Outra forte explosão sacode o chão.

- Lorde se esconda, nós vamos te proteger! – disse Sharma orgulhoso.

- Não! Essa luta não é sua. – digo e me teleporto.

Fora do Santuário de Vishnu vejo uma longa coluna de fumaça negra que subia dos SUVs, escutei barulhos de helicópteros, dois no total. De um lado vejo os homens de Sharma cerca de oitenta e do outro lado vários homens com roupa camuflada atirando. Não eram os Mogs. O Comandante Sharma vem correndo em minha direção.

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- Lorde, por favor. – ele diz ajoelhado e com cara de suplica. – Entre, não me perdoaria se algo acontecesse com o senhor.

- Comandante, aprecio sua devoção, mas como eu disse lá dentro ninguém vai morrer por mim.

- Me transformo em Vishnu e com telecinese protejo todos os homens de Sharma de serem alvejados pelos helicópteros.

- Fujam! – grito.

- Eles olham entre si como se não quisessem ir.

- Agora! É uma ordem!

- Sim Senhor! – gritam e saem correndo.

Protejo a todos com telecinese depois que todos estão a salvo me teleporto para o helicóptero que estava atirando. Quando me materializo dentro da cabine do piloto, os dois soldados que estavam lá me olham assustados. Um tenta tirar uma arma de seu coldre, mas eu o impeço golpeando a cabeça dos dois contra o painel. Os dois estão desmaiados e o helicóptero começa da cair e quando ele chega a poucos metros do chão eu o paro com telecinese e coloco suavemente no chão. Me teleporto para fora e vejo vários Humvees vindo em minha direção. Vejo vários mísseis saindo detrás mim e acertando os Humvees. Olho para trás e vejo o Comandante Sharma e seus homens arriscando suas vidas por mim. Era incrível a devoção deles. Isso me fazia sentir muito culpado se algum deles morresse nessa batalha. Se não tivesse aceitado as condições de Sharma jamais estaríamos passando por isso. Eu tenho que protegê-los, sem me ferir já que feitiço foi quebrado.

- Lorde, o senhor está bem? – disse Sharma.

- Estou sim, obrigado. – respondo.

Sharma arma outra bazuca e atira contra mais alguns Humvees, eles explodem em uma grande bola de fogo. Sharma com muita habilidade saca sua arma e atira com precisão na cabeça de vários inimigos. Os outros soldados atiram sem medo contra o exercito inimigo. Eles lutam com muita paixão e devoção. Vê-los lutando assim só me dá mais vontade de ajuda-los e depois vencer os Mogadorianos. Sharma lidera todos seus homens com uma incrível habilidade tática, é visível a paixão e o respeito que seus soldados têm por ele. Quanto mais eles avançam mais nossos inimigos recuam, sinto um frio na barriga ao ver alguns soldados de Sharma caídos no chão, nem todos com vida, me sinto responsável por isso.

Sharma corre até mim.

- Eles já estão indo embora, mas isso não vai impedi-los de voltar.

- Eu sei. – digo – Comandante precisamos conversar.

- Sim, senhor.

- A partir de hoje não quero que vocês lutem por mim e sim por vocês mesmos. Eu não vou mais acompanhar vocês na batalha.

- Nós fizemos algo de errado meu Lorde?

- Não, vocês foram incríveis, não poderia pedir soldados melhores. Mas eu estou em outra guerra. Uma guerra que vocês não podem lutar. Então eu luto minha guerra e você a sua, ok?

- Sim, senhor!

Me afasto de Sharma e ele grita:

- Lorde aonde o senhor vai?

- Preciso meditar, fique tranquilo que eu sei me cuidar.

- Sim senhor. – responde Sharma um pouco triste.

Caminho pelas montanhas e me transformo em uma águia e voo até onde construí minha cabana nas montanhas. Quando pouso, sinto a sensação de estar em casa, tenho ótimas lembranças de quando morava nessa cabana. Foi aqui onde fiquei forte, foi aqui que treinei meus Legados, foi aqui que minhas lembranças mais profundas de Lorien aconteceram, mas foi aqui também foi onde passei os meus dias mais difíceis quando perdi Reynolds e Devdan. Tenho uma boa sensação de que Devdan está vivo, mas infelizmente Reynolds, Rey, está morto. Uma pequena lagrima rola de meus olhos ao me lembrar dele. Aquela noticia minha na internet com certeza vai atrair mais Mogs para o Himalaia, tomara que a Garde também venha. Não sei o que fazer, não sei se vou atrás da Garde ou se fico e ajudo o Comandante Sharma em sua guerra. Precisava do meu amigo, meu professor, meu Cepan. O que Reynolds faria? Eu preciso falar com ele, mas como? Precisava ir ao lugar onde o vi pela ultima vez, quando ele agonizava em meus braços, o lugar onde Lola nos traiu. Preciso voltar ao passado.

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Corro pela floresta a quase setenta quilômetros por hora, desvio de arvores e animais. Quando me deparo com um lago ou rio uso meu Legado e ando sobre as aguas. Quando me cansava comecei a me teleportar e até que enfim chego ao lugar mais marcante da minha vida. Na cova de Reynolds. Me aproximo com muita cautela, pois esse lugar pode estar sento vigiado pelos Mogs. Estar aqui me trás muitas lembranças, olho a floresta tentando se recuperar dos danos causados pela batalha que houve aqui há alguns anos atrás. A grama está mais alta, há algumas arvores no chão e as que estão de pé lutam para sobreviver. A lenha que Lola foi buscar ainda estava lá no mesmo lugar. Vou até a arvore onde estão enterrados Reynolds e Lola e me ajoelho sobre a terra.

