Kat

Uma folga dos problemas.


- Kat, eu não quero! - ele disse me empurrando.

- Vamos Alan, vai ser divertido.

- Kat...

- Por favor! Por favor! Por favor! - implorei.

- Por que quer tanto que eu vá com voce nesse parque?

- Eu posso ser anti social, mas até eu não gosto de ir em um parque sozinha, ninguém gosta. Vamos, por favor! - usei minhas abilidades que pouco uso de garotas para fazer aquela carinha irrestivel e morder o lábio inferior, ele suspirou e levantou da cama.

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- Só por voce. - achei estranha a frase mas ignorei e pulei pra pegar o meu casaco que estava pendurado na cadeira.

- Vamos logo! Já perdemos muito tempo dessa baboseira. - eu ri e puxei ele.


(...)


Sabe quando voce se sente leve, feliz, como se nada pudesse te atingir? Era assim que eu me sentia agora. E não pensem que eu, Kat, resolvi filosofar o sentido da vida agora... Mas quem não se sente leve e feliz em um parque de diversões?

- Nossa! Quantas coisas! No que nós vamos primeiro Alan? Roda gigante? Naquele brinquedo na água? Ah já sei... Que tal carrinho bate-bate?

- Nossa.

- O que? - olhei pra ele e coloquei a mao na minha cintura, conhecendo o Alan, logo vai vir um comentario inutil.

- Cadê a amadora de gatos/cereal que adora torturar as pessoas?

Viu? Eu disse. Comentario inútil.

- Cala a boca. E voce deixou o Chester na casa do seu amigo, né? Nao quero a diretora encontrando ele.

- Sim.

- E se um pelo do Chester estiver faltando eu faço tu e o seu amigo comerem por um tubo.

- Tanto faz. - ele deu de ombros mas eu sabia que no fundo ele estava assustado... Qual é, quem nao estaria? Eu sou muito aterrorizante - Vamos na montanha russa?

Ah, não. Tudo menos isso. Eu sabia que era uma idéia idiota trazer o Alan pra cá.

- Não posso...

- Por que?

- Eu... Hm... Acabei... De... Comer salsicha.

- Salsicha? - ele me olhou segurando o riso.

- É.

- E porque isso te impediria de ir na montanha russa?

- Por que... Bem por que...

- A não ser, que voce tenha medo. - ele arqueeou a sobrancelha e eu tive vontade de dar um soco naquela cara perfeita dele... Perfeita?! Nao, eu quis dizer idiota, é claro.

- Claro que nao! É que eu posso ficar enjoada.

- Voce vai sobreviver. Vamos. - ele pegou a minha mao e como eu só estava me preparando para a minha morte nem bati nele.

E lá estavamos nós, o Alan fez questão de pegar as PRIMEIRAS cadeiras e eu segurava sua mão tão forte que acho que vi seus olhos lacrimejando.

E entao o filha da puta que cuida dessa maquiná mortifera anunciou todas as intrunçoes: "deixe as mãos e pés dentro do véiculo, nao solte o cinto, nao morra..." essas merdas. E logo eu me senti saindo do lugar, minha morte estava começando, eram meus ultimos minutos de vida e eu nem dei um ultimo adeus pro Chester! Começamos a subir aquela lomba filha da puta que só serve pra assustar a gente... E funcionou. Se eu nao estava assustada antes, agora é que eu morro, e logo a subida terminou e lá estava a parte em que eu mais temia, com todas as forças que ainda restavam em mim, eu me abracei na primeira coisa que vi... Nao, nao foi o Alan, que nem naqueles filmes mariquinhas, eram um ferro duro que tinha do meu lado, eu segurei tanto naquela merda que nem sentia mais o meu peito que era onde aquilo batia em mim, minhas maos estavam vermelhas e a minha voz já tinha saído por completo de tanto que eu gritava. Quanto tempo vai demorar pra mim morrer?

- Kat? Kat? - será que é um anjo?

- Merda. Eu vim pro inferno. - olhei pro lado e vi o Alan.

- Cala a boca. Tu nao morreu, ok? Mas quem diria... Até a filha do capeta tem medo de alguma coisa. - ele riu e eu dei um soco nao muito fraco em seu ombro enquanto saía do banco.


Depois do meu episódio "quase morte" e do Alan me irritando várias vezes sobre isso, a gente finalmente chegou a mesa onde eu atacava um cachorro-quente como se a minha vida dependesse disso.

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- Olha, esse cachorro-quente nao vai fugir.

- Cala a boca. - falei ainda com a boca cheia. Eu nunca me prestei pra aprender aquelas merdas chamada "etiqueta" ou "educação". Foda-se. - Vamos logo.

- Pra onde?

- Você escolheu aquela maquina mortífera, agora é a minha vez. - pisquei pra ele e corri em direção a minha vingança.


Alan POV

- Ah não. - sussurrei pra mim mesmo enquanto Kat olhava com um olhar mortal em direção aos carrinhos bate-bate. Eu vou morrer.

- Vamos... - ela disse e me puxou pela mão, achei um ato estranho e acho que ela pensou o mesmo porque logo a soltou. - ...Ou esta com medo? - ela me deu novamente aquele olhar de "quais suas ultimas palavras?". Eu sou muito gostoso pra morrer.

