A Maldição Dos Malfoy - Dramione

Quadribol Sendo Desagradável


Depois de ter passado toda aquela vergonha com o meu pai na piscina, na hora do jantar, ele havia voltado ao normal – o que um dry martini não faz! -, e agora nos ignorava com a cara fechada, apenas olhando para seu prato. Depois ele subiu com minha mãe para se deitarem, e eu e Hermione nos sentamos na frente da lareira, nos aquecendo.

— Desculpa pelo meu pai hoje mais cedo... – eu disse para ela, que abraçava os joelhos. Seus olhos estavam refletindo o fogo que crepitava na lareira, e pareciam um pouco cansados.

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— Tudo bem, eu não ligo. Eu sei que a sua família tem esse preconceito com... Sangues-ruins. – ela falou. Eu me senti ainda mais envergonhado. – Talvez não fosse uma boa coisa eu ficar aqui nas férias, sabe? Não me sinto confortável.

— Que isso, Hermione! São apenas os meus pais! Você sabe que eles vão continuar sendo chatos assim... Mas eu quero muito que você fique! – eu insisti, sentindo um súbito calor quando Hermione sorriu.

— Obrigada, Draco. Então, o que vamos fazer amanhã? Não quero passar as férias sendo vigiada pelo seu pai maluco. – ela soltou uma risada nervosa, e eu comecei a rir também.

— Falando nisso, nós nunca fizemos sacrifícios humanos, ok? Não acredite nele! – Hermione riu ainda mais. – E, eu comprei dois ingressos para irmos ver um jogo de quadribol amanhã!

— Sério? Vai ser muito divertido! – ela exclamou.

Depois de uma meia hora, subimos para nossos respectivos quartos, e eu li mais alguns capítulos de “A Bela e A Fera”. Quando cheguei ao meio do livro, acabei adormecendo.

No outro dia, acordamos cedo e o café da manhã já nos esperava. Como estava calor, coloquei roupas leves, uma camiseta e bermuda. Já Hermione estava estonteante com um vestido azul com pregas. Tomamos nosso café.

Eu havia feito de um castiçal o nosso portal para chegarmos ao estádio de quadribol. O estádio parecia uma ostra gigante e estava pululando de pessoas. Eu entreguei nossos ingressos, e nos sentamos em nossos lugares – na fileira mais alta, a dez metros do chão. Fiscais entregavam sacos de plásticos para vomitarmos se fosse preciso.

O jogo começou e as equipes adversárias foram apresentadas em um telão mágico que flutuava pelo estádio. De repente, Hermione soltou um grito.

— Credo! Você está bem? – eu perguntei, olhando para a expressão incrédula em seu rosto.

— Eu... Eu conheço... – ela murmurou ainda boquiaberta. Do nada, ela começou a gritar: OLIVER! OLIVER!

Foi então que percebi um rosto familiar no telão: Oliver Wood, o rapaz que jogava na Grifinória alguns anos atrás. Uau, ele não mudara nada! Só estava um pouco mais musculoso, não que eu tivesse notado, naturalmente. Agora ele estava jogando para o famoso e renomado time de Puddlemere, como capitão e goleiro.

Olhei para Hermione, que parecia enlouquecida agora, jogando os braços para cima, ignorando a altura da arquibancada. Percebi que ela também estava ignorando meus comentários para que se acalmasse - o que me fez perder a calma também.

Resolvi começar a gritar também.

— DÁ PRA SE ACALMAR, PELAS BARBAS DE MERLIN?! – e nós ficamos trocando gritos assim até uma mulher da fileira da frente se virar para nos lançar um olhar ameaçador. Quando o jogo finalmente começou, consegui fazer Hermione se sentar.

— Meu Deus, qual o seu problema, Hermione? – eu perguntei, limpando o suor do meu rosto.

— Qual o meu problema? Aquele é Oliver Wood, o antigo goleiro da Grifinória, não se lembra? – ela soltou um suspiro quando eu revirei os olhos.

— E daí? – Hermione bufou.

— E daí que ele não é um atleta ignorante que nem você e a maioria dos jogadores de quadribol! Krum também gostava de ler e estudar e eles são atenciosos, ok? – Hermione berrou, mas eu nunca soube se ela estava irritada ou apenas esbaforida. De qualquer forma, eu cruzei os braços e revidei.

— Quem disse que eu sou ignorante? – virei o rosto para o jogo, que estava ainda no empate, e fingi estar prestando atenção, quando na verdade eu estava borbulhando de raiva. Eu nunca imaginei que Hermione pudesse me ofender tanto. Eu gosto de ler, ok?!

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Passamos o jogo sem interagir, ignorando intensamente um ao outro. Hermione continuou gritando que nem uma louca “desvarrida” sempre que Oliver ou o seu time faziam um gol. Então o jogo finalmente acabou, e eu esperei pacientemente Hermione cessar seus berros enlouquecidos com a vitória. Todos começaram a esvaziar o estádio, enquanto os jogadores se dirigiam aos seus devidos vestiários.

Hermione então me puxou para as arquibancadas da primeira fileira – a mais baixa, e correu (provavelmente ignorando o fato de estar me levando junto) no encalço de Oliver, chamando a atenção dos outros jogadores que andavam por ali, e nos lançaram olhares assustados.

Ela finalmente o alcançou, e eu arquejei aliviado, apoiando as mãos nos joelhos de um jeito não muito elegante. Minha respiração estava pesada, por isso apenas vi borrões enquanto Hermione abraçava Oliver, e eles conversavam animados. Senti meu rosto queimar, provavelmente por causa da corrida que Hermione me fez fazer, e também senti uma raiva indignada por ela ter feito isso comigo, só por causa de seu amiguinho gótico urban conceitual barroco rococó de anos atrás.

— Sim! Claro que sim! Vou falar com o Draco... – eu a ouvi dizer, antes de se despedir dele com outro abraço demorado. Eu cuspi no gramado, sentindo uma dor horrível nas pernas, e levantei o olhar para os dois. Oliver acenou para mim com um sorriso forçado, e saiu correndo para o seu vestiário. Hermione veio até mim cheia dos suspiros e gritinhos irritantes.

— Uau, desse jeito parece até que ele pediu você em casamento. – eu retruquei, pegando em minha mochila o castiçal que era nosso portal.

— Quem dera. – eu a ouvi resmungar, segurando a outra extremidade do castiçal.

— Como é? – eu perguntei indignado. Antes que ela pudesse responder, sentimos um grande solavanco, que nos levou de volta para a minha mansão. Depois de um grande frio na barriga, aterrissamos no gramado do jardim, e senti dor dos pés a cabeça. – O que você tinha dito? – eu perguntei entre arquejos, sentindo minha blusa empapada de suor.

— Você está ouvindo coisas. – Hermione disse simplesmente, e entrou pela porta da cozinha.