31 Dias de Dezembro

12º Dia de Dezembro


Algumas pessoas tem tudo em comum, então é questão de tempo para uma amizade nascer.

12 dia de dezembro de 2012

01:05 da madrugada de domingo

— Edward Cullen come cachorro quente! – disse a mim mesma, enquanto terminava de comer o meu.

— É o melhor cachorro quente de Nova York. – se defendeu.

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Edward tinha me levado perto do Central Parque onde tinha umas ruazinhas cheias de lugares para comer, aquele lugarzinho era diferente de toda a agitada Nova York que já tinha conhecido, era um bairro mais antigo que havia conseguido preservar sua estrutura original. Nunca tinha estado ali antes.

Havia algumas pessoas que estavam sentadas nas mesas fora dos estabelecimentos aproveitando a madrugada de Nova York. Tínhamos parado em uma barraca de cachorros quentes e depois de termos comido estava andando por aquelas ruas sem um rumo certo.

— Só não sabia que você comia esse tipo de coisa. – respondi.

— Achei que ia gostar, já que você parece preferir comida de adolescentes.

— Não tem idade para comer essas coisas sabia?

— Certo. – respondeu – Não tenho cara de quem come cachorro quente, que ridículo – ele resmungou.

Incrível como ele sempre encontrava algo para discutir comigo.

— Só estava dizendo que é diferente ver que você conhece um lugar desses. – respondi – Tipo, não é todo dia que Edward Cullen estaria parado próximo ao Central Park numa barraquinha de rua.

— Era meu trajeto da escola. – confessou

— Ta explicado como você conhece esse lugar. – comentei. – Mas também as aparências enganam não é mesmo? Olhe para você, não passaria pela minha cabeça que é dono de uma empresa de moda. E para quem reclamou das minhas comidas de adolescente, você comendo cachorro quente te contradiz um pouco.

Algo na minha frase chamou sua atenção, pois ele virou a cabeça para me olhar, foi um olhar intrigado que me deixou um pouco constrangida.

— Não pareço ser dono da Lanvin?

— Não. – respondi sincera – Imaginava alguém mais parecido com Pierre.

Ele ficou quieto e não respondeu nada, colocou a mão nos bolsos do casaco e continuou andando lado a lado comigo.

— Pareço o que para você ? – pude ver a curiosidade brilhar em seus olhos nessa pergunta.

Tentei ver por trás daquele muro que ele havia erguido, entender onde ele queria chegar com a pergunta.

— Profissionalmente? – perguntei incerta

Caso respondesse que não, preferia não tocar no assunto de como o achava sem coração, frio e arrogante. E não duvido que ainda conseguisse falar mais umas coisas.

— Sim.

— Com toda certeza um executivo. – respondi sem pensar duas vezes. – Um CEO de uma companhia financeira, com algo relacionado à bolsa de valores.

Edward era uma figura que exalava poder e sofisticação, tudo nele gritava as duas coisas independente do que ele era na verdade. Qualquer pessoa que o olhasse de fora, poderia dizer a mesma coisa, e não só pelas roupas caras que usava, mas ele todo mostrava um homem confiante e poderoso em qualquer que fosse sua posição.

— Isso não é muito diferente do que sou na Lanvin Cartier.

— Pode ser. – respondi – Não sei explicar, mas acho as duas coisas diferentes. Moda não é o ramo que escolheria para você.

Edward parou de andar e deixou que passasse a sua frente, logo depois para estar do meu outro lado, de forma que ele ficasse na calçada do lado da rua.

— Eu tenho outra profissão. – confessou depois de um tempo.

— Você também desenha roupas? – foi à primeira coisa que pensei.

Ele olhou para mim e revirou os olhos me achando a maior idiota.

— Tenho um pequeno escritório de advocacia.

— Você é advogado? – fiquei tão surpresa que essa ultima palavra soou um pouco mais alta do que gostaria que saísse.

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Ele continuou andando sem se abalar e tive que dar uma corridinha para acompanha-lo.

— Me formei em advocacia, e trabalhei com isso desde então.

Estava tão surpresa que não conseguia associar direito o que ele estava me dizendo, e o porque ele estar me dizendo isso também. Estava falando abertamente comigo, como se tivesse esquecido que não estava gostando da minha eminente presença em sua vida.

— Não quero te ofender, mas o que você esta fazendo na Lanvin? Não quis mais seguir com a carreira de advogado?

— Você não conhece muito sobre mim ou minha família não é mesmo?

— Tento não pesquisar sobre meus patrões no Google. – fui sincera.

