Porque somos bons amigos

POV Hermione

“Eu estava em casa, ou melhor, eu me sentia em casa. Um grande jardim se estendia a minha frente, flores do campo e até algumas roseiras, formando um muro de flores coloridas em volta do que parecia um mini parque para crianças, um escorregador, dois balanços e escorados nestes,3 pequenas vassouras displicentemente largadas ali.

De algum lugar, talvez do casarão em estilo vitoriano que, de alguma forma, eu sabia estar atrás de mim,o vento trazia a musicalidade de risadas inocentes, puras do tipo que só se tem quando se é criança.O sol brilhante dava alegria a cena,o vento sacudindo meus cabelos, agitava as folhas secas no gramado e então a maravilhosa sensação de ser completa, de ser feliz acompanhada por braços másculos porem cuidadosos a minha cintura.

–Nós podíamos ter tido tudo isso... Eu teria te amado ate o meu ultimo suspiro, mas você me enganou....Mentiu...-cada sussurro me atingia como facas em meu peito e pavor passou a me dominar.

Então a cena mudou,as risadas se transformaram em gritos,o vento se tornou um vendaval o sol se foi e as mãos outrora carinhosas agora apertavam minha garganta.Eu fazia força para tentar me libertar,arranhava seus braços me debatia e nada e aos poucos a necessidade de ar foi ficando mais forte.Meu coração ganhou um ritmo frenético como se soubesse que logo pararia de vez,minha cabeça começou a doer e minha visão ficou cada vez mais turva,meus sentidos estavam confusos algo parecia zumbir no meu ouvido e apenas sua voz se destacou em meio a tudo isso.

–Tudo isso é culpa sua,por não ter me contado a verdade.Você vai pagar por ter me dado esperanças e depois ter ido embora,por ter feito eu te amar.... você vai morrer.”

O grito preso na garganta e tudo que eu podia ver era escuridão,em meio ao medo apenas uma coisa me impediu de gritar meu coração alucinado pulsando em ritmo acelerado em meio aos tremores que meu corpo não conseguia conter.Aos poucos a minha visão foi se adaptando a escuridão e pude definir os contornos de Minerva serena deitada em sua enorme cama de casal.

“Foi um sonho”

Lentamente fui me acalmando, meu corpo ainda dava leves tremores e minha garganta parecia cheia de areia de tão seca, sentada na cama as imagens voltavam a me atormentar, eu não conseguiria dormir novamente e a sede estava quase insuportável.

O mais silenciosamente possível, levantei as cobertas, calcei o que parecia ser as pantufas da Minerva fui tateando até a porta. Tive que me segurar para não gritar quando meu dedinho do pé bateu no armário ao lado da porta,ainda resmungando baixinho peguei aquele maldito livro ainda sem tradução e sai.Com o meu excelente censo de direção quase cai na escada.

‘Tomara que pelo menos tenha algum dicionário de latim no meio desse mundaréu de livro’

Do jeito que hoje era meu dia de sorte,era bem capaz de ter dicionário de mil línguas diferentes e não ter um de latim.Acendi os candelabros assim que cheguei a sala e comecei a procurar por qualquer coisa que parecesse útil naquelas estantes.

Depois daquele pesadelo até o assobio do vento la fora estava me amedrontando,não foi surpresa então quando eu instintivamente lancei um petrificus quando Malfoy encostou em meu ombro.

–Idiota! Eu poderia ter te machucado com algo bem mais forte que esse feitiço,sabia?-sussurrei irritada enquanto lançava o contrafeitiço.

–Desculpe ai senhorita estressadinha.Mas se tem medo do escuro não devia estar acordada até agora.

–Eu não tenho medo do escuro,de qualquer jeito me desculpe pelo que aconteceu.

–Tanto faz.-respondeu ele se jogando no sofá.-Mas por que você esta acordada a essas horas?são o que? 3 da manha?

–Acho que sim e você porque ta acordado?-perguntei emburrando sua pernas para poder sentar também.

–Eu pergunte primeiro,mas ok , eu respondo.Estou acordado pela única razão no mundo capaz de me tirar da cama não importa a essa hora:Comida.-falou ele com um olhos brilhando,provavelmente imaginado alguma comida.

Com essa eu tive rir,ele pareceu não gostar muito da minha reação,já que me olhou fazendo bico como um criança birrenta.

