Encrenca Em Dobro

Capítulo 2


Ele me levou a um lugar perto da escola, ele se ofereceu para pagar meu almoço, mas eu recusei. Ele não insistiu.

– Mulher independente? Sei.

– Ah não, eu só gosto de pagar pelas coisas que posso comprar. É algo que costumo fazer.

– É uma qualidade admirável. – Ele disse e bicou sua comida – Hm, me diz, por que você se transferiu para Sweet Amoris?

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– Minha irmã estava me causando problemas no outro colégio. Ela sempre encontrava uma forma de me rebaixar. O único jeito que encontrei foi escapar para outro colégio.

– E por que você escolheu Sweet Amoris? Você está gostando de lá?

– Inicialmente, eu iria para a South School, mas lá não tinha vagas. Então minha mãe achou a Sweet Amoris. Daí um representante de classe muito simpático me ajudou com a minha transferência, aí eu fui aceita. – Ele abriu um sorriso grande quando o mencionei. – Ah sim, fui bem recebida, está sendo uma boa experiência pra mim, McDreamy.

– E por que você me chama de McDreamy? – Ele apoiou um cotovelo na mesa e o queixo em sua mão.

– Porque você é o típico “garoto dos sonhos. – Dei uma risada – Loiro, olhos claros, inteligente, responsável, popular...

– E eu sou o “garoto dos sonhos” – ele fez as aspas com as mãos – para você?

Ouch, parece que ele me pegou.

Tomei um pouco da minha coca e olhei para ele.

– Isso aqui tá bom, né? – Balancei a latinha pra ele.

– Merui, me responda! – Riu.

– Você quer mesmo saber? – Ele concordou com a cabeça. Balancei a minha mão em um gesto de mais ou menos e fiz uma cara de reprovação.

– Palhaça. – Ele riu, sabendo que eu estava brincando.

– Se você não fosse um McDreamy para mim, eu não estaria te chamando de McDreamy. – Tomei o resto da minha coca em um gole, me levantei – Ok, terminei, estou indo, tchau! – Dei as costas e ele me segurou pelo pulso.

– Agora você não pode fugir, ruiva.

Ficamos conversando por mais um tempo até que o assunto se acabou. Ele insistiu em me levar até minha casa, não pude fazer nada... quando lembrei da minha irmã.

– Sabe como é, minha casa é aqui pertinho, não precisa me acompanhar até lá, você vai ficar cansado.

– Mas a sua rua é só daqui a um quarteirão.

Suspirei, é, eu não posso fazer nada mesmo. Estávamos entrando no meu edifício, quando Aishe aparece do outro lado da calçada.

– Essa não! – Resmunguei, Nathaniel não pareceu entender.

– O que foi?

– A minha irmã está vindo na nossa direção.

– Tenho certeza que ela não é tão má assim como você diz.

– Nathaniel, acoooorda!

– Ah, então seu nome é Nathaniel? – Aishe chegou perto de nós – Vejo que você fez uns amigos bem bonitos na outra escola, Merui. – Não pude evitar e rolei os olhos, bufei, pronto, meu dia estava perdido!

– Sim, Nathaniel. – Ele estendeu a mão para cumprimenta-la – Como posso chama-la?

– Me chame de Aishe. – Ela jogou uma piscadela para mim – Agora eu vou indo, tenho coisas a fazer.

Ela desapareceu para dentro do prédio e eu olhei para Nathaniel.

– Viu? Era por isso que eu não queria que você viesse aqui. – Suspirei, deixando minha chateação visível.

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– Vocês são... iguais! – Ele olhou para mim e percebendo que eu estava chateada – Ah, Merui, não fique chateada, por favor! – Ele levantou meu queixo com um dedo e fitou meus olhos.

– É melhor eu entrar. – Disse e entrei sem sequer me despedir dele.

Entrei em casa e corri para o meu quarto, eu só queria ficar ali pra sempre. O dia estava tão bom, é claro que não continuaria assim. Além do mais, eu não deveria ter ido embora daquele jeito, deixando Nathaniel sozinho, como se ele fosse o culpado de tudo isso. A única culpada é Aishe, ela não se cansa de armar pra mim, ela simplesmente gosta de me ver sofrer. Aposto que ela e a Ambre se dariam muito bem, não acha? Ambas gostam de pisar nos outros e fazer maldades, a diferença é que Nathaniel não sofre nas mãos de Ambre, já eu... hah, sofro nas mãos das duas.

– Você acha mesmo que o Nathaniel reparou em você? Você não viu a cara que ele fez quando me viu? – Aishe chegou se gabando.

– Idiota, nós somos iguais. – Retruquei.

– Ai, alguém está toda raivosinha. Se eu fosse você, tomava cuidado, aquele Nathan vai acabar sendo meu.

– É Nathaniel, agora sai do meu quarto, ok? Sai.

– Me obrigue. – Ela disse. Agarrei um travesseiro e ameacei jogar nela, mas mamãe entrou no nosso meio.