- Hey amigão estou com saudades. – digo chorando. – Preciso de você Rey, eu não sei o que fazer. O feitiço foi quebrado, tenho novos Legados, não sou mais aquele menino magrelo. Olha. – digo rindo, levanto a camiseta mostrando meus músculos. – Encontrei um homem incrível, ele me ensinou muita coisa. Ele continuou o seu trabalho, sou muito grato a ele e a você também. – Faço uma pausa, o silencio domina o lugar. – Eu vi a minha morte. Eu vou morrer, Rey. Eu não quero morrer. Quero lutar, quero vingar Lorien, minha família, você, os Gardes que já morreram. – fecho meus olhos com tanta força, que varias lagrimas rolam deles.

- Saiam daqui! – escuto uma voz. Quando abro meus olhos não estava mais na cova de Reynolds estava em outra floresta. Vejo um Humvee com uma metralhadora no teto, perseguindo uma caminhonete. Da caminhonete sai um homem que não posso ver seu rosto, ele dispara uma saraivada de balas contra o para-brisa. O Humvee se descontrola no mesmo instante e bate com força na traseira da caminhonete. O impacto provoca um estrondo enorme, seguido pelo ruído de metal se retorcendo e vidro quebrando. Quando dezenas de veículos do comboio aparecem descendo a encosta e atirando, o mundo explode em uma confusão de fogo e fumaça, enquanto explosões sucessivas sacodem a margem de um lago e acaba derrubando quem estava na caminhonete. Dois homens, uma garota e uma criança saem da caminhonete e com muita dificuldade eles se levantam. O homem que atirava agarra a menina pelo colarinho e grita: - Saiam daqui!

Minha cabeça está doendo, quem são essas pessoas? Por algum motivo não consigo ver seus rostos. A garota corre com menininha, a velocidade delas é incrível. Só assim percebo que elas pertencem a Garde. Elas correm até o lago e um urro poderoso de um animal ruge acima da agua. O animal é imenso, chutaria uns setenta metros, e não era nada parecido aos animais da Terra. Esse animal era Mogadoriano ou Lorieno. A criatura tem uma cabeça semelhante a um lagarto e tem dentes afiados. Vejo varias bestas Mogadorianas correndo em direção do enorme animal, então deduzo que o animal seja Lorieno, talvez o ultimo de sua espécie escondido aqui na Terra.

A cena é de guerra, guerra que eu deveria estar lutando. Ajudando meus amigos. Os Mogadorianos apontam seus canhões para o animal e atiram. Outros atiram nas garotas e nos homens. O animal não suporta os tiros e as mordidas das bestas Mogadorianas e cai no chão morto. É visível a tristeza da pequena garotinha. Um piken vem na direção das garotas que saem correndo. A garota maior coloca a menina dentro de tronco e corre tentando atrair o Piken, que corre mais rápido que a garota e a derruba em um barranco. O piken a segue, mas ela consegue arrancar uma arvore pequena e fina e atira bem no peito do Piken, perfurando-o. O Piken rola e cai do barranco. A garota usa telecinese para sair do barranco e corre, mas ela foi atingida por um canhão Mogadoriano e cai. De repente uma forte chuva começa a se formar, trovões e relâmpagos se espalham pelo céu, com a luminosidade, vejo as nuvens que se expandem e desabam. A chuva cai pesada, e um raio acerta em cheio o Mogadoriano que explode em cinzas.

Eu quero muito ajuda-las e tento correr na direção delas, mas um raio impressionante explode acima de mim. Ele se espalha pelos céus como as veias dos deuses. O estrondo ensurdecedor de um trovão ecoa pelas montanhas. O vento e a chuva cessam, e as nuvens começam a rodopiar, criando um rodamoinho imenso, até que um olho escuro e brilhante se forma. Os mogadorianos olham perplexos. O vento volta a soprar forte, trazendo consigo as nuvens negras, os relâmpagos e trovões, devagar no início, mas ganhando velocidade rapidamente. Uma tempestade perfeita, linda em seu centro cataclísmico, diferente de tudo o que já vi. A garota se reúne com os homens que parecem estar bem feridos.

No céu as nuvens se dissipam, desmanchando-se em centenas de fios cinzentos. Os Mogadorianos correm na direção deles. Um pontinho negro cai do céu quando a última nuvem se dissipa e, quanto mais o pontinho se aproxima, mais ele parece ter a forma humana. Com um grande pingente azul no pescoço, ela pousa na margem, espalhando areia em todas as direções. É uma menina linda com cabelos muito negros, e, no momento em que a vejo, sei que ela é a garota que eu havia visto no sonho da batalha do colégio. Ela é uma de nós. Olho impotente à luta quando tudo começa a ficar branco outra vez.

****

Começo a ver uma outra montanha se formar e embaixo dela vejo uma caverna com um estranho brilho azul, como se fosse uma proteção e então percebo uma tempestade ameaçadora se formar sobre a montanha. O céu de repente se enfurece com relâmpagos e trovões estrondosos, e imagino que é a mesma garota que vi na visão anterior, mas as nuvens se movem e se alongam de um jeito que nunca vi antes, e de repente o céu parece maligno. Vejo se formar uma nuvem em funil que só pude observar em minhas piores visões, na destruição de Lorien. Olho incrédulo quando uma espaçonave perfeitamente esférica, branca como pérola, desce pelo olho do tornado. A nave aterrissa exatamente na entrada da montanha, fazendo o solo tremer. Como na visão que tive anos atrás, uma porta aparece sem mais nem menos na lateral da nave, simplesmente desaparecendo. Eu sei de quem é essa nave. Ela pertence à Setrákus Ra.