Sweet Sixteen (Dramione)

Capítulo Nove - A Proposta


Tonks estava na sua forma mais esquisita.

Quando nervosa, assumia uma forma atarracada, de rosto quadrado e cabelos azuis, e isso a deixava mais nervosa ainda.

Ela tentou acompanhar o grupo à sua frente. Seu noivo, Remo Lupin, estava com outro grupo, e agora, ela sentia saudades dele. Moody fez um aceno com o seu estranho cajado, e todos pararam. Tonks temia que tudo aquilo fosse sua culpa, por ter deixado as ‘crianças’ sozinhas na sede da Ordem. Afinal, elas não eram mais crianças, tinham quinze e dezesseis anos, quase se formando, e se pegou falando crianças, devido, talvez, à sua convivência com a Sra. Weasley.

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- Tonks, apresse-se! – Ordenou Moody, erguendo novamente o cajado, e sua voz ecoou pelo hall de entrada do Ministério da Magia, agora totalmente deserto e sem sinal de vida. Tonks apressou o passo e logo, estava ao lado de Kingsley.

- Agora, por favor, aos seus lugares. Vamos achar a menina Granger.

Enquanto o fogo crepitava na lareira malcheirosa da antiga casa de Sirius, que agora era a sede da Ordem da Fênix, Harry e Gina se beijavam lentamente, sentados no tapete em frente à lareira mencionada, sem nenhuma insegurança de serem vistos ou ouvidos.

O cabelo de Gina estava molhado e com cheiro de amêndoas, e Harry havia esquecido tudo à sua volta.

- Você sabe que estou namorando Dino, não é? – Ela disse quando deram uma breve pausa para respirar. Seus narizes se tocavam, e o hálito da garota era de chocolate quente. Harry se sentia abobado.

- O-o quê? Como as-sim? – Ele grunhiu semiconsciente do que estava acontecendo.

- Ora, estou – estava namorando o Dino, você não sabia? – Ela disse, se afastando definitivamente e franzindo o cenho.

- E-eu juro que não s-sabia – Harry balbuciou, tentando se aproximar novamente, mas Gina o fitou de forma que ele voltou ao normal de repente, - O-o quê? Ah, sim, acho que sabia...

- Bom, se sabia, não deveria ter retribuído o meu beijo – Gina disse, erguendo uma sobrancelha, com a voz divertida. Harry mordeu o lábio: não tinha uma resposta coerente.

Antes que pudesse pensar em uma resposta, sua cabeça começou a doer muito, muito, e Harry já sabia o que estava por vir. Era a segunda vez que acontecia no dia.

Gina desapareceu subitamente, assim como a lareira, o tapete e o lugar em que estava sentado, mas Harry não se surpreendeu. Agora ele estava cercado por Comensais da Morte, em algum lugar sombrio e frio, mas Harry gostava do frio e do sombrio.

Espera. Não. Ele não gostava de frio. Ele não gostava de coisas sombrias também.

De repente, ele riu. Sua risada soou seca, e fria. Não parecia ser a sua risada.

E não era.

O verdadeiro Harry sabia que estava tendo uma ligação com a mente de Voldemort, ele só tinha que obstruí-la, como ensinara Snape. Mas algo o interessava naquele cenário, os Comensais reunidos, todos os que a Ordem estava planejando prender, e uma figura solitária, no meio da roda, sentada, com a cabeça baixa, quase todo o seu corpo envolvido em sombras.

A voz de Harry irrompeu de sua boca, mas, não era a voz de Harry; era aguda e fria.

- Agora, meus queridos amigos, vocês presenciarão um inoportuno acontecimento, que não fará a mínima importância em suas vidas, mas, eu quero que vocês a presenciem, porque o que teremos prazer em ver – Harry virou para todos os Comensais à sua volta, - serão os aperitivos!

O rapaz tentou se concentrar para pensar por si mesmo. Alguma coisa errada estava acontecendo. O que ele, quer dizer, Voldemort, tinha para mostrar?

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- Eu irei torturar essa alma imunda e pecadora, que precisa ser aniquilada para o bem do nosso mundo, eu a torturarei até que exploda! – Voldemort disse, e ele estendeu o braço e apontou a varinha para a criatura ajoelhada nas sombras. – Ela irá sofrer tanto, que vai implorar pela morte, - sua voz se tornou um sussurro assassino – irá querer morrer! Crucio!

A criatura se debateu no chão, e virou, gritando dolorosamente.

Então, o seu rosto saiu das sombras, e Harry ficou estupefato.

A dor, o desespero, o medo eram tudo o que mais mostravam aqueles olhos cor de âmbar.

Tudo escureceu.

Hermione acordara com o canto dos pardais.

Seus olhos lacrimejavam, e suas costas doíam devido à reexterminação de fadas mordentes no quarto de Fred e Jorge, ou seria por causa de seu pesadelo, ela não sabia. Levantou-se lentamente, e percebeu que Draco não estava ali. Depois daquela amável conversa com o Snape, Draco começou a evitar ficar sozinho com Hermione e não estavam mais se falando.

A garota lavou o rosto para talvez tirar todo o sono de si. Quando seus olhos se abriram por completo, ela encarou o espelho e soltou um grito de surpresa. Seus olhos a enganavam, ou o que estava vendo em seu reflexo era um alien, ou coisa parecida. A coisa começou a rir, uma risada sem nenhum humor, fria e rígida. Tinha a cabeça e o torso de um homem, mas o rosto era desfigurado em uma mistura de réptil e humano – os olhos eram como os de cobra, vermelhos, e ao invés de um nariz normal, a criatura tinha fendas estranhas, e sua pele era escamosa e pálida, branca como cera.