— Gosto do que faço na Lanvin, mas minha profissão é ser advogado. – respondeu – Pretendo voltar a assumir casos. A Lanvin é temporário.

Processei tudo que me dizia de forma rápida para poder fazer algumas perguntas e ele poder me responder antes que voltasse a me tratar como antes.

— Como veio parar na Lanvin então?

— A empresa foi passado como herança para o meu nome, mas não era eu que comandava. Havia outra pessoa que assumia o cargo de CEO da empresa, assim como a imagem dela também. – começou explicando, vi que escolhia escolhias as palavras para me contar a história - Apenas dava certo suporte a cada três meses e os acionistas controlavam tudo para mim. Jasper me mantia atualizado.

— Jasper whitlock? – perguntei

— Exatamente. – respondeu – Como sabe?

— Whitlock é bastante conhecido, ele é um grande administrador e nem ao menos chegou as 30 anos. Ele é bem famoso na minha área.

— Então não o conhecia por trabalhar para Lanvin. – afirmou

— Não – respondi – Realmente não sei muitas coisas de onde trabalho, e Whitlock é do tipo de pessoa que você quer saber o que ele pode ensinar para você, do que se basear onde trabalha. Mas você não me respondeu a pergunta de como assumiu a empresa.

— Quem ocupava meu lugar morreu.

Fui pega desprevenida com a resposta. Tanto por saber que alguém havia morrido, como pelo seu tom de voz que mudou da água para o vinho.

Olhei solidaria para Edward, não sabia quem era mais ele devia conhecer bem, afinal ele cuidava de boa parte da empresa. E então foi olhar em seus olhos tristes que percebi.

Não foi difícil na verdade, e ele não precisou falar mais nada, percebi então de quem se tratava.

Não era um CEO qualquer que dava uma imagem a empresa, mas era ela.... sua mulher.

— Era ela, não era? – perguntei

— Melanie – respondeu sem olhar para mim, seus olhos agora tinham perdido o foco era como se ele estivesse vendo tudo a sua frente mais ao mesmo tempo nada. – Mas não quero falar sobre ela. – piscou algumas vezes antes de dizer.

Então algumas coisas começaram a fazer sentido para mim, Melanie Cullen era o seu nome, e a conhecia, não pessoalmente mais por revistas e jornais como a maioria das pessoas, mas não havia associado ela como estilista da Lanvin, nem mesmo tinha associado seu sobrenome com o de Edward ou Karoline.

Ela era a loira da foto rasgada na sala de Edward e aquele era o filho deles, que havia morrido junto com a mãe em um acidente.

Me lembrava vagamente da história e da repercussão que havia sido, era algo sobre um carro achado numa rodovia, e então aquela noticia havia se espalhado pelo mundo com certo alarde, mas na época não havia prestado tanta atenção para poder saber os detalhes agora.

Enquanto tentava ligar as coisas na minha cabeça, Edward havia se fechado novamente, sua face estava retorcida em um tipo de dor, seus olhos frios e ate mesmo seu corpo estava tenso, seus punhos fechado do lado do corpo.

— E não vamos falar sobre ela. Sinto muito– me apressei em responder.

Não queria que nós regredíssemos, estava começando a gostar da pessoa que estava se mostrando ser para mim.

— Pois não devia.

— Me desculpa, é que de verdade, não sei nada sobre a Lanvin ou sobre o trabalho onde eu trabalho, e ate mesmo sobre moda. Sou tão incompetente, e agora você tem um motivo plausível para me demitir, na verdade ele é ótimo, e ate mesmo eu o aproveitaria. – comecei a falar rápido de mais, me atrapalhando com as palavras sem saber como fazer voltar aquele clima de antes.

Edward respirou fundo duas vezes, foi quase imperceptível esse movimento, chegou a piscar forte algumas vezes como se estivesse tentando se controlar. Só consegui permanecer ali caminhando do seu lado em silêncio, com medo de falar mais alguma coisa e só piorar sua dor.

Mas no final, depois de alguns minutos ele conseguiu se recompor relaxou as mãos e aumentou os passos.

— Brant parece gostar da sua ineficiência. – respondeu amargo, era uma tentativa de voltar ao normal, mas dava para ver que o assunto de antes estava ainda o perturbando.

— Prefiro falta de conhecimento interno, se não se importa.

Ele me olhou com uma cara engraçada, e não me importei pelo uso de suas palavras.

Caminhamos mais duas ruas em silêncio total, agora já não havia mais ninguém nas ruas, era uma ou outra pessoa que passava por nós. Tentei não encarar muito ele para não deixa-lo desconfortável, mas claramente ele estava em guerra com seus sentimentos, sua expressão ainda estava tensa e sua testa franzida.

