É sério isso de regime? - Jason me perguntou quando estávamos indo pra casa no meio do nada.
- Claro.
- Pretende comer o que hoje? Capim? - Olhei pra ele.
- Nossa, que graça. - Disse irônica e ele riu.
- Você tá linda assim. - Ele disse acariciando minha coxa.
- Eu to gorda.
- Só por que ela disse? E outra, quem tem que gostar sou eu. - Botei minha mão em cima da mão dele.
- Você trouxe o que da sua casa?
- Bolacha, balas azedinhas, coloquei um salame dentro de uma garrafa términa pra não estragar... - Botei a mão na testa. - O que foi?
- Genius. - Ele riu. - Eu trouxe bebida que tu pediu. Ah! E saquinho de salgadinho.
- Água.
- Chocolate.
- Proteção. - Ele disse pra não dizer outra coisa. Bati no braço dele.
- Safado! - Ele riu.
(...)
- Coloca o colchão aqui, Jay. - Disse apontando pra frente da lareira. Não estava frio pra colocar lenha. Mas se esfriasse, era mais fácil.
- Será que essa tomada ainda funciona? - Ele perguntou depois.
- Não faço a mínima ideia.
- Trouxe um rádio da minha mãe. - Dei de ombros. Ele ligou o fio na tomada e ligou o rádio. Escutamos um chiado e vimos que funcionava. Ele sorriu pegando um CD e colocando. Vi de relance o desenho no disco. - Eu ia te dar o CD no dia que a gente foi pro show. Mas eu acabei esquecendo.
- Relaxa, Jay. - Ele levantou e ficou de frente pra mim, com as mãos na minha cintura. - É o "Songs About Jane"?
- Lógico. - Sorri. É um dos meus álbuns preferidos. Ele chegou mais perto de mim e cheirou meu pescoço enquanto cantava She Will Be Loved. Me arrepiei e ele riu fraco.
- "I want to make you feel beautiful". - Ele sussurrou com a voz rouca me fazendo arfar. E isso fez ele rir fraco. - Te amo. - Sorri.
- Também te amo. - Ele fez uma trilha da minha orelha, roçando os lábios no meu, passando pelo meu queixo até me fazer deitar no colchão e continuar a "trilha" debaixo da minha blusa.
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- Pelo menos tá gelado ainda. - Disse comendo o tal salame.
- Sou um gênio.
- Depende da situação né. - Ele me mostrou a língua. - Idiota.
- Eu te amo, também. - Ri fraco. Ouvi um barulho do lado de fora e o Jason ouviu também, porque olhou pra porta, assim como eu.
- O que foi isso?
- Não sei. - Ele me olhou. - Calma. Não precisa entrar em desespero.
- A gente só tá no meio do nada né? - Disse irônica e ele revirou os olhos se levantando. - Eu vou lá. Não sai daqui. - Ele disse vestindo a calça.
- Tá louco? A porta tá fechada. É melhor ficar aqui sem fazer barulho.
- Jenny, relaxa.
- Relaxa o cassete. - Me levantei também. Ouvi algo arranhando a porta da frente. Me vesti. Não queria que ninguém além do Jason me visse de roupas íntimas. Pensamento idiota nessa hora, porém... Ele pegou uma faca na cozinha e foi até a porta. Eu fui atrás. Quando ele abriu, eu não sei se eu ria ou pegava a faca da mão dele pra não assustar o cachorro.
- Tá vendo? Não precisava de desespero. - Ele me disse.
- Não fui eu quem pegou uma faca.
- Não interessa. - Ele abaixou e acariciou o bichinho.
- Ele tá com fome. - Fui até a sala e peguei qualquer comida na minha mochila, deixando na frente do cachorro depois.
- Alguém mora aqui perto.
- Ah, jura? - Disse irônica.
- É sério, Jenny. - Ele levantou e foi até a frente da casa olhando em volta.
- Então?
- Não to vendo nada em volta.
- E na parte de trás? - Ele me fitou e eu o fitei de volta. Em todas as vezes que viemos aqui, nunca tínhamos ido até a parte de trás da casa. E por dentro, nunca tocamos nas janelas do fundo. Jason veio até a porta. Não deixou o cachorro entrar e fechou a porta. - Eu devo me preocupar?
- Não. Nunca aconteceu nada aqui. - Ele foi até um quarto dos fundos da casa e abriu uma fresta da janela.
- E aí?
- Tem uma mulher e um monte de cachorros. Na verdade, parece uma criação de cachorros.
- Acha confiável?
- Acho que não devemos ir lá e nem nos preocupar. E acho também que to com fome.
- Esfomeado.
- Falou a menina que comeu um lanche de 30 cm.
- Comi mesmo! To em fase de crescimento.
- Pena que não tá resolvendo. - Ele disse passando a mão por cima da minha cabeça e eu lhe mostrei o dedo do meio, fazendo ele rir.
- Jay? - Chamei o abraçando quando lembrei de hoje mais cedo.
- Hm?
- Você me fez me sentir bonita. - Ele sorriu.
- Tenho que fazer você se sentir assim sempre. - Sorri também. Ele me beijou.
(...)
Antes de irmos embora, passamos com o carro em frente a parte de trás da casa. Lá a cerca não era tão longe da casa como na frente. A mulher olhou estranho, e posso até dizer que com medo, para nós dois. Ri fraco.
- Ela ficou com medo da gente, Jay.
- Eu vi. É que posso tacar o salame nela. É perigoso. - Bati no braço dele.
- Idiota.
- Tá me xingando muito. - Dei de ombros.
- Nem ligo. E não tá nem escuro ainda. - Disse olhando pro céu pela janela.
- Quer passar em algum lugar antes?
- Não. Você quer? - Ele fez que não com a cabeça.
(...)
- Ela me chamou de gorda! - Falei indignada pra minha mãe.
- Eu não vou cortar o chocolate da casa por sua causa.
- Vai sim. Você tem que me dar apoio.
- Hm... To afim não.
- Mãe! - Disse choramingando.
- Ai que horror, menina. Isso é inveja por causa da sua bunda.
- Eu falei que era. - Jason se intrometeu. Fui até a frente do espelho.
- Eu uso 40. - Minha mãe bufou.
- Essa bunda extra G você puxou do seu pai. Isso não quer dizer que você é gorda. - Minha mãe disse.
- Eu devia usar 38. - Jason bufou também.
- São só dois números, deixa de paranoia. - Ele disse irritado
- Vamos sair com eles de novo amanhã. Avisa o Cody. - Jason arqueou a sobrancelha.
- Mas Jenny... - Ele disse me fazendo parar de subir as escadas com a Lola no colo e olhar pra ele. - Acho melhor não.
- Você não acha nada. Amanhã de noite no boliche. - Escutei um "coitado do menino" da minha mãe, mas fingi que não ouvi.
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