Capítulo 85

- Não, não Julia Wood Castarolli, não quero ver nem um pingo de lagrima! — Dudu chegou me fitando serio.

- M-mas...

- Mas nada, se chorar eu não converso com você enquanto não estiver sorrindo. — ele cruzou os braços.

- Tá bom, tá bom, vou tentar — tentei sorrir. Acho que deu certo, porque logo em seguida ele me deu um abraço forte.

- Tudo bem? — ele sorriu.

- Ainda pergunta?

- É, nem precisa, eu sei que está — ele disse, e eu fiquei o olhando com os olhos semicerrados — o que me diz de sairmos hoje?

- Hoje?

- É, hoje — ele sorriu — estava querendo ir por ai... quem sabe no clube com você. Só nós dois — ele sorriu.

- Só nós dois?

- É. Por que não? Vamos nos divertir.

- Tá bom vai, que horas? — sorri.

- Duas? — ele disse e eu assenti com a cabeça — passo na sua casa, ás 14:00 em ponto — ele sorriu e se virou pra frente, o professor havia acabado de entrar na sala. As aulas foram assim, eu tentando ficar feliz, e o Dudu tentando me animar. Foi até divertido. O recreio também, passei com os dois, Dudu e Gabriel, como sempre, e as ultimas aulas foram mais chatinhas, porque eu não consegui tirar da minha cabeça que seriam as ultimas aulas que eu passaria com o Dudu ao meu lado.

O sinal tocou, e todo mundo saiu da sala correndo, menos eu. Juntei minhas coisas calmamente, e depois sai andando pela escola. Emilio passou e esbarrou em mim.

- Idiota, num enxerga não? — perguntei semicerrando os olhos.

- Foi mal — ele sorriu. Sínico — e ai Ju, como vai?

- Vou muito bem, obrigada — falei seca e sai andando.

- Nossa, acordou nervosa hoje foi?

- Só pra quem merece — continuei andando em direção ao portão, e me encontrei com Gabriel.

Emilio veio logo atrás.

- Espera só até meu irmãozinho ficar sabendo que vocês dois estão tão amiguinhos... — Ele passou por nós dizendo alto. Gabriel me olhou confuso, e eu revirei os olhos, ignorando Emilio.

Fomos andando para casa.

- Nossa Ju, o que tá rolando? Não entendi o que o Emilio falou...

- Eu já num te disse que ele é louco pra nos ver separados?

- Eu acho que ele é louco é com você — ele riu.

- Isso também é, mas... ele é muito fútil, eu odeio ele — revirei os olhos e sorri.

- Nossa... Mas eu ainda não entendi o que ele quis dizer... o que tá acontecendo com o Dudu?

- Ah, nada, esquece o Emilio, ele num presta — disse tentando mudar de assunto. Permanecemos em silencio até chegar na porta da minha casa.

- Te vejo depois — ele sorriu me dando um selinho.

- Até — disse e entrei em casa.

Minha mãe estava na cozinha.

- Oi mãe — sorri, e fui colocar a mochila na sala.

- Oi filha...

- Mãe, hoje vou sair com o Dudu ok?

- Aonde vai?

- Não sei, acho que vamos pro clube...

- Ok, vai lá, aproveita — ela sorriu.

- Vou tentar ne — disse entrando na cozinha e me servindo. Almocei rápido, e depois lavei a louça. Minha mãe saiu pro trabalho, e eu fiquei sozinha.

Fui pro meu quarto tomei um banho um pouco demorado, e sai. Vesti um biquíni rosa com a parte de cima branca enrolada, e depois vesti um short curto jeans normalzinho, e uma blusa normal por cima. É, eu estava pronta. Coloquei umas coisas na bolsa, e depois me sentei na sacada da janela, fiquei tomando um pouco de sol e escutando musica no iPod.

Ouvi uma buzina, olhei pra baixo havia um Audi enorme preto, e o Dudu saindo de lá.

Desci as escadas correndo, e sai de casa.

- Nossa, dirigindo é? —perguntei olhando pro carro.

- Não, temos motorista, há — ele sorriu, e abriu a porta do carro.

Tá ne, eu tinha esquecido que ele era mais que rico.

Entramos no carro, e em pouco tempo já estávamos no cube. O sol estava rachando, e o céu mais que azul. Até que estava cheio de gente o lugar mesmo sendo terça-feira.

Nos sentamos em uma das cadeiras, e ficamos conversando por um looongo tempo.

- Vamos nadar, — ele sorriu se levantando.

- Ok, vamos. Ainda tenho que descer em todos os tobogãs — disse rindo e tirando minha blusa. Tirei o short, e ele ficou olhando pra mim, até acordar do transe — vamos? — estendi a mão.

Ele balançou a cabeça e sorriu, dando a mão á mim.

Fomos andando e paramos na beirada da piscina. Ele olhou pra mim, eu olhei pra ele, e ai veio minha ideia maligna. O empurrei, e ele caiu de barriga na piscina, tadinho.

Ele começou a rir.

- Agora vem, senão vou ai e te puxo! — ele gritou rindo.

- Nem vem — cruzei os braços.

- Tem certeza ?

- Duvido — continuei parada. Ele saiu da piscina rápido, e me pegou no colo, mesmo eu tentando me soltar. Pulou na piscina junto comigo, e começamos a rir.

- Dudu, você é um louco! — disse rindo, ainda em seu colo.

- Você não é nada louca ne? — ele sorriu. Aquele sorriso, aquele rosto... Como vou viver sem?

- Dudu, vou sentir sua falta... — disse passando minha mão por sua testa e tirando seu cabelo dos olhos.

- Eu também... —pausa — muita — ele sorriu de canto.

- Eu te amo — sorri.

- Eu te amo mais — ele disse, e acabou pintando um climinha. Comecei a me aproximar dele, e ele também, até nossos lábios estarem a centímetros de distancia, e ele virou o rosto.

- Não posso... — ele disse.

- Por que? — o olhei sem entender o motivo.

- Porque depois não vou conseguir viver sem isso... — ele disse sorrindo. Dei um beijo em sua bochecha, e sai de seu colo.

- ENTÃO — disse tentando me animar — vamos escorregar nos tobogãs — falei saindo da piscina — o ultimo a chegar lá em cima é mulher do sapo — disse e começamos a rir. Saímos em disparada, correndo pelas escadas e chegando lá em cima.

Descemos de trenzinho, em outro de cabeça pra baixo, e outro pulando, cada um de um jeito. Parecíamos duas crianças que nunca foram em um clube. Ficamos a tarde inteira lá, brincando na água igual loucos.

- Vamos? — ele perguntou enquanto secava o cabelo e eu saia do vestiário.

- Vamos sim — sorri, e ele pegou seu celular, ligando pro motorista.

Ficamos um tempo esperando ele chegar e tomando sorvete. Nos sujamos todos, é, as crianças agora ficaram completas.

Fomos pra casa rindo e conversando, e eu havia até me esquecido que aquele foi meu ultimo dia divertido com o Dudu.

Ele me deixou em casa, e nos despedimos apenas com um abraço.

Entrei em casa, eram 18:50, então fui pro meu quarto. Tomei outro banho, dessa vez direito e lavei o cabelo. Vesti uma roupa qualquer, e fiquei assistindo TV no quarto até minha mãe chegar. Acabei dormindo, é.

Now you're standing there right in front of me… (8)

Acordei com alguma coisa tocando. É o despertador. Não, pera, é o celular?

Peguei o telefone e atendi.