– Qual é Malfoy?Você esta sempre com fome,menino.

–Não é sempre,é quase sempre,mas e você ainda não respondeu a minha pergunta?

–Sonhos ruins e compulsão por respostas

–Compulsão por respostas?-perguntou ele me olhando como se eu fosse de outro mundo.

–Estou pesquisando um tipo de vira-tempo... diferente,mas tem um parte em latim e eu não consigo traduzi-la,eu estava tentando achar um dicionário de latim quando você quase me matou de susto.

–Já me desculpei pelo susto,mas quer saber talvez eu possa te ajudar,tive aulas de latim antes de começar aqui em Hogwarts.

–Sério?Então você pode me ajudar.-falei me empolgando e pulando do sofá

Então ele deu um sorriso cafajeste antes de me responder.

–Eu ainda sou um Malfoy,meio bonzinho é verdade,mas ainda sou um Malfoy.Então que tal um acordo?Você me faz uns sanduiches enquanto eu traduzo,que tal?

–Uns? Você é um morto de fome Malfoy.Mas Feito então.

Como se tivesse ouvido palavras mágicas Malfoy pulou do sofá e praticamente correu para a cozinha.

–Dois sanduiches acho que vão matar minha fome até a hora do café.

–Você devia procura um medico,acho que essa fome toda é doença , viu , porém Trato é trato,então pão,queijo, presunto,ok?-falei abrindo os armários a procura do que ia precisar.

Já sentado na bancada da cozinha,Malfoy pareceu pensar um pouco antes de falar.

–Acrescenta umas rodelas de tomate,passa uma maionese no pão antes,acho que umas alface não ia fazer mau também....

–Parou, vamos parar por ai. Eu disse que ia fazer sanduiches não uma refeição completa.

–Aff...fazer o que,vamos começar logo com essa tradução,né- disse ele abrindo o livro sem muita vontade.

Eu ainda procurava pela comida e nada de eu achar, será que não tinha nada aqui.Malfoy ficou subitamente quieto acho que estava lendo o livro,finalmente achei uma pão,então foi só achar a geladeira,fui colocando tudo em cima da pia,tomate,alface, queijo e presunto.

Comecei fatiando o pão então comecei a sentir uma incomoda sensação de alguém encarando minhas costas,me virei apenas para constatar que Malfoy olhava fixamente para mim.

–Algum problema Malfoy?-ele então encarou meu rosto por um longo tempo,como se procura-se por algo nele.

–Desculpe-disse ele sacudindo a cabeça e voltando a olhar o livro,mas pelo jeito ele não parecia ler.-Hermione?Se eu te fizesse uma pergunta você seria sincera?

Voltei a fazer os ditos sanduiches enquanto respondia.

–Eu posso tentar .

–Você acha que eu tenho alguma chance com Minie?

Terminei o primeiro sanduiche e o coloquei num prato antes de começara fazer outro e então responder.

–Com toda a sinceridade eu acho que você tem muitas chances,mas você as vezes acaba estragando com todas elas por causa de umas palhaçadas que você faz.

Ele pareceu ter simplesmente ignorado a outra parte, e ficou me encarando com a maior cara de bobo quando perguntou.

–Você acha realmente que eu tenho chances?

–Foi o que eu disse. -respondi colocando um prato com dois sanduiches na frente dele e me sentando de frente para ele com um sanduiche para mim também.

–Sério mesmo?Então por que parece que ela ta sempre fugindo,como o diabo foge da cruz?

–Por que você age feito um idiota.sei lá só acho-respondi irônica terminando de comer o meu sanduiche.- E ai?Ja conseguiu traduzir isso ai?

–Acho que sim,mas isso tem alguma possibilidade de ser verdade?

–Não faço ideia.-Menti descaradamente.

–Ok.basicamente isso aqui diz que esse tal vira tempo é um vira tempo movido a amor...-

–O QUE?!-

–Vai com calma!- disse ele dando uns tapinhas nas minhas costas já que comecei a tossir feito uma louca.

Tomei uns goles do copo de água que ele me ofereceu antes de me recompor.

–O que você quer dizer exatamente com isso?- perguntei voltando a comer mesmo já tendo perdido a fome.

