Caixa Postal

Capítulo 9: Chuva


POV Juliana ON


Quando acordei, ele estava sentado do meu lado, olhando para algum lugar. Eu corei um pouco, estrahando estar ali com uma outra pessoa. Sentei-me do lado dele.

– Que horas são? - Perguntei e ele foi procurar a resposta no celular.

– Meio dia. - Respondeu.

Ele estava estranho, meio distante. Senti falta dos sorrisos e dos comentários sem noção, ams era mesmo melhor daquele jeito.

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– Podia me levar de volta para a escola? - Pedi me levantqando e limpando o vestido e prendendo o cabelo com um nó. Ele assentiu e se levantou também. A Volta para o prédio do colégio foi lenta e torturante, sem sequer uma palavra. Quando chegamos a calçada da escola, os alunos estavam saindo.

– Vou ligar para o meu pai, você espera? - Pedi, não sei porque. Ele assentiu ainda meio desanimado. Eu fiz o telefonema e meu pai disse que madnaria alguem para em pegar e levar na casa da minha avó, já que ele dormiria fora esta noite, estava de serviço. Eu suspirei e desliguei o telefone, voltando-me para Davi.

– Vai demorar um pouco... - Eu informei e ele deu um sorriso amarelo.

– Eu espero com você. - Foi o que ele respondeu. Meu corpo estremeceu. O que aquele garoto estava fazendo comigo?

Nós nos encostamos no muro e ficamos apenas olhando para o céu meio nublado, até que algumas gotas começaram a cair. Eu sorri um pouco quando uma gota acertou bem a ponta do meu nariz e pude vê-lo sorrir também.


POV Davi ON


Algumas gotas começaram a cair do céu, anunciando que viria chuva pela frente. Eu as vezes iclinava a cabeça para checar o rosto dela, sempre me arrependendo. Uma gota caiu em seu nariz e ela ficou fitando o próprio nariz molhado, ficando meio zarolha e rindo de si mesma. Eu ri um pouco junto, mas sem me denunciar. Ela era tão fofa... Mas eu não queria arruinar a vida de mais ninguem.

– Percebeu que aquela garota tá sempre te observando? - Ela falou me surpreendendo ao olhar para a Catarina. Sim, aquela lá que eu beijei atráz da quadra.

– A Catarina? Ela me odeia. Todos aqui me odeiam. - Eu disse sarcástico e rindo de mim mesmo.

– Porque? - Perguntou a ruiva ao meu lado, fitando-me com aqueles irresistiveis olhos esverdeados. Eu tive uma vontade quase incontrolável de contar a ela tudo o que aocnteceu, mas eu tinha medo... medo que ela também passasse a me odiar.

– Ah, um mal entendido. - Foi minha brilhante desculpa. Ela deu de ombros e a chuva piorou um pouco, fazendo comq ue nós precisássemos ir para debaixo do telhado da portaria. Como esperado, lá estava cheio de alunos.

O que eu vou falar agora aconteceu muito rápido.

Juliana me olhava sorrindo e espremendo os cachos ruivos que estavam molhados, e eu ria de volta. Quando de repente Catarina vem andando até mim e fala algo muito baixo no meu ouvido. Algo que eu só não ouvi por causa das pessoas ao meu redor. Vi o rosto surpreso de Juliana olhar aquela cena. Catarina estava completamente grudada em mim, e me agarrou.

Vocês leram certo, ela me beijou diante de qualquer um que se escondesse da chuva na hora da saída da escola. O beijo dela era doce, e bom, provavelmente ela era muito experiente. Mas eu não consegui fechar os olhos. Meus olhos estavam nos de Juliana.

Aqueles grandes olhos verdes.

Olhos brilhantes.

Olhos molhados.

Eu ouvi uma buzina e pude ver o rastro ruivo entre as pessoas dali, e um pouco antes, um rosto molhado.


Todos ao nosso redor estavam olhando o beijo, mas tudo o que eu via, ou quase, era o vulto ruivo tentando passar.