Hermione cobriu a boca com horror. A criatura fez um estranho ruído com a garganta, e disse:

- Até que enfim nós nos encontramos, Srta. Granger – e sua voz era áspera e gelada. Hermione ficou com a boca aberta, tentando falar alguma coisa. – Eu vim realizar os seus desejos.

- O-o q-que é vo-você? – Hermione conseguiu dizer com um fio de voz. A criatura ignorou sua pergunta e continuou,

- Você não se lembra? Eu penetrei em seus mais profundos pensamentos, em seus desejos. Eu enfeiticei este espelho para que você possa me ver, eu vim aqui pedir uma troca. – Hermione enrijeceu. O que era aquilo? Como ele... Então, ela se lembrou de seu pesadelo, e reprimiu outro grito.

- Você. Você estava no meu... p-pesadelo, você era...

- Aquilo não foi um pesadelo, Srta. Granger. – Continuou o alien, tentando sorrir, mas falhando notoriamente. – Eu possuí a mente de seu amiguinho, e eu pude entrar na sua, e ver tudo o que você queria, pude ver os desejos mais profundos do seu coração. – Hermione começou a recuar até bater as costas dolorosamente na porta do banheiro.

- O que você quer? – Ela murmurou quase inaudivelmente. Dessa vez, o sorriso da criatura se formou assustadoramente sombrio, fazendo seu rosto ficar mais desfigurado.

- Eu te darei as respostas das suas perguntas se você aceitar a minha proposta. – E Hermione soube, de repente, com quem estava falando.

- Harry! Harry! Aconteceu... De novo!

A visão de Harry ainda estava turva, mas ele conseguia sentir o cheiro de amêndoas do xampu de Gina no seu rosto. Quando sua visão se estabilizou, ele viu o lindo rosto da garota cheio de preocupação, seus dedos compridos apertavam os ombros do rapaz e o balançavam como aquelas garotas histéricas que fazem jus aos seus nomes. ‘histérica’ seria o melhor termo para descrever Gina agora, mas ela não estava usando aquelas roupas de grife, ou bolsas com cachorrinhos dentro delas.

- O q-que foi? – Harry perguntou meio atordoado.

- Você teve outra convulsão, que nem hoje de manhã... São suas ligações com... Você-sabe-quem? A Hermione disse –

- Eu sei, eu sei, ela disse que eu tenho que treinar a Oclumência, mas... mas a Hermione está em perigo! Nós temos que salvá-la! –Gina fitou-o mais atordoada do que ele.

- O-o quê? Como as-sim?

- É, Voldemort – Ai! – Harry gritou, sentindo sua cicatriz doer muito. – Ele está com ela! Eu explico depois, precisamos ir ao Ministério, temos que avisar Moody e os outros –

- Harry! Calma! E se for o mesmo tipo de visão que você teve com o... Sirius?

- Mas, Gina! Temos que verificar da mesma forma! E se for o que aconteceu com o seu pai? – Gina enrijeceu.

- É... É verdade. Vou avisar o Malfoy e o Ronald. – A ruiva se levantou de um pulo e subiu as escadas correndo.

Como Harry iria avisar a Ordem sobre o sequestro de Hermione?

Harry tentou quebrar a cabeça e pensar em alguém, mas sua cicatriz doía tanto, que nem pensar direito ele estava conseguindo.

Mas como eu estou sendo idiota! Tonks! Tonks pode ajudar.

Harry se levantou e correu para a cozinha. Ele abriu os armários à procura do Pó de Flu, e achou a caixinha dentro de uma caixa cheia de potes com cebola. O pó estava com cheiro de alho, mas Harry ignorou-o e jogou um pouco na lareira, dizendo: “Casa da Tonks!”

Colocou a cabeça dentro da lareira e sentiu aquele súbito frio na barriga.

A sala de Tonks estava visível depois que o pó verde se diluiu. Uma mulher atarracada com cabelos azuis e o rosto quadrado estava sentada em uma poltrona, tamborilando os dedos no braço da cadeira ao seu lado. Ela parecia muito nervosa.

- Er... Tonks? – Harry perguntou desconfortável. A mulher olhou para a lareira assustada, e então, quando percebeu quem estava falando, seu rosto pareceu aliviado, deixando seus cabelos rosa.

- Harry! O que aconteceu? Você está bem? – O cabelo de Tonks voltou a ficar azul, e ela se ajoelhou em frente à lareira. – Ai, se algo estiver errado, a culpa é minha! Eu que deixei vocês sozinhos pra ver minha mãe...

- Tudo bem, Tonks, a culpa não é sua! Hermione foi pega! Voldemort está com ela, precisamos salvá-la! – Harry soou urgente.

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- Pelas barbas de Merlin! Precisamos avisar a Ordem!

- É por isso que eu te chamei! Avise-os! – Tonks se levantou e procurou pela varinha. – E, mais uma coisa, Tonks, - Harry disse quando Tonks achou a sua varinha e apontou-a para a parede. – Eu quero ir junto. Eu preciso ir! Só eu sei onde ela está.

Tonks o olhou preocupada, e pela primeira vez, Harry conseguiu ver o rosto da verdadeira Tonks (aquela de cabelos cor de rosa e rosto em forma de coração) passar pela sua forma atarracada.

- Vou aparatar aí. – Ela disse, e com um estalo, sumiu da sala.