— Você não conhece mesmo minha família?

— Não. – respondi – Desculpa, é que nunca vi a necessidade de saber mais, não me diz respeito.

— Minha vida praticamente é estampada em revistas.

— Sou mais ligada em caras como Chris Evans e Ian Somerhalder . – respondi e ele fez, um tipo de sorriso estranho. - Mas se preferir posso pesquisar sua vida no Wikipédia.

Ele sorriu dessa fez, um sorriso torto lindo, que quase me jogou no chão. Ele ficava tão lindo quando sorria.

Me agarrei mais na sua blusa de frio, passando os braços pelo meu corpo para ver se me esquentava mais. Ele pareceu perceber isso e então disse:

— Acho melhor irmos.

Concordei com a cabeça meio triste, não queria que nosso dia tão bom terminasse assim, com um clima estranho.

Edward com o bom cavalheiro que era abriu a porta para mim do carro quando chegamos nele, e o resto do caminho fomos em silêncio, apenas o volume do som baixo quebrava esse silêncio,.

Quando chegamos em frente de meu apartamento e já estava fechando a porta do carro para entrar no prédio ele me surpreendeu com uma pergunta.

— Então quer dizer que nunca falo bom dia? – ele tinha um sorriso travesso nos lábios.

— Nunca. – respondi – Obrigada por hoje Edward, foi um dia muito agradável.

— Igualmente Isabella.

E então ele arrancou com o carro me deixando para trás enquanto olhava seu carro se afastar com um sorriso no rosto.

10:55 da manhã de domingo

Dei a volta no balcão da cozinha com o celular na mão entretida de mais lendo todas as conversas que havia perdido durante esse tempo sem celular. Neste momento estava no grupo do serviço horrorizada com tantas mensagens ao meu respeito e a noite de sexta – feira, e enquanto tentava ler, Jacob vinha me seguido do quarto bravo ainda por ter chegado tão tarde sem ter avisado a ele.

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— Você me deixou preocupado. – ele falou enquanto dava a volta ao banco também

— Jacob já falei o que aconteceu, quer parar de ser chato? – perguntei sem tirar os olhos do celular.

Quase morri do coração quando Emmett enviou uma montagem minha com a letra da musica no grupo dizendo assim: O estrago já esta feito.

Não sei como mais ele havia conseguido juntar uma foto minha e de Edward e nos colocado lado a lado, como se estivéssemos se abraçando a única coisa era que a montagem estava horrível, mas não tinha impedido do pessoal comentar como um louco.

— Vou matar o Emmett. – disse com os olhos arregalados.

— Quer parar de ficar mexendo nesse celular e prestar atenção em mim? – pediu.

Não respondi e continuei passando as mensagens indignada. Se eles soubessem com quem havia passado o dia inteiro ontem estava com toda certeza ferrada, ainda mais depois de saber que horas voltei para casa. Não que tivesse rolado alguma, longe disso, não passou nem perto de nada que estivesse na mente deles, mas quem me deixaria em paz depois de saber que a zoeira deles poderia ser intensificada depois de saber da noite anterior?

— Olha isso! – praticamente enfiei o celular na cara de Jacob.

Dei play no vídeo e Emmett apareceu cantando, por incrível que pareça alguém havia filmado e ele estava com a gravação em mãos, e como para piorar minha vida havia postado em seu perfil de instagram e me marcado .

— Caramba Bells – Jacob riu. – Acho que o mundo sabe o quanto seu patrão gosta de você.

— Haha que engraçadinho. – falei irônica - Se ele ver isso, vou ser demitida. Ou pior.

— Relaxa Bells, não tem como alguém associar a performance do Emmett com Edward. – disse me acalmando – Mas tenho que dizer que ele é muito bom atuando.

— Odeio celular, odeio a internet. – disse me jogando no banquinho decepcionada.

E então meu celular vibrou avisando que tinha uma nova mensagem, como se ela tivesse me escutado reclamar.

Na tela do celular apareceu a palavra Edward Cullen, e então meu coração acelerou.

— Vou deixar você responder. – disse apontando para o celular – Mas nossa conversa não acabou Bella.

— Me erra Jacob. – pedi

Desbloqueei o celular e abri rapidamente a mensagem.

Olá Isabella, estou incomodando você neste horário, apenas porque Karol acordou e ficou bastante triste por não termos a acordado ontem. Ela quer saber de você como foi nosso fim de noite, deixou bem claro que queria detalhes, será que ela poderia estar ligando mais tarde para você?

