Estou tonto, desnorteado pela figura que vi na parede. Meu estomago começa a se revirar e tenho vontade de vomitar. Me sento e encosto na parede. Será que assim que tudo vai acabar? Todo esse treinamento pra ter uma espada atravessada em meu peito? Tento afastar esses pensamentos. Afinal é só um desenho numa pedra. Mas é difícil não pensar nisso. Olho outra vez a figura que uma espada atravessa meu peito. Sinto uma raiva e dou soco na parede, bem no rosto que me identifica e alguns pedaços de pedra caem no chão.

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– Eu faço meu próprio destino. – digo.

Olho os próximos desenhos e vejo Setrákus Ra que está deitado no chão com uma espada no pescoço. Não consigo ver quem está segurando a espada. Também vejo mogadorianos mortos dos dois lados dele. No último quadro, há um planeta cortado ao meio e uma nave pequena se aproxima da metade superior do planeta pela esquerda, e outra nave pequena se aproxima da metade inferior pela direita.

– Pelo menos esse destraçado morre. – falo ao ver Setrákus Ra morto.

Analiso mais algumas pedras, mas parece ser uma escrita que não entendo. Vou até a pedra de Loralite que está no centro e tenho vontade de toca-la. Tenho medo por um instante, mas toco mesmo assim. Sinto uma energia me envolver e meu colar brilha. Sou tomado por um impulso e me teleporto.

***

Caio de cara no chão, tenho dificuldade para respirar. Sinto gosto de areia na boca e posso escutar barulho de ondas não muito longe. Tento me levantar, mas meu corpo está muito dolorido. O que será que aconteceu? Onde estou?

Olho para os lados com muita dificuldade e de longe vejo algumas casas. Tento mais uma vez me levantar, mas o esforço me faz cair outra vez. Que diabos aconteceu comigo? Me lembro de estar na caverna e tocar na Loralite. Como havia visto no sonho deveria ter me teleportado pra algum lugar do mundo. O sol queima minhas costas e tento me virar de barriga pra cima. Tento me levantar e dessa vez com muita dificuldade meus ossos conseguem sustentar o peso do meu corpo. Tento caminhar até as casas que estavam cerca, mas de repente sou acertado por algo na cabeça e tudo fica escuro.

***

Quando acordo estou deitado numa cama, o quarto é apertado e parece ser feito de barro. Olho para os lados e vejo um garoto que parecia ter uns quinze anos apontando uma arma pra minha cabeça.

– Quem é você? – pergunta o garoto falando em árabe. – Como chegou aqui?

Me lembro das aulas de árabe que tive com Reynolds e respondo.

– Hey! Vai com calma ai garoto. – digo levantando meus braços que ainda doem.

– Quem é você? E o que faz aqui? – disse o garoto engatilhando a arma.

Tento tirar a arma do garoto com telecinese, mas sinto uma dor no estomago e me curvo.

– Você está bem? – pergunta o garoto me olhando assustado.

Ele só era um garoto assustado segurando uma arma. Olho para ele e pergunto:

– Estou um pouco enjoado, meu nome é Naveen. E o seu?

Ele me olha desconfiado e diz:

– Naveen? Você não é daqui. – e mais uma vez ele aponta sua arma pra mim.

– Calma não vim te machucar, cheguei aqui por engano. – digo tentando me teleportar para fora, mas parece que meus Legados não querem me ajudar e sinto uma dor muito mais forte e caio da costas na cama me contorcendo. A porta do quarto se abre e escuto uma voz feminina:

– Abdi quem é esse menino? O que ele está fazendo em nossa casa?

– Mamá, não sei. Eu o encontrei na praia.

– Você esta ficando louco trazendo um desconhecido pra casa, ele pode ser da província inimiga. Quer que eles nos acusem de traição por ajudar esse garoto?

– Não mamá – disse o garoto assustado.

– Temos que entrega-lo as autoridades. Eles saberão o que fazer com ele. – disse a mulher.

Essa ultima frase não me pareceu muito boa e me levanto com dificuldade.

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– Senhora calma, não sou seu inimigo. Não quero problemas, eu posso ir embora. – digo tentando me levantar.

– Você está fraco, como chegou aqui? Nadando? É um pirata?

– Mamá, quando eu estava guardando a rede de pesca escutei um barulho estranho e quando fui averiguar esse garoto apareceu lá do nada. – disse o garoto interrompendo sua mãe.

– Abdi, ele não pode ficar aqui. – disse a senhora. – vou chamar os guerrilheiros.

– Sim senhora. – assente o garoto.

– Abdi é seu nome certo? – pergunto.

– Sim, porque? – me aponta a arma outra vez.

– Abdi eu não sou seu inimigo, só estou perdido. Como se chama esse lugar?

Ele me olha estranho.

– Você não sabe onde estamos? Aqui é Xiis um pequeno povoado na costa da Somália.

Somália? Isso não me pareceu bom, o pouco que sei daqui é que é que fica no continente africano e está em uma constante guerra civil.

