A Filha Da Magia

Salvamos Um Garoto Que Brinca Com Fogo


– Tem um garoto ali! - grito para Percy e Rachel - e um dragão! Vai matá-lo!

Percy arregalou os olhos ao ver o monstro, que se escondia com facilidade em meio as árvores escuras.

– Temos que salvá-lo - Percy concorda, e mergulha com Blackjack em direção à fogueira.

Eu e Rachel seguimos Percy em direção a floresta, minha intuição dizia que estávamos mais do que próximos a São Francisco, mas eu sabia que devia salvar o garoto, porque de certa forma, sentia que ele era um de nós.

Pousamos nossos pégasos silenciosamente. Agora o monstro era mais que vísivel, mas ele não parecia ver nenhum de nós.

– Droga, uma hidra - diz Percy - saiu do Tártaro pelo visto...

– Já lutou com uma? - pergunto indignada.

– A mesma, na verdade - diz Rachel distante - a mesma hidra de sempre.

– Vamos precisar de fogo - diz Percy.

– Isso não é problema - digo - temos eu e a fogueira do garoto ali.

O garoto! Devia tirá-lo da "zona de guerra". Será que consigo levitá-lo, como fiz à mim e Percy no Acampamento? Faço um teste que funciona.

Ele chega aos meus pés. Tinha o cabelo castanho enrolado e orelhas de elfo, pelo seu bronzeado e feições ele devia ser latino.

Eu o balanço.

– Ei - sussurrou, para a Hidra (agora muito próxima) não ouvir - acorde.

Ele abre os olhos castanhos, confuso.

– Monstro? - pergunta com a voz rouca.

– Sim, tem um monstro atrás de você - olho para Percy confirmando o que achava, ele entendeu, um semideus - preciso que fique quieto enquanto acabamos com ele. Vai ficar tudo bem!

Ele dá um meio sorriso e se levanta.

– Não vão curtir a festa sozinhos - ele vai atrás sa árvore e pega um machado - tenho matado essas coisas a dias.

– Quem é seu parente divino? - pergunta Rachel.

– Não tenho nenhum "parente divino". Do que vocês estão falando, afinal? Minha mãe morreu e meu pai me abandonou muito antes disso, e só voltou pra me dar esse machado que ele construiu.

Então o seu pai é divino, me pergunto quem seja. Avalio o lugar que ele estava e avalio sua arma. Um machado. Não diz muita coisa.

– Como ascendeu a fogueira? - pergunto - não deve ter usado pedrinhas, pois o fogo está alto.

Ele dá outro meio sorriso, como se fosse uma piada particular.

– Digamos que não é díficil trazer o fogo para mim.

Penso um pouco. E lembro o que Rachel falou, sobre filhos de Hécate não controlarem os 4 elementos, que isso era para filhos de outros deuses. Quem era o deus do fogo? Héstia veio logo a minha mente, mas ela não possuía filhos. Jurou não gerar nenhum. Apolo? Ele é deus da luz, seus filhos não controlam o fogo. Pense, Diana, você é capaz! O machado, ele havia construído. Construção, fogo.... Hefesto!

– Seu pai é Hefesto! - afirmo. O garoto me olha como se eu fosse um alien.

– O quê? O cara do meu livro de história? Duvido muito!

– Hã... Diana - disse Percy.

– Espere, Percy. Garoto seu pai é o deus das forjas, do fogo. Nenhum dos filhos de Hesfesto do Acampamento controlam o fogo... Mas algo me diz que não é impossível...

– Diana!

– Agora não, Percy! - me viro novamente para o garoto - escute, os deuses gregos existem, assim como esses monstros!

– Você não sabe como é - ele diz - ser diferente. Ser uma arma mortal.

O punho dele pega fogo. Cerro os punhos e faço o mesmo.

– Sim, eu sei - digo. Ele olhou para mim como se eu fosse sua salvação, como se eu viesse de um sonho no qual ele perdera a esperança.

Depois seus olhos se viraram para algo, atrás de mim. Percebi que Percy estava atrás do garoto, como se protegesse. Sua espada em suas mãos, embora eu nunca a tivesse visto. Rachel segurava a faca, também protegendo o garoto.

– Diana!

– O que foi , Percy?

– Atrás de você!

Pelo seu tom, sei o que está por vir. Pego uma flecha, devagar e a preparo. Me viro devagar.

A Hidra estava atrás de mim, soltando uma baba verde e gosmenta. Percy e Rachel deram a volta na Hidra por lados opostos, bem devagar. Eu sabia o plano.

Dei um passo para trás. Protegendo o filho de Hefesto. Então meu arco pega fogo, mas não fui eu que fizera isso.

– Pra dar sorte - sussurra o garoto para mim.

Então eu atiro. O corpo da Hidra começa a arder em chamas, e elas cresciam. Notei que o filho de Hefesto olhava fixamente para elas, e começo a ajudá-lo. Percy e Rachel esfaqueavam a coisa pelas laterias e o fogo crescia.

A Hidra virava pó aos poquinhos, era bem devagar comparada com as Górgonas. Depois que ela virou areia pego minha única flecha intacta do fogo e todos nós corremos a nossos pégasos.

Mas só havia três.

– Eu levo o novato comigo - digo.

– Vamos ficar com ele? - pergunta Percy desagradável.

– Sim. Vamos levá-lo a missão e depois voltarmos todos juntos para casa.

Era a primeira vez que eu chamava o Acampamento de "casa".

Subimos no pégaso. O garoto ficou atrás de mim, me abraçando. Percy olhou para nós, por um momento havia algo triste em seus olhos. Irôrico, não?!

Começamos a voar, mais próximos de São Francisco do que nunca. O vento batia muito forte, de um jeito anormal. Zumbindo nos ouvidos. Tive de gritar para fazer uma pergunta muito atrasada a meu passageiro de pégaso:

– Qual é seu nome? - berro.

– Leo - berra de volta - Leo Valdez.