By: Edward Cullen

Li a mensagem sorrindo, imaginando Karl acordando e brigando com seu pai por não ter a acordado ontem, pedindo detalhes e Edward sendo vago.

Fiquei me perguntando se ontem tinha sido um tipo de trégua entre mim e ele, afinal de contas ele acabava de me pedir algo, em vez de simplesmente fazer.

Bom dia Edward, como vocês estão? Estou impressionada com a ultima pergunta, confesso que me pegou desprevenida sendo tão gentil. Mas respondendo, claro que ela pode me ligar.

By: Bella

Não consegui dar aquela provadinha básica.

Edward visualizou a mensagem quase na mesma hora que respondi, mais não me respondeu nada.

Ontem quando havia chegado no apartamento fiquei horas tentando dormir mais Edward não saia da minha cabeça e o que havia me contado. Tudo bem que não era muito coisa, mais o fato de Melanie ter surgido na conversa já foi mais que qualquer coisa que já havia falado comigo. E por mais que estava muito curiosa para saber mais sobre ela, decidi que não seria pela internet, então metade da noite foi eu lutando para não entrar no wikipedia.

Analisei também a expressão de Edward ao tocar no assunto, não sabia o que havia acontecido, mais seu olhar era de alguém que sentia culpa. E queria poder ajuda-lo, ele claramente não havia superado a perda.

Levantei do banco e deixei o celular de lado indo para o meu quarto escolher uma roupa para poder almoçar com Alice.

Assim que ela soube que já estava com celular através de Edward ou Karl suponho me mandou mensagem combinando o lugar e o horário, que no caso seria busca-la na casa de seus pais, já que havia conhecido o lugar.

https://photos.google.com/album/AF1QipP6pPo3IKI9UE2NHd0_m2jAI5nkCWR08UkR4aIN/photo/AF1QipNapIU4elaEiPXqi1s8JhK6t9BH51swBjDFu_eD

Não sabia o que Alice tinha planejado para hoje, então decidi que a melhor opção de roupa seria uma saia rodada preta com uma blusa azul e uma jaqueta de couro, coloquei uma meia calça preta e uma bota cano médio, deixei os cabelos soltos caindo em varias ondas.

Decidi pegar uma bolsa mais básica então tirei algumas coisas da outra e coloquei nela, e acabei encontrando as cartas que Jacob havia deixado comigo. Sentei na cama e passei uma por uma, ainda estava em duvida se deveria ler ou não, mas queria poder ajudar de alguma forma, e Jacob precisa saber o que sua mãe queria depois de anos, porque no fim ainda ela era a mãe dele independentemente do que tivesse feito, e caso ela quisesse se desculpar, Jacob tinha que dar uma chance para se explicar antes que fosse tarde de mais e ele se arrependesse depois.

Fiquei ali com aquelas cartas em minhas mãos por mais alguns segundos e deixei em cima da cama, quando chegasse eu leria, pelo menos algumas delas.

Não foi tão difícil chegar a casa de Alice, porque ontem mesmo estivera aqui, e também porque não era difícil achar a casa onde ela morava. Provavelmente era a única da redondeza com um portão enorme preto e com seguranças do lado de fora.

https://photos.google.com/album/AF1QipP6pPo3IKI9UE2NHd0_m2jAI5nkCWR08UkR4aIN/photo/AF1QipOftlusYxkSRh4KW0z1M0ByBj-fZIBBEoYImlGh

Aproximei o carro sem saber muito o que fazer, já ia descer para procurar uma campanhia quando um segurança se aproximou de mim. Abaixei o vidro do carro enquanto ele analisava quem estava dentro.

— Sou Bella. – disse – Quer dizer Isabella.

Ele balançou a cabeça totalmente focado e tirou do bolso um radio.

— Abram o portão. – disse no rádio – Avise que Isabella chegou.

Então aos poucos o portão foi se abrindo, e outro segurança que não tinha notado se posicionou do lado direito do portão enquanto o que estava mais perto de mim fez o mesmo do lado esquerdo.

— Pode entrar Senhorita. – disse fazendo um movimento de vêm com a mão.

— Obrigada! - respondi

Demorei um pouco para fazer o carro andar, não acostumada com essas coisas. Ontem quando tinha vindo aqui, não tinha percebido ninguém do lado de fora, para mim Edward havia apertado o botão do portão como qualquer outra pessoa fazia, mas devia imaginar que Edward sendo quem fosse e sua família também, não poderia ficar em uma casa sem segurança.

Dirigi devagar ate chegar onde tinha parado com Edward ontem, imaginei que ali seria o lugar certo para se parar um carro. Antes que pudesse sair por completo Alice apareceu toda saltitante na minha frente.

