Dancing in the rain

Rony me puxou para a chuva, é eu sei parece estranho! Quem em sã consciência vai para a chuva? Bom, eu e Rony. Ele me puxou para o peito dele em um dança bem engraçada, afinal, eu não sei dançar muito bem, e me beijou. Pulamos e dançamos por minutos, talvez tenham sido horas.

Tudo que eu tenho certeza é que a Sra. Weasley pareceu querer atirar em nós quando chegamos ensopados na casa.

– Acho melhor você ir se secar e dormir logo – Rony sussurrou. – Eu lido com a fera.

Olhei para ele e apesar de ter soado leve, sua expressão estava muito séria. Dei um beijo na bochecha dele e subi. Tomei um longo banho e caí na cama exausta, enrolada por vários cobertores.

O sol me acordou aos poucos na manhã de sexta. Me demorei um pouco na cama me lembrando da noite passada. Levantei calmamente e fui tomar um banho, me vesti para o clima quente que fez hoje, nenhum sinal de chuva. Peguei um vestidinho rosa claro regata, que ia até o meio das coxas e rasteirinhas. Fiz uma trança desleixada no meu cabelo e peguei minha bolsa.

– Bom dia! – Falei sorrindo ao entrar na cozinha. – Hoje o dia está lindo não é?

– É está – Gina falou de sobrancelhas levantadas.

– Por que toda essa felicidade Mione? – Desconfiou Fred.

– Ah Jorge, a menina está alegre só isso – Ah tá bom, esse é o Fred. – Mas essa alegria tem a ver com Ronald?

– Não sei do que estão falando – Falei me servindo de cereais. – E aí quando eu vou aprender a diferenciar vocês?

– Quando nos contar o que houve – Falou Jorge, com cara sapeca.

– Não tem o que contar – Falei enfiando uma colher enorme de cereal na boca.

Nesse momento Rony entrou sorrindo na cozinha.

– Olá! – Ele exclamou com o sorriso gigante dele. – Belo dia, né?

– Eu quero saber agora – Exigiu Gina. – Por que toda essa felicidade de vocês dois?

– Felicidade? Que felicidade? – Perguntou Rony sorrindo e pegando panquecas.

Rony e eu ficamos nos olhando o café da manhã inteiro, me lembrei de ontem a noite, quando decidimos que ia ser melhor esperar antes de contar que estávamos juntos. Afinal ele terminou com a Melanie ontem.

Fred nos informou que íamos ter que ir de ônibus, pois ele e Jorge iam para a loja mais cedo.

– Podemos pegar meu carro – Falei.

– Acho melhor não Mione, seus pais devem ter falado algo sobre isso... – Gina falou. – Mamãe comentou comigo.

Revirei os olhos e peguei minha bolsa jeans, abrindo a porta.

– Então vamos – Falei irritada. Eu me rasgo em copos de vidro e ainda fico de castigo?

Gina subiu para arrumar a bolsa e Rony se aproximou.

– Ainda não pude te dar meu bom dia – Ele sussurrou.

Rony me beijou levemente na testa, e depois senti aquele gosto perfeito em minha boca novamente. Deus! Sou tão viciada em Rony.

– Eu posso me acostumar com esse bom dia – Falei sorrindo quando nos afastamos.

– Ainda vou planejar a boa tarde Granger – Ele riu.

– Espero que sim – Respondi mexendo nos cabelos ruivos dele.

Ouvimos passos na escada e nos afastamos rapidamente. Gina chegou na porta com um coque e uma bolsa cheia de coisas.

– Dia de apresentação – Ela esclareceu.

– Eu levo, Gina – Rony se ofereceu.

– Obrigada – Gina sorriu. – Amanheceu de ótimo humor mesmo.

– Mas eu sempre carrego suas coisas! – Ele protestou.

– É, mas eu sempre peço – Ela deu língua.

Eu ri da cena e entramos no ônibus escolar que chegou.

Eu e Rony fomos para o fundo e Gina foi sentar com uma amiga do balé.

