Meu Namorado De Mentira

Patrick estava com uma garota.


- Como soube onde eu estava? - Pergunto secando as últimas lágrimas que restavam em meu rosto.

Estava no carro de Patrick em direção a sua casa, já que sua mãe estava em algum lugar ai com seu namorado e a casa estava livre de qualquer ser que quisesse me colocar para baixo, mais do que eu já estava.

- Eu esbarrei com Katherine enquanto ela corria, para o hospital levando alguma coisa, daí ela me contou o que havia ocorrido e eu vim o mais rápido que consegui. - Ele falou olhando para a estrada em sua frente. - E bem, depois de dispensar uma garota.

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Patrick estava com uma garota?

Patrick estava com uma garota.

PATRICK. ESTAVA. COM. UMA. GAROTA.

Patrick estava com uma garota.

P-A-T-R-I-C-K E-S-T-A-V-A C-O-M U-M-A G-A-R-O-T-A.

Porque esta frase não faz sentido na minha cabeça? Não estou conseguindo captar a mensagem que foi me enviada. Ele não me ama mais? Ele não quer mais ficar comigo? Maldito destino, só porque eu reconheci que não conseguia ficar mais longe dele, que eu o reconheceria em qualquer lugar e todas essas parafernálias do amor que as garotinhas dizem/escrevem, ele não gosta mais de mim? É isso mesmo vida?

Ou será que ele quer me causar ciúmes?

Prefiro a primeira opção, é mais dramático.

- Agatha, está bem? - Ele pergunta depois de alguns minutos em silêncio. Eu não havia dito nada, o que eu falaria?

"Vá em frente e se atire nela garanhão?"

Nem pensar. Mas também não daria uma de ciumenta e diria:

"Oh não. Você me traiu seu... Seu... Maníaco por garotas da vida. Oh! Não posso mais suportar esse amor, que sufoco!".

Isso dá uma novela mexicana e uma canção.

Mas esse não é o caso, e sim que ele estava com uma garota.

Uma piranha sem vergonha, idiota, mau trapinha, mendiga, grávida, que quer aplicar o golpe nele, que tem cabelo de palha, olhos de bruxa e pratica alguma coisa de estranho porque ela fede a naftalina com essência de bosta.

E eu nem sou ciumenta.

- Hm. Nada. - Eu digo apenas isso. - Chuck morreu. - Digo para culpar a morte do meu "amigo" falecido pelo meu desconforto em relação as suas palavras.

- Ele morreu. Mas isso não é a causa de seu silêncio, é? - Pergunta ele com um meio sorriso.

O que foi? Agora vai ter outra anta que vai me conhecer? Qual é o problema dessas pessoas? Fazem macumba? Fazem alguma simpatia? Ou sou tão óbvia a ponto de meros mortais descobrirem o que eu estou pensando? Só vou avisando: Não aguento mais de um Chuck Walter em minha vida.

- O que? Acha que eu estou assim porque você acaba de dizer que estava em um encontro as escuras se esfregando uma vagabunda da vida que nem sequer é limpinha e que você por um acaso diz isso para mim, para que eu sinta algum tipo de sentimento mais do que nojo de sua pessoa porque estivera em um estabelecimento impróprio, sujo e ainda por cima com as paredes cheias de desejos carnais? Não. Eu não senti ciúme nem qualquer outro tipo de sentimento, se é o que você estava pensando. - Digo tudo de uma vez só e quando termino puxo ar desesperadamente.

- Nossa! Você acabou de descrever "puta", "motel" e "sexo" com palavras bem refinadas. - Ele falou rindo de mim. - Isso sim que é dominar a língua, né ciumentinha?

- Ciumentinha? - Eu digo irritada com aquilo. - Eu vou te mostrar quem é a ciumenta aqui.

- PARE. - Ele gritou quando eu fui bater nele, se virou para mim e disse com um sorriso empolgado no rosto. - Estou dirigindo. Se quiser me jogar no chão e me amar, ficarei honrado com isso... Só que em casa, porque eu não estou nem um pouco propenso a voltar aquele hospital, ainda mais dentro de uma ambulância.

- Idiota! - Eu digo e me viro, de forma que dou as costas para ele, ou parte dela.

Antes que possa me acusar de qualquer coisa: Eu mudo de humor rapidamente, como deve ter percebido ao longo de minha história. Eu sei que deveria estar chorando, me derramando em lágrimas porque Chuck morreu em vez de estar sentindo ciúmes (Não estou!), irritação e qualquer outro sentimento que não esteja conforme ao script de pessoas que perderam entes queridos.