— Bom dia Bella. – disse me abrançando

— Bom dia Alice. – respondi rindo.

— Esta pronta já? – perguntei na duvida, ela estava sem sapatos.

— Quase, se importa de esperar alguns minutinhos? – perguntou – Você pode entrar e me esperar lá dentro.

— Prefiro esperar aqui. – disse encostando no carro.

— Vai ser rápido prometo. – disse antes de correr para dentro da casa.

Fechei a porta do carro e encostei-me a ele cruzando os braços. Por mais que não estivesse tão frio o clima já estava se fechando em Nova York , poderia apostar que mais uma semana e teríamos que sair com casacos de frio e cachecóis, prontos e com esperança de que no natal nevasse. E estava certa de que esse ano seriamos abençoados por sua presença.

Olhei ao meu redor a casa que agora com a luz do sol dava pra ver os detalhes, não era uma casa qualquer era uma mansão muito bonita, não era a toa que precisava de seguranças do lado de fora.

Na porta da frente tinha duas enormes pilastras pintada de branco que dava um ar elegante, a porta era enorme e alta de madeira marrom, as paredes pareciam ser de algum tipo de preta, bem mais elegante do que qualquer coisa que conseguia imaginar e o que mais havia me chamado a atenção era a cor do telhado, que era azul, um azul que não sabia dizer seu tom exato, mas era muito bonito.

— Minha mãe poderia ter escolhido azul para o telhado – murmurei.

Havia uma fonte mais a frente que dava certo charme a casa, tinha também duas árvores que ao meu ver eram duas palmeiras, mas não tinha certeza.

https://photos.google.com/album/AF1QipP6pPo3IKI9UE2NHd0_m2jAI5nkCWR08UkR4aIN/photo/AF1QipNxi6XUOtfqz_3orqoipSVTJ5zoGmL7-e3i1hVT

— Então vai sair com a minha irmã. – ou vi uma voz rouca e me virei assustada.

— Não pensei que estaria aqui. – disse rapidamente sem pensar.

O que é que Edward estava fazendo aqui ? Minha mente gritava desesperadamente.

— Aqui é a casa dos meus pais. – respondeu simplesmente.

É fazia sentido. Só não precisava encontra-lo, justamente quando iria sair com sua irmã.

Quando se aproximou de mim reparei que Edward não vestia seus ternos caros e habituais, mas estava com uma calça de jeans escura e uma blusa de moletom cinza que havia deixados seus olhos verdes esmeraldas ainda mais destacados. Seus cabelos como sempre estavam bagunçados, a diferencia era que sempre estava bagunçados em ângulos perfeitos, e hoje estavam sem o gel, suponho eu.

— Como esta Karl? Ela esta aqui também? – decidi mudar de assunto e desviar os olhos dos seus.

— Saiu com meu pai. – respondeu

Um silêncio entre nós, conseguia já ouvir o que estava se preparando para dizer a mim sobre minha audácia em vir ate aqui. Porque é mesmo que Alice estava demorando tanto para voltar?

— Antes que você pense outra coisa... – comecei – Não estou tentando entrar na sua família, por mais que esteja aqui neste momento.

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— Soa bastante contraditório. – usou minhas palavras.

— Eu sei. – respondi - Também estou achando isso neste momento. Mas assim que Alice voltar, irei embora e prometo que só nos veremos no trabalho.

— Se fosse você não diria isso. – disse e se encostou-se ao carro despreocupadamente – Estou tendo a sensação de que estamos nos esbarrando mais que o necessário.

— Foi você que me levou para comer cachorro quente ontem Edward. – acusei em tom de brincadeira. – E esta aqui fora falando comigo, acho que esta gostando de nossos encontros.

— Não tenha tanta certeza.

Alice saiu da casa com sua bolsa na mão no exato momento que continuaria a dizer mais alguma coisa e acabou mudando de ideia.

— Estou pronta – Alice disse abrindo um sorriso de orelha a orelha - Podemos ir Bella? – perguntou se virando para mim.

Ela deu um beijo na bochecha de Edward e sussurrou alguma coisa em seu ouvido, que imediatamente fez uma careta.

— Sim. – respondi, mas me voltei para Edward antes – Alguma recomendação Senhor Cullen?

— Tenho certeza que não irá seguir Senhorita Isabella.

Sorri e entrei no carro, feliz o bastante por não ter ouvido um sermão sobre aproximação e seu descontentamento. Havíamos avançado um grande nível.

— Parece que meu irmão acaba de te aceitar perto de nós. – Alice comentou rindo enquanto nós nos afastávamos da casa.