– Então, eu estava pensando, em quanto tempo mais ou menos quer assumir o namoro Mione? – Rony perguntou enquanto brincava com minhas mãos.

– Rony! Vocês terminaram ontem! – Falei sem conseguir ficar brava. – Umas duas semanas pelo menos tá bom?

– Bom, de certo modo estamos morando juntos, então não faz muita diferença... Mas não quero o Krum tendo ideias erradas – Rony murmurou.

– Como assim ideias erradas? – Perguntei sem entender.

– Tentar te beijar, ou algo do tipo – Rony fez uma careta. – Antes já me dava ciúmes, agora então vou enlouquecer.

Eu tive que rir. É só tão bom poder finalmente... Estar com o Rony.

– Você não tem que se preocupar com o Vitor – Falei revirando os olhos.

– Eu sei que não, mas só de imaginar que tenho, eu me preocupo – Ele falou.

– Ah claro! Isso faz muito sentido – Eu ri.

Passamos o resto do caminho falando sobre o teste para o time de lacrosse que Rony ia fazer hoje. As aulas correram calmamente, e fomos inclusive convidados para uma festa na casa do Dino.

– Não sei se é uma boa ideia sabe? – Respondi o bilhete de Rony. – Quer dizer, considerando o que aconteceu na ultima festa.

– Desta vez você vai comigo, o Malfoy não vai nem passar perto – Ele anotou no bilhete.

Decidi parar de responder antes que a professora Sprout visse. O sinal do intervalo tocou e eu e Rony ficamos por ultimo na sala.

– Acho melhor não irmos juntos Rony – Falei. – E se a Melanie souber?

– Você está preocupada com a menina que te chantageou? – Rony perguntou de sobrancelhas erguidas.

– Ela já se cortou, não quero dar a ela motivos de suicídio – Dei de ombros, fingindo não me importar.

Rony me abraçou, e antes que eu pudesse ter reação ele me soltou.

– Mione, você consegue se preocupar com todo mundo! Isso faz de você...

– Idiota? Louca? – Perguntei brincando, o interrompendo.

– Quis dizer maravilhosa – Ele sorriu.

Acariciei o rosto dele, encarando os olhos castanhos lindos do garoto. Rony me puxou pela cintura e me beijou. O beijo doce e ardente. Me fazendo querer cada vez mais. Continuamos nos beijando levemente, mas com urgência, até que estávamos ambos ofegantes.

– Uau Granger – Rony me provocou.

– Uau Weasley – Falei sorrindo.

Ficamos assim nos encarando por um tempo, até que a maçaneta girou e tivemos que quebrar a proximidade. Eu sentei “anotando” em meu caderno e Rony pegou a bolsa fingindo procurar algo. Notamos Harry entrar.

– Sou só eu – Disse Harry. – Podem parar de fingir.

– Não estávamos fazendo nada – Murmuramos em coro.

– Sei... Ei Rony, adivinha? Me convidaram para o time de lacrosse! Quando você entrar vamos jogar juntos, não é legal? – Harry perguntou empolgado.

– É, mas antes eu tenho que entrar – Rony falou. – Os testes tem que dar certo antes.

– Rony eu já joguei com você! Você é bom cara – Lembrou Harry.

– E eu já vi você jogando! – Falei. – Concordo com o Harry, você é muito bom.

Rony ficou vermelho e murmurou um agradecimento.

– Bom, vejo vocês mais tarde! Não façam nada que eu não faria – Disse Harry com uma piscadela e saiu da sala.

– Isso vem do cara que dormiu com a minha irmã! Inacreditável – Brincou Rony.

Passamos o resto do intervalo discutindo as melhores táticas do lacrosse, tudo que eu sei é a teoria mesmo.

O sinal tocou e senti meu estômago reclamar. Eu tinha esquecido de comer, mas tudo bem.

O resto das aulas se arrastou lentamente diante da minha fome, fiquei desenhando em uma folha.

