O Diário De Megan Elliot

Era uma vez uma paixão e a amizade foi pro caixão


Era uma vez uma maravilhosa e sincera amizade entre um príncipe e uma princesa. Eles se amavam como irmãos. Até que a princesa virou uma bruxa, se apaixonou pelo príncipe, ele não correspondeu e acabou tudo. E eles viveram infelizes e separados para sempre.

Minha vida pode não ser um conto de fadas, mas confesso que já fui essa princesa/bruxa algumas vezes. É um papel ridículo e chato que eu pretendo não viver novamente. E desculpem o drama do ‘infelizes e separados para sempre’, é só pra terminar a história de um jeito diferente.

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Acho que já deu pra sacar qual é o assunto do qual vou falar e no qual sou expert. (Acho difícil superar o nível que atingi no último capítulo. Apesar de ser mestra em não seguir aqueles conselhos, eu acho que os dei muito bem. Mas como a vida segue e eu tenho um capítulo novo a fazer, vou fazê-lo o melhor que posso e para isso, contei com a ajuda de uma belíssima amiga).

A Júlia deve ser a amiga mais experiente que tenho, por dizer assim. E como sempre faço questão de dizer a ela, a garota tem opiniões fortes e ideias profundas sobre quase todos os assuntos possíveis. A gente começou a conversar sobre o meu passado sórdido e vergonhoso e brotou esse assunto. Então, pode-se dizer que a inspiração pra esse capítulo, veio toda dela.

É muito chato se apaixonar por um amigo ou ter um amigo apaixonado por você quando a paixão não é correspondida. O clima tenso que fica tem um poder que muitas vezes supera qualquer tentativa de manter a amizade e aí: ‘era uma vez uma maravilhosa e sincera amizade entre um príncipe e uma princesa’.

Eu, como já disse, vivi esse papel algumas vezes. Numa delas, a paixão era pouca e foi bem escondida (apesar de eu, Deus e o mundo acreditarmos que era correspondida) então a amizade sobreviveu. Numa outra, que eu até relatei no último capítulo, a paixão transbordou, a amizade virou pó. Mas como toda fênix ou amizade verdadeira, ela ressurgiu das cinzas ainda mais forte.

O que eu aprendi com tudo isso foi que o conceito ‘friendzone’ é extremamente relativo. Não digo que a zona da amizade não existe, porque no meu primeiro capítulo eu deixei claro que acredito nela. Porém, acredito também que entrar e sair da zona da amizade não é nada impossível de ser feito, dependendo de quem são os envolvidos e de como eles lidam com a situação.

Tenho amigos que foram, são e sempre serão apenas isso. E posso dizer com quase total certeza que eles pensam da mesma forma em relação a mim. Tenho amigos pelos quais eu jogaria fora qualquer demarcação de zona da amizade, porém não acho que eles fariam o mesmo por mim. E não estou morta por isso. E já tive amigos pelos quais eu fiz de tudo pra sair da zona da amizade e com toda a minha falta de sorte, só consegui piorar tudo. Mas não levem meu exemplo como o único ou mais verdadeiro. Todo amor começa numa amizade e muitos acabam se tornando uma. Porque pra existir amor, a amizade é a base. Os conceitos são basicamente os mesmos: cumplicidade, confiança, sinceridade e respeito. A única diferença é que pra ter amor, é necessário desejo.

Acho que é nisso que MUITOS romances falham. Às vezes acabam precoces, às vezes nem ao menos começam. Eu vejo que é possível se divertir tanto com uma pessoa e ama-la de verdade; sentir um carinho enorme, morrer de ciúmes em certas situações, não conseguir passar muitos dias longe e ainda assim, ter apenas uma amizade. Não é porque a pessoa seja feia, ou gorda ou magra ou alta ou baixa. Só não existe desejo entre os dois. E desculpem, mas eu acho esse tipo de relação tão bonita. Mais até que os namoros.

De toda forma, com o tempo, eu fui deixando de passar por esse papel da princesa/bruxa. Não que eu acredite sinceramente que nunca mais passarei por ele. Na verdade, acho que tenho muita coisa pra viver ainda e muita cara pra quebrar. Mas com a maturidade, a gente vai aprendendo a separar as coisas melhor. A ver num gesto, sentimentos mais puros e menos desejosos. E a ver nos sentimentos, mais carência do que amor. E com isso a gente se acostuma a ter amizades meio coloridinhas que nada são além disso: amizades.

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Não existe uma fórmula se você está apaixonada por um amigo ou o contrário. Não posso dizer que a amizade não vai durar ou exatamente o que ela vai virar. Um amor não dura se não houver amizade e uma amizade nem existe se não houver amor. Não dá pra saber quando um vai se transformar no outro e no fim, eles estão mais grudados e misturados do que a gente é capaz de compreender. (Resumindo o que a lindeza da Júlia me disse).

E sem fórmula, o que nos resta é viver. As coisas provavelmente vão desandar em algum ponto. Eu provavelmente ainda vou ser uma bruxa em algumas das minhas relações e em outras vou ser uma princesa. E certamente, ainda vou confundir amizade e paixão. Espero, do fundo do coração, ser correspondida na confusão. Mas se não for e tudo der errado...

Como diz a lindeza do Zac Effron em 17 Outra Vez: “nessa idade, tudo parece o fim do mundo, mas não é”. Então, independente do fim desastroso que possa ter sua amizade e/ou namoro, não é o fim do mundo. Muito pelo contrário “é só o começo”.

Dica do dia: Perder um amor platônico, nem sempre é uma derrota. Às vezes você ganha uma amizade e sai no lucro.

xx, da sua querida (ou assim ainda espero) Megan