— Eu não contaria muito com isso. – respondi – Mas ele não disse nada sobre sermos amigas, é um começo certo?

— Como se ele fosse impedir isso. – respondeu e colocou os óculos de sol. – Sei que falei de irmos almoçar, mais o que acha de pegarmos um cinema depois? – mudou de assunto de repente - Prometi a Edward que não levaria você para o shopping.

Isso me chamou a atenção.

— Prometeu a ele?

— Sim, isso é para você vê que ele não é de todo tão ruim. – explicou – Esta preocupado com você.

— E isso seria perigoso? – estava um pouco confusa.

— Depende do ponto de vista. – respondeu – Do dele parece que é.

Fiquei pensando sobre isso por um tempo, me lembrei que ate mesmo Brant tinha falado alguma coisa sobre fazer compras com Alice, só não conseguia me lembrar o que era, quem sabe na segunda feira eu perguntava a ele.

Alice nos levou em um restaurante próximo ao cinema, ela já tinha reservado nossa mesa e já tínhamos feito nossos pedidos e tudo. Ela estava bastante animada e falava bastante, não precisávamos ficar preocupadas em puxar assunto quando um acabava, ela mesmo fazia isso de forma bem natural e empolgante, neste momento ela contava para mim sobre sua decisão de ir para a Irlanda.

— Foi um pouco depois de ter terminado a escola. – disse – A minha escolha sempre foi moda, e tinha sido aceita em três universidades só precisava escolher.

— Uau Alice. – falei – Mas porque escolheu a Irlanda, longe de seus pais?

— Aqui é normal Bella as pessoas estudarem em outros países. – ela riu.

Havia contado sobre minha história de “migração” ao Brasil, que por mais que tenha nascido aqui, morei muito mais tempo lá do que aqui, então meus costumes eram de lá.

— Okay, mas você não me parece o tipo de pessoa que seguiria esse costume em particular.

Uma pessoa que saia da Irlanda correndo para cuidar da sobrinha deixando tudo que ela tinha por lá, ela no mínimo tinha achado a desculpa perfeita para estar aqui tão rápido.

— Você é esperta. – disse impressionada – Escolhi a Irlanda porque precisava ficar o mais longe daqui. Você deve estar se perguntando se isso tem a ver com a Rosalie, mas não tem.

Sim estava me perguntando se isso tinha mesmo algo a ver com ela, por mais que não soubesse a historia, Brant havia falado algumas delas que davam para imaginar.

— Sai do país sem avisar a ela, e Rosie sempre foi minha melhor amiga.

— Percebi quando ela ficou bastante chateada quando soube que estava de volta e não foi falar com ela.

— Eu vou falar com ela. – respondeu – Só preciso ter uma versão da minha história boa para ela. Rosalie vai me matar quando descobrir o motivo. – ela riu

Alice não parecia estar abalada por causa da amizade, mas dava para ver em seus olhos o quanto estava desconfortável com a situação e que as duas estavam.

— Eu não sei se estou pronta para ouvi-la.

— Vai por mim, se Rosalie for mesmo sua amiga, você não vai se preocupar com o que ela vai dizer, no final vocês vão se abraçar e chorar juntas. – disse rindo.

— Tenho certeza que é isso mesmo que vai acontecer. – respondeu. – Sei que devo um pouco de explicação para você sobre esse assunto, mas se importa de mudarmos? Estou curiosa sobre algumas coisas.

— Sem problema Alice. – ri da forma como falou – Mas antes eu também tenho algumas, me responde uma só, sua família trabalha com o que? Ontem Edward comentou algumas coisas que não fazia ideia.

— Sobre o que?

— Sobre ele ser advogado. – respondi e ela ficou um pouco decepcionada - Quase cai para trás.

— Você precisava conhecer Edward atrás de um tribunal. – comentou comendo um pedaço do seu frango – Simplesmente ele nasceu para isso.

— Ele faz um ótimo trabalho na Lanvin também. Apesar de não saber muito sobre moda.

— Edward se adapta a qualquer tipo de trabalho, mas isso é algo de família. – explicou – Meu avó fundou a Lanvin Cartier, que passou para minha mãe, ela se formou em moda também, mas fez poucos vestidos para a marca, se concentrou mais na administração, que é basicamente o que Edward faz hoje lá dentro.

— Sua mãe foi estilista? – estava surpresa.

— Sim. – respondeu rindo – Mas assim que a oportunidade surgiu ela passou a empresa para o nome de Edward e montou seu escritório de arquitetura.

— Meu Deus, vocês todos tem dupla vida no trabalho? – perguntei bastante surpresa.