Andei com o Rony para a quadra, mas parei na cantina pegando coisas para nós dois. Vi Vitor se aproximar e sorri.

– Para quê tudo isso? – Ele perguntou sorrindo e indicando as bandejas.

– Ah – Eu ri. – Não é só para mim, o Rony tá na quadra. O teste de lacrosse começa daqui a pouco.

– Imagino que eu não possa ir – Ele afirmou.

– É... Deixaria alguns jogadores nervosos – Respondi.

– E você distrairá alguns – Ele brincou me acompanhando até a entrada da quadra aberta.

– Então, te vejo mais tarde – Falei entrando, mas Vitor me impediu e me deu um beijo na bochecha.

– Mais tarde – Ele sorriu e saiu andando.

Me virei de testa franzida e fui para a arquibancada. Rony me encarava com uma expressão de eu-vi-o-que-aconteceu. Rony se aproximou carrancudo.

– Mione, acho melhor a gente assumir logo! Não quero o Vitor perto de você daquele jeito de novo – Rony falou estressado.

– Pense na Melanie Rony! E aproveita para comer seu hambúrguer enquanto pensa – Falei oferecendo para ele.

Comemos em silêncio observando os outros testes.

– Ronald Weasley! – Chamaram e Rony levantou.

– Rony – Chamei. – Boa sorte! – Falei dando um beijo na bochecha dele.

Rony sorriu, e desceu para o campo. Para fazer teste pela posição de goleiro. Ele foi muito bem, mas pareceu jogar com raiva, no entanto o resultado final só sairia amanhã.

– Como eu fui? – Perguntou Rony animado.

– Maravilhoso – Sorri para ele o abraçando.

– Foi a sua boa sorte – Ele sussurrou no meu ouvido. – Posso me acostumar com ela.

– Espero que se acostume – Brinquei. – Gina deve estar na saída.

Rony suspirou como se tivesse outros planos para comemorar a vitória, senti vontade de suspirar também, pois eu provavelmente gostaria desse plano.

– Para saída então – Disse Rony.

Passamos o resto do caminho empolgados, contando cada detalhe do teste para Gina. Cheguei à casa cansada e com calor, pelo sol que estava fazendo.

Tomei um banho calmamente e vesti um short jeans, uma blusa regata preta e puxei os cabelos com uma tiara.

Sentei na cama, lamentando que Gina tivesse saído. Coloquei um cd do Simple Plan e fiquei desenhando besteiras. Ouvi uma leve batida na porta.

– Pode entrar – Falei auto o suficiente para a pessoa ouvir.

Rony colocou a cabeça para dentro do quarto e depois entrou.

– Gosto dessa banda – Ele falou.

– É a minha favorita – Respondi sorrindo.

Ele sentou na beira da cama e roubou meu caderno, olhando os desenhos.

– Você desenha muito bem – Ele elogiou.

– Me devolve Rony, é sério! – Falei lutando para recuperar o caderno.

– Achei que tínhamos um acordo – Ele riu. – Como era mesmo? “Cumpro meus acordos Weasley”.

Ri da palhaçada, mas continuei tentando recuperar o caderno. Por fim imobilizei ele, prendendo-o com minhas pernas.

– Nossa – Ele riu. – Curti a imobilização! Vou fazer isso de pegar suas coisas mais vezes.

Ri junto com ele e ele se aproveitou da brecha e inverteu a posição, dessa vez com ele me imobilizando.

– Só te solto com um beijo – Ele brincou.

– Como se precisasse disso para conseguir – Revirei os olhos.

Ele se aproximou, mas alguém entrou no quarto. Nós dois nos levantamos de algum modo e vimos Fred, (ou Jorge), parado ali rindo.

– Fred! – Rony gritou, mas o menino tinha saído correndo.

Rony correu atrás dele e ouvi as pequenas alfinetas ali no quarto. Jump começou a tocar e eu comecei a dançar, abri minha gaveta e tinha um envelope que não me lembro de ter posto ali.

De repente nem a trilha sonora alegre ajudou; a noticia não era nada boa.