–Ah é meio confuso,mas basicamente é assim ele só funciona quando duas almas gêmeas são separadas pelo tempo,uma velha demais para a outra,entende?Pelo que esse cara diz é como se a nossa magia conspirasse para isso, a magia quer estas “almas”.-disse ele fazendo aspas no ar e derrubando farelo por tudo.- juntas,então surgiu este vira tempo que ele é muito antigo,mas ele serve para colocar almas gêmeas na mesma época para que elas possam viver o amor a que estão destinados entende?

–Acho que entendi, mas isso é loucura não é mesmo? Como é que nunca se ouviu falar de nada disso, porque vamos falar sério se alguém volta no tempo como é que ninguém sentiu falta? –Me perguntei mentalmente se Malfoy realmente estava prestando atenção já que agora ele parecia totalmente concentrado em terminar seu sanduiche.

–Hum ... Esse cara explica isso aqui também.-disse ele ainda de boca cheia mas já pegando o próximo sanduiche.-Ele diz que isso é tipo muito raro acontece uma vez a cada 100 anos ou 200 anos as vezes em intervalos de tempo até maiores , então é como se a natureza, o universo,seja la como você quiser chamar , tivesse cometido um erro muito grave e esse vira-tempo estivesse concertando essa burrada, então o destino,o universo sei lá conspira a favor disso,é mais ou menos com se ele quisesse concertar e por isso é como se a pessoa que volta no tempo nunca tivesse existido na época em que nasceu, toda essa realidade que essa pessoa viveu deixa de existir,na verdade ela nunca existirá, e a historia é escrita a partir do momento em que ela decide ficar com seu amado ou amada enfim,é uma nova historia ,um novo começo...mas isso é só uma lenda ninguém nunca de fato provou que esse objeto existisse.-disse ele como se considerasse tudo aquilo uma historinha de criança,se ele soubesse...

Minha cabeça latejava,eu já estava vendo o momento em que ela iria explodir,mas antes eu tinha que fazer mais algumas perguntas.

–É só uma lenda mesmo,mas sabe o que eu não entendi o que aconteceria se a tal pessoa que volta no tempo não escolhesse ficar?

–Hipoteticamente?

–Claro, hipoteticamente. -“ só que não.”–pensei comigo mesma.

Eu podia ver nitidamente Malfoy começando a duvidar da minha sanidade,mas sua cara já aparentava sonolência típica de quem já ta com bucho cheio então não fez nenhum comentário pelo meu interesse por uma “lenda”e respondeu de forma arrastada.

–Alguma tragédia,tipo a outra alma gêmea pode se matar,isso segundo esse cara é o efeito leve,em uma escala mais grave podem rolar guerras no mundo mágico.Hermione o que esse cara quer dizer é que essas almas foram feitas para ficarem juntas,se elas não ficam uma delas se ferra e acaba ferrando mais um monte de gente junto.

“Almas gêmeas”

“Tom Riddle minha alma gêmea?”

Minha cabeça girava em meio a tantas perguntas o que diabos eu ia fazer com essa informação agora?

–Hermione?....HERMIONE?!

–Não grita desgraça,se esqueceu que tem gente dormindo ainda.-falei voltando a mime ficando irritada com Malfoy.

–Desculpa,mas é que você parecia no mundo da lua.-respondeu ele de mau humor mas logo desmanchou o carranca por causa de um bocejo.

–Você ta morrendo de sono,vai dormir Malfoy.-respondi um pouco mais calma,começando a limpar a nossa sujeira.

–Eu vou mesmo,mas posso te falar um negocio.

–Fale- respondi escorada na pia enquanto Malfoy já estava perto da porta.

–Sabe minha família tem essas coisas idiotas sobre sangue,mas mesmo assim eu me tornei amigo do Tom e do mesmo jeito que ele me protegeu por eu não ser o Malfoy que todos esperavam eu o protegi por não ser o sangue puro que todos exigiam,por mais sem nexo que essa amizade possa parecer eu cuido dos meus amigos.Eu nunca vi ele assim antes,nunca.Então se tem alguma coisa do teu passado que pode foder com tudo Hermione,eu sugiro que você de um jeito de isso não atrapalha-los.

–Eu nunca faria isso.

–Não de propósito,seja lá o que tiver te trazido ate aqui ou seja la qual for a razão que te faz ficar,não decepcione ele, porque mesmo que ainda não admita totalmente ele já se entregou a você e Tom não sabe lidar com decepções.-Nunca em todo esse tempo eu tinha visto Malfoy falar tão sério como agora.