Não conhecia a mãe de Edward muito bem, mas já havia visto ela algumas vezes na empresa, não que tenhamos se falado muito, apenas sabia que que era simpática.

— Acho que só Edward e dona Esme mesmo. – ela achou graça.

— Minha mãe sempre se dedicou bastante aos filhos, ate mesmo quando era a presidente da Lanvin, mesmo quando foi para a arquitetura, ainda sim eram poucos projetos, ela não pega nada que vá atrapalha-la em seu papel de mãe em casa.

— Ela parece ser então muito presente.

— Você não tem ideia de como. – respondeu – Então Melanie, que a essa altura você já deve saber quem é.

— Não porque eu conheça ela. – respondi – Mas fez sentido quando Edward comentou sobre ontem.

— Aposto que ele não te contou nada – balançou a cabeça triste – Mas Melanie se tornou a CEO da empresa, a principal estilista e Edward não teve problema em seguir como advogado.

— Uau. – comentei – A história de vocês é bem complexa.

— Não contei nem a metade Bella. – ela riu – Ah esqueci de falar, mais Carlisle meu pai, tem um hospital.

— Vocês são quem afinal de contas?

— Alguém que presa o anonimato na maioria das coisas.

— Fique tranquila que não vou espalhar sobre as diversas profissões de vocês.

— Somos bastante reservados, tentamos não chamar muita a atenção, caso contrario teria que sair com seguranças para todo o lado. E eu odeio eles – deixou isso bem claro.

Fiquei bastante surpresa em saber de todas essas coisas através de Alice pois não imaginava nada disso. E algo nela tinha me despertado certa simpatia, porque apesar de ser uma das pessoas mais ricas desse país - suponho – quem a visse de fora só saberia que veste roupas da moda e caras, ela não parecia ser uma menina mimada e nem fútil, e era super. agradável manter uma conversa com ela.

Claro que algumas das vezes tinha tido a impressão de que era meio louca, ela mudava de assunto com muita facilidade e pulava na cadeira ao falar de algo que gostava e achei bastante divertido.

Nossa conversa se seguiu por um bom tempo, comentei sobre algumas coisas da minha vida, contei a ela sobre meu melhor amigo e que nós dividíamos um apartamento, ela achou incrível e disse que gostaria de conhece-lo algum dia, contei também algumas coisas sobre o Brasil que ela simplesmente se encantou, Alice gostava bastante de viajar e conhecer lugares novos, me contou sobre varias viagens dela com os pais e o irmão, ate mesmo com Brant já havia viajado.

Descobri que ele fazia parte da família dela já fazia algum tempo, um tipo de irmão e amigo adotivo para a família Cullen, e que os dois também tinha um amizade forte eram, mesmo com a diferencia de idade. Contou também um pouco de sua amizade com a Rosalie e como se conheceram, elas eram amigas fazia mais de dez anos. Pelo o que pude perceber os amigos de Alice eram na maioria mais velhos que ela, e a maioria deles eram aqueles que tinha aprendido a conviver durante os anos de sua vida agitada.

Falou bastante também do seu amor pela moda, e que estava terminando a faculdade para poder entrar na Lanvin, disse que mesmo que a empresa fosse também uma herança dela, sua mãe e irmão exigiam bastante para que pudesse entrar no time dos estilistas por mérito dela e não por ser seu direito, e levava isso muito bem e trabalhava duro para conseguir a aprovação quando chegasse a hora.

Conforme fomos avançando na conversa, Edward virou assunto em determinado momento, e não consegui me segurar e perguntei a ela sobre sua mulher.

— Era época de natal, Edward tinha um filho também, o nome dele era Logan tinha apenas dois anos, era um menino lindo, grandão e loiro dos olhos bem azuis igual aos da mãe, Melanie e ele estavam juntos quando o acidente ocorreu. O tempo estava feio, tinha acabado de cair uma enorme tempestade e as ruas estavam bastante escorregadias, o carro derrapou na estrada e virou varias vezes na pista. E só parou quando o carro bateu em outro.

Ouvi tudo atentamente, descobrindo então que a foto que Edward tinha em sua sala era mesmo de sua mulher e aquele menininho era mesmo seu filho.

— Quando ficamos sabendo já era tarde Bella. – Alice tinha lagrimas nos olhos. – A batia foi muito grave o carro pegou fogo, e quando os bombeiros e o resgate chegaram não encontraram nenhum corpo.

— Como assim?

— Só havia sangue, muito sangue. – disse chorando – Edward procurou eles, em todos os lugares, mas nunca achou, então foi decretado a morte. Achamos que eles tenham saído do carro e alguém os ajudou, na verdade não sabemos.

