Censure os meigos olhos azuis
As surpresas de um passeio escolar - Parte 2
Tepnora estava indo para seu quarto, quando pensou em algo. Então abriu a porta lentamente e viu Geovanna e Marc aos beijos. Fechou a porta e pensou: “Como eu imaginei...”.
Pablo entrou no corredor que Tepnora estava e ao avistá-la, disse:
– Ei... Moça! Desculpa, mas ainda não sei o seu nome.
– Tepnora.
– Tepnora, é exótico, mas é lindo!
– Obrigada.
– Bem, aqui está o seu biquíni. Por que ainda está enrolada na toalha?
– Meu quarto está ocupado no momento... Então não posso pegar nenhuma roupa para me trocar.
Tepnora pegou a parte de cima do seu biquíni com Pablo.
– Quer usar o banheiro do meu quarto para colocá-lo? – disse o professor.
– ... S-sim.
Ele abriu a porta e os dois entraram. Tepnora foi para o banheiro e Pablo sentou-se na cama.
– Vocês, professores, têm uma cama de casal só para vocês. Isso não é justo! – falou Tepnora de dentro do banheiro.
– Mas é claro! – respondeu Pablo – Eu que não ia dormir com o professor Oliver roncando do meu lado!
Tepnora começou a rir.
– Você tem razão. Nem quero imaginar o sofrimento que a mulher dele passa na hora de dormir – disse Tepnora.
– Ele é casado?
– Pelo menos é o que ele diz.
– Eu nem acredito como eu fui mal educado em não perguntar seu nome antes.
Tepnora saiu do banheiro. Estava só com os cabelos e biquíni um pouco molhados, mas o corpo estava seco.
– Obrigada por ceder seu banheiro – disse ela – A toalha é sua?
– Não.
– E de quem é?
– Não sei. Estava jogada em cima de uma cadeira de praia e então eu peguei.
– Ah... Eu já vou indo, tchau.
– Quer jogar cartas?
Tepnora olhou-o sem entender muito bem.
– Ué? O seu quarto não está ocupado?
– Eu não sei se já desocuparam... Está bem, eu aceito jogar. Sabe jogar Treze?
– Claro que sei.
Pablo pegou o baralho que estava guardado em uma gaveta do criado-mudo e começou a embaralhar as cartas. Tepnora sentou-se na beirada da cama. E iniciaram o jogo.
– Ganhei de novo! – disse Tepnora empolgada.
– Já jogamos sete vezes e você ganhou todas. Não quero mais jogar – disse Pablo.
– Por favor, só mais uma partida.
– Está bem, mas só mais uma partida.
As cartas foram embaralhadas, cortadas e distribuídas. Pablo estava confiante, mas Tepnora ganhou pela oitava vez.
– Agora chega – o professor recolheu as cartas e guardou-as novamente dentro do criado-mudo.
– Que horas são? – perguntou Tepnora ao ver o relógio de pulso de Pablo.
– Ah... Não sei...
– É só olhar no seu relógio.
– Ele está estragado.
– Então por que ainda não o concertou?
– Sempre esqueço e quando lembro estou ocupado demais.
Houve uma pausa, então Tepnora aproveitou-a para questionar algo de Pablo.
– Quem foi a outra?
Pablo olhou-a sem entender a pergunta.
– A outra... Que fez a mesma coisa que eu fiz com o senhor...
– Ah! A minha ex?
Tepnora consentiu com a cabeça.
– O que tem ela? – questionou o docente.
– Como ela te conquistou?
– Ela fez exatamente o que você fez comigo.
– Você se casou com uma aluna?
– Não. Foi com minha ex-colega de trabalho. Uma professora da antiga escola em que eu dava aula.
– Com que idade o senhor se casou?
– 26 anos.
– Qual foi o motivo da separação?
– Não acha que está ultrapassando um pouco o limite de intimidade que há entre mim e você?