Parecia até que ele sabia de alguma coisa,me virei para pia tentando fugir daquele clima pesado.

–Eu vou tentar não decepciona-lo,mas não garanto nada.Obrigada pelo conselho,Malfoy.

–Ah... Eu sei que sou demais, acho que eu deveria abrir uma agencia de acessória amorosa. -E lá se foi a seriedade.

Não segurei a risada depois dessa, mas quando voltei ao meu normal,voltei a ficar de frente para Malfoy.

–Claro meu guru.-Falei debochada quando ele fechou a cara para mim.-Olha já que ninguém precisa ficar sabendo dessa conversa eu vou te dar um conselho.

–Sou todos ouvidos.

–Não que eu saiba de alguma coisa diferente do que você já sabe,mas se eu fosse você eu apostaria toda as minhas chances,todas as cartas que eu tivesse na manga, ariscaria tudo agora.

–Não entendi,você ta me dando dicas de como jogar cartas?

E depois quando a gente mata uma criatura dessas é crime.

–Pelo amor de Merlin, tu é devagar eihn Malfoy?Eu estou falando da Minerva seu idiota, se eu fosse você eu investiria tudo numa ultima tentativa, partiria pro tudo ou nada duma vez. Algo me diz que você pode conseguir o que tanto quer.

–Você sabe de alguma coisa?-O tom acusatório transbordava em sua pergunta.

–Talvez, mas para todos os efeitos eu não sei de nada, só estou te dando um conselho. Essa conversa nunca existiu ok?-falava em tom conspirador.

Malfoy com seu melhor olhar de menino sapeca passou mão pelo boca com se a estivesse fechando e depois jogando a chave fora.

–Nunca existiu. -Disse virando-se e sumindo pelas portas da cozinha.

E então o silencio.

A verdade é que eu não queria para pensar no que estava acontecendo ou o que aquela descoberta significava. E talvez a verdade era que essa revelação só me dava mais confiança sobre algo do qual eu já tinha certeza que era certo em meu coração; Amar Tom Riddle não era errado e independente do que fosse acontecer eu só precisava dessa certeza. Tanto fazia se algum colar maluco tinha me trazido até aqui,se isso era obra do destino ou o escambal era meu amor por ele que mantinha aqui e independente do que dissessem era por amor que eu ficaria e não por causa de uma guerra que poderia evitar.

No silencio dos meus devaneios decidi encarar toda aquela história com uma lenda, assim era melhor, foda-se o resto, era o amor que movia não o universo que me forçava.

Resolvida da minha decisão sobre esse assunto ainda me faltava encarar mais um medo, se queria Tom, ou melhor se eu seria de Tom, seria por inteiro,com meu passado e explicações a dar e isso incluiria contar a verdade.

Pov. Tom Riddle.

Acordei todo dolorido no dia seguinte,aquela correria da noite passada não tinha feito muito bem e olha que eu sou jogador do time de Quadribol imagina se não fosse.Malfoy roncava feito um porco na cama que ele havia conjurado na noite anterior.

Me espreguicei ainda sentado na cama e me levantei já arrumando meu uniforme para mais um dia.No caminho para o banheiro dei uns tapas na cabeça do Malfoy para ver se ele a acordava,como não teve efeito,deixei para tentar depois do meu banho.

Água fria obrigou meu cérebro a acordar,sai do Box já me secando,vesti o uniforme uma olhada no espelho me obrigou a fazer a barba que começava a nascer.Sai do banheiro ainda secando meus cabelos e Malfoy continuava roncando feito um porco.

“Mas é hoje que tu me paga.”

Peguei a toalha que tinha usado e que agora esta úmida e comecei a enrola-la,quando Malfoy virou-se de novamente na cama acertei em cheio suas costas.Ele deu um pulo da cama ,olhando assustados para todos os lados enquanto gritava de dor.

Comecei a rir feito uma hiena a cara dele foi demais.

“Esse ai nunca mais dorme sem camisa.”

Malfoy parecia atordoa ,mas isso não durou por muito tempo logo sua expressão se fechou e eu pude vê-lo alcançando sua varinha ,procurei pela minha nas vestes do uniforme e nada eu tinha deixado em cima da criado mudo.

“Fudeu.”

–Você achou isso muito engraçado não é mesmo Tom?Vamos ver se você vai achar isso engraçado...Periculum!