— Ai Meu Deus. – coloquei a mão na boca horrorizada.

— Por favor não conte a ninguém, abafamos o caso na mídia para não chamarmos a atenção e prejudicar Karoline, ela sofreu bastante com isso e Edward ainda mais.

— Não vou contar a ninguém Alice. – disse – Eu sinto muito.

Alice enxugou as lagrimas com as mãos e sorriu, numa perfeita capacidade de esconder o que estava sentindo no momento.

— Edward nunca foi assim, grosso, frio sem emoção. – continuou dizendo – Ele sempre foi a pessoa mais carinhosa e atenciosa que conhecia, mas depois do acidente ele se fechou, se trancou num mundo onde ninguém consegue alcança-lo, onde sua única razão de estar vivo era Karoline, mas... isso mudou quando você apareceu na vida dela.

— Eu?

- É. – respondeu – Você mesma. Ninguém nunca conseguiu ganhar a confiança dela tão rápido, ou então fazer Edward se importar com algo a ponto de enfrentar e brigar por alguma coisa como ele tem feito com você.

— Alice me desculpe, mas você já viu Edward trabalhando? Ele pega no pé de todo mundo, não vejo como eu tenha despertado algo nele.

— Vai por mim, você despertou. – ela sorriu – Edward chegou em casa tão bravo por ter enfrentado ele que não parou de falar de você por dias, e agora tudo que ouvimos é Isabella pra lá Isabella para cá. Mesmo que não fale coisas muito legais de você, ontem pela primeira vez depois do acidente ele saiu de casa para algo que não tem a ver com o trabalho ou com Karl.

— Foi por causa de Karl que nós saímos.

— Talvez o motivo tenha sido ela, mas ele não precisava sair com você à noite, e sei que a noite de vocês foi agradável. Você tem feito Edward sair daquilo que tem se escondido por anos. – disse urgente – Não sei o que você tem feito, não faço a menor ideia do que você tem despertado nele, mas de uma coisa eu sei, você tem feito algo, Bella ontem pela primeira vez vi meu irmão sorrindo quando chegou em casa.

Escutei tudo sem saber muito bem como me portar ou me pronunciar, de fato eu tinha visto também esse sorriso em Edward e ele tinha abaixado a guarda em alguns momentos que pude ver que por baixo daquela mascara havia alguém muito interessante, um outro homem. Mas isso não queria dizer nada.

— Ele ainda não superou a mulher Alice. – falei – É por isso que esta assim.

— Mas já esta na hora dele superar e seguir em frente, não quero dizer no sentido romântico da coisa, mas no sentido de viver, de voltar a ser a pessoa que ele era. E você poderia ser essa pessoa que o ajudaria.

— Não faço a menor ideia de como ajuda-lo Alice, eu gostaria muito, vi um pouco de como Edward deveria ter sido antes do acidente ontem, mas não sei como poderia ajuda-lo.

— Ai é que está Bella, você já o tem ajudado.

— Mas o que tenho feito?

— Não sei, mais continue fazendo. – ela pediu, senti a urgência em sua voz. – Ajude-o a seguir em frente e mostrar que ele não morreu naquele acidente.

Pensei bem em tudo que estava me dizendo e o quanto nossa conversa havia mudado de rumo, não sei como o estava ajudando-o nem mesmo estava certa de que estava fazendo mesmo isso, mas de alguma forma ele tinha me aceitado por perto, havia confiado em mim, e não tinha como não perceber que ele não era de todo uma pessoa horrível, e sim, eu tinha curiosidade de conhecer o verdadeiro Edward, o Edward que Alice me descreverá, o Edward que era carinhoso e muito atencioso com Karl, o Edward por trás daquele sozinho e por trás daqueles olhos triste. Eu queria ajudar.

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— Alice, não sei o que estou fazendo de verdade, nem o que esta me pedindo, e tenho impressão que saímos hoje para chegar neste assunto.

— Não foi só por causa disso. – respondeu revirando os olhos. – Eu gostei de você, e queria ser sua amiga, mesmo que não queira ajudar meu irmão.

— Prometo que farei de tudo para ajuda-lo. – falei tomando talvez a decisão mais importante da minha vida, não sabia a onde estava me metendo – Mas isso quer dizer que vocês ouvirão muito mais mal de mim do que provavelmente já ouviram. Ele me provoca de mais, e não consigo ficar quieta.

— Seja você mesma, ele parece ter gostado disso em você.

— Isso e eu não ser uma terrorista.

— AH tem isso também. – ela riu

E então sem aviso me abraçou sussurrando um obrigada.