– Para falar a verdade, eu acho que não, mas se o senhor se sente irritado eu posso ir embora.
– Olha... – Pablo parou e observou os olhos da menina. O olhar entregava como ela estava interessada no que ele falava, coisa que raramente via em um aluno dentro da sala de aula – Me separei porque ela me traiu.
– Nossa... Meus pêsames, professor Pablo.
– Que isso... Estou muito mais feliz agora que estou solteiro!
– As professoras da escola não jogam charme para cima de você?
– Sabe que um dia eu olhei para a Sra. Farsten e acredita que ela me deu uma piscadela!
– Ah, fala sério!? A Sra. Farsten me parece tão sensata... Ela não vale! Me diz outra.
Pablo ficou pensativo.
– Esse vai ser nosso segredo: o professor Oliver já deu em cima de mim...
A boca de Tepnora se abriu além do normal e os olhos se arregalaram, exprimindo seu espanto.
– Então ele é gay?!
Saindo de cima da cama e unindo as mãos em um tapa, Pablo falou:
– Acho que já falei demais! Não conte isso para ninguém, ok?
Tepnora também se levantou da beirada da cama.
– Está bem, professor Pablo... Tchau.
– Tchau.
A garota saiu do quarto do adulto e foi em direção ao seu, à espera de que já estivesse desocupado.
Ela abriu a porta do quarto 1203 calmamente e pela fresta que abriu não viu ninguém, então entrou sem culpa. Como estava muito feliz, atirou-se na cama e ali ficou quietinha, de olhos fechados, pensando na vida...
– Tepnora? – disse Geovanna quando viu alguém na cama – É você?
– Sim, amiga – respondeu Tepnora, sentando-se na cama – De onde você surgiu?
– Do banheiro. E por onde esteve?
– Você não vai acreditar! Adivinha... – falou Tepnora, eufórica.
– Bem, a Roberta me falou o que ocorreu com você na piscina... E também me contou que felizmente o Luís, amanhã vai ficar trancando no seu quarto sendo monitorado por alguém para que ele não fuja de lá, não é maravilhoso!? Essa aberração dos infernos vai ficar de castigo! Acho que amanhã eu vou ir à piscina, ok?
– Que ótimo, assim vou ter companhia e das boas!
– Obrigada! Ah, mas onde você foi depois da toda a confusão?
– Eu estava no quarto do ser mais lindo da nossa escola...
Geovanna não precisou pensar muito, logo levando as mãos à boca, chocada.
– Sério que você estava no quarto do professor Pablo?!
Tepnora fez um semblante sedutor, mordendo o lábio inferior e passando as mãos em seus cachos, confirmando com a cabeça, esperando que Geovanna pulasse de alegria, mas suas expectativas foram afogadas, pois a expressão da loira era de repreensão.
– Gigi... Por que você ficou com essa cara de quem comeu e não gostou?
– Tepnora, isso está errado, você não pode se envolver com um professor! Ele é bem mais velho que você e... E ainda por cima é casado! Você vai se meter em confusão...
– Ei, mente poluída, eu não fiz nada de errado. Só fui ao quarto dele para me arrumar e deu!
– Ahãm... E o que mais?
– Nós conversamos e jogamos cartas...
– E?
– ... Ele não é casado – Tepnora sorriu maliciosamente.
Geovanna suspirou. Um suspiro que mais parecia uma bufada de touro.
– Não fica preocupadinha, amor – disse a morena passando a mão no rosto da amiga – E aí, curtiu o beijo?
– O quê?
– Ah, baby, eu vi você beijando o Marc. Na BO-CA!
– Como você viu?
– Eu abri a porta do nosso quarto bem devagar e vi tudo!
Geovanna enrubesceu.
– Sabia que é proibido namorar alunos, senhorita Certinha? – disse Tepnora, zuando com a menina.
– É... Mas eu não sou professora, senhorita Beijadora de Professor – falou Geovanna, sisudamente, sem brincadeira.
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