Eu empurrei Catarina sem pensar duas vezes e corri para Juliana. Empurrei todos em meu caminho até que ela estava bem perto do carro preto que viera buscá-la. Eu segurei seu pulso, e meu rosto devia estar ridiculo.

Ela sequer virou o rosto, apenas soltou-se de mim e entrou no carro, fechando a porta com muita força. EU vi o carro indo embora e fiquei ali, na chuva.

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Todos aqueles alunos idiotas ainda assistiam a cena. Eu me virei de volta, pronto para falar muita merda na cara da Catarina, quando eu a vi novamente com aquela expressão. Ela estava chorando, e me olhando nos olhos, com uma expressão que me doía lá dentro, de novo. No fundo talvez eu ainda gostasse dela.

Mas o que eu estava fazendo? Trocando um amos de anos por uma garota que conheci agora?

Foi com esse pensamento que voltei para Catarina e a puxei para dentro da escola pedindo desculpas.

Ela permanecia sem palavras, e as lágrimas escorrendo.

Eu e ela nos sentamos encostados no muro, onde ela olhou para mim de frente.

– Eu sou feia? - Ela perguntou. Mas que diabos toda garota se acha feia?

– Não! - Respondi de imediato. Ela tentava fica séria, tentava não chorar.

– Sou burra?

– Não!

– É impossivel gostar de mim?! - Perguntou por fim desistindo de guardar as lágrimas.

– Não! Por que está me perguntando isso?

– Então porque você não gosta de mim?! - Ela perguntou de volta ignorando completamente a minha pergunta. Aquela pergunta entrou no fundo do meu estômago e voltou com uma resposta de primeira até a garganta, mas não saiu.

– Porque você me conhece a tantos anos e não gosta de mim? E você conheceu ela hoje e já gosta tanto dela? - Disparou novamente sem esperar a minha resposta. - Você me conhece, mas não conhece ela, já me beijou, e ela, você já beijou? - Perguntou chorando muito. Fiquei sem palavras para tudo aquilo.

Catarina... !


– Catarina... - Eu sussurrei pasmo.

– O QUE? - Gritou por fim me olhando enquanto um turbilhão de lágrimas escorria.

– Eu passei cinco anos da minha vida te seguindo, observando e te amando incondicionalmente. - Revelei e ela me olhou completamente surpresa.

– Então... - Ela praticamente cuspiu estas palavras, de tantas que devia querer sair ao mesmo tempo. - Vamos ficar juntos! Podemos não é? Eu esqueço aquela ruiva, vamos ficar juntos! - Ela disse colocando as mãos em meu rosto, estas tremiam muito.

Por um momento, uma cena de eu e Catarina nos beijando me veio a mente. Mas quando eu a soltava, tudo o que eu via era o rosto molhado de Juliana, junto com as cenas dela sorrindo, olahndo para o proprio nariz, me abraçando...

– Catarina... - Eu suspirei segurando suas mãos em meu rosto e tirando-as de lá.

– Passei cinco anos te amando, e você me despresou. Sinto muito pelos nossos pais, mas nem eu nem você temos nada a ver com eles. E... a "ruiva"... eu não sei se gosto dela. Mas eu não te amo mais, quando a gente e negado demais, o coração cansa. - Eu disse tentando ser o mais delicado possivel.

Ela abaixou a cabeça com um sorriso sarcástico no rosto.

– Cinco anos? - Ela perguntou e eu respondi em silencio. - Onde eu estava durante esse tempo..? - Perguntou para si mesma.

– Preciso ir tá bem? - Anunciei me levantando. Ela se levantou tentando se recompor. Enxugou as lágrimas e me olhou seriamente. Até que levei um tapa na cara. Olhei para ela surpreso e ela me deu as costas.

Eu sabia que er ao jeito dela de tentar me esquecer, eu respeitaria.


Mas agora eu tinha outra preocupação.


Juliana.