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E é onde eu entro com minha explicação: Eu não sigo a regra da sociedade, ele não era um ente querido (estava mais para encosto maldito) e eu não ficarei em luto porque a vida continua e ele já deveria estar no inferno ou qualquer outro lugar que ele acredite ou que você acredite ou que exista para pessoas como ele. O importante é que eu não ficaria chorando por ai, porque ele se foi. Tenho certeza que aquele ser que me corrompeu queria que eu continuasse a vida e ponto.

Como ele mesmo disse: Eu estava livre.

Mas, voltando ao fato de Patrick achar que eu estava com ciúmes de sua pessoa. Bem, eu estava com ciúmes, mas não diria isso nem por tortura. A menos que me mostrem agulha, eu tenho pavor de agulha. Eu sei, não faz sentido. Nada faz sentido na minha vida.

Menos de cinco minutos eu estava batendo nele enquanto entravamos na sua casa. Eu o socava de leve em sua barriga, braço, perna, cabeça e qualquer outra parte que eu via. E bem, como o destino me ama, então ele decidiu que iria me dar uma forcinha...

Obrigada destino!

Enquanto eu o batia, ele corria e por fim, acabou tropeçando no sofá me levanto junto caindo em cima dele. Pela milionésima vez nesta vida! Oh Senhor. Não há outros meios deu parar em cima do mostarda não?

Patrick sorriu e eu perguntei o porquê enquanto tentava levantar.

- Eu disse que iria gostar de você me amando. – Ele falou piscando e rindo.

Eu apenas revirei os olhos e comecei o processo de levantar de cima da criatura abominável. E não foi fácil, já que alguém sempre me puxava de volta. E por fim, sentei ao seu lado olhado para ele enquanto arrumava sua roupa amassada.

- Diz que me ama. – Patrick falou com um sorriso de orelha a orelha.

- Meu professor disse que quando a pessoa pede, e a outra faz, não há nada de surpresa. A magia acontece quando a outra fala porque quer, sem haver nenhum pedido. – Eu digo colocando os pés no sofá e o olhando.

- Então quer dizer que a Fera, me ama? – Ele falou rindo com minha careta. – Eu sabia que não iria resistir meus encantos encantadores.

- Fera? – Eu digo olhando com ele. – Você me chamou de Fera? Quer morrer é menino?

- Eu não acredito que a Verona está realmente apaixonada por mim. – Patrick falou batendo palmas e rindo ao mesmo tempo. – Eu devia receber um grande prêmio por domar a Fera.

- Cala a boca! – Ordeno irritada.

Ele me chama de Fera. Isso é um absurdo. Cadê a focinheira quando se precisa?

- Agora, sem brincadeira. – Ele falou se aproximando de mim, colocando uma de suas mãos atrás das minhas costas para se apoiar enquanto ficava em cima de minha pessoa. – Você percebeu o quanto sou incrivelmente encantador, gato, gostoso e tudo que há de bom e que não consegue mais ficar longe dessa perfeição que eu sou?

- Bem modesto é você hein. – Eu digo rindo um pouquinho. – E eu não te amo. – Digo colocando a língua para fora.

- Tem certeza que não me ama? – Ele falou passando seu nariz em minha bochecha em forma de carinho.

- Absoluta. – Eu confirmo mesmo sabendo que era mentira.

Até o idiota ali sabia que era mentira.

- Nem quando eu faço isso... – Ele falou me puxou para um beijo.

Tudo bem. Eu já havia beijado ele antes, milhares de vezes nesses longos cinco meses. Porém aquele beijo era como se fosse o nosso primeiro e último ao mesmo tempo. Tinha gosto de paixão, redenção, sofrimento e amor. Era um misto de emoções que atravessava meu corpo me fazendo muitas vezes me arrepiar, o que claramente deixava o espertinho muito mais feliz e ousado. Por fim nos separamos ofegantes e embaraçados por respirar ar “puro”.

- Diga que não me ama agora. – Ele me desafiou e eu dei um sorriso.

- Eu te odeio! – Digo jogando ele para o lado e subindo em seu colo.

- Pois, eu também te odeio. – Ele falou me puxou novamente para perto me beijando mais uma vez.

Desta vez, eu estava entregue para Patrick. Não pensei, não reagi. Apenas deixei que minhas emoções tomassem conta de mim, pelo menos mais uma vez em minha vida. Enfim, deixei que eu pudesse ser uma tola apaixonada pelo idiota da escola e sinceramente, estava feliz com aquilo.

***

Já era noite e Anne havia avisado que não viria para casa hoje. Eu avisei meu pai que dormiria aqui na casa de Patrick e ele ficou mais tranquilo por eu estar com meu namorado, em vez de estar no hospital.

Todos estavam sabendo já da morte de meu encosto particular.

