A Maldição Dos Malfoy - Dramione

Capítulo Bônus: O Melhor Antídoto


Enquanto eu arrastava Draco para longe da civilização, antes que ele pudesse passar vergonha, ele apenas atrapalhava, rindo abobalhado e tentando me agarrar. Para ser sincera, não vejo muita diferença deste Draco que eu estava arrastando para o Draco que eu estava tentando ajudar meses atrás. Só que esse Draco não estava contendo suas emoções. E estava descontando-as em mim!

Eu sabia que aquilo era um caso severo de Amortentia, e eu tinha que fazer o antídoto, em um lugar tranquilo e silencioso. E no momento eu só consegui pensar em um lugar: o banheiro da Murta Que Geme, onde eu fizera a Poção Polissuco.

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Agora eu só precisava dos ingredientes.

– Murta? Murta, você está aí? É a Hermione, e eu preciso de um favor...

– Hermione Granger! Faz tanto tempo desde a última vez que você esteve aqui... Você trouxe Harry Potter? – o fantasma apareceu à minha frente, os olhos brilhando de felicidade. Hesitei.

– Hum... Não. Eu trouxe Draco Malfoy. E eu queria que você cuidasse dele por um instante enquanto eu vou buscar uns... Materiais. - Escolhi as palavras com cuidado. Sabia que Murta era extremamente sensível. Ela fez uma careta.

– Como você acha que eu vou cuidar dele? Eu sou... - nesse ponto, Murta começou a chorar. Revirei os olhos e petrifiquei Draco.

– Pronto. Agora você cuida para que ninguém o veja OK? Já volto. - Não esperei para ver a reação dela, já saí correndo em direção à sala do Prof. Slughorn. Olhei pela pequena janela de plástico da porta: ninguém á vista. Entrei lentamente. Havia um armário cheio de pequenos potes com vermes e plantas. Achei o acônito e coloquei dentro da minha mochila. Havia gavetas; abri todas elas procurando pelo bezoar. O único ingrediente que faltava era pele de ararambóia. Procurei em outros armários e achei um pequeno pote ensebado com um pequeno pedaço da pele verde e escamada de ararambóia. Coloquei-o na mochila também. Estava prestes a ir embora, quando ouvi a porta se abrindo. Olhei para os lados, à procura de um lugar para me esconder, e vi um tipo de cabine de verniz, cheio de sapatos. Entrei ali, e fechei a cortina.

– Além de míope sou esquecido também, há, há. - Ouvi a voz de Slughorn chegar perto e pegar algo em cima de uma escrivaninha cheia de pergaminhos. - Já estou indo, Sr. Boot. - e seus passos foram seguidos da batida da porta. Suspirei.

Passei em meu dormitório para pegar meu caldeirão e os demais materiais para fazer o antídoto. Voltei correndo para o banheiro, onde Murta resmungava com os braços cruzados e um Draco petrificado balbuciava palavras inteligíveis. Enchi o caldeirão de água e liguei o pequeno forno portátil que havia comprado em meu primeiro ano em Hogwarts. Coloquei a pele da ararambóia e deixei fervendo. Tirei Draco do feitiço e pedi que ficasse quieto. Marquei no meu relógio vinte minutos. Vinte minutos de conversa fiada com Murta, que fazia milhões de perguntas sobre Harry.

Passados os vinte minutos, eu desliguei o forno e coloquei um acônito dentro do caldeirão, suas pétalas lilases deram cor à água fervida enquanto eu mexia. Devolvi ao fogo e coloquei o bezoar. Passaram-se trinta minutos de Draco Malfoy, em que ele me comparou a um pêssego e depois a uma garça. Não obstante, ele ainda fez questão de ressaltar o mesmo soneto de Shakespeare que vinha repetindo enquanto o trazia para o banheiro. Desliguei o fogo e coloquei o segundo acônito, mexendo em sentido anti-horário. A água ficou de vermelha a um verde brilhante. Peguei um copo de plástico da minha mochila e coloquei um pouco do antídoto nele. Estendi para Draco.

– O que é isso? - ele perguntou, sem nem olhar para o copo.

– Confie em mim. - eu afirmei, fazendo-o beber tudo. Deitei no chão do banheiro, aliviada. Finalmente aquele pesadelo havia terminado.

–Mas teu verão é eterno e jamais morrerá, não há de perder o encanto que possui; - Draco se deitou ao meu lado, sussurrando novamente o soneto, pela trigésima vez.

– AH, NÃO! - eu berrei, assustando Murta e Draco. - DÁ PRA VOCÊ CALAR A BOCA?! - Draco piscou várias vezes, como se tentasse entender o que eu falava.

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– O que houve? - ele perguntou, seus olhos subitamente sóbrios. - Por que eu estou no banheiro feminino? - ele completou, lançando um olhar suspeito à Murta.

– Alguém fez uma poção do amor pra você. - eu disse, suspirando.

– Por quem eu me apaixonei? - ele perguntou curioso. Hesitei, sem saber por quê.

– Por mim. - eu me levantei e lavei o caldeirão, o copo e o forno portátil. Agradeci a Murta, enquanto Draco fazia mais perguntas - que eu ignorava - e me dirigi a minha sala comunal.

– Não foi você que fez né?

– Por que eu faria se eu gastei todo esse tempo fazendo o antídoto pra você? - respondi secamente. Eu estava cansada - exausta, para ser sincera.

– Então quem será que fez?

– Alguém que tinha algo meu. Porque a poção do amor é semelhante à Polissuco: Você tem que escolher quem você vai se parecer. No caso da Amortentia, você tem que escolher por quem a pessoa vai se apaixonar, entendeu? - expliquei. Draco assentiu.

– E quem teria, por exemplo, seu cabelo?

– Não sei. Vamos pensar nisso outro dia, tá bom? Estou cansada. - Entrei pelo buraco do quadro da Mulher Gorda a tempo de ouvir Draco sussurrar um pedido de desculpas. Parei em meio caminho de atravessar. - O que disse? - ele desviou o olhar.

– Desculpa por ter dado trabalho pra você hoje com esse negócio da poção do amor. Eu não sabia... - ele disse finalmente. Encarei seus olhos azuis com orgulho.

– Fico feliz que você finalmente está aprendendo a ver seus erros e se desculpar por eles, Malfoy. Mas você não precisa se desculpar por causa disso. Até amanhã. - virei o rosto para a Mulher Gorda, que nos encarava entediada, mas antes que pudesse entrar na sala comunal, senti Draco segurar meu pulso.

– Até amanhã. - ele disse, dando um beijo na minha testa, entre as sobrancelhas. Percebo então como Draco mudou em apenas alguns meses. Sorrio para ele.