Me virei a tempo de evitar que as faíscas vermelhas atingissem o meu rosto,mas acertaram em cheio as minhas costas, parecia até que eu tinha levado umas chicotadas.Me forcei a correr até a porta peguei minha varinha na caminho,já que pressenti que aquilo não iria terminar ali.

–Avis!-Disse quando me virei para trás e um monte de pássaros saíram em direção a Malfoy que ficou todo atrapalhado com eles e isso me deu tempo de descer as escadas e ficar em vantagem.

Meio segundo depois Malfoy apareceu no topo da escada.

–Aguamenti!-Gritou ele na minha direção,mas eu consegui me abaixar a tempo.

E foi ai que o negocio ferro,quando eu me abaixei eu ouvi dois gritos abafados, lentamente fui me virando e me deparei com Minerva e Hermione encharcadas... E raivosas.

–Desculpa.-Começou Malfoy,mas eu tinha a impressão de que a gente já ta ferrado.

–Desculpas não vão adiantar agora Malfoy.-respondeu Minerva limpando o excesso de água e pegando sua varinha das vestes.-Depulso!

Eu até riria quando Malfoy saiu voando para longe e bateu na parede,mas eu podia ver que minha hora estava chegando já que Hermione já estava com sua varinha em mãos.

Senti-me sendo jogado para longe e atingindo a estante que estava atrás de mim.Devolvi com um feitiço que provocava risadas e continuamos nessa guerra por algum tempo,quando vi nenhum de nos tinha mais varinha.

Comecei a correr atrás da Hermione começamos a girar em volta do sofá,enquanto Minerva subia para o segundo andar com o sapato em mãos atrás de Malfoy.

Hermione começou com aquele jogo de gato e rato ao redor do sofá e quando eu finalmente ia alcança-la ela começou a me tacar as almofadas do sofá,mas uma hora elas acabaram e eu fui mais rápido e a agarrei pela cintura e caímos os dois no chão, eu por cima dela.

Nossos olhos conectados,nossas respirações se misturando,fui me aproximando lentamente,o sabor do lábios dela se encontrando com os meus.Minhas mãos começaram a passear pela cintura dela,enquanto as suas se infiltravam pelo meu moletom e arranhavam minhas costas ,o beijo foi se aprofundando,passando de delicado a algo que parecia nos consumir,nos fazendo ficar mais desesperados por mais.

Quando o ar no faltou comecei a trilhar o caminho do seu pescoço com beijos e mordidas ergui meus olhos a tempo de vê-la fechar os olhos de prazer.

Mas tudo que bom dura pouco.

–Tom....Tom.- dizia Hermione tentando me fazer parar.

–Vamos só aproveitar o momento Hermione.- respondi voltando a beija-la para que ela não retrucasse

–Não podemos-disse ela dando-me selinhos entre uma palavra e outra.-Abraxas e Minerva estão la em cima.

–Estão ?

–Estão.Agora seja um bom menino e sai de cima de mim.

–Eu nunca fui do tipo bonzinho.-respondi voltando a beija-la e correspondeu com igual vontade mas logo voltou a nos separar.

–Você não achando isso estranho?-perguntou ela com as mãos no meu peito me mantendo afastado

–O que estranho?-perguntei desistindo de tombando para o lado deitando ao lado dela.

–Esse silencio. -respondeu ela se apoiando nos cotovelos e olhando ao redor do apartamento.

–E o que é que tem esse silencio?- falei também me apoiando no cotovelos.

–Você não acha meio estranho que duas pessoas que não conseguem ficar nem meio segundo sem se matarem,estejam trancadas num mesmo quarto e nos não estamos ouvindo ninguém gritando e nada sendo quebrado?

–Você acha que eles...

–Eu acho,ontem a gente não encontrou eles no maior amasso?Vai ver eles quiseram reviver.

–O que é que gente faz ?-perguntei me virando para olha-la.

–A gente vai achar nossas varinhas,arrumar essa bagunça e nossos uniformes e como bons amigos vamos dar a oportunidade deles finalmente se acertarem.-respondeu ela como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

–Pensei que fosse a nossa de vez de se acertar.-respondi me levantando e estendendo a mão para a ajuda-la.

Fui surpreendido quando ela enlaçou meu pescoço e depois de um selinho demorado sussurrou no meu ouvido.

–Mas a gente já se acertou,nós só não vamos aproveitar o momento agora porque somos bons amigos.