- Claro que não, vamos logo. - Kat correu e sentou no carrinho preto que tinha ali, sobrando apenas o rosa... Olha, eu sei que é meio ultrapassado esse negocio de "rosa é cor de menina" mas... Foda-se, eu acho rosa é cor de menina.

- Eu não vou ficar com o carrinho rosa.

- Ah, vai te fuder, Alan, deixa de ser criança. - cruzei os braços e a encarei a desafiando. Tudo bem, talvez eu esteja enrolando só um pouquinho pra não andar nesses carrinhos. Verdade seja dita: eu nunca andei em um carrinho bate-bate. Me processe! Ou seja, a Kat vai me destruir e eu só vou ficar andando em circulos enquanto ela chorar de tanto rir.

- Tudo bem, criancinha, pode ficar com o preto. - ela disse enquanto revirava os olhos e ia até o rosa.

1. 2. 3. E lá vamos nós. Todos os carrinhos começam a andar, todos menos o meu, é claro. Já que eu não sabia nem onde se acelerava. Olhei em volta e vi que só tinha crianças aqui... Claro né, que adulto anda nisso aqui?

- Vamos Alan, morreu ai? - ouvi uma moreninha irritante gritando.

- Cala a boca, Kat. - olhei pro lado só a tempo de ver o carrinho dela vindo com tudo em cima de mim e eu balanceando pro lado. Ouch. - Isso foi injusto eu nem estava prestando atenção.

- Então presta agora! - ela gritou enquanto dava a ré e batia mais uma vez no meu carrinho. E finalmente eu vi onde era o acelerador e fui pra frente e acabei batendo no carrinho de uma menina que me mandou um olhar feio.

E a Kat veio em minha direção mais uma vez. E mais uma vez. E mais uma vez. E eu já estava ficando tonto de tanto que ela batia no meu carrinho... Eu acho que esses carrinhos bate-bate deveriam ser banidos do mundo... Sério, isso é um perigo.

- Que banidos o que, Alan... Deixa de ser criança. - eu falei a ultima frase em voz alta? Ah, legal... Agora a Kat vai me irritar sobre isso pra sempre.

Vi a Kat dando a ré no carrinho dela e batendo nos carrinhos de outras crianças que reclamavam e mostravam a lingua... Logo ela já estava afastada de mim, eu estava de um lado da pista e ela de outro, quando vi que ela se virava e agora nossos olhares se encontraram, vi um sorriso malvado em seu rosto e logo entendi suas intenções. Sem pensar duas vezes pisei no acelerador e fui em direção a ela, enquanto ela fazia o mesmo, eu nem sabia que um carrinho bate-bate podia ir tão rápido e quando estava a centimetros de distancia eu notei a idiotice que eu estava fazendo. E então eu cai pro lado. É sério! Depois de bater no carrinho da Kat, o que doeu pra cacete, eu acabei pulando do banco e escorregando, e agora eu estava no chão, enquanto a Kat chorava de tanto rir.

- Tem que aprender que se deve usar cinto de segurança, Alan. - ela disse em meio aos risos.

- Você! - olhei pra cima e vi um segurança apontando pra mim - E você. - ele apontou pra Kat - Saiam já daqui.

- Mas o que eu fiz?! - ele indicou várias crianças chorando aos nossos lados... Ops, acho que a gente acabou batendo em alguns carrinhos de crianças. F u d e u.


- Eu não acredito que a gente foi expulso! Tudo sua culpa Alan! - Kat gritou pra mim. Ela ficava tão bonitinha brava comigo. Ou seja, ela era sempre bonitinha.


Kat POV

5. 4. 3. 2. 1.

E vários fogos de artifícios começaram a explodir acima de nós. Era tão lindo. Cores laranjas, azuis e roxas percorrendo o céu. Eu amava fogos de artificios, não só porque me lembrava explosoes, mas eu achava lindo e me deixava em paz.

- Sabe, meu sonho é beijar alguém embaixo de fogos de artificos. - falei e logo tapei a minha boca... Por que eu disse isso na frente do Alan?! Eu vou parecer fraca e... Feminina. Eca.

Olhei pro lado e vi ele me fitando, seus olhos eram profundos como se conseguissem enxegar a minha alma, eu amava seus olhos azuis, me lembrava o meu pai, e apesar de eu ser uma vadia sem coração com um pai que me expulsou de casa, eu nao consigo nao sentir falta dele. Qual é, ele é meu pai.

Sua mão foi parar na minha cintura e me puxou mais perto, agora nossos narizes quase se tocavam e eu sentia seu halito de menta perto de mim, ele fechou os olhos e se aproximava cada vez mais de mim... Como se isso fosse possivel. ESPERA, KAT, O QUE VOCE ESTA FAZENDO?!

- ALGODÃO DOCE! - gritei tão alto que algumas pessoas perto de nós me olharam irritadas/assustadas.

- Ah? - o Alan disse visivelmente decepcionado... Espera, isso quer dizer que ele queria me beijar?!

- Er... Eu quero um algodão doce. E acho que já esta tarde... Nós precisamos ir embora. - disse, mas agora sem parar de olhar para seus lábios. Ele deu um meio sorriso e concordou. Eu quase beijei o Alan... Onde eu estava com a cabeça?!