– Como você veio parar aqui? Eu vi você chegando. Você é um mutante? Alien?

Dou uma risada abro os braços e digo:

– Eu pareço um alien?

O garoto ri de volta e diz: - Não. Só não entendo como você chegou aqui.

– Abdi por acaso você viu alguma pedra grande e azul quando você me encontrou?

O garoto arregala os olhos e diz:

– Você veio aqui roubar nossa pedra...

Antes que o garoto possa terminar o quarto é invadido por homens armados.

– Ele veio atrás da pedra. – disse o garoto assustado.

Um dos homens me olha com raiva e me acerta uma coronhada e tudo fica preto novamente.

***

Estou numa sala algemado, diante mim tem uma mesa. Parece uma sala de interrogatório. Forço as algemas e elas se abrem, mas não as tiro do braço, pelo menos minha força tinha voltado. Três homens com roupa camuflada e armados entram na sala e apontam suas armas pra mim. Logo depois entra um homem negro com uma boina amarela e carregava em suas mãos uma pedra azul semelhante a que me trouxe para aqui só que um pouco menor.

– É isso que você veio buscar? – disse apontando para a Loralite. – Nós a compramos de piratas há três anos. Tentei vende-la, troca-la, mas ninguém quis. Diziam que ela não tinha valor, outros nem sabia de que era feita. Até que semana passada que os americanos descobrirem que ela estava aqui com agente.

– Ela não é sua e quando eu sair daqui vou leva-la comigo. – digo o encarando.

– Você é parece ser bem durão. Pra quem você trabalha? Puntlandia? Governo? FBI? Interpol?

Dou um sorriso estalando meu pescoço e digo:

– Qual de vocês quer ir pro chão primeiro?

O homem de dirigia o interrogatório saca de suas costas uma espada grande e afiada e aponta para meu peito. Na hora sou tomado por medo. Porque foi dessa maneira que vi minha morte naquela parede, atravessado por uma espada. Meu sorriso de confiança se transforma em preocupação. Será que era agora que iria morrer?

– Cadê sua confiança agora garoto? – disse o comandante passando a ponta afiada da espada em meu rosto. Sinto calor aonde foi feito o corte e dou um sorriso recuperando minha confiança, ainda estava protegido pelo feitiço e vejo que na bochecha do comandante se abre um corte não muito profundo da orelha até sua boca. – ahhh! – Ele grita de dor levando a mão ao rosto. – O que você fez comigo? – Disse se dirigindo a porta.

Antes dele sair, fecho a porta com telecinese e sinto uma dor no estomago, mas posso suportar. Os soldados olham assustados ao ver que estou livre das algemas. Eles apontam suas armas para mim, mas eu os jogo na parede com telecinesia. O comandante pega sua espada e isso me dá um pouco de medo, mas me transformo em um elefante e com minha tromba o jogo para fora da sala. Pego a Loralite e saio daquela instalação quebrando as paredes. Quando consigo escapar não consigo mais me manter na forma de elefante e volto a minha forma normal. Com a Loralite em minhas mãos tento-me teleportar, mas sinto a pior dor que já senti e caio e a pedra rola das minhas mãos e desmaio.

***

Acordo e tento me levantar, mas meus braços e pernas estão amarrados com varias correntes, minha cintura também está amarrada. Escuto barulho de motor e olho para os lados percebo que estava dentro de um avião. Tento usar telecinese para me levantar, mas o máximo que consigo é me sentar. Até quando vou sentir o efeito do teletransporte? Vejo alguns homens bem armados e vejo o comandante com um curativo no rosto.

– O que é você garoto? É alguma experiência do governo? Você é dos EUA? NASA?

Vejo que no banco atrás dele tem uma caixa aberta e dentro dela está à pedra de Loralite. Tento forçar as correntes, mas só consigo romper algumas.

– Você não vai a lugar nenhum garoto. – disse o comandante.

– Onde vocês estão me levando?

– Vou trocar você e essa pedra por armas do governo dos EUA.

– EUA? Você falou com eles?

– Não. Eles falaram com agente e disseram para ter cuidado com você e que você era bem perigoso. – disse apontando para seu curativo.

O que será que o governo americano quer comigo? Mas o que será que seja não deve ser coisa boa.

– Hey comandante, onde estamos sobrevoando? – pergunto.

– Acabamos de sair da Somália, acho que devemos estar sobre o Golfo de Áden.

– Bem, eu acho que vou descer aqui. – digo com um sorriso.

– O que?

Rapidamente me transformo em uma serpente me livrando das correntes. Alguns soldados se levantam e apontam suas armas pra mim. Volto a minha forma normal e com telecinese empurro a todos para trás e suas armas caem no chão. Não sinto tanto os efeitos do teletransporte como sentia antes. Pego a Loralite de dentro da caixa e abro a porta do avião e me jogo para fora. Caio em uma velocidade absurda em direção do Golfo de Áden. Tento reunir a maior quantidade de energia e me teleporto.