Cinco Coroas

A Sensual e Atrevida Jennet


Jannet corria como se houvesse chamas nas solas de seus sapatos, para fora dos limites da cidade. A pular de prédio a prédio, de teto a teto, cercas, carros, ônibus, o que fosse.

Ela ria nas escassas ocasiões que Laurent conseguia chegar perto, por fim pulou na pavimentação frígida e saiu a correr sem nenhuma civilização nas proximidades.

Subitamente Jannet sentiu uma dor profunda no calcanhar, vacilou e caiu. Laurent estava a olhá-la de cima num piscar de olhos.

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– Querida Jane, - o sotaque do ruivo era deveras perceptível quanto tempo.

Ele se agachou e a ergueu pelo pescoço para logo após jogá-la num poste próximo, a quebrá-lo e a deixar a estrada mal iluminada.

Jannet levantou-se a cambalear e conseguiu se fixar no chão.

– Laurent, como vais?

– Estava a ir bem até que fui procurar meu Coração de Rubi e adivinhe: Não achei.

– Interessante, conte-me mais sobre isso.

– Então eu pensei, - continuou o Rei quem mais esteve nos meus aposentos além de mim?

– Quem?

– Tentes adivinhar. - Laurent a içou pelo pescoço a apertá-la contra o poste. Quebrar seu pescoço parecia tão tentador. - Deixe-me refrescar tua memória. - ele bateu a novamente, dessa vez quase quebrou seu crânio. Porem houve uma ação involuntária que ele não previu, com a força da pancada, Jane sentiu necessidade de respirar e arqueou o corpo para frente demasiado forte, a fazer os primeiros botões de sua camisa voarem a deixar um decote generoso.

– Ops... - ela sussurrou enquanto os olhos do Rei caiam para seu decote.

O Rei riu maldosamente.

– Jane, vejo que continuou com teus... atributos.

– Percebi que vistes. Porem pelo o que tudo aparenta não sei mais tentar-te.

– Não seria homem se não me fosse tentador. Dê-me os Corações de Minério e continuaremos nossa conversa num lugar mais privado, que achas?

– Talvez tenhas que me fazer uma coisa ou duas por cada Coração. - ela passou as mãos pela face do amado.

– Continuas atrevida, Jane. Não brinque com minha paciência, holandesa. Sabes que não posso arrancar-te Os Corações, uma vez que eles só podem passar para outras mãos se forem dadas de boa vontade...

– Infelizmente não as quero dar de... de... boa... - ela mal conseguia falar, estava a ser difícil respirar. Ao perceber isso, Laurent rapidamente a largou. - de boa vontade. - ela finalmente concluiu.

– Então será por má.

– Irás matar-me? - ela subitamente o questionou.

O Rei não respondeu, era tudo o que ela precisava saber. Ele a amava.

– Nesse caso direi o que penso. Me das nojo. - ele arregalou os olhos. - Charlotte mostrou-me o que fazia com as crianças de quem não o obedecia. És um monstro. Nunca mais encostes em mim novamente!

– Falas como se não gostasses de quando encosto em ti. - apesar do choque das palavras dela, ele continuou - Deixe-me ver se entendi direto, a única razão pela qual se fostes foi que descobristes que eu magoava crianças?

– Não foi a única.

– Mas foi uma das. - ela assentiu - Era apenas ter-me dito! Largaria quaisquer coisas por ti!

– Porem isso não desfaria o que fizestes! O que lhe passava pela mente? Eram crianças!

– Eu não me importo.

Essa foi a gota d'agua. Jane jogou-lhe os Cinco Corações Prata, Ouro, Diamante, Rubi e Esmeralda a deixar Laurent chocado.

– Tome seus Corações e se vá. Todos vocês, Reis. O Ciclo não quer nada que venha de lá.

– Desistir? - ele guardou os Corações.

– Vá, Laurent. - ela pediu.

– Irei, mas antes... - ele se inclinou e a puxou, a beijar-lhe os lábios cheios. Jane o empurrou.

– Me das nojo. - ela disse lentamente, as palavras machucavam como ácido.
Laurent caiu de joelhos, se sentia altamente derrotado. O orgulho perdera a batalha contra o amor.

– Não me faças isso, sexy holandesa. Sabes que me é impraticável viver sem ti.

– És um monstro.

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– Amo-te, Jannet. - ele gemeu. - Jogar-me-ei no Inferno por não ter-te, não tocar-te, não amar-te.

Jane riu sem humor ao inclinar-se para baixo e encontrar os olhos vorazes de Laurent. Raios, ela o amava.

– Monstros não amam, Laurent. Charlotte me disse.

– Imaginava que não se aturavam. - ele sibilou.

– Parte do plano. - ela deixou escapar.

– Que plano?

– Para não descobrires que ela me tinha confidenciado seu diabólico segredo. - ela mentiu.

Imprevisivelmente Laurent levantou e a empurrou contra um poste próximo, incapacitando qualquer movimento da holandesa.

– Sei que desejas-me, sexy holandesa. Posso ver em seus olhos, posso sentir pela forma que me tocas, posso cheirar o desejo gritante que sai de sua pele, posso escutar teus batimentos cardíacos se acelerando - ele beijou-a lentamente deliciando-se com seu sabor e pela forma que gemes quando meus lábios estão nos teus.

– O raio que o parta!- ela gritou.

Laurent soltou-a e a beijou, prontamente correspondido pela bela, suas mãos sôfregas a puxavam para mais perto, desejando-a, cobiçando-a, amando-a.

– Amo-te, minha sexy holandesa. - ele mordeu o lóbulo da orelha de Jane e olhou em seus olhos.- Perdão. - ele disse ao retirar uma seringa do bolso e injetá-la no pescoço da amada. - Jane arregalou os olhos por não conseguir respirar e lentamente desmaiou. Laurent a pegou. - Calma, holandesa, cuidar-te-ei.