Havíamos pedido pizza, mas ainda não havia chegado. Eu havia tomado um longo banho para tirar toda a “sujeira” do hospital e vestia uma roupa de Luiz, já que eu não ousaria usar qualquer coisa de sua mãe. Enquanto a pizza não chegava, estávamos na cozinha.

- Verona, para de ser retardada. Mostarda é muito bom. – Patrick, o mostarda, diz para mim tentando me fazer comer um sanduiche com queijo e mostarda.

- Eu odeio mostarda. – Repito entre os dentes, sem abrir a boca, já que qualquer movimento brusco ele colocaria seu pão nojento a força em mim.

- Então, como eu.

- Seu canibal. – Grito quando ele morde um pedaço do sanduiche. – O mostarda comendo outro mostarda, que cena mais tocante essa que acabei de presenciar.

- Você é doida! – Ele fala dando de ombros e terminando de comer todo o se sanduiche enquanto eu batucava qualquer música na bancada.

- Que colar é esse? – Pergunta Patrick se referindo ao presente de Chuck.

- Walter me deu antes de morrer. – Digo tirando o colar e o analisando. – Ele falou que na hora certa, eu saberia a importância dele... Ou algo do tipo.

- Posso ver?

Entreguei o colar para ele que começou a analisa-lo de uma forma estranha.

- Eu já vi essa peça em algum lugar... – Murmurou para si. – Seu safadinho!

- Que foi menino? – Perguntei curiosa.

- Walter tinha uma verdadeira relíquia em suas mãos. – Patrick falou e se sentou ao meu lado mostrando o colar para mim. – Está vendo esse “v” aqui? – Eu digo que sim. – Bem, existe uma história que diz que cinco colares com o “v” foram feitos para os cavaleiros de Arthur, só cinco foram distribuídos para os de sua confiança. E dizem que quem possui um desses, pode esconder um segredo.

- Como assim, segredo? – Perguntei temerosa.

- Arthur planejava algo grande, e só os cinco cavalheiros da Tabua Redonda sabiam desse tal segredo, era como se fosse uma medalha de honra quem possuísse esse colar, entendeu? – Patrick fala.

- Só serve para isso? Símbolo de confiança? – Eu pergunto ficando um pouco mais tranquila.

- É ai que entra o grande “x” da questão, ou “v” no caso do colar. Quem conseguisse encontrar o jeito certo de se abrir o tal colar, encontraria o alvo dos cavalheiros.

- Quer dizer, que possui uma foto ai dentro?

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- Não exatamente. Naquela época não existia foto, então provavelmente é outra coisa. Mas tudo isso é lenda, Agatha.

Eu andei a cadeira mais próxima e me sentei. Eu não acredito que aquele idiota havia feito isso comigo. Eu não acredito que o maldito mesmo morto, conseguiria me atingir pela última vez. Canalha! Sem vergonha! Se ele estivesse vivo, eu mesmo o mataria.

- O que aconteceu Agatha? Está tudo bem? – Luiz perguntou se sentando no chão em minha frente apoiando suas mãos nas minhas em forma de proteção e carinho.

- Está tudo sim. – Digo com a voz fraca. Pigarreio e minha voz volta ao normal. – E tem como abrir o colar?

- Talvez. – Patrick falou e começou a fuçar o colar em busca da abertura deste.

Eu estava tremendo por dentro, estava angustiada e queria sair daquele lugar para sempre. Queria desaparecer entre o meio das árvores e nunca mais ser encontrada. Minha vontade era arrancar o maldito colar de Patrick, sair correndo e cair no rio afundando para sempre. Porém, ao mesmo tempo em que queria tudo isso, também gostaria, precisava saber se o que continha dentro do colar era o que eu pensava.

Depois de uns dez minutos, enfim Patrick conseguiu abrir o colar usando técnicas da internet, de pessoas que haviam aberto já um dos cinco colares. Ele não olhou o que havia dentro e me alcançou de imediato. Peguei o objeto tremendo e assim que vi o que havia ali dentro... Dei um grito, quase mortal.

- Que foi Agatha? – Perguntou vindo em minha direção enquanto eu andava para trás com a mão em minha boca para não gritar novamente. – Quem é ele? – Perguntou ao ver o conteúdo do maldito colar.

Tive certeza, que o meu fim estava próximo.

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Sem querer incomodar seu momento de "wtf Isabella, como você nos deixa nessa curiosidade." ou "Eu já sei o que ela fez, que droga!", queria anunciar que para as pessoas que gostam dessa história não devem deixar de acompanhar minha fic recém postada: Sob Medida, que é no mesmo estilo desta daqui. E aos que leram a sinopse no tumblr das histórias... Bem, não é aquela história. É uma muito melhor e super no estilo dessa daqui! Sério.

Link: (Duas formas)

1. http://fanfiction.com.br/historia/360944/Sob_Medida/

2. Clique aqui.