– Meninas, não briguem! – Ela cruzou os braços – Aishe, vá para o seu quarto.

– Uh! Tá bom! Mas só porque mamãe pediu! – Ela saiu batendo os pés.

Sentei na cama novamente, eu estava a ponto de puxar meus cabelos e enlouquecer. Mamãe sentou-se ao meu lado e respirou fundo, sei, ela ia querer falar comigo sobre isso.

– O que houve agora? – Ela descruzou os braços e ficou esperando uma resposta.

– Um representante de turma que eu conheci me chamou para almoçar. – Ela ficou boquiaberta.

– Você nunca saiu com garotos antes, filha! – Ela me abraçou forte, estava feliz. – E ai, ele era bonitinho?

– McDreamy, mãe! – Soltamos uma risada. – Mas essa não é a questão. Ele insistiu em me trazer até aqui – minha mãe colocou as mãos no rosto – só que bem quando chegamos, a Aishe chegou também e ficou dando em cima dele. Eu acabei ficando com raiva dele, mesmo ele não tendo feito nada, e subi pra cá, sem mesmo dar tchau pra ele.

– Ah, minha filha, eu tenho certeza que ele não vai se importar. Peça desculpas para ele amanhã, chame ele para sair como retribuição. E quanto a Aishe... vou pedir que ela cuide dos assuntos dela, pois sei que esse é um momento importante pra ti.

Abracei minha mãe de novo e dei um sorriso. – Obrigada, mãe.

Passei o resto da tarde pensando em como eu me desculparia e se eu deveria chama-lo para sair. Segundo Isis, ele estava solteiro, menos um obstáculo. Agora resta saber se ele curtiu esse tempinho e se ele gostaria de repetir.

Já era manhã e eu estava de bom humor, incrível! Fiz minha higiene pessoal e fui me vesti. Decidi usar um vestido rosa bebê com rendas brancas. Calcei sapatos brancos estilo Mary Jane e meias soquete brancas, com uma renda bem delicada. Subi em minha bicicleta e pedalei tranquilamente até Sweet Amoris. Nathaniel estava descendo do carro no mesmo momento em que cheguei, parei a bicicleta na frente dele para impedir que ele passasse.

– Olha, Nathaniel, me desculpa! Ontem eu fiquei com raiva da Aishe e acabei descontando em você. Eu não deveria ter te deixado lá sem mesmo me despedir de ti. Eu queria dizer também que gostei de ter saído contigo ontem. – Respirei fundo depois de ter falado tudo aquilo, agora era só esperar a resposta.

– Não precisa se desculpar, pequena. – Ele segurou meus ombros – Não foi nada. Eu também gostei muito.

– Ufa, que alívio. Fiquei com medo de você me odiar para sempre. – Tentei evitar um sorriso, mas não consegui. – Poderíamos sair de novo qualquer dia... – falei abaixando o tom.

– Hm? O quê? Você pode repetir? – Ele disse, chegando mais perto de mim. Levantei o meu rosto e falei mais alto.

– Gostaria de sair contigo de novo! – Dessa vez, ele chegou ainda mais perto, quando eu ia repetir a frase, Nathaniel me surpreende com um beijo na bochecha.

– Eu também gostaria de sair contigo de novo! Hoje depois da aula posso te levar para um passeio na biblioteca.

– Eu adoraria! – Exclamei. Ele saiu e eu fiquei bobeando, sorrindo sozinha por causa de minha conquista.

– Se você puder sair da frente, eu adoraria. – Quando percebi que era Ambre, já era tarde demais, ela já havia me empurrado da bicicleta e eu já estava no chão. Fiquei deitada no chão, meu corpo estava todo dolorido, mas eu estava sentindo algo pior.

– Vai ficar aí deitada? – Castiel agachou-se ao meu lado e ficou me olhando.

– Só quando a vergonha passar. – Continuei olhando fixamente para cima.

– Eu não contaria com isso. – Ele levantou minha bicicleta e continuou olhando para mim. Me levantei rapidamente e comecei a ajeitar minha roupa e meu cabelo.

– Aquela peste, aaargh, que raiva! Um dia eu vou me vingar. – Peguei minha bicicleta e fui estacionar minha bicicleta.

– Isso me deixou curioso. – E saiu.

Eu estava andando pelo corredor, quando Isis e Nathaniel vieram ao mesmo tempo me perguntar o que havia acontecido.

– Puxa, dá pra notar tanto assim? – Olhei para Isis – Ambre me empurrou da minha bicicleta há poucos minutos.

– Não brinca? – Isis falou ironicamente, enquanto Nathaniel falou abismado.

– O Castiel viu tudo, – olhei para Nathaniel – mas vocês não se entendem, não é? – Suspirei e fui em direção a sala de aula. Isis foi atrás de mim, arrumando meu cabelo e meu vestido. Nathaniel nos seguiu.

– Sabe, a sua irmã e a minha formariam um par absurdo.